Mantorras

Avançado, 42 anos,
Angola
Equipa Principal: 8 épocas (2001-2002, 2004-2010), 129 jogos (5080 minutos), 31 golos

Títulos: Campeonato Nacional (1)

Amsterdam

Citação de: Lampi em 10 de Janeiro de 2007, 20:42
Deixem jogar o Mantorras

e mais do que 10 minutos por jogo....

Ele no dragay jogou muito bem,,,,


Se só aguenta 45 minutos nao sei, mas se jogar sempre aquele nivél....

Aguiar

vejam este texto de 2001 k encontrei na net sobre o mantorras....

Pedro Mantorras

O perfume do futebol

O novo ídolo dos benfiquistas nasceu em Angola há 19 anos, e há quem veja nele um... Eusébio. Mas Pedro recusa comparações: «Ele é um herói. Incomparável.»

Por:MIGUEL JUDAS

«Pantera Negra». Com estas palavras, o diário desportivo A "Bola" fez a manchete da crónica do jogo amigável entre o Benfica e o Feye-noord. Os encarnados tinham ganho por 2-1 e o título sublinhava a exibição de Pedro Mantorras, autor dos dois golos benfiquistas. Era a confirmação pública daquilo que muitos iam dizendo em surdina: o angolano pode vir a ser um novo Eusébio.

No dia seguinte, o jovem avançado angolano foi o último a chegar ao treino matinal do Benfica. Não porque tivesse ficado mais uns minutos na cama, a sonhar com os golos que ainda vai marcar, mas porque, à entrada do Estádio da Luz, era aguardado por centenas de pessoas. Queriam tocar-lhe, pedir-lhe um autógrafo ou, mais simplesmente, dar-lhe uma palavra de incentivo. A todos, Mantorras sorria, num misto de humildade e simpatia.

Um cenário bem diferente daquele que, não há muito tempo, o rodeava em Luanda, quando, após a morte dos pais, ficou a viver na rua, sendo obrigado a sustentar os irmãos.

Pedro Mantorras – uma alcunha que significa «homem queimado» e que surgiu na sequência de um acidente doméstico ocorrido quando ele entornou uma panela de sopa quente por cima de si próprio - nasceu em Luanda, a 18 de Março de 1982 e teve tudo menos uma infância fácil. Andava pêlos 13 anos quando lhe morreu o pai, vítima da guerra. A mãe, essa, não iria sobreviver-lhe muito mais tempo: uma trombose deixou um miúdo de 15 anos, com três irmãos mais novos, dois rapazes e uma rapariga, a seu cargo. O mais velho havia emigrado para Portugal. Foram tempos difíceis que o obrigaram a viver ao relento, como qualquer «menino de rua».

Hoje, os tempos mudaram: vivem todos em Portugal (Alverca), excepção feita à irmã mais nova, de 13 anos, que continua em Angola, à espera de visto. Mas o seu pai de origem não será nunca amputado da sua vida. E não apenas porque ele pertence ao grupo dos eleitos que representam o futebol angolano. Além de jogar na Selecção, que para ele é muito, Pedro Mantorras pretende criar na capital angolana uma fundação de ajuda às crianças sem abrigo. O assunto foi mesmo tratado com o próprio Presidente José Eduardo dos Santos – também ele um fã confesso do jogador – e existe já um terreno para levar por diante o projecto. «Eu passei por isso, sei o que é viver sem casa. Este é um sonho que tenho e que pretendo realizar. Quero ajudar as crianças da minha terra», confessa.

Mantorras, o fenómeno

Hoje, tudo mudou, repita-se, e, aos 19 anos, o angolano é um ídolo de multidões, algo a que nem o próprio está habituado, como confessa à VISÃO: «É tudo muito estranho. Eu só peço às pessoas que tenham calma, porque ainda sou muito novo. Às vezes, até tenho saudades do meu cantinho no Alverca...» diz, a rir, depressa rectificando: «Estou a brincar, estar no Benfica é a realização de um sonho.Mas foi tudo muito rápido.» Pelo menos, a ele parece-lhe que ainda foi ontem que o seu empresário de futebol Jorge Manuel Mendes reparou nele. Estava-se em 1998 e jogava-se em Campo Maior o Torneio da Lusofonia, no qual participavam as seleções de países de expressão portuguesa. Mantorras, avançado de Angola, apesar de ter apenas 16 anos, deu logo nas vistas, ao conquistar o título de melhor marcador da prova, com sete golos. Mal sabia que os seus sonhos estavam a um passo de se tomarem realidade.

«Vi apenas um jogo dele, mas reparei de imediato que era um fora-de-série», conta à VISÃO Jorge Manuel Mendes, acrescentando: «Então, através de uma pessoa que conhecia no Barcelona, consegui colocá-lo a treinar no clube catalão.» Começou na equipa B, mas uma semana depois já alinhava nos trabalhos da equipa principal, ao lado de nomes como Figo, Guardiola ou Amunike, um dos seus ídolos do futebol africano. Só que, a instabilidade que se vivia na altura no Barcelona impediu a sua permanência no clube e Mantorras regressou a Portugal.

Jorge Manuel Mendes recorda que, na altura, podia ter levado o jogador para um clube grande, Sporting ou Benfica, por exemplo. «Mas optei pelo Alverca depois de uma conversa com o então seu presidente Luís Filipe Vieira. Sentia que o jovem angolano precisava de espaço e tranquilidade para explorar todo o seu talento. Para além disto há ainda a relação pessoal, o Pedro não me conhecia de lado nenhum e confiou em mim quando veio pela primeira vez para a Europa. Gosto muito dele. Para lá do jogador, há a pessoa, e ele consegue aliar, como poucos, o enorme talento que tem a uma imensa humildade», justifica o empresário.

No Alverca, jogadores, equipa técnica e dirigentes recebem-no de braços abertos e Mantorras consegue, por fim, a estabilidade que até então sempre lhe faltara.

Toma-se amigo pessoal do presidente do clube ribatejano, Luís Filipe Vieira, hoje o homem forte do futebol do Benfica. A relação entre os dois é de tal ordem que Mantorras dá o nome do dirigente, ao seu filho. «Ele foi como um pai para mim. Só lhe posso estar agradecido, a minha vida mudou a partir do momento em que o conheci», salienta.

Tem então tempo para fazer o que mais gosta: jogar futebol. As suas actuações refinam de partida para partida e depressa despertam a cobiça dos «grandes». O Benfica antecipa-se e, no final da época de 2000/2001, garante a aquisição do craque angolano, naquela que foi a transferência mais cara de sempre entre clubes portugueses - um milhão de contos.
De promessa, Mantorras depressa passou a certeza. As exibições nos jogos de preparação transformam-no no novo herói do «terceiro anel». No Benfica não lhe poupam elogios. O técnico Toni afiança que ele «pode vir a ser um jogador de craveira internacional», enquanto o adjunto Jesualdo Ferreira - que o treinou no Alverca - apelida a sua maneira de jogar de «excitante». E lembra que «Mantorras ainda é muito jovem» e que terá, por isso,«um longo caminho a percorrer, até chegar ao topo das suas potencialidades».

O gosto de aprender

Mantorras sabe, aos 19 anos, que ainda tem muitas alegrias para viver no futebol. Talvez seja por isso que continua a repetir, até à exaustão, com a humildade própria de um menino assustado com o seu próprio talento, que ainda tem muito que aprender. Sabe que para chegar ao topo tem de trabalhar e muito.

Já era assim no Alverca quando ficava no relvado, depois de terminados os treinos, na companhia do preparador físico e seu grande amigo Mariano Barreto, apefeiçoando as fintas e as jogadas que hoje deliciam os adeptos do futebol. Foi numa dessas sessões que começou a ensaiar a finta Agarra Ladrão, como é conhecida em Angola a jogada que, nas últimas partidas, tem posto a cabeça em água aos defesas adversários.

Nos treinos, pede conselhos a João Tomás e Sokota, companheiros de equipa e seus concorrentes directos na luta pelo lugar de ponta de lança titular, que agora lhe pertence. «São mais experientes e só tenho a ganhar se lhes der ouvidos. Aconselho-me muito com eles e eles ajudam-me a corrigir alguns pequenos defeitos», confessa o craque.

Do que Mantorras não quer nem ouvir falar é de comparações com Eusébio: «Não podem dizer isso, o Eusébio é um herói, é incomparável. Eu sou como uma flôr que ainda está em crescimento...» Mantorras nunca viu Eusébio jogar, a não ser em vídeo - tem uma cassete com os melhores golos do «Pantera Negra» - Mas as parecenças entre ambos são notórias, em especial na humildade e simplicidade que os caracteriza.

No dia em que conheceu Eusébio, em pleno Estádio da Luz, as pernas de Mantorras tremiam, tal era a emoção. Hoje, Eusébio é mais um companheiro que está ali para o apoiar, como o próprio «Pantera Negra» faz questão de nos frisar: «Ele está agora a começar e parece-me que vai no bom caminho. Ainda bem que estou por perto para o apoiar. Não posso dizer que seja um conselheiro, mas sou com toda a certeza um amigo com que ele pode sempre contar, 'o mais velho', como dizemos em África.»

'É de borracha, não parte'

Uma das características do jogador é a sua capacidade de sofrimento. A sua técnica estonteante transforma-o no alvo favorito de alguns defesas mais interessados em atingir as pernas dos adversários do que em conquistar a bola. Mantorras vai afirmando que «o que interessa é o colectivo» e, em última análise, «que o Benfica ganhe», nem que para isso tenha de levar umas quantas caneladas, como aconteceu no jogo de apresentação dos «encarnados», frente aos italianos da Fiorentina. Aliás, em relação a este jogo conta-se esta saborosa história – verdadeira ou não só o jogador o poderá dizer, embora quem assistiu de perto jure a pés juntos que assim foi: o defesa encarrega do de o marcar, um tal Bartolucci, passou todo o encontro a atirar-se às canelas do angolano, até que, já bem perto do final, quando o Benfica se preparava para festejar a vitória, Mantorras esboçou uma reacção dizendo, a sorrir, ao italiano: «Podes bater à vontade que isto é de borracha, não parte...»

O mais popular

Mantorras é um autêntico fenómeno de popularidade entre os adeptos benfiquistas. As camisolas com o seu nome (n.º 9) são as mais procuradas, estando já no primeiro lugar do top de vendas das lojas do Benfica. Nos treinos, então, é a loucura. Todos os dias são centenas as pessoas que esperam, do lado de fora do estádio, pelo craque, na esperança de um autógrafo ou de uma simples troca de palavras. Quando ele aparece, as reacções roçam a histeria. «No outro dia até me rasgaram a camisola», confessa, a sorrir. Os companheiros de equipa sabem que a popularidade do jogador, neste momento, é quase insuperável e por isso brincam com a situação, como aconteceu na véspera da partida para a Póvoa de Varzim, onde o Benfica jogou no sábado, 11.0 autocarro que esperava os craques à porta do Estádio da Luz estava rodeado de adeptos e qualquer jogador que saísse era prontamente «afogado» naquele mar de gente. Vendo isto, um grupo de jogadores onde se viam Carlitos, Cabra e Argel decidiu esperar por Mantorras. «Vamos, Pedro, que já estamos atrasados», disse um deles. O angolano foi o primeiro a sair e a reacção foi a esperada: todos queriam vê-lo de perto e tocar-lhe. E enquanto ele, sempre a sorrir, despachava dezenas de autógrafos, os outros lá passaram...

Shoky

O que ele podia ter sido...
O que te foram fazer Pedro... :(

Açores Red

#663
é impressão minha ou ele corre coxo ? Parece que não tem equilíbrio! Fitas muito previsiveis ... Hum tenho para mim que está despachado. Eu votei pelo empréstimo, para ver se é faalta de ritmo ou se ... :embarassed:

sigmund

Citação de: Shoky em 10 de Janeiro de 2007, 21:28
O que ele podia ter sido...
O que te foram fazer Pedro... :(

Ele tb se prejudicou. Jogou lesionado dizendo que aos médicos que nao sentia dores. Um jogador com bom senso saberia que isso poderia ser fatal. O que traiu o Mantorras foi mais a cabecinha (ou a falta dela) do que o joelho. É claro que o departamento médico do benfica tb tem culpa, mas ela nao morre solteira.

Shoky

Citação de: sigmund em 10 de Janeiro de 2007, 21:34
Citação de: Shoky em 10 de Janeiro de 2007, 21:28
O que ele podia ter sido...
O que te foram fazer Pedro... :(

Ele tb se prejudicou. Jogou lesionado dizendo que aos médicos que nao sentia dores. Um jogador com bom senso saberia que isso poderia ser fatal. O que traiu o Mantorras foi mais a cabecinha (ou a falta dela) do que o joelho. É claro que o departamento médico do benfica tb tem culpa, mas ela nao morre solteira.

Também...

Starblade

"Que fazer ao Mantorras?" - Metê-lo a treinar penalties  ::)

Sir

Citação de: Amsterdam em 10 de Janeiro de 2007, 20:45
Citação de: Lampi em 10 de Janeiro de 2007, 20:42
Deixem jogar o Mantorras

e mais do que 10 minutos por jogo....


Será que ele pode?
É que nunca mais o vi jogar a titular e fazer um jogo completo!

Continuo a achá-lo bastante limitado fisica e tecnicamente. Aquele penalty foi exemplo disso.

sigmund

Citação de: Starblade em 10 de Janeiro de 2007, 21:37
"Que fazer ao Mantorras?" - Metê-lo a treinar penalties  ::)

Essa do penalty teve piada... O Mantorras nao é um jogador propriamente "inteligente" na execução dos lances e é um jogador algo nervoso/ansioso.

Ele faz a paradinha mas isso de nada serve pois ele escolhe o lado a priori. Para que raio é que ele faz a paradinha se nao é para topar para que lado o keeper vai cair?

Hoje, escolheu o lado esquerdo, fez a paradinha (mt mal feita), o redes atirou-se, e no momento em que ia a chutar, como já nao conseguia mudar o lado (para isso era necessário pensar rápido), chutou um pouco mais para cima, a ver se entrava no ângulo... Ora, isso é mt difícil...

Uma sugestão: Mantorras, acaba com a paradinha... de nada te serve.

CorDeSang2

Citação de: Starblade em 10 de Janeiro de 2007, 21:37
"Que fazer ao Mantorras?" - Metê-lo a treinar penalties  ::)

Segunda-feira ninguém se queixou.

Starblade

Citação de: CorDeSang2 em 10 de Janeiro de 2007, 21:54
Citação de: Starblade em 10 de Janeiro de 2007, 21:37
"Que fazer ao Mantorras?" - Metê-lo a treinar penalties  ::)

Segunda-feira ninguém se queixou.

Pois, mas em dois penalties, marcar um e falhar outro não é propriamente um cartão de visita. É que aquela porra nem à baliza foi. Ao menos o Moreira sempre pode dizer que defendeu os 3 penalties, o GR do Lázio nem isso.

Rebotim

Citação de: Aguiar em 10 de Janeiro de 2007, 21:25
vejam este texto de 2001 k encontrei na net sobre o mantorras....

Pedro Mantorras

O perfume do futebol

O novo ídolo dos benfiquistas nasceu em Angola há 19 anos, e há quem veja nele um... Eusébio. Mas Pedro recusa comparações: «Ele é um herói. Incomparável.»

Por:MIGUEL JUDAS

«Pantera Negra». Com estas palavras, o diário desportivo A "Bola" fez a manchete da crónica do jogo amigável entre o Benfica e o Feye-noord. Os encarnados tinham ganho por 2-1 e o título sublinhava a exibição de Pedro Mantorras, autor dos dois golos benfiquistas. Era a confirmação pública daquilo que muitos iam dizendo em surdina: o angolano pode vir a ser um novo Eusébio.

No dia seguinte, o jovem avançado angolano foi o último a chegar ao treino matinal do Benfica. Não porque tivesse ficado mais uns minutos na cama, a sonhar com os golos que ainda vai marcar, mas porque, à entrada do Estádio da Luz, era aguardado por centenas de pessoas. Queriam tocar-lhe, pedir-lhe um autógrafo ou, mais simplesmente, dar-lhe uma palavra de incentivo. A todos, Mantorras sorria, num misto de humildade e simpatia.

Um cenário bem diferente daquele que, não há muito tempo, o rodeava em Luanda, quando, após a morte dos pais, ficou a viver na rua, sendo obrigado a sustentar os irmãos.

Pedro Mantorras – uma alcunha que significa «homem queimado» e que surgiu na sequência de um acidente doméstico ocorrido quando ele entornou uma panela de sopa quente por cima de si próprio - nasceu em Luanda, a 18 de Março de 1982 e teve tudo menos uma infância fácil. Andava pêlos 13 anos quando lhe morreu o pai, vítima da guerra. A mãe, essa, não iria sobreviver-lhe muito mais tempo: uma trombose deixou um miúdo de 15 anos, com três irmãos mais novos, dois rapazes e uma rapariga, a seu cargo. O mais velho havia emigrado para Portugal. Foram tempos difíceis que o obrigaram a viver ao relento, como qualquer «menino de rua».

Hoje, os tempos mudaram: vivem todos em Portugal (Alverca), excepção feita à irmã mais nova, de 13 anos, que continua em Angola, à espera de visto. Mas o seu pai de origem não será nunca amputado da sua vida. E não apenas porque ele pertence ao grupo dos eleitos que representam o futebol angolano. Além de jogar na Selecção, que para ele é muito, Pedro Mantorras pretende criar na capital angolana uma fundação de ajuda às crianças sem abrigo. O assunto foi mesmo tratado com o próprio Presidente José Eduardo dos Santos – também ele um fã confesso do jogador – e existe já um terreno para levar por diante o projecto. «Eu passei por isso, sei o que é viver sem casa. Este é um sonho que tenho e que pretendo realizar. Quero ajudar as crianças da minha terra», confessa.

Mantorras, o fenómeno

Hoje, tudo mudou, repita-se, e, aos 19 anos, o angolano é um ídolo de multidões, algo a que nem o próprio está habituado, como confessa à VISÃO: «É tudo muito estranho. Eu só peço às pessoas que tenham calma, porque ainda sou muito novo. Às vezes, até tenho saudades do meu cantinho no Alverca...» diz, a rir, depressa rectificando: «Estou a brincar, estar no Benfica é a realização de um sonho.Mas foi tudo muito rápido.» Pelo menos, a ele parece-lhe que ainda foi ontem que o seu empresário de futebol Jorge Manuel Mendes reparou nele. Estava-se em 1998 e jogava-se em Campo Maior o Torneio da Lusofonia, no qual participavam as seleções de países de expressão portuguesa. Mantorras, avançado de Angola, apesar de ter apenas 16 anos, deu logo nas vistas, ao conquistar o título de melhor marcador da prova, com sete golos. Mal sabia que os seus sonhos estavam a um passo de se tomarem realidade.

«Vi apenas um jogo dele, mas reparei de imediato que era um fora-de-série», conta à VISÃO Jorge Manuel Mendes, acrescentando: «Então, através de uma pessoa que conhecia no Barcelona, consegui colocá-lo a treinar no clube catalão.» Começou na equipa B, mas uma semana depois já alinhava nos trabalhos da equipa principal, ao lado de nomes como Figo, Guardiola ou Amunike, um dos seus ídolos do futebol africano. Só que, a instabilidade que se vivia na altura no Barcelona impediu a sua permanência no clube e Mantorras regressou a Portugal.

Jorge Manuel Mendes recorda que, na altura, podia ter levado o jogador para um clube grande, Sporting ou Benfica, por exemplo. «Mas optei pelo Alverca depois de uma conversa com o então seu presidente Luís Filipe Vieira. Sentia que o jovem angolano precisava de espaço e tranquilidade para explorar todo o seu talento. Para além disto há ainda a relação pessoal, o Pedro não me conhecia de lado nenhum e confiou em mim quando veio pela primeira vez para a Europa. Gosto muito dele. Para lá do jogador, há a pessoa, e ele consegue aliar, como poucos, o enorme talento que tem a uma imensa humildade», justifica o empresário.

No Alverca, jogadores, equipa técnica e dirigentes recebem-no de braços abertos e Mantorras consegue, por fim, a estabilidade que até então sempre lhe faltara.

Toma-se amigo pessoal do presidente do clube ribatejano, Luís Filipe Vieira, hoje o homem forte do futebol do Benfica. A relação entre os dois é de tal ordem que Mantorras dá o nome do dirigente, ao seu filho. «Ele foi como um pai para mim. Só lhe posso estar agradecido, a minha vida mudou a partir do momento em que o conheci», salienta.

Tem então tempo para fazer o que mais gosta: jogar futebol. As suas actuações refinam de partida para partida e depressa despertam a cobiça dos «grandes». O Benfica antecipa-se e, no final da época de 2000/2001, garante a aquisição do craque angolano, naquela que foi a transferência mais cara de sempre entre clubes portugueses - um milhão de contos.
De promessa, Mantorras depressa passou a certeza. As exibições nos jogos de preparação transformam-no no novo herói do «terceiro anel». No Benfica não lhe poupam elogios. O técnico Toni afiança que ele «pode vir a ser um jogador de craveira internacional», enquanto o adjunto Jesualdo Ferreira - que o treinou no Alverca - apelida a sua maneira de jogar de «excitante». E lembra que «Mantorras ainda é muito jovem» e que terá, por isso,«um longo caminho a percorrer, até chegar ao topo das suas potencialidades».

O gosto de aprender

Mantorras sabe, aos 19 anos, que ainda tem muitas alegrias para viver no futebol. Talvez seja por isso que continua a repetir, até à exaustão, com a humildade própria de um menino assustado com o seu próprio talento, que ainda tem muito que aprender. Sabe que para chegar ao topo tem de trabalhar e muito.

Já era assim no Alverca quando ficava no relvado, depois de terminados os treinos, na companhia do preparador físico e seu grande amigo Mariano Barreto, apefeiçoando as fintas e as jogadas que hoje deliciam os adeptos do futebol. Foi numa dessas sessões que começou a ensaiar a finta Agarra Ladrão, como é conhecida em Angola a jogada que, nas últimas partidas, tem posto a cabeça em água aos defesas adversários.

Nos treinos, pede conselhos a João Tomás e Sokota, companheiros de equipa e seus concorrentes directos na luta pelo lugar de ponta de lança titular, que agora lhe pertence. «São mais experientes e só tenho a ganhar se lhes der ouvidos. Aconselho-me muito com eles e eles ajudam-me a corrigir alguns pequenos defeitos», confessa o craque.

Do que Mantorras não quer nem ouvir falar é de comparações com Eusébio: «Não podem dizer isso, o Eusébio é um herói, é incomparável. Eu sou como uma flôr que ainda está em crescimento...» Mantorras nunca viu Eusébio jogar, a não ser em vídeo - tem uma cassete com os melhores golos do «Pantera Negra» - Mas as parecenças entre ambos são notórias, em especial na humildade e simplicidade que os caracteriza.

No dia em que conheceu Eusébio, em pleno Estádio da Luz, as pernas de Mantorras tremiam, tal era a emoção. Hoje, Eusébio é mais um companheiro que está ali para o apoiar, como o próprio «Pantera Negra» faz questão de nos frisar: «Ele está agora a começar e parece-me que vai no bom caminho. Ainda bem que estou por perto para o apoiar. Não posso dizer que seja um conselheiro, mas sou com toda a certeza um amigo com que ele pode sempre contar, 'o mais velho', como dizemos em África.»

'É de borracha, não parte'

Uma das características do jogador é a sua capacidade de sofrimento. A sua técnica estonteante transforma-o no alvo favorito de alguns defesas mais interessados em atingir as pernas dos adversários do que em conquistar a bola. Mantorras vai afirmando que «o que interessa é o colectivo» e, em última análise, «que o Benfica ganhe», nem que para isso tenha de levar umas quantas caneladas, como aconteceu no jogo de apresentação dos «encarnados», frente aos italianos da Fiorentina. Aliás, em relação a este jogo conta-se esta saborosa história – verdadeira ou não só o jogador o poderá dizer, embora quem assistiu de perto jure a pés juntos que assim foi: o defesa encarrega do de o marcar, um tal Bartolucci, passou todo o encontro a atirar-se às canelas do angolano, até que, já bem perto do final, quando o Benfica se preparava para festejar a vitória, Mantorras esboçou uma reacção dizendo, a sorrir, ao italiano: «Podes bater à vontade que isto é de borracha, não parte...»

O mais popular

Mantorras é um autêntico fenómeno de popularidade entre os adeptos benfiquistas. As camisolas com o seu nome (n.º 9) são as mais procuradas, estando já no primeiro lugar do top de vendas das lojas do Benfica. Nos treinos, então, é a loucura. Todos os dias são centenas as pessoas que esperam, do lado de fora do estádio, pelo craque, na esperança de um autógrafo ou de uma simples troca de palavras. Quando ele aparece, as reacções roçam a histeria. «No outro dia até me rasgaram a camisola», confessa, a sorrir. Os companheiros de equipa sabem que a popularidade do jogador, neste momento, é quase insuperável e por isso brincam com a situação, como aconteceu na véspera da partida para a Póvoa de Varzim, onde o Benfica jogou no sábado, 11.0 autocarro que esperava os craques à porta do Estádio da Luz estava rodeado de adeptos e qualquer jogador que saísse era prontamente «afogado» naquele mar de gente. Vendo isto, um grupo de jogadores onde se viam Carlitos, Cabra e Argel decidiu esperar por Mantorras. «Vamos, Pedro, que já estamos atrasados», disse um deles. O angolano foi o primeiro a sair e a reacção foi a esperada: todos queriam vê-lo de perto e tocar-lhe. E enquanto ele, sempre a sorrir, despachava dezenas de autógrafos, os outros lá passaram...


DE fcato uma história tão triste quanto bonita, não é por acaso k o jogador transporta uma mística e uma simpatia junto dos adeptos quase inigualável e só comparavel à de Rui Costa e Simão no entanto continuo a defender que o Pedro deve continuar no clube, pessoas como ele fazem sempre falta no Benfica mas não como jogador..infelizmente  :-\

Eagle Fly Free

Se há um caso de um jogador que terá passado ao lado de uma grande carreira... pobre Pedro, o que terás(tens) sofrido...  :'(

SlbNeptus

Eu votei por mante-lo no plantel, acho k ainda nos pode ser util  :)
Abraço

Mouraria

ANTES ERA O BETO AGORA E O MANTORRAS !!!!! NAO SEI O QUE QUEREM ?????????