Judo

GoldenState

Citação de: RPicareta em 29 de Janeiro de 2023, 16:10A Patrícia era a judoka mais talentosa do pós-Telma, mas o calvário das lesões dos últimos dois anos colocaram um grande ponto de interrogação no que pode ser a carreira dela no circuito. A final é um prémio justíssimo para um dia muito bem concretizado, mas agora há que dar sequência.

Dito isto, o destino também tem aquela coisa de à Catarina lhe chegar o 5º lugar num Grand Prix, para se manter sedimentada no top-10 e para a semana ver Paris do sofá, já a Patrícia duplica (ou triplica se ganhar) os pontos e vai ter de ir a Paris malhar com os costados.

E quem segue a carreira da Catarina sabe que normalmente depois de uma prova em grande, segue-se outra abaixo. Como é que foi o Masters de uma e de outra?
Porque razão nunca contratámos a Patrícia?

Eu não percebo grande coisa de judo, no entanto parece-me boa atleta e bastante próximas dos nossos judocas.

RPicareta

Citação de: GoldenState em 29 de Janeiro de 2023, 19:33Porque razão nunca contratámos a Patrícia?

Eu não percebo grande coisa de judo, no entanto parece-me boa atleta e bastante próximas dos nossos judocas.

Isso é uma coisa que o clube e eventualmente a atleta terão de responder.
Eu se tivesse de adivinhar diria que seria um misto de razões na linha de:
-a Patrícia tem uma transição Júniores-Séniores complicada, marcada por uma sequência de lesões feias e pelo Covid, e só agora está a começar a competir regularmente;
-tendo crescido para o Judo no "clube da terra", pode não querer abandonar o treinador;
-ou mudar o próprio contexto familiar que a envolve.

Mas tem 23 anos. Se a nível de competições de equipas a nível internacional terá pouco a dar (já discutido anteriormente nesta thread), acho que uma aposta num projecto Olímpico para ela fá-la-iam a figura de proa no pós-Telma.


Croissant

O Célio Dias foi para este Grand Prix muito mal fisicamente. Ele no combae que perde estava completamente de rastos. Se lhe tapassem a boca o homem explodia.

Jack Gonçalves

Nao se entende não deixarem a Joana participar pagando o clube
Se fosse uma atleta que não fosse competitiva... Mas assim ja parece perseguiçao...

Como podem os atletas aceder a bolsas olimpicas etc se não os deixam participar nas competicoes perto de Portugal? Querem que paguem do seu bolso quando for uma competicao no uzebequistao???

https://judomagazine.pt/2023/02/02/nao-ha-gestao-desportiva-tudo-e-tratado-em-cima-do-joelho-na-fpj/

RPicareta

#1700
Citação de: Croissant em 01 de Fevereiro de 2023, 15:16O Célio Dias foi para este Grand Prix muito mal fisicamente. Ele no combae que perde estava completamente de rastos. Se lhe tapassem a boca o homem explodia.

O Célio vem de uma paragem competitiva de 5 anos (participou apenas num zonal). Agora, no espaço de mês e meio faz duas (Nacional individual e um Grand Prix). Já para não falar que é preciso equilibrar com a medicação que toma. Acho que acusa de bocado um peso a mais que tem* (vê-se nas técnicas que faz), mas isso só lá vai mesmo com treino, competição, ajuste. Eu diria que nem ele contava com chegar ao terceiro combate. Se estivesse fisicamente bem, tinha sido para medalha.

Já disse noutros círculos: o Fonseca ou recupera depressa e recupera forte, ou é melhor rezar que o Célio não melhore a condição física, senão vai haver luta até à última prova...

*EDIT: aqui neste contexto o que queria dizer é que tem um tipo de judo que é mais explosivo e rápido do que a categoria onde está. Sabendo que a medicação que ele toma contribui para ganhar peso acho que não deverá voltar aos -90 tão cedo... Mas engano-me muito!

RPicareta

Citação de: Jack Gonçalves em 02 de Fevereiro de 2023, 16:34Nao se entende não deixarem a Joana participar pagando o clube
Se fosse uma atleta que não fosse competitiva... Mas assim ja parece perseguiçao...

Como podem os atletas aceder a bolsas olimpicas etc se não os deixam participar nas competicoes perto de Portugal? Querem que paguem do seu bolso quando for uma competicao no uzebequistao???

https://judomagazine.pt/2023/02/02/nao-ha-gestao-desportiva-tudo-e-tratado-em-cima-do-joelho-na-fpj/

Não é só a Joana. Depois do que se viu em Almada, eu consigo pensar em 3/4 nomes que poderiam ter ido no lugar da Rochele, e a Raquel Brito, mencionada nesse artigo, é uma delas.

Claro que a Joana, por competir numa categoria onde agora PT não tem ninguém, estaria na linha da frente.

RPicareta

Desculpem o bombing:

Não vou poder seguir Paris, com muita pena, e o novo streamer da IJF é um real cagalhão, pelo que ficam aqui as postas de pescada do costume, mas depois vou só falar de resultado:

Rodrigo: mau sorteio. Se passar o Tajique leva outra vez com o Harim Lee. Prevejo 2 combates.

Anri: sorteio igualmente difícil, mas neste caso já se sabe que vai ser sempre assim. O primeiro é acessível, mas depois leva com o Coreano Lee e se (grande se!) passar este, o vencedor do Manukian-Muki. O meu voto vai para o Israelita, candidato a medalha (de bronze). Quanto ao Anri, 2 combates, 3 com algum optimismo.

Atenção ao João Fernando: tem mais favoritismo que o Anri para chegar ao terceiro combate (deve fazer 2, mesmo assim). Se assim for é preciso um super Anri para não perder mais pontos no confronto. "Benfica"vs"Sporting" interessante de seguir nesta categoria.

Em Femininos:
Maria Siderot com muita sorte fará 2 combates. Não deverá passar disso, e mesmo passar o primeiro...

Telma: sorteio favorável. Dependendo de como estiver a forma física. Num dia bom é para lutar pelo bronze. Não acredito que elimine a "velha conhecida" Rafaela Silva, mas em chegando aí já não faz pior que 7º (resultado líquido de +250 pontos no ranking, +130 na qualificação Olímpica).

Bárbara Timo
: eu tinha metido férias depois de Almada. Procura cimentar a fase de 50% dos pontos Olímpicos, e vai ser durinho. Joahnne van Lieshout ou Szofi Ozbas, e Lucy Renshall serão os principais obstáculos a chegar à fase de pontos a sério; Keteleyn Quadros ou Katharina Haecker em chegar à final. Acho que não deverá fazer pior que Bronze, mas a final não é miragem.

Patrícia Sampaio: quem menosprezar atletas do Japão é tanso. Não se deixar iludir pelo baixo ranking da adversária do primeiro combate será absolutamente crucial. No confronto com a Tchumeo não tem hipótese, mas nesse caso irá para a rota do Bronze. Gosto demasiado dela para assumir publicamente que a vejo a trazer um bronze.

Depois do que vi em Almada, ficam a faltar aqui a Raquel Brito (-48), na ausência da Catarina, o Célio ou o Diogo Brites (-100), à falta do Jorge; a Joana Crisóstomo (-70), o Miguel Gago (-66), o João Crisóstomo e o Saba Danella (-73), estes últimos todos por não termos ninguém na categoria.

Jack Gonçalves

o campeão nacional em -60 nao me lembro do nome tb fez bons combates no grand prix, incluindo o 2º combate contra o coreano...

enfim pode faltam dinheiro mas tb falta visão, têm me mandar mais atletas para poder haver renovação etc... poderem ganhar bagagem e eventualmente bolsas (claro que em paris seria dificil mas nao indo é ainda mais)

Jack Gonçalves

bem o Rodrigo acaba de ser literalmente roubado no GS Paris,
marcam Wazari para o adversário quando o Rodrigo cai de frente, não marcam wazari quando o adversário caiu de lado... wtf se fosse um atleta francês era tudo ao contrário

RPicareta

Citação de: Jack Gonçalves em 03 de Fevereiro de 2023, 23:03o campeão nacional em -60 nao me lembro do nome tb fez bons combates no grand prix, incluindo o 2º combate contra o coreano...

enfim pode faltam dinheiro mas tb falta visão, têm me mandar mais atletas para poder haver renovação etc... poderem ganhar bagagem e eventualmente bolsas (claro que em paris seria dificil mas nao indo é ainda mais)

Não vi os combates do Emerson e não quero cansar as pessoas a aputear o novo sistema da IJF!

Paris seria difícil, mas no mínimo seriam os 6 pontos de participação, que para muitos dos referidos podem ser a diferença entre serem cabeças de série num Open ou não.
Não digo que fossem todos, mas imagino que se a Rochele esteve inscrita havia verba para pelo menos 1 atleta poder ir. Como disse ali em cima, a minha escolha seria a Joana ou o Miguel Gago, porque neste momento Portugal não tem ninguém em posições de atacar a qualificação.

O Kainan e o Thelmo escolheram não se meter no circuito este ano, ou foram "escolhidos"?

(Daqui a pouco faço um apanhado de como estão rankings.)

RPicareta

#1706
Falando apenas do resultado absoluto (entre parêntesis os pontos do ranking IJF)

Rodrigo: má prova. (10)

Anri: fez o que se esperava. (120)

João Fernando: muito além do esperado. (260)

Em Femininos:
Maria Siderot: o esperado. (160)

Telma: foi um dia bom, tendo chegado ao combate do bronze. (360)

Bárbara Timo: fez bem pior que o Bronze. Valeu pelos pontos. (160)

Patrícia Sampaio: não trouxe o bronze, mas foi uma boa prova. (360)

As consequências para o ranking da IJF:
Pela sua ausência nas últimas provas o Jorge Fonseca continua em queda e é agora 5º.
O Rodrigo mantém-se no 31º posto.
O João Fernando escala 8 posições para 47º e ultrapassa o Anri, que sobe 3 para 48º. Eu bem disse que isto aqui anda renhido.

Rochele e Bárbara sobem uma posição para 8ª e 9ª respectivamente e Catarina Costa desce para 9ª. O trio são as únicas no top-10, para lá do Fonseca.

Telma escala 3 posições para 11ª e Patrícia Sampaio mantém-se como 19ª e são as únicas entre as posições 10-20 do ranking.

Em termos Olímpicos:
Rodrigo está na última posição qualificável, mercê da política do atleta único por Comité. Tem 35 pontos de vantagem.

João Fernando com 389 pontos encontra-se na zona de qualificação continental, com a qualificação directa a cerca de 170 pontos.
Anri está bem atrás com 102 pontos e neste momento não se qualifica em nenhuma categoria (tem 368 em -90, a cerca de 180 da "linha de corte").

Para se perceber o que tem sido a carreira do Jorge desde o Verão: 19º na classificação Olímpica, com 618 pontos, a 180 da exclusão. Ainda falta a pontuação a 100%, mas ou faz como os japoneses ou vai ser complicado.

Catarina Costa está confortável na 13ª posição. Tem três resultados que deveria melhorar para cimentar mais a fase dos 50%.

Joana Diogo ainda dentro da qualificação directa, mercê da política da atleta única por Comité. À bica de passar à zona continental ou de exclusão, vai ter de correr por resultados. Maria Siderot precisa de 300 pontos para entrar na discussão.

Telma Monteiro está firme na última posição teórica para qualificação directa. Sem pontos do Masters, vai precisar de uns Europeus fortes (e até costuma brilhar por lá) mas ainda precisaria de outras duas provas fortes para cimentar a posição.

Bárbara Timo é sexta. Uma prova forte e um bom Europeu e pode fechar a fase de 50% tranquila.

Patrícia Sampaio dentro da zona de qualificação directa com 759 pontos (14ª). Para limpar o Masters tem de fazer 3º ou melhor no Europeu. Duas outras provas fortes até Junho para cimentar a fase.

Rochele está fortíssima na 4ª posição da qualificação. Se quiser melhorar, um Grand Slam em que passe o primeiro combate e 5º ou melhor nos europeus é quanto lhe basta para fechar esta fase.

RPicareta

Já com a prova a decorrer, mas ontem não consegui fazer antevisão de Tel Aviv.


Rodrigo: Não deve passar do primeiro combate.

Anri: Sorteio mais favorável que o João Fernando. Boa oportunidade para recuperar pontos.

João Fernando: Não deve passar o primeiro combate.

Jorge Fonseca: regresso à competição numa prova "curta". Deverá andar a lutar por medalhas.

Em Femininos:
Catarina Costa: deverá andar nas medalhas.

Maria Siderot Escrevo isto no Golden Score do primeiro combate dela, e já está a durar mais do que o esperado.

Telma: Não deverá ser esta a prova forte. Competição muito feroz na categoria e no segundo combate deve levar com a vencedora do combate Yoshida x Bilodid.

Patrícia Sampaio: Não deve passar do primeiro.

Rochele: a única do contingente que pode sorrir com o sorteio, naquela lógica de ter uma sorte que dá muito trabalho. Não deverá ficar abaixo de 5º.

RPicareta

Citação de: Jack Gonçalves em 04 de Fevereiro de 2023, 09:38bem o Rodrigo acaba de ser literalmente roubado no GS Paris,
marcam Wazari para o adversário quando o Rodrigo cai de frente, não marcam wazari quando o adversário caiu de lado... wtf se fosse um atleta francês era tudo ao contrário

Não sei como foi Paris, mas como esperado Rodrigo de fora ao primeiro combate em Tel-Aviv.

Começo no entanto a ver sinais subtis de algo preocupante e que deve ser trabalhado.
Começando pelos pontos positivos:
- o Rodrigo tem uma coisa absolutamente espectacular e que acho que faz falta a muitos mais judokas, que é o facto de a cada shido que leva, vira-se para o árbitro, faz a saudação e continua o combate. São pequenas coisas que ajudam muito o lado mental. Ajuda a que não se gaste energia em pensar "porquê" e metem o foco naquilo que controlamos. Em Tel Aviv mais uma vez demonstrou isso. Tirando o Golden Score (já lá vou) esteve no tatami como se aquelas marcas amarelas não estivessem lá.
- outro aspecto positivo é o entrar para cada combate com uma ideia clara do que quer fazer. Foi muito claro nos primeiros 3 minutos o que o Rogrigo tinha em mente. Não perdeu tempo a ver o que dá para fazer, estava decidido e tinha um plano em mente.

E este ponto serve para passar aos negativos:
- o lado negativo desse plano é que é regra geral demasiado rígido. O que por si só não é defeito, mas se nos falta algo para o implementar torna-se uma limitação.
- um outro pecado do Rodrigo aqui, como noutros lados, terá sido uma certa impetuosidade na forma como aborda o combate, levando a gastos desnecessários de energia. Essa falta de energia fez com que faltasse discernimento no Golden Score, e aí então os shidos começaram a pesar.

Uma técnica de judo é normalmente composta por 3 momentos, desequilíbrio-entrada-projecção (Kuzushi, Tsukuri, Kake). O que se tem notado progressivamente no Rodrigo é fazer entradas sem gerar, ou aproveitar, desequilíbrios. O que conduz a um desgaste físico rápido. Isto é prejudicial para o plano. Porque o plano só resulta se o físico acompanhar a mente. E o Rodrigo está a começar a demonstrar sinais de frustração. Vê-se na forma como se precipita. Vê-se na necessidade que tem de passar 4+1 minutos sempre em cima do adversário. Que começam a perceber mais e mais que basta esperarem.
O azar nos sorteios, que o colocam sistematicamente frente a adversários muito mais fortes e conduzem a resultados abaixo do necessário, parece estar a toldar a evolução dele, e a tornar-se em regressão.

RPicareta

Telma a não passar do primeiro combate. Perde por acumulação no Golden Score, num combate onde apesar de gerir muito bem, nunca demonstrou capacidade física para impôr o seu judo.

Terá de repensar o recurso a entradas para Tomoe-Nage como forma de fugir a castigos por passividade.