Decifrando imagens do passado

Fake Blood


RedVC

#31
Obrigado Fake  O0

-10-
Catataus e Co.

Em adição ao que disse sobre a família Rosa Rodrigues aqui fica informação publicada por Alberto Miguéns sobre a sociedade C. Rodrigues & Cª.


Fonte: blog Em Defesa do Benfica

Interessante pois tem a fotografia do pai dos Catataus. Sabe-se também que existia uma irmã. Eram pois quatro irmãos (jogaram todos no SL) e uma irmã.

Deduz-se igualmente que seriam uma família com recursos. Os Catataus seriam assim bem diferentes dos miúdos da Casa Pia com que se vieram a cruzar e com alguns a fundar o Sport Lisboa. Não admira também que fossem os donos da bola. E logo, quando não havia bola não havia jogo... Existe aliás uma fotografia em que essa convivência fica expressa:



Nesta fotografia para além de Cândido Rosa Rodrigues, presumivelmente o primeiro à esquerda, está à paisana José da Cruz Viegas, um Casapiano que embora não fundador viria a ser decisivo na definição das cores do Sport Lisboa. Entre os outros, penso que os Casapianos seriam os que se apresentavam com as camisolas de listas escuras (presumivelmente azuis e vermelhas). As camisolas de listas pretas e brancas seriam eventualmente de alunos do Liceu Pedro Nunes.

Quem sabe se alguns dos jovens Casapianos não incluiriam fundadores do Sport Lisboa dos quais não temos qualquer fotografia ou apenas de adultos? Nomes tais como Amadeu Rocha, António Severino, Francisco Calisto, João Ignácio Gomes, João Goulão, Joaquim Almeida, Joaquim Ribeiro, José Linhares. São hipóteses, especulações, mas porque não? Pelo menos estavam no local e em período compatível.

Voltando aos Rosa Rodrigues, seria talvez inevitável que atendendo a serem de uma família burguesa, fossem parar ao elitista e ambicioso SCP? Sim talvez. O que é certo é que assim aconteceu com os quatro irmãos. José, António, Cândido viraram costas logo em 1907. Jorge Rosa Rodrigues, o menos dotado para a prática do futebol - jogou poucos jogos na primeira categoria - seguiria o mesmo caminho alguns uns anos mais tarde. Mas, enfim não foram apenas os Catataus. Também antigos Casapianos como António do Couto, Emílio de Carvalho, Daniel Queiroz dos Santos, Francisco Santos e até Januário Barreto (pouco antes da sua morte) também fizeram essa mudança. Seria difícil para pessoas que já tinham ou queriam atingir um outro estatuto social resistir a tamanha sedução. Outros tempos. Compreensível. Ainda assim a excepção que confirmou essa regra foi Félix Bermudes. Oriundo de uma família abastada, foi homem dos primeiros tempos e quis não apenas permanecer nos tempos difíceis como também contribuir activamente para a sobrevivência e para o crescimento do clube.
Mas voltando aos que viraram costas, o que é certo é que todos estes homens deram uma excelente contribuição para a formação e para os primeiros anos de actividade do Sport Lisboa. Alguns, como Cândido Rosa Rodrigues defenderam que o Sport Lisboa tinha terminado. Debalde. Era um dos criadores mas já não tinha mais esse poder. Saíram e por isso deixaram de o poder fazer. É curioso, pois os Catataus terão continuado durante algum tempo a pagar quotas e aliás o seu irmão António viria a jogar dois jogos do campeonato de Lisboa em 1909 pelo Sport Lisboa e Benfica usando... a camisola do Sport Lisboa. Mas enfim, o vírus leonino estava instalado e já não havia nada a fazer. Ai Catataus, Catataus...


António Rosa Rodrigues jogando em 1909 no SLB com a gloriosa camisola do SL. Regressaria ao SCP. Note-se que Carlos Homem de Figueiredo (e a restante equipa) jogou com a segunda camisola do nosso clube. As cores eram as mesmas os símbolos eram os mesmos, as pessoas eram quase as mesmas.

RedVC

#32
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Uma homenagem em terras africanas.

Maio de 1969. O Benfica desloca-se a Luanda para os oitavos de final da Taça de Portugal. Dois jogos contra o ASA, dia 11 vitória por 4-0, dia 15 vitória por 3-2.


Fonte: jornal Diário de Lisboa


Fonte: jornal "A Bola"

Mas o para além da competição nacional o ponto de maior interesse foi de natureza social e de homenagem. Com efeito, aproveitando essa deslocação o Presidente Dr. Borges Coutinho e a comitiva visitam uma velha glória do Sport Lisboa e Benfica.

Um homem de contribuição fugaz mas decisiva para a história do Sport Lisboa mais tarde Sport Lisboa e Benfica.

Marcolino Leopoldino Neto de Bragança Pinto de Meireles.



Para a nação Benfiquista simplesmente Marcolino de Bragança.

Aqui está o registo desse momento cheio de significado histórico e de merecido reconhecimento. Uma notável concentração de glórias Benfiquistas:



Fonte: blog http://milita.free.fr/4-SPANISH/benfica-SPANISH.htm

Legenda:
1 - Marcolino Bragança
2 - Eusébio
3 - Praia
4 - Adolfo
5 - Nina (filha Marcolino Bragança)
6 - Milita (filha Marcolino Bragança)
7 - Humberto Coelho
8 - Simões
9 - José Henriques
10 - ?
11 - Raúl
12 - Jaime Graça
13 - Coluna
14 - Dr. Borges Coutinho
15 - Zeca
16 - Adolfo Vieira de Brito
17 - ?
18 - Otto Glória
19 - José Augusto
20 - ?



(alguém consegue identificar os outros?)


Marcolino fez os seus estudos liceais em Lisboa tendo depois regressado a Angola. Foi fazendeiro perto da povoação de Beça Monteiro, zona do Ambrizete.


Beça Monteiro



Ambrizete

Honra à sua memória.



Adenda: recentemente li uma entrevista de sua filha Milita. Nela disse que o seu pai era natural de São Tomé. Foi viver para Angola porque casou com uma Angolana, natural do Golungo Alto (Malanje).


Fake Blood

O 10 parecia-me este:


O dentista do Benfica, mas duvido muito  :2funny:

16 - Romão Martins?! Parece-me claramente o Adolfo Vieira de Brito  :confused:

Excelente trabalho como sempre. Eterno Marcolino de Bragança.

RedVC

#34
Ehehehe  :) algumas crises dentárias na equipa levaram o homem até Luanda...

e sim, claro, Adolfo Vieira de Brito. Vou corrigir. Obrigado Fake!

ps: Para além do dentista e de Arsénio e José Água temos lá atrás o jogador Vieirinha. Nessa altura era um avançado promissor que veio do Estoril Praia. Embora tenha jogado algum tempo na primeira equipa nunca concretizou as expectativas que o rodeavam. Foi depois treinador de diversas equipas da I divisão.

RedVC

#35
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Uma Taça e dois pioneiros (I)

1904, Taça Lisboa. Uma obra prima.



Instituída pelo semanário Tiro e Sport, foi disputada entre a Real Associação Naval, Real Club Naval de Lisboa, Club dos Aspirantes de Marinha e Club Naval Madeirense. Seria conquistada pela primeira agremiação desportiva.



Mas o que terá a ver esta Taça com o Sport Lisboa e Benfica ou atendendo à data com o Sport Lisboa?

A resposta está relacionada com quem a desenhou e com quem a cinzelou:



Emílio e Pedro foram dois antigos Casapianos, membros da gloriosa equipa que em 1893 e 1894 conseguiu o feito de ser a primeira equipa integralmente constituída por Portugueses a derrotar os poderosos Ingleses do Carcavellos Club. Feito extraordinário principalmente num contexto pós-ultimatum na sequência da questão do mapa cor-de-rosa.


Pedro Guedes, capitão de equipa com a bola nas mãos.
Emílio de Carvalho, 3º de pé a contar da esquerda.



Mas mais importante do que isso, estes dois homens fizeram parte da primeira equipa da primeira categoria do Sport Lisboa em 1904-1905. Pedro Guedes tanto quanto sei actuou apenas uma vez como guarda-redes. Com cerca de 30 anos, retirou-se da prática desportiva dedicando-se à sua carreira profissional de pintor e professor na Casa Pia. Já Emílio de Carvalho, afamado cinzelador, foi membro destacado da equipa até Maio de 1907, data em que desertou com mais sete companheiros de equipa para o recém-formado e ambicioso SCP. Inaugurou-se assim a prática verde de rapinar o talento alheio para compensar fraquezas internas. Sempre atrás, sempre invejoso, sempre a rapinar a casa alheia. Rapinaram o Sport Lisboa que sobreviveu e floresceu. Rapinaram o CIF que sofrendo um rombo semelhante, embora também por outros factores, não conseguir manter a sua preponderância inicial no futebol Português.

Voltando a Emílio, este actuava mais frequentemente a defesa, jogando ao lado quer de José da Cruz Viegas quer de Henrique Costa. Também estes dois seriam desertores mas curiosamente Henrique Costa viria a regressar um ano depois para durante muitos mais servir de forma dedicada o nosso clube. Henrique só sairia no seguimento da crise de 1918-19 que levou à formação do CFB. Mas isso é outra história...

Ainda assim a especialização de lugar era coisa pouco frequente e a demonstrar isso, Emílio veio a actuar no SCP pelo menos algumas vezes como guarda-redes. Talvez (má língua minha) pela sua forma e pelo seu estado anafado.

Infelizmente não existem fotografias de Pedro Guedes com a camisola do Sport Lisboa mas para Emílio é fácil encontrar. Na mais antiga fotografia de grupo (e a mais famosa) é o gordinho de pé, mais à direita:


A mais antiga das Gloriosas equipas. Da esquerda para a direita. De pé: José da Cruz Viegas, Manuel Mora, Fortunato Monteiro Levy, Albano dos Santos, António Couto, Emílio de Carvalho. Sentados: António Rosa Rodrigues, Silvestre da Silva, Cândido Rosa Rodrigues, José Rosa Rodrigues e Carlos França.

Também presentes estão outros casapianos tais como António do Couto e Silvestre da Silva, igualmente integrantes das famosas equipas de 1893-94. Aquela geração casapiana, conhecida por geração Margiochi, teve grande relevância social, artística e como se vê desportiva. Cheia de grandes artistas e grandes personalidades. Francisco dos Santos pintor e escultor, António do Couto, arquitecto, Pedro Guedes, pintor, Emílio de Carvalho, cinzelador, José Netto, escultor. Grandes personalidades a que acresce Januário Barreto, médico, homem de grande talento e inteligência que viria a ser o primeiro presidente eleito do Sport Lisboa, presidente da Liga Portuguesa de Futebol e que infelizmente morreu jovem ainda antes da instituição da República (ele que era um grande activista republicano). Pena que não tenhamos mais fotografias deste tempo.


Geração Margiochi. Quatro jogaram no Sport Lisboa: António do Couto, Silvestre da Silva, Emílio de Carvalho (sentados, 2º, 3º e 5º respectivamente, a contar da esquerda). Pedro Guedes, de pé, é o primeiro da esquerda. Embora aparentemente não tenha jogado, Januário Barreto foi igualmente decisivo para o Sport Lisboa (sentado, com bengala, é o segundo a contar da direita) embora pouco antes da sua morte tenha aderido ao SCP onde chegou a ser presidente do conselho fiscal. Outros tempos.


Fake Blood

Uma bela representação do Brasão de Lisboa: O barco e o corvo.
O conceito de o corvo a sobrevoar o barco, soberbo.


Uma pequena dúvida: a Taça referia-se a uma competição futebolística?
Abraço.


RedVC

#37
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Uma Taça e dois pioneiros (II)

Citação de: Fake Blood em 25 de Outubro de 2014, 16:50
Uma bela representação do Brasão de Lisboa: O barco e o corvo.
O conceito de o corvo a sobrevoar o barco, soberbo.


Uma pequena dúvida: a Taça referia-se a uma competição futebolística?
Abraço.

Realmente... um detalhe básico que me escapou. Bom ponto Fake.

Não era uma competição futebolística mas sim de remo. Citando:

É neste contexto que em 1904, a pedido de Joaquim Leotte, a Associação Naval de Lisboa, o Clube Naval de Lisboa, o Clube de Aspirantes de Marinha e o extinto Clube Naval Madeirense instituíram a Taça Lisboa em Remo como Campeonato de Portugal, Taça ainda hoje em competição, constituindo a prova desportiva mais antiga do nosso país. Assim nasceu a Taça Lisboa e a Convenção que se lhe seguiu assinada pelos mesmos clubes, a 20 de Abril de 1904.
A primeira regata da taça foi realizada a 29 de Maio, ao longo da muralha da Junqueira, entre as docas de Santo Amaro e do Bom Sucesso. A Convenção, o primeiro regulamento de regatas de Remo, estabelece as bases para a regulamentação "das corridas de embarcações de Remo e tinha como fim último promover "o desenvolvimento do rowing portuguez", a ela se devendo o rápido desenvolvimento que o Remo atingiu nos anos que se lhe seguiram.

Fonte:
http://www.vianaremadoresdolima.pt/wp-content/uploads/2013/10/Hist%C3%B3ria-do-Remo-em-Portugal.pdf


Agora, pelo seu bico curvo acho que a ave que sobrevoa o barco é uma gaivota.

Pedro Guedes era um artista talentoso. É dele também o desenho do emblema do Casa Pia Atlético Clube. Neste caso e naturalmente com a presença do ganso.




ps1: Não sei se algum dos moderadores lê este tópico mas realmente ele tem evoluído no sentido de ser mais memórias do que imagens... Talvez fosse boa ideia mudar.


ps2: alguns detalhes adicionais que encontrei acerca desta Taça Lisboa em http://remo-historia.blogspot.pt/search/label/Ta%C3%A7a%20Lisboa

A Taça Lisboa é o troféu desportivo mais antigo de Portugal em disputa, realiza~se, praticamente sem interrupção desde 1904. Foi instituída por Joaquim Leotte, director do Clube Naval e adquirida por subscrição popular e custou 200 000 Réis.







ps3: Esta fotografia dá uma ideia melhor desta Taça. Verdadeira obra prima



e já agora a factura



Fonte: http://remo-historia.blogspot.pt/search/label/Ta%C3%A7a%20Lisboa

manager2013

Extraordinário tópico RedVC, li os teus posts todos. Continua.

RedVC

Obrigado manager2013.  O0

No final da época para além da vitória no campeonato espero também que este tópico seja um pouquinho mais especial.

O nosso Benfica tem matéria prima para nos surpreender. Alguma que já por aqui tenho será surpreendente para o pessoal e outra sairá só em condições especiais. Mas estou certo que vai aparecer mais. É preciso pesquisar e organizar. E isso é que me leva ao que há pouco: tempo de qualidade para montar as histórias.

Acho também que há pessoal que pode adicionar coisa interessantes aqui. Vamos esperar.

RedVC

#40
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As camisolas de Júlio Cosme Damião.




Este é um exercício de aproximação. Algumas datas e factos poderão não estar correctos mas ainda assim vale a pena descrever. São bem vindos sugestões para correcções.

Cosme era um desportista e um homem que defendia a sã prática desportiva e os valores do amadorismo, espírito de equipa, solidariedade social.

Assim sendo, aqui estão as nove camisolas que (pelo menos) Cosme Damião envergou.

1 – Gloriosa camisola de flanela do Sport Lisboa 1904-1910. Vermelha. Dos tempos das Salésias até à Quinta de Feiteira. Transitou para depois da fusão que levou ao Sport Lisboa e Benfica.

2 – Camisola do Grupo Sport Benfica, 1907. Camisola às listas brancas e ??. Talvez não fossem pretas (pois essas eram as cores do CIF e regra geral nesse tempo os clubes procuravam diferenciar-se). Seriam vermelhas? Verdes? Azuis? Cosme era sócio dos dois clubes e isso foi decisivo para a fusão num processo em que juntamente com Félix Bermudes assumiu grande protagonismo.

3 – Segunda camisola do Glorioso. Vermelha. Terá aparecido algures em 1909. Cosme Damião, Romualdo Bogalho e David da Fonseca entre outros jogaram diversas vezes com a antiga camisola de flanela quando os restantes colegas de equipa já jogavam com esta segunda camisola. Dava estatuto. Outro exemplo é dado em cima com o regresso ocasional em 1909 de António Rosa Rodrigues ao nosso clube. A desmontagem visual da versão de seu irmão Cândido segundo o qual o Sport Lisboa terminou aquando da sua debandada para o SCP.

4 – Camisola da Selecção da Associação de Futebol de Lisboa que defrontou os Franceses do Stade Bordelais em 1910 na Quinta de Feiteira. Era provavelmente bipartida azul e branca, cores da monarquia.

5 – Camisola branca de misto Português que em Fevereiro de 1909 defrontou um misto Inglês num jogo de beneficência a favor das vítimas de um terramoto na Sicília e na Calábria.

6 – Camisola da Seleção da Associação de Futebol de Lisboa que em Julho-Agosto de 1913 fez uma digressão ao Rio de Janeiro e a São Paulo. Camisola negra (os punhos e colarinhos eram vermelhos e o calção branco).

7 – Camisola do Sporting Clube de Portugal . Bipartida verde e branca, hoje conhecida por camisola "Stromp". Foi em Julho de 1914. A propósito de um convite de um clube de Huelva, Espanha, o SCP visando reforçar a sua equipa e representar com prestígio o nosso país – uma lógica MUITO diferente dos dias de hoje – fez um convite a Cosme Damião, Henrique Costa e Luís Viera (Sport Lisboa e Benfica) e a Francisco Belas (Sport União Belenense) para reforçarem a sua equipa. Assim para prestígio do nosso país e somente por um jogo, esses quatro jogadores envergaram dignamente essa camisola.

8 – Camisola do Pedrouços (Clube Sportivo de Pedrouços?). Listas vermelhas e brancas. Data incerta.

9 – Camisola de uma equipa da Casa Pia, presumo para o campeonato escolar. Desconheço as cores. As cores tradicionais das equipas da Casa Pia eram listas encarnadas e azuis mas horizontais. Data incerta.



Fake Blood

Então e este?

Simplesmente um casaco?


Ou equipamento de jogo?

RedVC

#42
Casaco.
A primeira fotografia aliás é demonstrativa disso. Eduardo Luiz Pinto Basto com o casaco do Clube Internacional de Futebol e Júlio Cosme Damião com o casaco do Sport Lisboa e Benfica.

Fake Blood

A segunda é que me colocava em dúvida. Já no terreno de jogo, lá atrás um jogador também com o casaco.
Muito à frente, muita classe.

RedVC

#44
Sim. Nada mau para um clube que ao contrário do seu vizinho lutava com uma escassez de recursos.



Essa fotografia é fascinante. Uma das mais belas da história do futebol Português.
Júlio Cosme Damião e Francisco Stromp, talvez os dois mais famosos capitães de equipa dos eternos rivais a cumprimentarem-se antes de mais um capítulo do derby eterno.
Afonso de Melo associa esta fotografia a um jogo em Sete Rios em 1915 em que ganhamos ao SCP por 3-0 (golos de Rogério Peres - 2 e Herculano Santos - 1).
Árbitro Plácido Duro (CIF) com casaco castanho. Está também Artur Santos (casaco preto).
Cosme Damião tem a bengala com o castão que lhe foi ofertada no Brasil em 1913.

Uma palavra de grande admiração a quem fez a colorização desta fotografia. Excelente trabalho (concerteza feito por um profissional).

Penso que esta fotografia de grupo é também desse jogo:


(salvo o erro) De pé, esquerda para direita: Mário Monteiro (gr), Carlos Homem de Figueiredo, Henrique Costa, Cosme Damião, Leopoldo Mocho, Francisco Pereira.
Sentados, esquerda para direita: Herculano Santos, Aníbal dos Santos, Manuel Veloso, Rogério Peres, Cândido de Oliveira.


Estes casacos terão sido usados pelo menos até 1919-1920. Talvez só nos jogos mais importantes.