Rui Costa, Presidente do Sport Lisboa e Benfica

Presidente, 52 anos,
Portugal

hugoPT92

Imagino o pai deste pulha, coitado do Sr., a ler estas notícias. O que deve sofrer. Levou o filho às captações com o Eusébio, não o deixou assinar pelo Sporting no verão quente... Vê o filho a ser dirigente do clube durante quase duas décadas a pensar que o filho é competente porque lhe passou os valores corretos do Benfiquismo... Deve ser uma desilusão gigante. Força para ele.

Lebohang Mokoena

#313562
Os estranhos negócios entre o Benfica e o Vitória de Setúbal

O Benfica terá simulado contratos para injetar nos sadinos mais de €1,5 milhões. Luís Filipe Vieira será ouvido a 4 de junho e promete explicar todos os acordos. Em causa estão crimes de fraude fiscal e burla tributária e oferta ou recebimento indevido de vantagem.

Durante dois anos, entre 2016 e 2017, a Benfica SAD realizou uma série de contratos com a Vitória Futebol Clube (VFC) SAD relacionados com o empréstimo de jogadores e a aquisição de direitos de preferência sobre atletas do Setúbal que renderam aos sadinos cerca de 1 milhão e meio de euros. Todavia, de acordo com a investigação da Polícia Judiciária (PJ) e do Ministério Público (MP) no chamado caso dos emails, todos esses contratos não terão tido qualquer racional económico para o Benfica e não terão sido mais do que uma forma de a SAD então liderada por Luís Filipe Vieira transferir verbas para o Vitória FC, cujas dificuldades financeiras eram já conhecidas – em 2020 o clube acabou mesmo por ser afastado das competições profissionais por não reunir condições para o licenciamento da Liga profissional.

Entende o MP que esses acordos fariam mesmo parte de um plano elaborado por Luís Filipe Vieira, Rui Costa, Domingos Soares de Oliveira e Paulo Gonçalves para, através da celebração de diversos contratos fictícios cujo objetivo era "formalizar negócios materialmente inexistentes", retirar "elevados montantes da esfera da Sport Lisboa e Benfica SAD" e "realizar atribuições financeiras com elevado valor pecuniário ou de ativos com valor desportivo à VFC SAD", sendo "emitidas faturas fundadas nesses acordos".

De acordo com o despacho de indiciação do MP que foi apresentado em meados de maio a Rui Costa e a Paulo Gonçalves – Luís Filipe Vieira será ouvido a 4 de junho e Domingos Soares de Oliveira a 12 –, em causa estarão os crimes de fraude fiscal qualificada e burla tributária e ainda de oferta ou recebimento indevido de vantagem. Isto significa que as suspeitas dos crimes de corrupção ativa e passiva com que o caso dos emails do Benfica foi aberto em 2017, após a divulgação de diversa correspondência eletrónica dos encarnados no Porto Canal e no blogue Mercado de Benfica – cuja autoria o MP atribui ao pirata informático Rui Pinto (e que este nega) – terão caído no decorrer da investigação. Nas buscas realizadas no Estádio da Luz terão sido apreendidos contratos que encaminharam os investigadores noutra direção.

Contratos sucessivos

O despacho de indiciação do MP refere concretamente cinco negócios entre a Benfica SAD e a Vitória Futebol Clube SAD que renderam aos setubalenses mais de 1 milhão e meio de euros. O primeiro acordo que as procuradoras do MP entendem ter sido lesivo dos interesses do Benfica prende-se com o guarda-redes Bruno Varela. A 30 de junho de 2016 o atleta foi cedido gratuitamente pelo Benfica ao Vitória, ficando os encarnados com o direito de readquirir os direitos do jogador até 31 de agosto de 2020 por €100 mil. Todavia, a 29 de maio de 2017, menos de um ano após esse primeiro acordo, o Benfica exerceu o direito que tinha reservado e pagou €100 mil (mais €23 mil em IVA) ao Vitória por apenas 50% dos direitos desportivos e económicos do jogador. Para além disso, acrescentam as procuradoras do MP, quando Bruno Varela rescindiu o contrato por mútuo acordo com o Vitória, ficou estabelecido que o clube teria de lhe pagar €7.600 – todavia, a dívida acabaria por ser saldada pelo Benfica.

O segundo negócio suspeito descrito pelo MP ocorreu em janeiro de 2017. Nesse acordo, a Benfica SAD comprometeu-se a pagar à VFC SAD €300 mil (acrescidos de €69 mil em IVA) pelo direito de preferência de qualquer dos jogadores do plantel do Setúbal. A quantia foi transferida no fim desse mesmo mês mas, para surpresa das procuradoras, a 4 de abril de 2017 as duas SAD celebraram um novo contrato segundo o qual o Benfica teria de pagar ao Setúbal mais €400 mil (acrescidos de €92 mil em IVA) para garantir o direito de preferência na aquisição definitiva de cinco jogadores. Ou seja, segundo o MP, "atribuiu-se à SLB SAD direitos de preferências que já se encontravam abrangidos pelo contrato celebrado anteriormente".

De acordo com o documento a que a SÁBADO teve acesso, os acordos relativos a jogadores do Setúbal não se ficaram por aqui. A Benfica SAD e a VFC SAD viriam a celebrar um novo contrato relativamente ao jogador João Amaral que já se encontrava abrangido pelos dois contratos anteriores. Neste terceiro acordo, o Vitória cedeu ao Benfica a opção exclusiva de aquisição definitiva do futebolista por €440 mil (acrescidos de €101.200 em IVA). Caso os encarnados viessem a exercer esse direito, teriam de pagar apenas €10 mil – o que aconteceria em março de 2018. No verão desse ano, o jogador seria vendido ao Lech Poznan da Polónia por €350 mil, de acordo com o site Transfermarkt.

Para o MP, estes contratos sucessivos visavam a "injeção de dinheiro proveniente da SLB SAD na VFC SAD", tendo os administradores do Benfica agido "orientados pela estratégia de executar o plano de financiamento do VFC (...) sem qualquer benefício ou retorno para a sociedade, dada a existência de sobreposição de direitos".

A informação recolhida pelo MP indica que, em maio de 2017, no mesmo contrato que formalizou a opção de compra de João Amaral, os dois clubes acordaram igualmente a venda ao Benfica de 40% dos direitos de Willyan Barbosa por €40 mil (acrescidos de €9.200 de IVA). Contudo, para as procuradoras, também este negócio foi uma forma de injetar dinheiro no clube histórico de Setúbal. Isto porque no fim da época anterior, 2016/2017, 70% dos direitos económicos do jogador tinham sido cedidos gratuitamente pelo Clube Desportivo Nacional à SLB SAD por conta de uma dívida que o clube da Madeira tinha ao Benfica e que se cifrava então em €450 mil. O Benfica informou o Nacional que o atleta seria transferido direta e gratuitamente para o Setúbal a partir de 1 de julho de 2017. Por isso, concluiu o MP, ao adquirir 40% do passe de Willyan Barbosa, a Benfica SAD "pagou na verdade por um ativo que lhe tinha sido cedido gratuitamente para efeitos de compensação de dívida, permitindo a atribuição à VFC SAD de €40 mil e a cedência gratuita de um ativo desportivo". Para além disso, segundo o MP, quando em março de 2019 o Vitória vendeu o jogador ao Gwangju Football Club por 120 mil dólares, o Benfica não recebeu qualquer percentagem apesar de possuir parte do passe.

Defesas negam crimes

O primeiro responsável do Benfica a ser ouvido neste caso foi Rui Costa. O presidente do Benfica – e administrador da SAD na altura dos factos – foi interrogado no Departamento Central de Investigação e Ação Penal sobre a sua participação nos vários negócios, uma vez que a sua assinatura consta em diversos contratos – as outras são as de Domingos Soares de Oliveira e Luís Filipe Vieira. Ao que a SÁBADO apurou, no interrogatório judicial, Rui Costa terá explicado às procuradoras a forma como a administração funcionava e que a assinatura de contratos era um procedimento que cabia, por norma, aos administradores que se encontravam nas instalações e que, na época, as negociações eram conduzidas por Luís Filipe Vieira.

Após as primeiras notícias sobre o caso, Rui Costa emitiu um comunicado no qual negou "ter tido conhecimento ou intervenção em qualquer suposto plano para desviar fundos do Benfica ou da Benfica SAD, seja através da negociação de jogadores, seja de qualquer outra forma".

Contactado pela SÁBADO, o advogado do ex-presidente do Benfica. Manuel Magalhães e Silva, garante que Luís Filipe Vieira irá esclarecer tudo quando for ouvido no dia 4 de junho: "Trata-se de negócios da normalidade entre clubes. Eles traziam benefícios para o Vitória, que aguentava a tesouraria e para o Benfica, que garantia direitos sobre jogadores. Lendo-se os contratos percebe-se a racionalidade e que não se tratava de uma mera duplicação."

Já Tiago Rodrigues Bastos, advogado de Paulo Gonçalves, disse à SÁBADO que o seu cliente esclareceu as procuradoras sobre as suas funções que tinham "um caráter técnico e jurídico, grande parte coberta pelo sigilo profissional" e que "não lhe cabia negociar contratos nenhuns". O advogado vai mais longe e considera a indiciação "um absurdo" uma vez que o MP não consegue "determinar para onde ia o dinheiro".

Outros negócios sob suspeita

Para além da relação económica com o Vitória FC, o MP suspeita que Luís Filipe Vieira, Domingos Soares de Oliveira, Rui Costa e Paulo Gonçalves tinham desde 2014 um plano para desviar elevadas quantias da Benfica SAD, "visando finalidades não concretamente apuradas", através da saída de dinheiro das contas do clube para pagar negócios jurídicos inexistentes. Tal terá sido feito, de acordo com a indiciação do MP, através de vários negócios de "compra de jogadores, nos quais faziam intervir formalmente terceiros como intermediários ou proprietários fictícios, não sendo estes verdadeiramente parte nos contratos em causa, apenas intervindo para justificar a prestação de serviços não realizados efetivamente ou o empolamento do valor das aquisições".

Segundo as procuradoras, isso terá ocorrido na compra dos jogadores Luís Felipe, Marcelo Hermes e Daniel dos Anjos. O primeiro jogava no Palmeiras quando em 2014 despertou o interesse dos encarnados. Contudo, antes de ser contratado, "para conseguirem os propósitos de desviar quantias da SLB SAD, os arguidos conseguiram introduzir na negociação, de forma meramente formal, um clube intermediário que serviria apenas o propósito de sobrevalorizar o preço do jogador – no caso a Social Esportiva Vitória (SEV)". Assim, concluiu o MP, a 24 de junho de 2014 o Palmeiras vendeu o jogador ao SEV por €570 mil. Dias depois, o atleta foi revendido ao Benfica por €1,8 milhões. De acordo com o Transfermarkt, Luís Felipe foi emprestado sucessivamente aos clubes brasileiros Criciúma EC, Joinville SC, Paysandu, Rio Claro e Oeste, até ser cedido a custo zero ao Vitória FC em janeiro de 2017. No ano seguinte regressou ao Brasil onde terminou a carreira na Portuguesa SP.

Já nos casos de Marcelo Hermes e Daniel dos Anjos, o MP entende que os administradores do Benfica recorreram a Francisco Oliveira, amigo de Paulo Gonçalves e Luís Filipe Vieira, que fazia scouting para os encarnados no Brasil, para servir de intermediário fictício. De acordo com a indiciação, Paulo Gonçalves e Luís Filipe Vieira "determinaram" que Francisco Oliveira criasse duas sociedades de intermediação de jogadores, a Drible e a Olisports, por cujas contas passariam as verbas desviadas do Benfica "para propósitos não concretamente apurados". A Drible e a Olisports eram geridas por Adolfo Oliveira, filho de Francisco Oliveira.

Em outubro de 2016 a Benfica SAD e a Drible assinaram um contrato que dava a esta última poderes para negociar a transferência de Marcelo Hermes do Grémio Football Porto Alegrense. Se o Benfica assinasse com o atleta como "jogador livre e com uma cláusula de rescisão de €45 milhões, a SLB SAD obrigava-se a pagar à intermediária, pelos serviços prestados €3 milhões" – o que aconteceu em janeiro de 2017. O atleta, com 21 anos, fez um jogo pelos encarnados e no ano seguinte foi emprestado ao Cruzeiro, para onde foi transferido a custo zero em 2019.

A última situação identificada prende-se com Daniel dos Anjos. A 4 de junho de 2017 a Benfica SAD deu à Olisports um mandato para adquirir 80% dos direitos do jogador ao Clube Regatas do Flamengo, sem contrapartidas financeiras. Caso o negócio se concretizasse, a empresa receberia €1.250.000. A 11 desse mês o atleta foi contratado pelo Benfica, nas condições acordadas. Todavia o clube só pagou €450 mil euros à Olisports.

Novo saco azul?

O processo dos emails, que começou com suspeitas de corrupção, parece ter-se transformado assim num novo caso saco azul, no qual há dinheiro a sair do Benfica sem se saber com que destino ou objetivo – a indiciação não identifica o fim dessas verbas. Para o MP, todos os contratos e pagamentos identificados visavam "formalizar negócios que, na realidade, não ocorreram" da forma como foram declarados, sendo "emitidas faturas fundadas nesses contratos ficcionados".

É por esse motivo que o clube e os seus administradores são indiciados por fraude fiscal: "Não obstante saberem que se tratava de faturas falsas, documentos fictícios, não aceites como custos fiscais, e que o registo contabilístico das mesmas tinha como consequência necessária a apresentação de falsas declarações, os arguidos optaram, em comum acordo, por as apresentar à Autoridade Tributária, daí resultando vantagens patrimoniais ilegítimas e o enriquecimento da SLB SAD."

Após o interrogatório de todos os arguidos, o MP deverá deduzir uma acusação.

Todos os negócios

    Bruno Varela foi cedido ao Vitória e um ano depois o Benfica pagou €100 mil por apenas 50% do passe.

    Marcelo Hermes foi contratado como jogador livre mas o SLB SAD pagou €3 milhões à empresa de intermediação.

    João Amaral O SLB pagou €450 mil mais IVA ao Setúbal e vendeu-o por €350 mil a um clube polaco.

    Luís Felipe Foi vendido pelo Palmeiras ao SEV por €570 mil e dias depois o Benfica comprou-o por €1,8 milhões .

    Willyan Barbosa O seu passe foi entregue ao Benfica para pagar uma dívida. Depois de o ceder ao Setúbal, o clube da Luz pagou €40 mil por 40% do passe.

O Património

Citação de: Lebohang Mokoena em 30 de Maio de 2024, 09:07Os estranhos negócios entre o Benfica e o Vitória de Setúbal

O Benfica terá simulado contratos para injetar nos sadinos mais de €1,5 milhões. Luís Filipe Vieira será ouvido a 4 de junho e promete explicar todos os acordos. Em causa estão crimes de fraude fiscal e burla tributária e oferta ou recebimento indevido de vantagem.

Durante dois anos, entre 2016 e 2017, a Benfica SAD realizou uma série de contratos com a Vitória Futebol Clube (VFC) SAD relacionados com o empréstimo de jogadores e a aquisição de direitos de preferência sobre atletas do Setúbal que renderam aos sadinos cerca de 1 milhão e meio de euros. Todavia, de acordo com a investigação da Polícia Judiciária (PJ) e do Ministério Público (MP) no chamado caso dos emails, todos esses contratos não terão tido qualquer racional económico para o Benfica e não terão sido mais do que uma forma de a SAD então liderada por Luís Filipe Vieira transferir verbas para o Vitória FC, cujas dificuldades financeiras eram já conhecidas – em 2020 o clube acabou mesmo por ser afastado das competições profissionais por não reunir condições para o licenciamento da Liga profissional.

Entende o MP que esses acordos fariam mesmo parte de um plano elaborado por Luís Filipe Vieira, Rui Costa, Domingos Soares de Oliveira e Paulo Gonçalves para, através da celebração de diversos contratos fictícios cujo objetivo era "formalizar negócios materialmente inexistentes", retirar "elevados montantes da esfera da Sport Lisboa e Benfica SAD" e "realizar atribuições financeiras com elevado valor pecuniário ou de ativos com valor desportivo à VFC SAD", sendo "emitidas faturas fundadas nesses acordos".

De acordo com o despacho de indiciação do MP que foi apresentado em meados de maio a Rui Costa e a Paulo Gonçalves – Luís Filipe Vieira será ouvido a 4 de junho e Domingos Soares de Oliveira a 12 –, em causa estarão os crimes de fraude fiscal qualificada e burla tributária e ainda de oferta ou recebimento indevido de vantagem. Isto significa que as suspeitas dos crimes de corrupção ativa e passiva com que o caso dos emails do Benfica foi aberto em 2017, após a divulgação de diversa correspondência eletrónica dos encarnados no Porto Canal e no blogue Mercado de Benfica – cuja autoria o MP atribui ao pirata informático Rui Pinto (e que este nega) – terão caído no decorrer da investigação. Nas buscas realizadas no Estádio da Luz terão sido apreendidos contratos que encaminharam os investigadores noutra direção.

Contratos sucessivos

O despacho de indiciação do MP refere concretamente cinco negócios entre a Benfica SAD e a Vitória Futebol Clube SAD que renderam aos setubalenses mais de 1 milhão e meio de euros. O primeiro acordo que as procuradoras do MP entendem ter sido lesivo dos interesses do Benfica prende-se com o guarda-redes Bruno Varela. A 30 de junho de 2016 o atleta foi cedido gratuitamente pelo Benfica ao Vitória, ficando os encarnados com o direito de readquirir os direitos do jogador até 31 de agosto de 2020 por €100 mil. Todavia, a 29 de maio de 2017, menos de um ano após esse primeiro acordo, o Benfica exerceu o direito que tinha reservado e pagou €100 mil (mais €23 mil em IVA) ao Vitória por apenas 50% dos direitos desportivos e económicos do jogador. Para além disso, acrescentam as procuradoras do MP, quando Bruno Varela rescindiu o contrato por mútuo acordo com o Vitória, ficou estabelecido que o clube teria de lhe pagar €7.600 – todavia, a dívida acabaria por ser saldada pelo Benfica.

O segundo negócio suspeito descrito pelo MP ocorreu em janeiro de 2017. Nesse acordo, a Benfica SAD comprometeu-se a pagar à VFC SAD €300 mil (acrescidos de €69 mil em IVA) pelo direito de preferência de qualquer dos jogadores do plantel do Setúbal. A quantia foi transferida no fim desse mesmo mês mas, para surpresa das procuradoras, a 4 de abril de 2017 as duas SAD celebraram um novo contrato segundo o qual o Benfica teria de pagar ao Setúbal mais €400 mil (acrescidos de €92 mil em IVA) para garantir o direito de preferência na aquisição definitiva de cinco jogadores. Ou seja, segundo o MP, "atribuiu-se à SLB SAD direitos de preferências que já se encontravam abrangidos pelo contrato celebrado anteriormente".

De acordo com o documento a que a SÁBADO teve acesso, os acordos relativos a jogadores do Setúbal não se ficaram por aqui. A Benfica SAD e a VFC SAD viriam a celebrar um novo contrato relativamente ao jogador João Amaral que já se encontrava abrangido pelos dois contratos anteriores. Neste terceiro acordo, o Vitória cedeu ao Benfica a opção exclusiva de aquisição definitiva do futebolista por €440 mil (acrescidos de €101.200 em IVA). Caso os encarnados viessem a exercer esse direito, teriam de pagar apenas €10 mil – o que aconteceria em março de 2018. No verão desse ano, o jogador seria vendido ao Lech Poznan da Polónia por €350 mil, de acordo com o site Transfermarkt.

Para o MP, estes contratos sucessivos visavam a "injeção de dinheiro proveniente da SLB SAD na VFC SAD", tendo os administradores do Benfica agido "orientados pela estratégia de executar o plano de financiamento do VFC (...) sem qualquer benefício ou retorno para a sociedade, dada a existência de sobreposição de direitos".

A informação recolhida pelo MP indica que, em maio de 2017, no mesmo contrato que formalizou a opção de compra de João Amaral, os dois clubes acordaram igualmente a venda ao Benfica de 40% dos direitos de Willyan Barbosa por €40 mil (acrescidos de €9.200 de IVA). Contudo, para as procuradoras, também este negócio foi uma forma de injetar dinheiro no clube histórico de Setúbal. Isto porque no fim da época anterior, 2016/2017, 70% dos direitos económicos do jogador tinham sido cedidos gratuitamente pelo Clube Desportivo Nacional à SLB SAD por conta de uma dívida que o clube da Madeira tinha ao Benfica e que se cifrava então em €450 mil. O Benfica informou o Nacional que o atleta seria transferido direta e gratuitamente para o Setúbal a partir de 1 de julho de 2017. Por isso, concluiu o MP, ao adquirir 40% do passe de Willyan Barbosa, a Benfica SAD "pagou na verdade por um ativo que lhe tinha sido cedido gratuitamente para efeitos de compensação de dívida, permitindo a atribuição à VFC SAD de €40 mil e a cedência gratuita de um ativo desportivo". Para além disso, segundo o MP, quando em março de 2019 o Vitória vendeu o jogador ao Gwangju Football Club por 120 mil dólares, o Benfica não recebeu qualquer percentagem apesar de possuir parte do passe.

Defesas negam crimes O primeiro responsável do Benfica a ser ouvido neste caso foi Rui Costa. O presidente do Benfica – e administrador da SAD na altura dos factos – foi interrogado no Departamento Central de Investigação e Ação Penal sobre a sua participação nos vários negócios, uma vez que a sua assinatura consta em diversos contratos – as outras são as de Domingos Soares de Oliveira e Luís Filipe Vieira. Ao que a SÁBADO apurou, no interrogatório judicial, Rui Costa terá explicado às procuradoras a forma como a administração funcionava e que a assinatura de contratos era um procedimento que cabia, por norma, aos administradores que se encontravam nas instalações e que, na época, as negociações eram conduzidas por Luís Filipe Vieira.

Após as primeiras notícias sobre o caso, Rui Costa emitiu um comunicado no qual negou "ter tido conhecimento ou intervenção em qualquer suposto plano para desviar fundos do Benfica ou da Benfica SAD, seja através da negociação de jogadores, seja de qualquer outra forma".

Contactado pela SÁBADO, o advogado do ex-presidente do Benfica. Manuel Magalhães e Silva, garante que Luís Filipe Vieira irá esclarecer tudo quando for ouvido no dia 4 de junho: "Trata-se de negócios da normalidade entre clubes. Eles traziam benefícios para o Vitória, que aguentava a tesouraria e para o Benfica, que garantia direitos sobre jogadores. Lendo-se os contratos percebe-se a racionalidade e que não se tratava de uma mera duplicação."

Já Tiago Rodrigues Bastos, advogado de Paulo Gonçalves, disse à SÁBADO que o seu cliente esclareceu as procuradoras sobre as suas funções que tinham "um caráter técnico e jurídico, grande parte coberta pelo sigilo profissional" e que "não lhe cabia negociar contratos nenhuns". O advogado vai mais longe e considera a indiciação "um absurdo" uma vez que o MP não consegue "determinar para onde ia o dinheiro".

Outros negócios sob suspeita

Para além da relação económica com o Vitória FC, o MP suspeita que Luís Filipe Vieira, Domingos Soares de Oliveira, Rui Costa e Paulo Gonçalves tinham desde 2014 um plano para desviar elevadas quantias da Benfica SAD, "visando finalidades não concretamente apuradas", através da saída de dinheiro das contas do clube para pagar negócios jurídicos inexistentes. Tal terá sido feito, de acordo com a indiciação do MP, através de vários negócios de "compra de jogadores, nos quais faziam intervir formalmente terceiros como intermediários ou proprietários fictícios, não sendo estes verdadeiramente parte nos contratos em causa, apenas intervindo para justificar a prestação de serviços não realizados efetivamente ou o empolamento do valor das aquisições".

Segundo as procuradoras, isso terá ocorrido na compra dos jogadores Luís Felipe, Marcelo Hermes e Daniel dos Anjos. O primeiro jogava no Palmeiras quando em 2014 despertou o interesse dos encarnados. Contudo, antes de ser contratado, "para conseguirem os propósitos de desviar quantias da SLB SAD, os arguidos conseguiram introduzir na negociação, de forma meramente formal, um clube intermediário que serviria apenas o propósito de sobrevalorizar o preço do jogador – no caso a Social Esportiva Vitória (SEV)". Assim, concluiu o MP, a 24 de junho de 2014 o Palmeiras vendeu o jogador ao SEV por €570 mil. Dias depois, o atleta foi revendido ao Benfica por €1,8 milhões. De acordo com o Transfermarkt, Luís Felipe foi emprestado sucessivamente aos clubes brasileiros Criciúma EC, Joinville SC, Paysandu, Rio Claro e Oeste, até ser cedido a custo zero ao Vitória FC em janeiro de 2017. No ano seguinte regressou ao Brasil onde terminou a carreira na Portuguesa SP.

Já nos casos de Marcelo Hermes e Daniel dos Anjos, o MP entende que os administradores do Benfica recorreram a Francisco Oliveira, amigo de Paulo Gonçalves e Luís Filipe Vieira, que fazia scouting para os encarnados no Brasil, para servir de intermediário fictício. De acordo com a indiciação, Paulo Gonçalves e Luís Filipe Vieira "determinaram" que Francisco Oliveira criasse duas sociedades de intermediação de jogadores, a Drible e a Olisports, por cujas contas passariam as verbas desviadas do Benfica "para propósitos não concretamente apurados". A Drible e a Olisports eram geridas por Adolfo Oliveira, filho de Francisco Oliveira.

Em outubro de 2016 a Benfica SAD e a Drible assinaram um contrato que dava a esta última poderes para negociar a transferência de Marcelo Hermes do Grémio Football Porto Alegrense. Se o Benfica assinasse com o atleta como "jogador livre e com uma cláusula de rescisão de €45 milhões, a SLB SAD obrigava-se a pagar à intermediária, pelos serviços prestados €3 milhões" – o que aconteceu em janeiro de 2017. O atleta, com 21 anos, fez um jogo pelos encarnados e no ano seguinte foi emprestado ao Cruzeiro, para onde foi transferido a custo zero em 2019.

A última situação identificada prende-se com Daniel dos Anjos. A 4 de junho de 2017 a Benfica SAD deu à Olisports um mandato para adquirir 80% dos direitos do jogador ao Clube Regatas do Flamengo, sem contrapartidas financeiras. Caso o negócio se concretizasse, a empresa receberia €1.250.000. A 11 desse mês o atleta foi contratado pelo Benfica, nas condições acordadas. Todavia o clube só pagou €450 mil euros à Olisports.

Novo saco azul?

O processo dos emails, que começou com suspeitas de corrupção, parece ter-se transformado assim num novo caso saco azul, no qual há dinheiro a sair do Benfica sem se saber com que destino ou objetivo – a indiciação não identifica o fim dessas verbas. Para o MP, todos os contratos e pagamentos identificados visavam "formalizar negócios que, na realidade, não ocorreram" da forma como foram declarados, sendo "emitidas faturas fundadas nesses contratos ficcionados".

É por esse motivo que o clube e os seus administradores são indiciados por fraude fiscal: "Não obstante saberem que se tratava de faturas falsas, documentos fictícios, não aceites como custos fiscais, e que o registo contabilístico das mesmas tinha como consequência necessária a apresentação de falsas declarações, os arguidos optaram, em comum acordo, por as apresentar à Autoridade Tributária, daí resultando vantagens patrimoniais ilegítimas e o enriquecimento da SLB SAD."

Após o interrogatório de todos os arguidos, o MP deverá deduzir uma acusação.

Todos os negócios

    Bruno Varela foi cedido ao Vitória e um ano depois o Benfica pagou €100 mil por apenas 50% do passe.

    Marcelo Hermes foi contratado como jogador livre mas o SLB SAD pagou €3 milhões à empresa de intermediação.

    João Amaral O SLB pagou €450 mil mais IVA ao Setúbal e vendeu-o por €350 mil a um clube polaco.

    Luís Felipe Foi vendido pelo Palmeiras ao SEV por €570 mil e dias depois o Benfica comprou-o por €1,8 milhões .

    Willyan Barbosa O seu passe foi entregue ao Benfica para pagar uma dívida. Depois de o ceder ao Setúbal, o clube da Luz pagou €40 mil por 40% do passe.


Que esmiucem tudo.

Façam a auditoria que os corruptos que lá estão obviamente se recusaram fazer.

Esta corja já está a dever anos à prisão.

Sem_Medo

Citação de: Slbttotosalvio em 30 de Maio de 2024, 00:53O Noronha está bem informado. Dai aparecer agora. É o candidato.

O Encosta já é certo que vai dentro faz uns meses.

Falta saber se o ministerio público ainda nos safa de mais uma época penosa ou se prendem o gatuno já em julho.





























Vai ser preso em Julho

Era lindo prenderem este preguiçoso, e vai ser mais lindo ver o contorcionismo de coluna de Calados e Mauros Xaviers (mais uma vez).


Slevin Kelevra

Está história do não vi o que assinei é como dizeres ao polícia que não viste o sinal de stop para te safares da multa.

jpcafe

Citação de: daviddgc em 29 de Maio de 2024, 22:33
Citação de: jpcafe em 29 de Maio de 2024, 14:59Mesmo a tempo depois da chegada de um bot novo  :smitten:

https://chromewebstore.google.com/detail/serbenfiquista-companion/mikangdjljeaciipkiggnodlfbeegggk

Feedback welcome!

EDIT: acho que vou inverter as cores, fundo preto e cor primária vermelho SLB
Isto é o quê ?

É uma extensão para fazer mute de users

Majin Buu

Citação de: Lebohang Mokoena em 30 de Maio de 2024, 09:07Os estranhos negócios entre o Benfica e o Vitória de Setúbal

O Benfica terá simulado contratos para injetar nos sadinos mais de €1,5 milhões. Luís Filipe Vieira será ouvido a 4 de junho e promete explicar todos os acordos. Em causa estão crimes de fraude fiscal e burla tributária e oferta ou recebimento indevido de vantagem.

Durante dois anos, entre 2016 e 2017, a Benfica SAD realizou uma série de contratos com a Vitória Futebol Clube (VFC) SAD relacionados com o empréstimo de jogadores e a aquisição de direitos de preferência sobre atletas do Setúbal que renderam aos sadinos cerca de 1 milhão e meio de euros. Todavia, de acordo com a investigação da Polícia Judiciária (PJ) e do Ministério Público (MP) no chamado caso dos emails, todos esses contratos não terão tido qualquer racional económico para o Benfica e não terão sido mais do que uma forma de a SAD então liderada por Luís Filipe Vieira transferir verbas para o Vitória FC, cujas dificuldades financeiras eram já conhecidas – em 2020 o clube acabou mesmo por ser afastado das competições profissionais por não reunir condições para o licenciamento da Liga profissional.

Entende o MP que esses acordos fariam mesmo parte de um plano elaborado por Luís Filipe Vieira, Rui Costa, Domingos Soares de Oliveira e Paulo Gonçalves para, através da celebração de diversos contratos fictícios cujo objetivo era "formalizar negócios materialmente inexistentes", retirar "elevados montantes da esfera da Sport Lisboa e Benfica SAD" e "realizar atribuições financeiras com elevado valor pecuniário ou de ativos com valor desportivo à VFC SAD", sendo "emitidas faturas fundadas nesses acordos".

De acordo com o despacho de indiciação do MP que foi apresentado em meados de maio a Rui Costa e a Paulo Gonçalves – Luís Filipe Vieira será ouvido a 4 de junho e Domingos Soares de Oliveira a 12 –, em causa estarão os crimes de fraude fiscal qualificada e burla tributária e ainda de oferta ou recebimento indevido de vantagem. Isto significa que as suspeitas dos crimes de corrupção ativa e passiva com que o caso dos emails do Benfica foi aberto em 2017, após a divulgação de diversa correspondência eletrónica dos encarnados no Porto Canal e no blogue Mercado de Benfica – cuja autoria o MP atribui ao pirata informático Rui Pinto (e que este nega) – terão caído no decorrer da investigação. Nas buscas realizadas no Estádio da Luz terão sido apreendidos contratos que encaminharam os investigadores noutra direção.

Contratos sucessivos

O despacho de indiciação do MP refere concretamente cinco negócios entre a Benfica SAD e a Vitória Futebol Clube SAD que renderam aos setubalenses mais de 1 milhão e meio de euros. O primeiro acordo que as procuradoras do MP entendem ter sido lesivo dos interesses do Benfica prende-se com o guarda-redes Bruno Varela. A 30 de junho de 2016 o atleta foi cedido gratuitamente pelo Benfica ao Vitória, ficando os encarnados com o direito de readquirir os direitos do jogador até 31 de agosto de 2020 por €100 mil. Todavia, a 29 de maio de 2017, menos de um ano após esse primeiro acordo, o Benfica exerceu o direito que tinha reservado e pagou €100 mil (mais €23 mil em IVA) ao Vitória por apenas 50% dos direitos desportivos e económicos do jogador. Para além disso, acrescentam as procuradoras do MP, quando Bruno Varela rescindiu o contrato por mútuo acordo com o Vitória, ficou estabelecido que o clube teria de lhe pagar €7.600 – todavia, a dívida acabaria por ser saldada pelo Benfica.

O segundo negócio suspeito descrito pelo MP ocorreu em janeiro de 2017. Nesse acordo, a Benfica SAD comprometeu-se a pagar à VFC SAD €300 mil (acrescidos de €69 mil em IVA) pelo direito de preferência de qualquer dos jogadores do plantel do Setúbal. A quantia foi transferida no fim desse mesmo mês mas, para surpresa das procuradoras, a 4 de abril de 2017 as duas SAD celebraram um novo contrato segundo o qual o Benfica teria de pagar ao Setúbal mais €400 mil (acrescidos de €92 mil em IVA) para garantir o direito de preferência na aquisição definitiva de cinco jogadores. Ou seja, segundo o MP, "atribuiu-se à SLB SAD direitos de preferências que já se encontravam abrangidos pelo contrato celebrado anteriormente".

De acordo com o documento a que a SÁBADO teve acesso, os acordos relativos a jogadores do Setúbal não se ficaram por aqui. A Benfica SAD e a VFC SAD viriam a celebrar um novo contrato relativamente ao jogador João Amaral que já se encontrava abrangido pelos dois contratos anteriores. Neste terceiro acordo, o Vitória cedeu ao Benfica a opção exclusiva de aquisição definitiva do futebolista por €440 mil (acrescidos de €101.200 em IVA). Caso os encarnados viessem a exercer esse direito, teriam de pagar apenas €10 mil – o que aconteceria em março de 2018. No verão desse ano, o jogador seria vendido ao Lech Poznan da Polónia por €350 mil, de acordo com o site Transfermarkt.

Para o MP, estes contratos sucessivos visavam a "injeção de dinheiro proveniente da SLB SAD na VFC SAD", tendo os administradores do Benfica agido "orientados pela estratégia de executar o plano de financiamento do VFC (...) sem qualquer benefício ou retorno para a sociedade, dada a existência de sobreposição de direitos".

A informação recolhida pelo MP indica que, em maio de 2017, no mesmo contrato que formalizou a opção de compra de João Amaral, os dois clubes acordaram igualmente a venda ao Benfica de 40% dos direitos de Willyan Barbosa por €40 mil (acrescidos de €9.200 de IVA). Contudo, para as procuradoras, também este negócio foi uma forma de injetar dinheiro no clube histórico de Setúbal. Isto porque no fim da época anterior, 2016/2017, 70% dos direitos económicos do jogador tinham sido cedidos gratuitamente pelo Clube Desportivo Nacional à SLB SAD por conta de uma dívida que o clube da Madeira tinha ao Benfica e que se cifrava então em €450 mil. O Benfica informou o Nacional que o atleta seria transferido direta e gratuitamente para o Setúbal a partir de 1 de julho de 2017. Por isso, concluiu o MP, ao adquirir 40% do passe de Willyan Barbosa, a Benfica SAD "pagou na verdade por um ativo que lhe tinha sido cedido gratuitamente para efeitos de compensação de dívida, permitindo a atribuição à VFC SAD de €40 mil e a cedência gratuita de um ativo desportivo". Para além disso, segundo o MP, quando em março de 2019 o Vitória vendeu o jogador ao Gwangju Football Club por 120 mil dólares, o Benfica não recebeu qualquer percentagem apesar de possuir parte do passe.

Defesas negam crimes

O primeiro responsável do Benfica a ser ouvido neste caso foi Rui Costa. O presidente do Benfica – e administrador da SAD na altura dos factos – foi interrogado no Departamento Central de Investigação e Ação Penal sobre a sua participação nos vários negócios, uma vez que a sua assinatura consta em diversos contratos – as outras são as de Domingos Soares de Oliveira e Luís Filipe Vieira. Ao que a SÁBADO apurou, no interrogatório judicial, Rui Costa terá explicado às procuradoras a forma como a administração funcionava e que a assinatura de contratos era um procedimento que cabia, por norma, aos administradores que se encontravam nas instalações e que, na época, as negociações eram conduzidas por Luís Filipe Vieira.

Após as primeiras notícias sobre o caso, Rui Costa emitiu um comunicado no qual negou "ter tido conhecimento ou intervenção em qualquer suposto plano para desviar fundos do Benfica ou da Benfica SAD, seja através da negociação de jogadores, seja de qualquer outra forma".

Contactado pela SÁBADO, o advogado do ex-presidente do Benfica. Manuel Magalhães e Silva, garante que Luís Filipe Vieira irá esclarecer tudo quando for ouvido no dia 4 de junho: "Trata-se de negócios da normalidade entre clubes. Eles traziam benefícios para o Vitória, que aguentava a tesouraria e para o Benfica, que garantia direitos sobre jogadores. Lendo-se os contratos percebe-se a racionalidade e que não se tratava de uma mera duplicação."

Já Tiago Rodrigues Bastos, advogado de Paulo Gonçalves, disse à SÁBADO que o seu cliente esclareceu as procuradoras sobre as suas funções que tinham "um caráter técnico e jurídico, grande parte coberta pelo sigilo profissional" e que "não lhe cabia negociar contratos nenhuns". O advogado vai mais longe e considera a indiciação "um absurdo" uma vez que o MP não consegue "determinar para onde ia o dinheiro".

Outros negócios sob suspeita

Para além da relação económica com o Vitória FC, o MP suspeita que Luís Filipe Vieira, Domingos Soares de Oliveira, Rui Costa e Paulo Gonçalves tinham desde 2014 um plano para desviar elevadas quantias da Benfica SAD, "visando finalidades não concretamente apuradas", através da saída de dinheiro das contas do clube para pagar negócios jurídicos inexistentes. Tal terá sido feito, de acordo com a indiciação do MP, através de vários negócios de "compra de jogadores, nos quais faziam intervir formalmente terceiros como intermediários ou proprietários fictícios, não sendo estes verdadeiramente parte nos contratos em causa, apenas intervindo para justificar a prestação de serviços não realizados efetivamente ou o empolamento do valor das aquisições".

Segundo as procuradoras, isso terá ocorrido na compra dos jogadores Luís Felipe, Marcelo Hermes e Daniel dos Anjos. O primeiro jogava no Palmeiras quando em 2014 despertou o interesse dos encarnados. Contudo, antes de ser contratado, "para conseguirem os propósitos de desviar quantias da SLB SAD, os arguidos conseguiram introduzir na negociação, de forma meramente formal, um clube intermediário que serviria apenas o propósito de sobrevalorizar o preço do jogador – no caso a Social Esportiva Vitória (SEV)". Assim, concluiu o MP, a 24 de junho de 2014 o Palmeiras vendeu o jogador ao SEV por €570 mil. Dias depois, o atleta foi revendido ao Benfica por €1,8 milhões. De acordo com o Transfermarkt, Luís Felipe foi emprestado sucessivamente aos clubes brasileiros Criciúma EC, Joinville SC, Paysandu, Rio Claro e Oeste, até ser cedido a custo zero ao Vitória FC em janeiro de 2017. No ano seguinte regressou ao Brasil onde terminou a carreira na Portuguesa SP.

Já nos casos de Marcelo Hermes e Daniel dos Anjos, o MP entende que os administradores do Benfica recorreram a Francisco Oliveira, amigo de Paulo Gonçalves e Luís Filipe Vieira, que fazia scouting para os encarnados no Brasil, para servir de intermediário fictício. De acordo com a indiciação, Paulo Gonçalves e Luís Filipe Vieira "determinaram" que Francisco Oliveira criasse duas sociedades de intermediação de jogadores, a Drible e a Olisports, por cujas contas passariam as verbas desviadas do Benfica "para propósitos não concretamente apurados". A Drible e a Olisports eram geridas por Adolfo Oliveira, filho de Francisco Oliveira.

Em outubro de 2016 a Benfica SAD e a Drible assinaram um contrato que dava a esta última poderes para negociar a transferência de Marcelo Hermes do Grémio Football Porto Alegrense. Se o Benfica assinasse com o atleta como "jogador livre e com uma cláusula de rescisão de €45 milhões, a SLB SAD obrigava-se a pagar à intermediária, pelos serviços prestados €3 milhões" – o que aconteceu em janeiro de 2017. O atleta, com 21 anos, fez um jogo pelos encarnados e no ano seguinte foi emprestado ao Cruzeiro, para onde foi transferido a custo zero em 2019.

A última situação identificada prende-se com Daniel dos Anjos. A 4 de junho de 2017 a Benfica SAD deu à Olisports um mandato para adquirir 80% dos direitos do jogador ao Clube Regatas do Flamengo, sem contrapartidas financeiras. Caso o negócio se concretizasse, a empresa receberia €1.250.000. A 11 desse mês o atleta foi contratado pelo Benfica, nas condições acordadas. Todavia o clube só pagou €450 mil euros à Olisports.

Novo saco azul?

O processo dos emails, que começou com suspeitas de corrupção, parece ter-se transformado assim num novo caso saco azul, no qual há dinheiro a sair do Benfica sem se saber com que destino ou objetivo – a indiciação não identifica o fim dessas verbas. Para o MP, todos os contratos e pagamentos identificados visavam "formalizar negócios que, na realidade, não ocorreram" da forma como foram declarados, sendo "emitidas faturas fundadas nesses contratos ficcionados".

É por esse motivo que o clube e os seus administradores são indiciados por fraude fiscal: "Não obstante saberem que se tratava de faturas falsas, documentos fictícios, não aceites como custos fiscais, e que o registo contabilístico das mesmas tinha como consequência necessária a apresentação de falsas declarações, os arguidos optaram, em comum acordo, por as apresentar à Autoridade Tributária, daí resultando vantagens patrimoniais ilegítimas e o enriquecimento da SLB SAD."

Após o interrogatório de todos os arguidos, o MP deverá deduzir uma acusação.

Todos os negócios

    Bruno Varela foi cedido ao Vitória e um ano depois o Benfica pagou €100 mil por apenas 50% do passe.

    Marcelo Hermes foi contratado como jogador livre mas o SLB SAD pagou €3 milhões à empresa de intermediação.

    João Amaral O SLB pagou €450 mil mais IVA ao Setúbal e vendeu-o por €350 mil a um clube polaco.

    Luís Felipe Foi vendido pelo Palmeiras ao SEV por €570 mil e dias depois o Benfica comprou-o por €1,8 milhões .

    Willyan Barbosa O seu passe foi entregue ao Benfica para pagar uma dívida. Depois de o ceder ao Setúbal, o clube da Luz pagou €40 mil por 40% do passe.
é impossível o Rui Costa não ter estado envolvido em nada disto.

São muitos negócios a prejudicar o Benfica.

Lebohang Mokoena

Citação de: Majin Buu em 30 de Maio de 2024, 09:32é impossível o Rui Costa não ter estado envolvido em nada disto.

São muitos negócios a prejudicar o Benfica.

Se calhar chorou quando assinou os contratos, como naquele amigável contra a Fiorentina


DBdennisDB

Schjelderup foi emprestado, num contexto de lesoes dos avançados do Benfica.
Prestianni será emprestado num contexto de saidas de Rafa, DiMaria e Tensgted/Arthur.




Gestao de um individuo que diz perceber da poda.


Slb04Sempre

Citação de: dtfstoko em 29 de Maio de 2024, 17:06
Spoiler
CitaçãoO Benfica terá simulado contratos para injetar nos sadinos mais de €1,5 milhões. Luís Filipe Vieira será ouvido a 4 de junho e promete explicar todos os acordos. Em causa estão crimes de fraude fiscal e burla tributária e oferta ou recebimento indevido de vantagem.

Durante dois anos, entre 2016 e 2017, a Benfica SAD realizou uma série de contratos com a Vitória Futebol Clube (VFC) SAD relacionados com o empréstimo de jogadores e a aquisição de direitos de preferência sobre atletas do Setúbal que renderam aos sadinos cerca de 1 milhão e meio de euros. Todavia, de acordo com a investigação da Polícia Judiciária (PJ) e do Ministério Público (MP) no chamado caso dos emails, todos esses contratos não terão tido qualquer racional económico para o Benfica e não terão sido mais do que uma forma de a SAD então liderada por Luís Filipe Vieira transferir verbas para o Vitória FC, cujas dificuldades financeiras eram já conhecidas – em 2020 o clube acabou mesmo por ser afastado das competições profissionais por não reunir condições para o licenciamento da Liga profissional.

Entende o MP que esses acordos fariam mesmo parte de um plano elaborado por Luís Filipe Vieira, Rui Costa, Domingos Soares de Oliveira e Paulo Gonçalves para, através da celebração de diversos contratos fictícios cujo objetivo era "formalizar negócios materialmente inexistentes", retirar "elevados montantes da esfera da Sport Lisboa e Benfica SAD" e "realizar atribuições financeiras com elevado valor pecuniário ou de ativos com valor desportivo à VFC SAD", sendo "emitidas faturas fundadas nesses acordos".

De acordo com o despacho de indiciação do MP que foi apresentado em meados de maio a Rui Costa e a Paulo Gonçalves – Luís Filipe Vieira será ouvido a 4 de junho e Domingos Soares de Oliveira a 12 –, em causa estarão os crimes de fraude fiscal qualificada e burla tributária e ainda de oferta ou recebimento indevido de vantagem. Isto significa que as suspeitas dos crimes de corrupção ativa e passiva com que o caso dos emails do Benfica foi aberto em 2017, após a divulgação de diversa correspondência eletrónica dos encarnados no Porto Canal e no blogue Mercado de Benfica – cuja autoria o MP atribui ao pirata informático Rui Pinto (e que este nega) – terão caído no decorrer da investigação. Nas buscas realizadas no Estádio da Luz terão sido apreendidos contratos que encaminharam os investigadores noutra direção.

Contratos sucessivos O despacho de indiciação do MP refere concretamente cinco negócios entre a Benfica SAD e a Vitória Futebol Clube SAD que renderam aos setubalenses mais de 1 milhão e meio de euros. O primeiro acordo que as procuradoras do MP entendem ter sido lesivo dos interesses do Benfica prende-se com o guarda-redes Bruno Varela. A 30 de junho de 2016 o atleta foi cedido gratuitamente pelo Benfica ao Vitória, ficando os encarnados com o direito de readquirir os direitos do jogador até 31 de agosto de 2020 por €100 mil. Todavia, a 29 de maio de 2017, menos de um ano após esse primeiro acordo, o Benfica exerceu o direito que tinha reservado e pagou €100 mil (mais €23 mil em IVA) ao Vitória por apenas 50% dos direitos desportivos e económicos do jogador. Para além disso, acrescentam as procuradoras do MP, quando Bruno Varela rescindiu o contrato por mútuo acordo com o Vitória, ficou estabelecido que o clube teria de lhe pagar €7.600 – todavia, a dívida acabaria por ser saldada pelo Benfica.

O segundo negócio suspeito descrito pelo MP ocorreu em janeiro de 2017. Nesse acordo, a Benfica SAD comprometeu-se a pagar à VFC SAD €300 mil (acrescidos de €69 mil em IVA) pelo direito de preferência de qualquer dos jogadores do plantel do Setúbal. A quantia foi transferida no fim desse mesmo mês mas, para surpresa das procuradoras, a 4 de abril de 2017 as duas SAD celebraram um novo contrato segundo o qual o Benfica teria de pagar ao Setúbal mais €400 mil (acrescidos de €92 mil em IVA) para garantir o direito de preferência na aquisição definitiva de cinco jogadores. Ou seja, segundo o MP, "atribuiu-se à SLB SAD direitos de preferências que já se encontravam abrangidos pelo contrato celebrado anteriormente".

De acordo com o documento a que a SÁBADO teve acesso, os acordos relativos a jogadores do Setúbal não se ficaram por aqui. A Benfica SAD e a VFC SAD viriam a celebrar um novo contrato relativamente ao jogador João Amaral que já se encontrava abrangido pelos dois contratos anteriores. Neste terceiro acordo, o Vitória cedeu ao Benfica a opção exclusiva de aquisição definitiva do futebolista por €440 mil (acrescidos de €101.200 em IVA). Caso os encarnados viessem a exercer esse direito, teriam de pagar apenas €10 mil – o que aconteceria em março de 2018. No verão desse ano, o jogador seria vendido ao Lech Poznan da Polónia por €350 mil, de acordo com o site Transfermarkt.

Para o MP, estes contratos sucessivos visavam a "injeção de dinheiro proveniente da SLB SAD na VFC SAD", tendo os administradores do Benfica agido "orientados pela estratégia de executar o plano de financiamento do VFC (...) sem qualquer benefício ou retorno para a sociedade, dada a existência de sobreposição de direitos".

A informação recolhida pelo MP indica que, em maio de 2017, no mesmo contrato que formalizou a opção de compra de João Amaral, os dois clubes acordaram igualmente a venda ao Benfica de 40% dos direitos de Willyan Barbosa por €40 mil (acrescidos de €9.200 de IVA). Contudo, para as procuradoras, também este negócio foi uma forma de injetar dinheiro no clube histórico de Setúbal. Isto porque no fim da época anterior, 2016/2017, 70% dos direitos económicos do jogador tinham sido cedidos gratuitamente pelo Clube Desportivo Nacional à SLB SAD por conta de uma dívida que o clube da Madeira tinha ao Benfica e que se cifrava então em €450 mil. O Benfica informou o Nacional que o atleta seria transferido direta e gratuitamente para o Setúbal a partir de 1 de julho de 2017. Por isso, concluiu o MP, ao adquirir 40% do passe de Willyan Barbosa, a Benfica SAD "pagou na verdade por um ativo que lhe tinha sido cedido gratuitamente para efeitos de compensação de dívida, permitindo a atribuição à VFC SAD de €40 mil e a cedência gratuita de um ativo desportivo". Para além disso, segundo o MP, quando em março de 2019 o Vitória vendeu o jogador ao Gwangju Football Club por 120 mil dólares, o Benfica não recebeu qualquer percentagem apesar de possuir parte do passe.

Defesas negam crimes O primeiro responsável do Benfica a ser ouvido neste caso foi Rui Costa. O presidente do Benfica – e administrador da SAD na altura dos factos – foi interrogado no Departamento Central de Investigação e Ação Penal sobre a sua participação nos vários negócios, uma vez que a sua assinatura consta em diversos contratos – as outras são as de Domingos Soares de Oliveira e Luís Filipe Vieira. Ao que a SÁBADO apurou, no interrogatório judicial, Rui Costa terá explicado às procuradoras a forma como a administração funcionava e que a assinatura de contratos era um procedimento que cabia, por norma, aos administradores que se encontravam nas instalações e que, na época, as negociações eram conduzidas por Luís Filipe Vieira.

Após as primeiras notícias sobre o caso, Rui Costa emitiu um comunicado no qual negou "ter tido conhecimento ou intervenção em qualquer suposto plano para desviar fundos do Benfica ou da Benfica SAD, seja através da negociação de jogadores, seja de qualquer outra forma".

Contactado pela SÁBADO, o advogado do ex-presidente do Benfica. Manuel Magalhães e Silva, garante que Luís Filipe Vieira irá esclarecer tudo quando for ouvido no dia 4 de junho: "Trata-se de negócios da normalidade entre clubes. Eles traziam benefícios para o Vitória, que aguentava a tesouraria e para o Benfica, que garantia direitos sobre jogadores. Lendo-se os contratos percebe-se a racionalidade e que não se tratava de uma mera duplicação."

Já Tiago Rodrigues Bastos, advogado de Paulo Gonçalves, disse à SÁBADO que o seu cliente esclareceu as procuradoras sobre as suas funções que tinham "um caráter técnico e jurídico, grande parte coberta pelo sigilo profissional" e que "não lhe cabia negociar contratos nenhuns". O advogado vai mais longe e considera a indiciação "um absurdo" uma vez que o MP não consegue "determinar para onde ia o dinheiro".

Outros negócios sob suspeita

Para além da relação económica com o Vitória FC, o MP suspeita que Luís Filipe Vieira, Domingos Soares de Oliveira, Rui Costa e Paulo Gonçalves tinham desde 2014 um plano para desviar elevadas quantias da Benfica SAD, "visando finalidades não concretamente apuradas", através da saída de dinheiro das contas do clube para pagar negócios jurídicos inexistentes. Tal terá sido feito, de acordo com a indiciação do MP, através de vários negócios de "compra de jogadores, nos quais faziam intervir formalmente terceiros como intermediários ou proprietários fictícios, não sendo estes verdadeiramente parte nos contratos em causa, apenas intervindo para justificar a prestação de serviços não realizados efetivamente ou o empolamento do valor das aquisições".

Segundo as procuradoras, isso terá ocorrido na compra dos jogadores Luís Felipe, Marcelo Hermes e Daniel dos Anjos. O primeiro jogava no Palmeiras quando em 2014 despertou o interesse dos encarnados. Contudo, antes de ser contratado, "para conseguirem os propósitos de desviar quantias da SLB SAD, os arguidos conseguiram introduzir na negociação, de forma meramente formal, um clube intermediário que serviria apenas o propósito de sobrevalorizar o preço do jogador – no caso a Social Esportiva Vitória (SEV)". Assim, concluiu o MP, a 24 de junho de 2014 o Palmeiras vendeu o jogador ao SEV por €570 mil. Dias depois, o atleta foi revendido ao Benfica por €1,8 milhões. De acordo com o Transfermarkt, Luís Felipe foi emprestado sucessivamente aos clubes brasileiros Criciúma EC, Joinville SC, Paysandu, Rio Claro e Oeste, até ser cedido a custo zero ao Vitória FC em janeiro de 2017. No ano seguinte regressou ao Brasil onde terminou a carreira na Portuguesa SP.

Já nos casos de Marcelo Hermes e Daniel dos Anjos, o MP entende que os administradores do Benfica recorreram a Francisco Oliveira, amigo de Paulo Gonçalves e Luís Filipe Vieira, que fazia scouting para os encarnados no Brasil, para servir de intermediário fictício. De acordo com a indiciação, Paulo Gonçalves e Luís Filipe Vieira "determinaram" que Francisco Oliveira criasse duas sociedades de intermediação de jogadores, a Drible e a Olisports, por cujas contas passariam as verbas desviadas do Benfica "para propósitos não concretamente apurados". A Drible e a Olisports eram geridas por Adolfo Oliveira, filho de Francisco Oliveira.

Em outubro de 2016 a Benfica SAD e a Drible assinaram um contrato que dava a esta última poderes para negociar a transferência de Marcelo Hermes do Grémio Football Porto Alegrense. Se o Benfica assinasse com o atleta como "jogador livre e com uma cláusula de rescisão de €45 milhões, a SLB SAD obrigava-se a pagar à intermediária, pelos serviços prestados €3 milhões" – o que aconteceu em janeiro de 2017. O atleta, com 21 anos, fez um jogo pelos encarnados e no ano seguinte foi emprestado ao Cruzeiro, para onde foi transferido a custo zero em 2019.

A última situação identificada prende-se com Daniel dos Anjos. A 4 de junho de 2017 a Benfica SAD deu à Olisports um mandato para adquirir 80% dos direitos do jogador ao Clube Regatas do Flamengo, sem contrapartidas financeiras. Caso o negócio se concretizasse, a empresa receberia €1.250.000. A 11 desse mês o atleta foi contratado pelo Benfica, nas condições acordadas. Todavia o clube só pagou €450 mil euros à Olisports.

Novo saco azul? O processo dos emails, que começou com suspeitas de corrupção, parece ter-se transformado assim num novo caso saco azul, no qual há dinheiro a sair do Benfica sem se saber com que destino ou objetivo – a indiciação não identifica o fim dessas verbas. Para o MP, todos os contratos e pagamentos identificados visavam "formalizar negócios que, na realidade, não ocorreram" da forma como foram declarados, sendo "emitidas faturas fundadas nesses contratos ficcionados".

É por esse motivo que o clube e os seus administradores são indiciados por fraude fiscal: "Não obstante saberem que se tratava de faturas falsas, documentos fictícios, não aceites como custos fiscais, e que o registo contabilístico das mesmas tinha como consequência necessária a apresentação de falsas declarações, os arguidos optaram, em comum acordo, por as apresentar à Autoridade Tributária, daí resultando vantagens patrimoniais ilegítimas e o enriquecimento da SLB SAD."

Após o interrogatório de todos os arguidos, o MP deverá deduzir uma acusação.

Todos os negócios

Bruno Varela foi cedido ao Vitória e um ano depois o Benfica pagou €100 mil por apenas 50% do passe.

Marcelo Hermes foi contratado como jogador livre mas o SLB SAD pagou €3 milhões à empresa de intermediação.

João Amaral O SLB pagou €450 mil mais IVA ao Setúbal e vendeu-o por €350 mil a um clube polaco.

Luís Felipe Foi vendido pelo Palmeiras ao SEV por €570 mil e dias depois o Benfica comprou-o por €1,8 milhões .

Willyan Barbosa O seu passe foi entregue ao Benfica para pagar uma dívida. Depois de o ceder ao Setúbal, o clube da Luz pagou €40 mil por 40% do passe.

https://www.reddit.com/r/benfica/comments/1d3eshv/os_estranhos_neg%C3%B3cios_entre_o_benfica_e_o_vit%C3%B3ria/
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Será que este contrato escapou à auditoria? é melhor auditares isso Rui

xico17

Acho que fazem do Vieira mais inteligente que aquilo que é.

A mensagem dele parece-me ser apenas para as suas viúvas.

"Estivesse eu à frente do Benfica esta hegemonia do Sporting nunca aconteceria."

Claro que não há hegemonia nenhuma, mas é do interesse dele que assim se pense.

E tinha que dizer alguma coisa após Noronha Lopes ter reaparecido.

É um verme.