(actualizado) Memorial Benfica, Glórias

ednilson

Tamagnini Gomes B. Nené. Leça da Palmeira. 20 de Novembro de 1949. Avançado.
Épocas no Benfica: 18 (68/86). Jogos: 577. Golos: 361. Títulos: 10 (Campeonato Nacional), 7 (Taça de Portugal) e 2 (Supertaça).
Outros clubes: Ferroviário da Manga. Internacionalizações: 66.




Equipa 1980/1981

Milhões de miúdos, de jovens, de mais graúdos, com as mais diversas origens e ao longo dos mais diferentes tempos, terão aspirado, aspiram ainda, a vestir o jersey do Benfica. Camisola mítica, familiar pelos quatros cantos do Planeta, quando muito e tão-só comparável à do Real Madrid, do Manchester United, do Bayern de Munique, da Juventus, do Boca Juniores ou do Flamengo, num curto desfile que, estudos sustentam, revela à sociedade os mais famosos e queridos emblemas internacionais, com falanges de aficionados espalhados pelos cinco Continentes.

De nome exótico, Tamagnini Nené, profissional exemplar de futebol, na verdade centenária do seu Benfica. Foi o que mais vezes a águia colocou ao peito. A sua contabilidade pessoal – como duvidar de um escravo da organização - , acusa 941 prestações.  Com jogos oficiais e particulares. Do dealbar júnior até à despedida. "Sinto-me um privilegiado. Afinal, foram tantos os jogadores a representar o Benfica e ser logo eu a ter a sorte de jogar mais vezes que todos os outros... Na minha infância ou já na juventude nunca me ocorreu que tal fosse possível. Agora, penso que se trata de um recorde dificilmente ultrapassável", precisa, com indisfarçável enleio.

Afinal, tudo começou com uma fotografia. A estampa veio no "Noticias da Beira". Era o garoto Nené, equipado com as cores do Ferroviário da Manga, em pose de futebolista. O pai, antigo jogador do Lusitano de Vila Real, crente nas potencialidades do filho, enviou o precioso documento para Lisboa, ao cuidado de Cavem, seu primo carnal, já figura grada da família vermelha, à custa de dois títulos europeus e de competições nacionais de-se-lhe-perder-a-conta.

O miúdo na altura encantava. Tinha apenas 15 anos e corria, corria que se fartava, a todos batendo em velocidade. Gostava de plasmar o jogo, daí que a opção fosse para o centro do terreno. Esse e outros atributos foram constatados in loco por um tal sr. Rodrigues, emissário benfiquista, alertado por um telefonema intercontinental, procedente da Rua do Jardim Regedor, tudo depois de, em boa hora, Cavem ter feito o trabalho que nem de sapa precisou ser.



Só faltava fechar o negócio. Os dirigentes do clube moçambicano começaram por pedir 900 contos pela desobrigação contratual de Nené, à época com 17 anos. Uma fortuna! Objectou o Benfica, no limite foram oferecidos 300 contos, maquia já tida por expressiva. A nega dos homens da ex-colónia deixou a família de Nené com arrepios até à raiz dos cabelos. Só que não primando propriamente pelo rigor, os dirigentes do Ferroviário da Manga esqueceram-se de notificar o jogador, como os regulamentos exigiam, para a renovação do vinculo. Melhor era impossível, caída do céu, qual carta de alforria! O pai de Nené apressou-se a comunicar ao Benfica, o bilhete de avião chegaria num ápice, a ver navios ficaram os gulosos moçambicanos.

No dia do Entrudo, chegava a Lisboa, logo tomando a direcção da Calçada do Tojal. No Lar do Jogador conheceu caras novas e cedo encontrou Vítor Martins e Raul Águas os companheiros para maiores cumplicidades. No campo ficou entregue aos bons ofícios do mestre Ângelo. Época e meia fez como júnior, campeão nacional da categoria se sagrou, com o aditivo de ter marcado importante golo, na vitória sobre a Académica, por 2-1, mesmo por debaixo do majestático Castelo de Leiria.

Aquele que já havia sido laureado com o prémio de melhor júnior do ano, em Moçambique, não deixou de experimentar algumas dificuldades, até à afirmação plena na equipa principal do Benfica. Dois anos andou, entre os seniores, numa espécie de penumbra. Regularmente, actuava apenas na reserva, mais não tendo feito que uma vintena de jogos pela turma de honra. Jaime Graça, Toni, Eusébio, Torres, Artur Jorge ou Simões não pareciam desalojáveis do estatuto da titularidade.

Nené soube ser precatado. E se Otto Glória até não desdenhava do seu talento, rendido ficou Jimmy Hagan. O britânico passou a utilizá-lo a extremo-direito, com o propósito de optimizar a velocidade. A partir da segunda metade da temporada 70/71, Nené haveria de fixar-se, quase sempre com aquele "7" nas costas, número que viraria carismático pelas bandas da Luz.

Criou o hábito da vitória. No Campeonato, na Taça, nos jogos europeus, ao serviço da Selecção, cuja chamada não tardou, mesmo sem que soubesse que um dia seria o mais internacional dos jogadores portugueses. Na defesa das cores nacionais, no ano de 1972, altura em que foi eleito "Atleta do Ano", Nené participou na Minicopa, no Brasil. À final chegava Portugal, com uma das mais vermelhas equipas de sempre, na qual apenas os sportinguistas Peres e Dinis conquistariam o direito de se divertirem entre os benfiquistas.



Ultrapassados os consulados de Hagan e de Pavic, com Cabrita de permeio, a época de 75/76 abre com novo líder na oficina encarnada. Mário Wilson descobre em Nené o killer intinct, como dizem os ingleses, susceptível dele fazer um ponta-de-lança. Desafio aceita e lá partiu o jogador, mais voraz que nunca, para o magistério do golo. "Ele é um fora-de-série indiscutível e discutido. Naturalmente frio como todo o jogador super-inteligente, Nené é um craque de explosões irresistíveis e de velocidade diabólica, para além de rematador fulminante de cabeça e com qualquer dos pés. Jogador de rara inteligência a actuar. É um criador exímio de espaços livres, um grande futebolista com e sem bola". O velho capitão Wilson dixit.

Também pela sua singularidade enquanto jogador, Nené fez crescer água na boca aos responsáveis de grandes equipas europeias. Se o Arsenal e o Anderlecht tentaram a sua sorte, entre muitos outros, o Real Madrid, em 72, esteve próximo de garantir o seu concurso. Valeu a intransigência do Benfica e o proibitivo pedido de Borges Coutinho, até mesmo para os normalmente abastados cofres madrilenos.

"Financeiramente, sempre fui pouco ambicioso, nunca me importei com o que os outros ganhavam, já que ganhei no Benfica aquilo que mereci, dentro das possibilidades do clube". Mesmo após ter ganho a Bola de Prata, em 80/81, muitos anos depois de ter vestido a camisola azul da Selecção da Europa, ao lado de Eusébio, Cruijff ou Facchetti.

No Glorioso, em jogos oficiais, Nené é o terceiro melhor marcador, a seguir a Eusébio, "o meu ídolo", e a José Águas. Nessa matéria, destaca como momentos apolíneos de uma carreira brilhante, os cinco golos que marcou ao Ajax, no Torneio de Paris, disputado no Parque dos Príncipes, para gáudio dos emigrantes, no fantástico triunfo, por 5-0. Ou os três que apontou ao FC Porto, numa final da Taça de Portugal, no Jamor, invariavelmente assistido pelo companheiro Shéu. Mas para alegria não só dos benfiquistas como dos devotos de outras cores, como não recordar o golo que marcou à Roménia, no Euro 84, garantia da qualificação de Portugal para as meias-finais do certame. Nesse jogo, a nove minutos do fim, com o então sportinguista Jordão e o portista Gomes em campo, foi Nené a fazer a despesa, ele que havia saltado do banco, como que persuadido da protecção dos deuses.

Aos quadros do Benfica pertence até hoje. Após abandonar a prática da modalidade, em 86, dedicou-se ao futebol juvenil do clube, ainda que tenha feito uma fugaz incursão nos seniores, coadjuvando Mário Wilson. Com propriedade se poderá dizer que o seu endereço é Avenida General Norton de Matos.

A prosa dedicada a Nené ficaria incompleta se olvidado fosse que conviveu sempre com o estigma de não sujar os calções. "Se não os sujava era porque achava que não precisava". E não mesmo. Ponto final.

Bola7


ednilson

#137
António M. Pacheco Domingos. Portimão. 1 de Dezembro de 1966. Avançado.
Épocas no Benfica: 6 (87/93). Jogos: 219. Golos: 48. Títulos: 2 (Campeonato Nacional), 1 (Taça de Portugal) e 1 (Supertaça).
Outros clubes: Torralta, Portimonense, Sporting, Reggiana, Santa Clara, Atlético e Estoril. Internacionalizações: 6.




Equipa 1990/1991

Com tradições à esquerda, de Rogério a Chalana, passando por Cavém e Simões, o Benfica deu-se mal com a talvez inevitável consequência do Europeu de 84, em França. O Pequeno Genial ingressou no Bordéus, após nove épocas da mais pura sedução. Com a orfandade de Chalana, o clube acolheu o jovem brasileiro Wando, descoberto em Braga, ainda que talentoso, anos-luz do habitual camisa dez. Foi assim durante três épocas (84/87), até ao retorno de Chalana, após longo sofrimento devido a uma lesão brutal, e ao ingresso de Pacheco, um menino algarvio, entretanto internacional nas categorias juvenis, a quem se antevia promissor futuro.

Nasceu em Dezembro de 1966, um ano louco do futebol português, duas exactas semanas antes da morte de Walt Disney, cujas criações bem o poderiam ter inspirado. Pacheco, ao longo dos anos, manteve sempre um toque juvenil. Porque? Pela irreverência, pelo inconformismo, pelo risco. Pelo ar gingão. Ziguezagueava à esquerda com semblante trocista, divertindo-se com a sua vasta gama de soluções técnicas. Apontou 47 golos, durante seis temporadas, no decorrer de 219 jogos. No momento do clímax, ele que não era propriamente um finalizador, apetecia-lhe levantar âncora. Que a tarefa estava cumprida e a festa sempre foi a melhor expressão da vida.

No início, naquele ano de 87, sofreu na alma a inclemência da massa associativa. O povo vermelho pedia Chalana, repruido na expectativa de mergulhar no sonho. Só que o jogador, menos diserto que outrora, vocação revelava para a zona central do terreno. A coexistência tornou-se possível. Com Chalana ao meio, Pacheco disparou na canhota, garantindo malabarismos dignos das melhores tradições da banda vermelha.

Venceu dois Campeonatos, uma Taça de Portugal e uma Supertaça. Por seis vezes, ouviu o hino, de quinas ao peito. Quando não era titular, quase fatalmente virava primeiro suplente utilizado. É que sacudia, emprestava dinamismo, era parte da solução.

Desertou no Verão de 93, alegando salários em atraso. Logo apelidado foi de trânsfuga, quando se deixou apresentar de verde e branco. Não passou de um renegado circunstancial. Hoje, é frequente (re)vê-lo pelos lados da Luz. Um tanto ao jeito do menino que, depois de abandonar, embirrento, a casa paterna, a ela regressa, desvanecendo-se com um pequeno afecto.


Acalmem-se...

Bola7

O último verdadeiro extremo esquerdo...pena ter sido burro..arrependeu-se para sempre...

Preacher

Tinha 11 anos quando o Pacheco trocou Benfica pelo Sporting e lembro-me perfeitamente que custou-me muito mais a digerir que a fuga do Paulo Sousa.. Pacheco era quase um idolo, pelas suas correrias malucas ao longo da linha, pelas fintas e dibles estonteantes, pá, era rebeldia dentro de campo.

Agora com 25 anos, tás perdoado Pacheco!

pcssousa

Várias vezes já confessou Pacheco ter sido esse o seu maior erro e do qual se arrependia amargamente...
Só me custa a engolir é como é que ele benfiquista confesso desde sempre e para sempre, deixou o vigaro das águas, na conferência de imprensa da sua apresentação com a camisola dos derrotados verdes, dizer que ambos os jogadores estavam a cumprir um sonho ao vestir aquela imunda farda uma vez que toda a sua vida tinham sido lagartos... Realmente incompreensível...

Preacher

Citação de: pcssousa em 18 de Março de 2008, 10:16
Só me custa a engolir é como é que ele benfiquista confesso desde sempre e para sempre, deixou o vigaro das águas, na conferência de imprensa da sua apresentação com a camisola dos derrotados verdes, dizer que ambos os jogadores estavam a cumprir um sonho ao vestir aquela imunda farda uma vez que toda a sua vida tinham sido lagartos... Realmente incompreensível...

Vamos por partes:

1 - Cada um de nós deve pensar pela sua cabeça, portanto, o jogador devia ter pensado duas vezes;

2 - Nas conferências de imprensa e antes nos bastidores, existe claramente uma lavagem cerebral aos jogadores por partes dos dirigentes. É aqui e em todo o lado. ex: João Manuel Pinto;

3 - O próprio João Pinto no reporttv disse que aquela cena do contrato por objectivos foi showbiz, patrocinado pelo Vale e Azevedo, portanto, dá para ter ideia da pressão ao qual está sujeito o futebolista;

4 - Hoje e amanhã vão continuar a aparecer futebolistas a aparecer nas conferências de imprensa com tiradas dessas e outras;

pcssousa

A cabeça serve para pensar, não para usar cabelo ou boné... é por ter um cérebro preguiçoso é que certas pessoas nunca hão-de passar da cepa torta quando têm tudo para serem enormes...

Pedro Neto

O Pacheco era genial.
Agora já aprendeu com o erro, a carreira terminou quando foi para o Sporting.

.:VMPT:.

Só agora é que tenho a oportunidade de te dar os parabéns Ednilson...

Só um reparo aos que comentaram o Pacheco, ele  tinha uma costela sportinguista, ele afirmou isso num programa da TVI à uns anos, era o "sem bola" em que falava da vida dos jogadores....

Eu tenho esse vídeo como tenho de mais jogadores, J. Pinto, Domingos, Sá Pinto, Abel Xavier, Dominguez, etc... por isso posso confirmar o que digo...

Ele conta uma historia em que está a ouvir um Benfica Sporting e o Benfica marca um golo, o Avo que é um grande Benfiquista diz: "é golo do Benfica" e o Miúdo Pacheco diz: "Não, é do Sporting", e ele confessa que torcia desde pequenino pelo Sporting, talvez para chatear o avo, e o avo diz que a grande desilusão da vida dele foi o Pacheco ir para o Sporting, mas como foi ganhar mais "cacau" compreendeu... Estas são rigorosamente as palavras do Avo e do Pacheco...

Se não tivesse isto em VHS colocava aqui, pq já sei o que a casa gasta...


KATAMARAN

Pacheco ? ah ah ah, foi muito justo o seu final de carreira e até lhe pedi pior ' como praga de Alvõr'. Pacheco hoje vive como um cidadão normal na cidade de Portimão com alguns negócios falhados e um (bar na Marina de Lagos o 'Amuras'). Tem-se vindo a aproximar da estrutura do clube mas na minha opinião não merece nem justifica qualquer atenção , ou melhor merece o meu desprezo e repúdio pois não esqueço a sua postura para com quem o lançou no mundo do futebol. A sua cara de gozo na companhia da osga Sousa Cintra bem perto da minha cara anda hoje a vomito. Nunca o cumprimentei e nem cumprimento e vejo-o quase diariamente. Além disso quem mal tratou o pobre desgraçado do pai ( falecido) não me merece mais do que isto: escárnio? O actual Presidente do Portimonense ( migrante bimbo e porkista) teve participação na ofensa que fez ao SLB. Lixo com este cajo

KATAMARAN

Citação de: hacker_4_fun em 18 de Março de 2008, 17:53
Só agora é que tenho a oportunidade de te dar os parabéns Ednilson...

Só um reparo aos que comentaram o Pacheco, ele  tinha uma costela sportinguista, ele afirmou isso num programa da TVI à uns anos, era o "sem bola" em que falava da vida dos jogadores....

Eu tenho esse vídeo como tenho de mais jogadores, J. Pinto, Domingos, Sá Pinto, Abel Xavier, Dominguez, etc... por isso posso confirmar o que digo...

Ele conta uma historia em que está a ouvir um Benfica Sporting e o Benfica marca um golo, o Avo que é um grande Benfiquista diz: "é golo do Benfica" e o Miúdo Pacheco diz: "Não, é do Sporting", e ele confessa que torcia desde pequenino pelo Sporting, talvez para chatear o avo, e o avo diz que a grande desilusão da vida dele foi o Pacheco ir para o Sporting, mas como foi ganhar mais "cacau" compreendeu... Estas são rigorosamente as palavras do Avo e do Pacheco...

Se não tivesse isto em VHS colocava aqui, pq já sei o que a casa gasta...



Não é necessário o que afirmas-te é completamente verdade, eu conheço este farsante, somos da mesma cidade e da mesma rua, portanto nada a esconder. João Moutinho é que foi pena era um doido pelo Benfica como toda a familia e falo do que conheço

ednilson

Francisco L. Palmeiro Rodrigues. Arronches. 16 de Outubro de 1932. Avançado.
Épocas no Benfica: 8 (53/61). Jogos: 117. Golos: 36. Títulos: 3 (Campeonato Nacional) e 3 (Taça de Portugal).
Outros clubes: Arronches. Internacionalizações: 3.




Equipa 1959/1960

Por causa de Aljubarrota, das fronteiras e de outras demandas, secular é a rivalidade luso-espanhola. A 3 de Junho de 1956, a táctica não era a do quadrado, antes o WM. Francisco Palmeiro apontou, com as cores nacionais, um hat-trick à Espanha, no triunfo por 3-1. Na época seguinte, sem embargo da derrota, haveria de marcar o primeiro golo europeu do Benfica, ante o Sevilha (1-3), na primeira eliminatória da edição de 57/58 da Taça dos Campeões. Assim se fez também destacado hermano da confraria vermelha.

Palmeiro respirava benfiquismo desde a nascença. Do Arronches, clube natal, deu o salto de gigante. Tinha 21 anos quando se guindou à equipa de honra, por indicação de Ribeiro dos Reis, numa partida confraternal perante o Independente de Buenos Aires. Era por essa altura interior-esquerdo, mas Otto Glória fixou-o a extremo no mesmo quadrante, ainda que mais vezes viesse a jogar à direita.

Dotado de grande capacidade nas mudanças de velocidade, rápido na execução, caracterizava-se também pela perícia nas frequentes diagonais. De marcação difícil, inquietude aos adversários suscitava. Venceu três Campeonatos e outras tantas Taças de Portugal, em oito anos de exercício benfiquista. Começou com Rogério, Félix, José Águas, Arsénio, Ângelo e Caiado. Recepcionou Coluna, Costa Pereira, Cavém, José Augusto, Germano, Cruz e... Eusébio. Ainda pertencia aos quadros do clube na época 60/61, a quando da primeira grande conquista europeia. Não participou já na campanha, eram outros os tempos, interditas as substituições. "Claro que sinto mágoa por não ter sido campeão da Europa, seria como fechar a carreira com chave de ouro". É verdade.

Realizou 117 jogos oficiais com o emblema da águia, valorizados também por 36 remates bem sucedidos. Muitos outros fez em desafios particulares, ainda que um deles tivesse um sabor especial. Foi a 1 de Dezembro de 1954, na inauguração do antigo Estádio da Luz, num cartaz ao qual se associou o FC Porto. Efusivamente saudado foi esse primeiro de largas centenas de momentos transcendentes que a velha Catedral acabou por conhecer em meio século de vida.

Francisco Palmeiro adoptou a perspicácia, o inopinado e a destreza, no ritmo crescente da sua abordagem mental e táctica. Jamais dispersou o talento. E assim enriqueceu o manual dos melhores jogadores do Benfica.