Juniores: Benfica 2- Nacional 1 : APURADO PARA FASE FINAL

pyresh6

Sport Lisboa e Benfica:

1-Pedro Miranda
2-Roderick Miranda
3-Abel Pereira
4-João Pereira
5-Mário Rui
6-Leandro Pimenta
7-Nélson Oliveira
8-Saná
9-Danilo Pereira 31'
10-David Simão - CAP 45'
11-Ishmael Yartei 78'

Suplentes:
12-Diogo Freire
13-Ivanir Rodrigues
14-Pedro Eugénio
15-Adul 31'
16-Rafael Costa 78'
17-Coelho
18-Hélio Vaz 45

Treinador: João Alves

Nacional

12-Pedro
13-Tiago Sousa
3-Luisão
19-Tiago Alves
17-João Goia
6-Ricardo Fernandes 85'
5-Aldo (CAP)
8-Amar 56'
4-Michael 56'
7-Bruno Mendes
11-Lovro

Suplentes:
1-Aleksander
20-Barreto
16-Gonçalo 56'
14-João Santos 56'
10-Etivaldo
21-Abel Silva 85'

Treinador: Ivo Vieira

Golos: Luisão (13'), Roderick Miranda (53'), Mário Rui (61')

Amarelos: Luisão (39'), Leandro Pimenta (54'), Rafael Costa (89'), Tiago Alves (91')

MVP-  Saná (SLB); Luisão (Nacional)


Apesar da tarde de chuva no Seixal os benfiquistas compareceram em peso no Caixa Futebol Campus para assistir à 29ª e penúltima jornada da Fase Regular do Nacional de Juniores. O motivo desta forte presença de público era óbvio: o Sport Lisboa e Benfica precisava apenas de uma vitória para carimbar a presença na Fase Final. O adversário era o Nacional da Madeira, equipa que na primeira volta vergou a turma encarnada a uma derrota por 2-1, e que vem realizando um excelente campeonato, ocupando à data a 5ª posição.

Nervosismo e uma lição de organização e contra-ataque

Juntavam-se então os ingredientes para uma boa partida de futebol, tendo João Alves praticamente todo o plantel à sua disposição (apenas André Soares, lesionado, se mostrava indisponível). Assim, sob o olhar atento de Rui Costa e do seleccionador Emílio Peixe, o técnico Benfiquista fez alinhar a sua equipa num 4x5x1, com Pedro Miranda na baliza e o quarteto defensivo com Abel (à direita), Mário Rui (à esquerda) e Roderick e João Pereira como dupla de centrais. Mais à frente Danilo e David Simão eram os médios-centro, jogando nas costas de Ishmael Yartei, com Leandro Pimenta encostado ao lado esquerdo e Saná mais pela banda direita. Nélson Oliveira (regressado após um jogo de castigo) era o ponta de lança escolhido.

E foi o camisola 7 do Benfica o primeiro a criar perigo. Na sequência de um canto na esquerda, apontado por Leandro, a bola sobra para Nélson que, à entrada da pequena área remata forte, tendo a bola ainda embatido num defesa e direccionando-se para as malhas laterais da baliza de Pedro, dando sensação de golo no Seixal.

O avançado benfiquista entrou bastante "irrequieto" na partida e à passagem do minuto 8 assinou mais um momento de perigo, numa excelente jogada pela direita onde deixou para trás 2 adversários e rematou forte contra um terceiro que lhe saiu ao caminho.

A equipa do Benfica entrou, como seria de esperar, mais pressionante, contudo desde cedo o Nacional mostrou ser um oponente bastante organizado e muito forte fisicamente, destacando-se os dois centrais, Luisão e Tiago Alves, dois autênticos gigantes no eixo da defensiva insular, bem como um enorme espírito de luta e entreajuda dos seus centrocampistas, que tentavam ao máximo ocupar todos os espaços e limitar o jogo dos talentosos médios benfiquistas.

A verdade é que esta estratégia de pressão surtiu efeito e, aos 12 minutos, muito pressionado por três jogadores alvi-negros, David Simão atrasa com pouca força para João Pereira, este escorrega no relvado fustigado pela chuva e deixa-se antecipar pelo veloz Bruno Mendes, acabando por derrubar o camisola 7 do Nacional já dentro da grande área. Grande penalidade indiscutível prontamente assinalada pelo Sr. Joaquim Lamarosa, árbitro da partida. Chamado à conversão, o defesa-central Luisão mostrou classe e, fazendo a paradinha, deixou cair Pedro Miranda para a esquerda e atirou com calma para o lado direito. Estava inaugurado o marcador no Seixal e o Benfica, num jogo em que poderia desde logo assegurar o apuramento para a Fase Final, via-se em desvantagem desde muito cedo.

João Alves mudou de imediato a disposição dos jogadores no terreno de jogo e Leandro Pimenta passou a fazer companhia a Danilo como médio-centro. O capitão benfiquista David Simão, fazendo jus ao nº que trazia na camisola, passou a actuar como nº10 e Yartei descaiu para a banda esquerda.

As mudanças não surtiram grande efeito e o Benfica, apesar de ter mais bola, não conseguia criar grande perigo junto da baliza contrária e notava-se algum nervosismo nos jogadores encarnados, o que estava a condicionar bastante a sua forma de jogar.

Aos 16, boa jogada colectiva iniciada por Saná na direita que, passando pelos pés de David Simão e Danilo acaba por chegar à extrema-esquerda a Yartei que cruza para o 2º poste onde Saná, sem marcação, não chega de cabeça.

Mas o Nacional não descurava o ataque e, no minuto seguinte, foi o defesa direito insular, Tiago Sousa, a subir e a rematar forte para defesa segura de Pedro Miranda.

À passagem dos primeiros vinte minutos de jogo, David Simão, num grande passe, tenta isolar Nélson Oliveira mas este, apenas com o guarda-redes pela frente, não consegue dominar com a ponta da bota. Dois minutos volvidos, é Yartei que, com rapidez e inteligência, se apercebe de um mau atraso de Tiago Alves para o seu guarda-redes e consegue rematar à saída de Pedro, fazendo o guardião nacionalista uma defesa providencial com os pés.

O Benfica ia carregando e, apesar de nem sempre bem, ia tentando encostar o Nacional à sua baliza. Contudo, os homens treinados por Ivo Vieira espreitavam sempre qualquer oportunidade de contra-atacar. Exemplo disso foi o lance ao minuto 29 em que, na sequência de um canto a favor do Benfica, o avançado Bruno Mendes ganha as costas aos defesas encarnados e, à saída de Miranda, atira para o fundo das redes. Contudo, este lance acabou por ser anulado por alegado fora-de-jogo do camisola 7 alvi-negro. Este lance levantou muitos protestos por parte do banco madeirense, não só pela posição de Bruno Mendes, que parece, de facto, estar em linha com o último defesa benfiquista, bem como pelo tempo que o árbitro auxiliar demorou a assinalar a infracção.

Perante esta ameaça insular, João Alves mexeu de pronto na equipa, substituindo Danilo por Adul, passando o camisola 15 a actuar pela banda direita e Saná a jogar no meio, lado-a-lado com Pimenta. A equipa, contudo, em pouco modificou a forma de jogar com estas alterações e acabou por ser o capitão, David Simão, a tentar mudar o rumo dos acontecimentos. Primeiro, num remate de difícil preparação ainda de fora da área e depois, a concluir uma jogada principiada por ele, onde após um cruzamento de Marinho, Yartei amorteceu para o camisola 10 rematar com perigo.

A defensiva do Nacional ia respondendo com acerto às investidas da turma da casa e destacava-se a serenidade de Luisão, um central com muita qualidade que ia resolvendo os problemas que se lhe deparavam ou, caso contrário, não tinha qualquer pejo em recorrer à falta, como aconteceu aos 39 minutos, onde viu o amarelo por falta dura sobre Marinho.

Chegava-se assim ao intervalo, com o Nacional da Madeira a garantir uma vantagem que, não sendo de todo justa, premiava uma exibição baseada na organização e na entreajuda patente em todos os elementos da equipa. De realçar o facto de, não fora o árbitro, e o resultado poder ser ainda mais pesado para uma equipa do Benfica que estava a acusar um pouco a pressão de ter que garantir os três pontos para assegurar a passagem à Fase Final.

Quinze minutos à Benfica e depois gerir... e festejar o apuramento

Um pouco incompreensivelmente, uma vez que estava ser uma das unidades mais esclarecidas no primeiro tempo, João Alves aproveitou o descanso e retirou David Simão para lançar Hélio Vaz na frente de ataque . O Benfica passava a alinhar numa espécie de 3x4x3, com João Pereira (mais à esquerda), Roderick (no meio) e Abel (à direita) encarregues de todo o trabalho Benfiquista, Saná e Leandro como médios-centro, e Adul bem aberto na direita, Mário Rui no corredor esquerdo e um tridente ofensivo onde a referência era Hélio Vaz, actuando Nélson Oliveira (mais descaído para a esquerda) e Yartei nas suas costas.

As mudanças fizeram-se sentir desde logo e o Benfica foi para cima do adversário, não o deixando respirar e efectuando uma pressão alta muito forte. O Nacional acusou o toque e sucederam-se os lances de relativo perigo em torno da baliza de Pedro. Logo aos 3 minutos, Adul tem uma excelente arrancada pela direita que culmina com um cruzamento-remate a que Nélson Oliveira não consegue dar a melhor direcção.

Aos 7 minutos, após uma boa jogada colectiva, é Nélson Oliveira que descobre Yartei na área e o ganês, muito rápido, antecipa-se a Aldo e é tocado em falta pelo capitão nacionalista. Grande penalidade que não deixa grandes duvidas e, chamado à conversão, o central Roderick Miranda não acusou a pressão e repôs a igualdade no Seixal.

O Benfica não tirou o pé do acelerador, galvanizado pelo golo madrugador neste tempo complementar e por uma dupla de meio-campo (Leandro e Saná) que mostrava muito acerto e ia empurrando a equipa para a frente.

Talvez prevendo mais complicações, o técnico visitante mexeu na equipa e lançou Gonçalo e João Santos para os lugares de Amar e Michael.

Contudo, à passagem do primeiro quarto de hora do segundo tempo, Mário Rui pegou na bola para bater um livre descaído para a direita, ainda muito distante da baliza de Pedro. Quando todos esperavam um cruzamento para a cabeça de um companheiro, o lateral esquerdo benfiquista bateu forte, com a bola a tomar velocidade ao bater na relva e a trair o guarda-redes Pedro (que esperava um desvio de um atacante) acabando por entrar junto ao poste contrário. Explosão de alegria no Seixal! Estava feito o segundo tento e o Benfica via-se, pela primeira vez, na liderança do marcador.

Apesar disso, o Nacional mostrou ser uma equipa com valia e, no minuto seguinte, Lovro aproveita um ressalto e remata isolado para uma intervenção providencial de Pedro Miranda. A reacção visitante tomava forma e o Benfica via-se, neste momento, numa situação de maior contenção.
Aos 19 minutos, e após tabelar com Lovro, é o recém entrado Gonçalo que remata forte, com a bola a embater em Roderick e a sair pela linha de fundo.

O Benfica agora apostava mais numa toada de contra-ataque, com um Hélio Vaz muito raçudo mas algo atabalhoado a lutar muito entre os centrais. O camisola 18 acabou mesmo por desperdiçar uma boa jogada quando, aos 25 minutos, se enrolou com a bola e permitiu o desarme quando tinha Nélson Oliveira em melhor posição.

Aos 76 minutos, foi a vez de João Santos, outro jogador saltado do banco do Nacional, a levar muito perigo à defesa do Benfica quando rematou muito forte à entrada da área e viu a bola beijar o travessão da baliza de Miranda, que estava completamente batido.

Sentindo o perigo, João Alves mudou novamente o esquema e esgotou as substituições, retirando um esgotado Yartei, colocando no seu lugar o médio brasileiro Rafael Costa. Talvez para reforçar melhor a intermediária, o Benfica passou então a actuar em 4x4x2 losango, recuando Mário Rui para defesa-esquerdo e actuando Leandro como trinco, Rafael Costa como interior esquerdo, Adul como interior direito e Saná a nº10 no apoio a Nélson Oliveira e Hélio Vaz.

Aos 81 minutos de jogo, o Benfica consegue novamente acercar-se da área visitante com perigo quando, numa excelente jogada colectiva iniciada por Nélson na esquerda, este descobre Saná em posição central. O pequeno camisola 8 simula o remate e abre em Adul na direita para um cruzamento-remate a que o mesmo Saná, em salto de peixe, não chega por pouco.

Num ultimo forcing, o treinador do Nacional ainda lançou em campo Abel Silva, mas o Benfica soube suster a pressão e, nos momentos finais do jogo, com alguma ratice, guardar a bola em seu poder e mantê-la longe da baliza de Miranda, tendo apenas como factos relevantes dos últimos 10 minutos da partida as lesões aparentemente graves de João Santos e Adul, bem como os cartões amarelos (escusados, diga-se!) mostrados a Rafael Costa e Tiago Alves.

Estava então consumado o apuramento para a Fase Final. O objectivo fora cumprido, ainda que a equipa tenha estado longe de um bom nível exibicional (com excepção feita aos primeiros 15 minutos do segundo tempo). Mais uma vez, João Alves voltou a mexer muito cedo na equipa, voltando a fazer alternar a equipa com variados esquemas e a trocar variadas vezes o posicionamento dos jogadores, especialmente no meio-campo. Apenas como exemplo, na primeira parte começaram Danilo e Simão como médios-centro, na 2ª parte já eram Leandro e Saná a actuar nessa posição. Assim é difícil para os jogadores ganharem estabilidade e rotinas. Outro bom exemplo é a dupla de centrais que, não obstante a valia de ambos, ainda denota algumas lacunas, quando, ainda há umas jornadas atrás, a dupla composta por Abel e Roderick se mostrava bastante consolidada e entrosada. Estamos no final da fase regular e, a partir deste momento, todos os jogos são a doer. O título, dada a valia de todos os candidatos, será discutido em detalhes e, além do talento (e os jogadores benfiquistas têm-no de sobra) é preciso criar um espírito de equipa e uma estabilidade que dê confiança a este plantel e alimente o sonho de ver esta talentosa geração a sagrar-se campeã nacional o que, neste momento, parece uma perspectiva pouco realista.

Quanto ao Nacional, na linha do excelente campeonato que tem vindo a realizar, apresentou-se no Seixal como uma equipa muito bem organizada e que, através de uma estratégia defensiva, com vista ao contra-ataque (mas sem entrar em anti-jogo), deu muito trabalho ao Benfica. Os destaques da turma madeirense vão para o central Luisão, que mostrou muito acerto na liderança da defensiva insular e para os avançados Bruno Mendes e Lovro, especialmente o primeiro, que foram sempre um foco de perigo para a baliza de Pedro Miranda. Relativamente à actuação do trio de arbitragem chefiado pelo Sr. Joaquim Lamarosa (A.F. Santarém) esta fica marcada pelo lance ao minuto 29 em que foi indevidamente anulado um golo a Bruno Mendes, o que significaria um 0-2 para o Nacional da Madeira e o que tornaria a tarefa do Benfica bem mais complicada. De resto, as duas grandes penalidades parecem claras e, aparte pequenos erros menores e alguma falta de critério disciplinar, o árbitro pouco se fez notar.



   



pyresh6

Análise Individual

Pedro Miranda- 6 Teve uma tarde relativamente tranquila, nada podendo fazer para parar o penalty de Luisão. Acabou por brilhar aos 62 minutos quando, com uma boa estirada, negou o golo a Lovro. Teve tempo ainda para, completamente batido, ver o remate de João Santos bater no travessão da sua baliza. Tem que rever por vezes o seu jogo de pés e as saídas a cruzamentos.

Roderick Miranda- 5 Primeira parte estranhamente intranquila. Talvez denotando alguma falta de entrosamento com João Pereira ou sentindo sérias dificuldades perante a velocidade de Bruno Mendes, o central benfiquista mostrou-se muito nervoso nas suas acções, falhando intercepções e, ao contrário do que é hábito, tendo muitas dificuldades em sair a jogar. Acalmou bastante na 2ª parte, jogando no centro dos 3 centrais e foi importante a sua presença nalgumas bolas paradas defensivas e ofensivas, acabando por ser chamado, um pouco surpreendentemente, a bater o penalty que deu início à reviravolta benfiquista.

Abel Pereira- 6 Jogando como defesa direito ou num esquema de três centrais, acabou por ter uma prestação discreta mas, regra geral, bastante eficaz.

João Pereira- 5 Aquela escorregadela, logo aos 12 minutos, começou por comprometer as aspirações do Benfica. Desde cedo também pareceu algo nervoso, à semelhança do companheiro de sector. Subiu muito de rendimento na segunda metade.

Mário Rui- 7 Minuto 61. Mário Rui pega na bola muito longe da baliza e, numa postura "à Cristiano Ronaldo", cheio de confiança, prepara-se para bater o livre. A bola acabaria por entrar junto ao poste contrário da baliza de Pedro e consumar a reviravolta no marcador. Um bonito golo cheio de talento e querer que ilustra bem como é Marinho enquanto jogador. Raçudo e talentoso, sendo muito difícil de ultrapassar pelo seu flanco e preocupando-se sempre em apoiar o ataque, com subidas e cruzamentos precisos. Por vezes envolve-se em quezílias desnecessárias mas, a verdade é que isso também faz parte do seu "feitio". Boa exibição.

Leandro Pimenta- 7 Começou encostado à ala esquerda mas cedo João Alves o fez recuar para a sua posição de origem. E se num primeiro tempo onde os espaços no meio terreno não sobejavam e a sua exibição foi mais de suor e luta, no segundo tempo, juntamente com Saná, foi um dos obreiros da mudança de atitude da equipa do Benfica que conduziu à vitória. Excelente ocupação dos espaços, maturidade com a bola nos pés, pulmão inesgotável, Leandro assinou um excelente início de segunda parte. Acabou por decair um pouco ao longo do tempo complementar, nomeadamente no capítulo do passe, mas foi sempre um líder dentro de campo e acabou por rubricar uma exibição bastante positiva.

Nélson Oliveira- 6 Começou muito irrequieto, tendo-lhe pertencido os dois primeiros lances de perigo do encontro. Depois, acabando por ser muitas vezes mal servido pelos médios, apagou-se um pouco. No segundo tempo, jogando descaído sobre a esquerda, apareceu mais e, ainda que nem sempre lhe tenham saído bem as coisas, deu o corpo ao manifesto e lutou bastante. Está directamente ligado ao lance que origina a grande penalidade a favor do Benfica com um passe muito bom a desmarcar Yartei.

Saná- 7 Começou a partida mais encostado à direita e, mesmo não sendo aí o seu "habitat natural foi dos que mais desequilibrou nos primeiros minutos. A partir da meia-hora, com a entrada de Adul, passou para o meio-terreno onde, juntamente com Leandro formaram a dupla perfeita. Pressionantes e inteligentes a defender e criteriosos e talentosos a organizar os ataques. Os primeiros quinze minutos do segundo tempo foram, muito provavelmente, os melhores da temporada. Voltaram os slaloms, voltaram as inúmeras recuperações, voltou o Saná imprevisível e criativo. Foi ele o motor da reviravolta e foi em seu torno que a equipa subiu o nível e o ritmo e consegui alcançar a vitória. Mais para o fim, passou a jogar em posições mais ofensivas e, mesmo estando menos em jogo, continuou a ter bons pormenores e chegou mesmo a estar bem perto do golo ao cair do pano. Foi, provavelmente, o melhor em campo.

Danilo- 5 Meia-hora em campo pouco dá para avaliar a prestação de um jogador. Danilo até nem se pode dizer que tenha estado mal, dando força e altura ao meio campo e lutando com os pressionantes médio alvinegros. Acabou por ser ele o sacrificado quando João Alves quis mudar.
 
David Simão- 6 O capitão benfiquista acabou por ficar ligado ao lance que origina o penalty a favor do Nacional. Mas essa falha não mancha uns 45 minutos positivos, em que o camisola 10 tentou ter bola e romper a organização da turma insular, sendo um dos mais esclarecidos da parte do Benfica e também um daqueles que mais tentou remar contra a maré. Acabou por ficar na cabine após o descanso, numa decisão pouco compreensível por parte de João Alves.

Ishmael Yartei- 6 Menos pragmático e lúcido do que costume mas, em contrapartida, um dos que mais trabalhou. Tentou usar a sua velocidade para criar perigo e foi dos que mais pressionou a defensiva nacionalista, gerando algumas perdas de bola em sítios "proibidos". Esteve muito perto de marcar aos 22, com o guardião Pedro a negar-lhe o golo com brilhantismo e serviu muito bem Simão para este rematar frouxo aos 35. Na segunda parte, antecipou-se a Aldo e sofreu a grande penalidade que viria a ser convertida por Roderick. Saiu pouco depois, visivelmente esgotado.

Adul- 7 Entrou à meia-hora e posicionou-se desde logo no flanco direito. No período de maior assédio à baliza insular, foi uma das figuras de destaque, dando criatividade ao seu flanco e gerando algumas situações de perigo. Mais para o fim do jogo, quando foi necessário, deu o corpo ao manifesto e fechou o lado direito do meio-campo, defendendo com aprumo. Quando deixar de ser um jogador de "fogachos" e tornar as suas actuações mais regulares ao longo de todo o tempo que estiver em campo, vai ser um caso sério.

Hélio Vaz- 5 Jogou toda a segunda parte e, mesmo mostrando muito empenho e luta no meio da defensiva visitante, futebolisticamente falando não mostrou grandes predicados. Ainda assim, a sua entrada foi muito importante para libertar Nélson Oliveira e Yartei e provocar o colapso da organização da equipa do Nacional
 
Rafael Costa- 4 Entrou a pouco mais de 10 minutos do final e, cumprindo as tarefas defensivas apenas se fez notar por um remate de meia-distância.       

Flash-Interview
João-Alves, treinador do Benfica

Depois deste jogo, o apuramento para a Fase final está garantido...
Sim, o primeiro objectivo está conseguido. Foi difícil este jogo, o que também é bom para os jogadores sentirem que realmente têm que lutar contra as adversidades. Hoje começámos o jogo praticamente a perder e a equipa soube reagir muito bem, fazendo um início de segunda parte excepcional, com grande futebol e a partir do momento em que se colocou em vantagem soube gerir o jogo revelando uma maturidade bastante apreciável para jogadores desta idade, tiveram ratice, foram espertos e conseguimos o objectivo que queríamos e agora há que começar a pensar e a recarregar baterias para a fase final do campeonato.

Não considera que, sendo uma partida com muita coisa em jogo, a equipa tenha entrado algo nervosa, algo que foi agravado com o golo madrugador do Nacional...?
 
Sim...Esta equipa do Nacional é uma equipa muito difícil, tem jogadores com grande estatura e foram uma equipa que joga encolhida no seu meio-campo e é muito difícil de se entrar lá. E foi isso que aconteceu. Ainda por cima a perdermos ainda mais e sabíamos perfeitamente que empatar este jogo era a mesma coisa, o jogo tinha que ser ganho e ganhou-se! E ganhou-se, volto a repetir, com inteligência e brilhantismo.
 
E agora Benfica, Sporting, Porto e Guimarães ou Braga, quais são os objectivos neste próxima fase?
 
Os objectivos são ganhar o campeonato. Agora o problema é que este campeonato, que felizmente vai ser mudado, é um campeonato onde quem falhar, ou melhor, às vezes não são as equipas que falham, são os homens do apito, como foi o caso do ano passado em que perdemos aqui o campeonato no jogo contra o Sporting em que o árbitro se enganou bastante contra o Benfica e foi um jogo que bastaria ter empatado esse jogo para sermos campeões e foi esse árbitro que teve a decisão na atribuição desse título. Esperemos que tudo corra da melhor forma dentro das quatro linhas, porque na verdade desde que estou aqui no Benfica joguei 6 vezes com o Sporting e em 4 desses jogos a minha equipa não acabou com 11 jogadores. E neste último jogo para o campeonato, em que poderíamos ter ficado em primeiro lugar, foi um escândalo o que aconteceu aqui, mais uma vez!
 
Há alguma equipa que destaque, que considere mais difícil, nesta fase?
 
Volto a repetir, são tão poucos jogos que quem tiver um falhanço ou mesmo que outros falhem e tenham influência no resultado coloca logo as equipas numa grande dificuldade para poderem recuperar, porque há muito poucos jogos.

 
Ivo Vieira, treinador do Nacional
 
Comentário à partida?
 
Julgo que o Nacional acaba por sair daqui com uma derrota da qual não é merecedor, devido à primeira parte que fez, embora reconheça que o Benfica na 2ª parte carregou mais o que também era quase obrigatório da parte dos mesmos, os nossos jogadores foram alertados para tal, que ia haver uma reacção mais dinâmica e mais ofensiva do Benfica, contudo não conseguimos conter aqueles 15/20 minutos como fora a estratégia traçada: íamos enervar o Benfica, íamos criar dificuldades, mas digo que é um pouco injusto e é um sabor amargo sairmos daqui com uma derrota por 2-1 porque, salvo erro, e já com as condições que temos cá para podermos ver na TV, o nosso segundo golo é um golo limpo. Mas pronto, são erros e não podemos nos regrar por isso, o Benfica acaba por ganhar, há que dar os parabéns, fez dois golos, o Nacional poderia ter saído daqui com um resultado melhor, não o conseguimos, vamos continuar a trabalhar para, no futuro, nos sairmos melhor e corrigir aquilo que menos bem temos feito
 
Ainda assim é um bom campeonato da parte do Nacional. Acha que, nos próximos anos, poderemos ter um Nacional a discutir a entrada na Fase Final juntamente com o Benfica, Sporting, Belenenses,...?
 
Julgo que isso poderá acontecer mas nunca será fácil. Para além do campeonato ter sido positivo (julgo que iremos ficar no 5º lugar) poderíamos ter ido um pouco mais além, não digo nos 2 primeiros mas talvez em 4º ou possivelmente em 3º lugar, porque não nos portámos da maneira que devíamos diante daqueles ditos mais fracos, e esse é que tem de ser um trabalho rigoroso e um trabalho mental, que os nossos jogadores por vezes baixam os níveis de confiança com as equipas com menos nome e, pelo contrário, com as equipas de mais gabarito sobressaem e elevam os níveis de confiança e a prova são as duas vitórias com o Sporting e o Benfica em casa e as duas derrotas fora por 2-1 com as duas mesmas equipas, com 2 golos anulados, um em cada jogo e mal-anulados. Mas isso também depende do nosso presidente, se a aposta for para dar continuidade a estes bons campeonatos mas nunca é fácil... Porém há uma situação que estamos a prever em que poderá ser alargada a ida à fase final de 4 equipas de cada zona e, aí, sim, poderei dizer que há um maior leque para podermos entrar nessas mesmas 4.

 
Roderick Miranda, defesa do Benfica
 
Comentário ao jogo?
 
Foi um jogo complicado, o Nacional da Madeira tem uma equipa muito bem organizada e forte. Tivemos o azar do primeiro golo ter surgido de um erro e depois é claro que eles ganharam mais confiança e nós tivemos que correr atrás do prejuízo, o que é mais complicado. Depois na 2ª parte entrámos melhor, conseguimos dominar o jogo desde o início, fizemos o 1-1 e depois o 2-1 e a partir daí foi mais gerir o jogo, aguentar a vantagem e conseguir o nosso objectivo, que era a passagem à 2ª fase.
 
E naquela altura, quando marcas aquele penalty, havia muita coisa em jogo. Isso de alguma forma influenciou? Como te sentiste naquele momento?
 
Não! Eu sou por natureza uma pessoa calma, então abstraí-me, não do que estava em jogo, mas do que estava à volta do jogo, e fui com calma, consegui marcar o penalty e ajudei a equipa a igualar e depois a conseguir virar o jogo.
 
E agora a fase final...?

  Agora temos que começar a pensar na fase final. Vai ser uma fase muito complicada, com as 4 melhores equipas de Portugal e temos que estar sempre atentos e não cometer erros como cometemos hoje e termos vontade de trabalhar para sermos campeões que é o nosso objectivo principal.



DVP_SLB


saint13

sim!!mais uma boa crónica!!
tenho pena é que,quando olho para o onze acabo por me confundir nas posições naturais dos jogadores..estão sempre a fazer trocas e baldrocas..


darkwolf

Jogo confuso e que raio estava o nelson Oliveira a fazer ? Havia alturas parecia um médio centro. Os centrais são um perigo especialmente o Roderick.

Afonso


O_Glorioso

#8
Obrigado pela crónica, pyresh! Muito boa.  O0

Sr. Alves, vamos lá falhar pouco na fase final, então. Os do apito são outras contas.

andre_04_SLB

Citação de: darkwolf em 19 de Abril de 2009, 14:37
Jogo confuso e que raio estava o nelson Oliveira a fazer ? Havia alturas parecia um médio centro. Os centrais são um perigo especialmente o Roderick.

Infelizmente, os benfiquistas andam à deriva do que se passa no clube. O Roderick um perigo? Ele que ainda sub-18 vai à Selecção sub-19? Um jogador com excelente potencial, tudo para dar um óptimo central depois de Miguel Vítor? O Nelson Oliveira que continua sem ter trabalho especifico de posição, de características, de optimização de rendimento em jogo, tendo em conta os seus defeitos e virtudes?

Lordlothar

Citação de: andre_04_SLB em 19 de Abril de 2009, 18:06
Citação de: darkwolf em 19 de Abril de 2009, 14:37
Jogo confuso e que raio estava o nelson Oliveira a fazer ? Havia alturas parecia um médio centro. Os centrais são um perigo especialmente o Roderick.

Infelizmente, os benfiquistas andam à deriva do que se passa no clube. O Roderick um perigo? Ele que ainda sub-18 vai à Selecção sub-19? Um jogador com excelente potencial, tudo para dar um óptimo central depois de Miguel Vítor? O Nelson Oliveira que continua sem ter trabalho especifico de posição, de características, de optimização de rendimento em jogo, tendo em conta os seus defeitos e virtudes?
x2

Thunderboy

Citação de: andre_04_SLB em 19 de Abril de 2009, 18:06
Citação de: darkwolf em 19 de Abril de 2009, 14:37
Jogo confuso e que raio estava o nelson Oliveira a fazer ? Havia alturas parecia um médio centro. Os centrais são um perigo especialmente o Roderick.

Infelizmente, os benfiquistas andam à deriva do que se passa no clube. O Roderick um perigo? Ele que ainda sub-18 vai à Selecção sub-19? Um jogador com excelente potencial, tudo para dar um óptimo central depois de Miguel Vítor? O Nelson Oliveira que continua sem ter trabalho especifico de posição, de características, de optimização de rendimento em jogo, tendo em conta os seus defeitos e virtudes?
para quando alguem que perceba de juniores !?

andre_04_SLB

#12
Já na próxima época esperamos todos. Eu não gosto de parecer chato e bater sempre na mesma tecla mas, como devem compreender, é triste observar uma equipa de Juniores cheia de matéria prima e talento, ser conduzida desta forma, numa confusão de ideias grande e sem qualquer linha condutora ou, sequer, mínimo de evolução detectável em qualquer aspecto.

Na próxima época estou curioso para ver que medidas irão ser tomadas. A saída do João Alves parece-me óbvia e nem sequer, espero eu, existe a hipótese de renovação. Acho que seria mais um tiro nos pés. Assim gostava de ver o Mister João Couto e o Mister Emanuel Ferro subirem aos Juniores, com o Mister Tralhão a assumir os Juvenis A. Parece-me de longe a melhor hipótese face à conjuntura actual.

Se por todos os impeditivos normais de um treinador que tem uma profissão exigente (João Couto) ficar nos Juvenis A, ou se contrata um treinador, realmente de qualidade, ou a melhor hipótese, no meio de todas, é o regresso do Mister Bruno Lage aos Juniores. Qualquer pessoa que goste de formação e que aprecie formação em Portugal, aponta o Lage como o melhor dos melhores em Portugal. Aqui a questão é: Ficará ele no próximo ano? Que garantias dará o Benfica ao melhor técnico de formação em Portugal? Que sondagens deve ter neste momento o treinador mais elogiado do país?

E claro, se houver hipótese, e aceitação do próprio, de poder voltar a comandar os Juniores, não há melhor hipótese do que Bruno Lage.

Há que mexer nas mentalidades Benfica, não podemos continuar a deixar fugir para os outros lados os melhores profissionais...

Thunderboy

Citação de: andre_04_SLB em 19 de Abril de 2009, 18:38
Já na próxima época esperamos todos. Eu não gosto de parecer chato e bater sempre na mesma tecla mas, como devem compreender, é triste observar uma equipa de Juniores cheia de matéria prima e talento, ser conduzida desta forma, numa confusão de ideias grande e sem qualquer linha condutora ou, sequer, mínimo de evolução detectável em qualquer aspecto.

Na próxima época estou curioso para ver que medidas irão ser tomadas. A saída do João Alves parece-me óbvia e nem sequer, espero eu, existe a hipótese de renovação. Acho que seria mais um tiro nos pés. Assim gostava de ver o Mister João Couto e o Mister Emanuel Ferro subirem aos Juniores, com o Mister Tralhão a assumir os Juvenis A. Parece-me de longe a melhor hipótese face à conjuntura actual.

Se por todos os impeditivos normais de um treinador que tem uma profissão exigente (João Couto) ficar nos Juvenis A, ou se contrata um treinador, realmente de qualidade, ou a melhor hipótese, no meio de todas, é o regresso do Mister Bruno Lage aos Juniores. Qualquer pessoa que goste de formação e que aprecie formação em Portugal, aponta o Lage como o melhor dos melhores em Portugal. Aqui a questão é: Ficará ele no próximo ano? Que garantias dará o Benfica ao melhor técnico de formação em Portugal? Que sondagens deve ter neste momento o treinador mais elogiado do país?

E claro, se houver hipótese, e aceitação do próprio, de poder voltar a comandar os Juniores, não há melhor hipótese do que Bruno Lage.

Há que mexer nas mentalidades Benfica, não podemos continuar a deixar fugir para os outros lados os melhores profissionais...
Tudo dito :clap1: :bow2:

Ribas1

Citação de: andre_04_SLB em 19 de Abril de 2009, 18:38
Já na próxima época esperamos todos. Eu não gosto de parecer chato e bater sempre na mesma tecla mas, como devem compreender, é triste observar uma equipa de Juniores cheia de matéria prima e talento, ser conduzida desta forma, numa confusão de ideias grande e sem qualquer linha condutora ou, sequer, mínimo de evolução detectável em qualquer aspecto.

Na próxima época estou curioso para ver que medidas irão ser tomadas. A saída do João Alves parece-me óbvia e nem sequer, espero eu, existe a hipótese de renovação. Acho que seria mais um tiro nos pés. Assim gostava de ver o Mister João Couto e o Mister Emanuel Ferro subirem aos Juniores, com o Mister Tralhão a assumir os Juvenis A. Parece-me de longe a melhor hipótese face à conjuntura actual.

Se por todos os impeditivos normais de um treinador que tem uma profissão exigente (João Couto) ficar nos Juvenis A, ou se contrata um treinador, realmente de qualidade, ou a melhor hipótese, no meio de todas, é o regresso do Mister Bruno Lage aos Juniores. Qualquer pessoa que goste de formação e que aprecie formação em Portugal, aponta o Lage como o melhor dos melhores em Portugal. Aqui a questão é: Ficará ele no próximo ano? Que garantias dará o Benfica ao melhor técnico de formação em Portugal? Que sondagens deve ter neste momento o treinador mais elogiado do país?

E claro, se houver hipótese, e aceitação do próprio, de poder voltar a comandar os Juniores, não há melhor hipótese do que Bruno Lage.

Há que mexer nas mentalidades Benfica, não podemos continuar a deixar fugir para os outros lados os melhores profissionais...

Vamos esperar que os responsaveis abram os olhos e para variar não cometam mais erros!