Decifrando imagens do passado

RedVC

Citação de: pauliter em 28 de Fevereiro de 2017, 09:50
Obrigado, muito obrigado por este "bocadinho" de Benfica. Em dia de aniversario, um regresso ao passado fez-me amar ainda mais este clube, este simbolo e esta cor.

Obrigado RedVC, muito sentido obrigado.

Obrigado pauliter  O0

Ser Benfiquista é um orgulho e um privilégio! É nunca estar só. É partilhar a cor, o símbolo, as memórias do estádio, dos jogos, dos homens que nos engrandeceram. É ir buscar com calor todas as recordações em que associamos o Clube à nossa vida pessoal. É ser feliz!

Hoje é um dia especial em que faz sentido honrar os Ases que nos engrandeceram. E logo que seja um dia para mais vitórias nos campos e nos pavilhões!


Bakero

Fantástico! É incrível como o nosso clube tão grande começou de um modo tão simples...pensar que nada disto existiria, que nem sequer estaríamos todos aqui a falar uns com os outros, que eu ontem não teria estado no Estoril, senão tem havido essa reunião inaugural. Se esses 24 imortais não tivessem lutado tanto para levar o clube avante. É mindblowing!

E muito obrigado pelo vosso trabalho de pesquisa! Eu desde adolescente sempre fui um apaixonado pela História do Benfica, mas centrava-me mais na História do clube que se misturava com a minha (nascido em 83).

Progressivamente a minha curiosidade começou a estender para a gloriosa década de 70 e a inigualável década de 60, mas este tópico tem-me feito perceber que também houve muito e interessantíssimo Benfica nos seus primeiros 50 anos.

Um bem-haja!  :slb2:

RedVC

Citação de: Bakero em 01 de Março de 2017, 21:01
Fantástico! É incrível como o nosso clube tão grande começou de um modo tão simples...pensar que nada disto existiria, que nem sequer estaríamos todos aqui a falar uns com os outros, que eu ontem não teria estado no Estoril, senão tem havido essa reunião inaugural. Se esses 24 imortais não tivessem lutado tanto para levar o clube avante. É mindblowing!

E muito obrigado pelo vosso trabalho de pesquisa! Eu desde adolescente sempre fui um apaixonado pela História do Benfica, mas centrava-me mais na História do clube que se misturava com a minha (nascido em 83).

Progressivamente a minha curiosidade começou a estender para a gloriosa década de 70 e a inigualável década de 60, mas este tópico tem-me feito perceber que também houve muito e interessantíssimo Benfica nos seus primeiros 50 anos.

Um bem-haja!  :slb2:

Muito obrigado Bakero.  O0

Como disse Homero Serpa: "Era assim, pouca burocracia e muita acção".

Nos primeiros tempos o nosso Clube era um clube de miúdos! Não sendo uma novidade ainda assim é a primeira vez que se pode quantificar isso. Falta esclarecer alguns casos mais difíceis. Mesmo muito difíceis...

Estes dados dizem-nos mais coisas. Num futuro próximo trarei aqui algumas reflexões para o pequeno e Glorioso grupo de membros deste fórum que frequenta regularmente este tópico.

poiudivino

Quem aprecia o Carnaval, já deve ter ouvido a música do Jorge Ben em que um tal de Fio Maravilha marca um golaço:

Tabelou, driblou dois zagueiros
Deu um toque driblou o goleiro
Só não entrou com bola e tudo
Porque teve humildade em gol


A letra, percebi hoje, foi imortalizada num jogo contra...o Benfica.

https://www.youtube.com/watch?v=MZQ9iLaHs6g

Apenas um facto que desconhecia. Será que há imagens desse jogo?

RedVC

#574
Citação de: poiudivino em 02 de Março de 2017, 02:45
Quem aprecia o Carnaval, já deve ter ouvido a música do Jorge Ben em que um tal de Fio Maravilha marca um golaço:

Tabelou, driblou dois zagueiros
Deu um toque driblou o goleiro
Só não entrou com bola e tudo
Porque teve humildade em gol


A letra, percebi hoje, foi imortalizada num jogo contra...o Benfica.

https://www.youtube.com/watch?v=MZQ9iLaHs6g

Apenas um facto que desconhecia. Será que há imagens desse jogo?

Não parece haver muita coisa



Artur, Messias, José Henrique e Fio Maravilha.







Que cromo do catano...



João Batista de Sales, o Fio Maravilha (Conselheiro Pena, 19 de janeiro de 1945)


https://www.youtube.com/watch?v=5vSkHkoF3kU


A versão do Barão Vermelho é boa

https://www.youtube.com/watch?v=Am9FBbZ-LA0

Caso para dizer: música boa, jogo mau.


poiudivino

Fantástico. Sabe-se o resultado do jogo? Era um torneio ou um amigável?

RedVC

Citação de: poiudivino em 03 de Março de 2017, 03:59
Fantástico. Sabe-se o resultado do jogo? Era um torneio ou um amigável?

Particular. Citando:

...Torneio Internacional de Verão, que surgiu o mito envolvendo seu nome. Foi na segunda etapa da partida contra o Sport Lisboa e Benfica, quando o placar ainda apontava um entediante 0x0.

O jogo estava difícil e a torcida em coro pedia pela entrada de Fio. O técnico Mário Jorge Lobo Zagallo atendeu ao pedido da massa e colocou o jogador em campo.

Aos 33 minutos, Fio se transformou no lendário "Fio Maravilha" ao fazer o golaço que deu a vitória ao Rubro Negro por 1×0... Tabelou, driblou dois zagueiros, deu um toque, driblou o goleiro. Só não entrou com bola e tudo porque teve humildade e gol...


Fonte: https://tardesdepacaembu.wordpress.com/tag/fio-maravilha/

e http://www.maisfutebol.iol.pt/rubrica/maracana/anatomia-de-um-golo-fio-maravilha-flamengo-benfica-1972

RedVC

#577
-142-
Este árbitro é um Artista!

Não, não vou falar de árbitros manhosos. Disso já temos de sobra nos dias de hoje..

Hoje vamos partir de uma fotografia tirada no Rio de Janeiro no muito distante dia 5 de Dezembro de 1915.


Parc Royal Foot-ball Club, Dezembro de 1915. Fonte: Revista "O Malho".


Trata-se da segunda categoria do Parc Royal Foot-ball Club, um clube carioca que teve curta vida. Na fotografia estão 13 homens, 8 deles de pé. E é no homem que está de pé mais à esquerda que nos vamos concentrar. Usando um casaco por cima do equipamento, reconhece-se Manuel Móra, o primeiro guarda-redes em jogos oficiais da nossa História.

Associando a fotografia a uma notícia de jornal que a ela se refere percebemos que Móra foi também árbitro de futebol, nomeado pelo seu clube de então, o Parc Royal FC. Mas vamos por etapas.



Manuel Móra, 1º guarda-redes em jogos oficiais da História do SLB

Não obstante já aqui termos falado de Manuel Móra (ver textos: -42- Duas despedidas e um alegre convívio. p.10 e -44- Homenagem a um grande artista. p.11 e ainda -58- Um encontro Americano. p.14) vamos aproveitar a fotografia para o voltar a elogiar, pela sua ligação ao desporto – que como vemos manteve no Brasil – e pela sua reconhecida genialidade enquanto desenhista.



Manuel Móra o árbitro nomeado pelo Parc-Royal Football Club


Parc Royal Foot-Ball Club

Agremiação fundada em 3 de Agosto de 1914, por funcionários do Armazéns Parc Royal, este Parc Royal FC manteve esse nome até 27 de Fevereiro de 1917, data em que com o fim da relação com a casa comercial mãe, se tornou o Progresso Football Club.



A evolução do Parc Royal Foot-ball Club (1914-1917) para Progresso Football Club (1917-1925). Fonte: http://cacellain.com.br/blog/?p=66964



As duas primeiras categorias do Parc Royal Football Club em 1915.


Parc Royal, um gigante carioca

A Parc Royal, apesar de ter um nome Francês, foi fundada em 1873 por um Português chamado Francisco Vianna. França era o paradigma da moda, do luxo, do "chic" e assim esse nome era perfeitamente apelativo e adequado aos gostos da época. Seria no entanto um outro Português chamado Vasco Ramalho Ortigão e seu filho José Duarte, descendentes do escritor Português Ramalho Ortigão, que lhe dariam a glória comercial, fazendo dela uma empresa muito lucrativa e influente na moda carioca. O brilho destes estabelecimentos manteve-se durante boa parte da primeira metade do século XX, tendo sido uma das principais cadeias de lojas do Rio de Janeiro e de São Paulo.




Há ainda que dizer que os donos do Parc Royal não se restringiam apenas à actividade comercial. Ao invés, mostraram-se interessados e participantes no movimento associativo na sociedade carioca, em colectividades musicais e em associações culturais Portuguesas. O desporto foi mais uma das vertentes privilegiadas e foi nesse quadro que se deu o patrocínio ao Parc Royal FC, isto apesar da iniciativa da fundação do clube ter sido de alguns dos seus trabalhadores.

Manuel Móra terá começado a colaborar com os Armazéns Parc Royal por volta de 1914, ou seja no mesmo ano em que o Clube foi fundado. Por lá e por cerca de umas duas décadas, Móra foi o Director Artístico, o criativo publicitário ou seja foi um membro respeitado, estimado pelo seu patrão, a quem acompanhou em diversas viagens de trabalho à Europa. É natural que durante as escalas marítimas dessas viagens à Europa, Móra tenha regressado ainda que de forma breve à sua cidade de Lisboa.

A ligação profissional de Móra aos Armazéns Parc Royal, o seu passado como desportista na Europa e o seu estatuto de importante funcionário da empresa, justificam que o seu novo clube o tenha indicado como árbitro. Nesse tempo, essas nomeações (também em Portugal) eram normais pois os clubes tinham de indicar à Associação que pertenciam o nome de um dos seus prestigiados sócios, alguém que fosse idóneo, conhecedor do jogo e respeitado pelos adversários.


Um genial publicista

Muita dos originais da produção artística de Móra para o Parc Royal foram perdidos num pavoroso incêndio que consumiu a Casa Mãe da década de 40. Ainda assim sobreviveram alguns desenhos em cor e bastantes mais a preto e branco que foram publicados como publicidade em periódicos da época. Pela sua beleza, seleccionei alguns deles para apresentação.



Algumas variações da assinatura artística de Manuel Móra







Alguns dos magníficos trabalhos a cores que Manuel Móra produziu para o Parc Royal.



Publicidade para a secção infantil dos Armazéns da Parc Royal.

Segundo o próprio Móra os seus primeiros desenhos para o Parc Royal foram considerados pouco interessantes do ponto de vista comercial. Esse caminho foi feito pelo artista mas que depois não deixou de dar um cunho pessoal ao seu trabalho e a elevar substancialmente os padrões de qualidade desse meio.

E assim esse discípulo dos grandes artistas Portugueses, Jorge Colaço e Roque Gameiro, tornou-se num mestre da publicidade elegante no Rio de Janeiro e um artista amplamente reconhecido e requisitado. Nada mau para um homem que envergando uma flanela vermelha conseguiu vencer pelo seu esforço e talento num meio tão competitivo e urbano como era o Brasil e em particular a efervescente e boémia cidade do Rio de Janeiro.



Os dois mestres Portugueses de Manuel Móra: Roque Gameiro (à esquerda) e Jorge Colaço (à direita)


Para lá do Parc Royal




Ele tem bem o sentido do colorido, um colorido onde se sente a vida tumultuar intensamente. E diante de seus lábios, quasi sempre uma phrase que, em sua simplicidade, diz tudo: "só falta falar!"
Fonte: Biblioteca Nacional Digital Brasileira.


Manuel Móra subiu a pulso, tornando-se gradualmente conhecido e estimado no meio artístico carioca. Ganhou depois de forma progressiva e merecida, uma grande visibilidade e reconhecimento noutras cidades e regiões do Brasil. Como qualquer artista teve também a felicidade de apresentar os seus trabalhos em várias exposições.



Exposição Móra na Câmara dos Delegados do Comércio no Rio de Janeiro em 1928. Fonte: Biblioteca Nacional Digital Brasileira.



Fonte: Revista da Semana, 1928 e Beira-Mar, 1929.



Fonte: Biblioteca Nacional Digital Brasileira.


Outro aspecto relevante da obra de Móra foi a sua exuberante produção para capas de revista de cinema, moda e actualidades. As revistas geralmente pagavam mal aos seus artistas mas no caso de Móra ao que parece não houve motivos para grande queixa. Para além disso era trabalho com visibilidade no meio. Ao que parece para Móra a colaboração de trabalho com revistas começou ainda em Portugal, depois em 1907 em Buenos Aires, Argentina, o seu primeiro pouso da sua emigração. Mas seria finalmente no Brasil a partir de 1910 que atingiria particular brilhantismo nessa actividade que os Brasileiros designavam como "colorista de capas".



Capas de revistas da autoria de Manuel Móra. A primeira em cima, à esquerda é a capa do primeiro número da revista Cruzeiro é considerada um ícone desse período da moda e da estética feminina no Brasil.


Muito mais existe para contar da sua longa e frutuosa vida. Assim sendo, ainda que Manoel Móra seja um "cliente" habitual deste tópico, não posso nem quero evitar que num futuro próximo este grande e simpático homem volte aqui a merecer mais algumas linhas de evocação e homenagem.

   

Obituário (Diário de Notícias, 8-04-1956), última fotografia e última local onde morou (a linda Ilha do Governador) Manuel Móra (1884-1956).



Paz à sua Alma.


Bakero

RedVC, deixa-me interromper momentaneamente a tua (excelente) programação  :), para te fazer mais uma pergunta que talvez saibas responder.

Porque é que o Sporting participou na 1ª edição da Taça dos Campeões Europeus em 55/56 e não o Benfica, que foi o Campeão em 54/55?

Este fim-de-semana tive com o meu querido avô, que fez 91 anos e no meio das nossas longas conversas sobre futebol, ele contou-me que foi a UEFA que escolheu os representantes de cada país para a primeira edição, e que o Sporting foi escolhido devido ao seu prestígio (cinco violinos e tal...). Mas o meu avô é muito sportinguista e não sei se é de confiar no que ele diz eheh.

Foi a UEFA que escolheu ou foi a FPF? E se foi a FPF, porque indicou o Sporting e não o Benfica, que era o campeão em título?

Theroux

Vou abrir um parênteses no melhor tópico desta secção apenas para partilhar uma fonte audiovisual nova com muitos motivos de interesse: https://arquivos.rtp.pt/ Alguns destaques:

Provavelmente os melhores 4 minutos da história da RTP: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/1962-sport-lisboa-e-benfica/

Basket com um ambiente incrível em 1972: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/basquetebol-f-c-porto-vs-s-l-benfica/

Fialho Gouveia a jogar futsal na Luz em 1974: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/futebol-e-hoquei-no-pavilhao-da-luz/

Grande reportagem sobre a Luz em 1972: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/o-estadio-da-luz/

RedVC

Citação de: Theroux em 06 de Março de 2017, 22:23
Vou abrir um parênteses no melhor tópico desta secção apenas para partilhar uma fonte audiovisual nova com muitos motivos de interesse: https://arquivos.rtp.pt/ Alguns destaques:

Provavelmente os melhores 4 minutos da história da RTP: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/1962-sport-lisboa-e-benfica/

Basket com um ambiente incrível em 1972: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/basquetebol-f-c-porto-vs-s-l-benfica/

Fialho Gouveia a jogar futsal na Luz em 1974: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/futebol-e-hoquei-no-pavilhao-da-luz/

Grande reportagem sobre a Luz em 1972: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/o-estadio-da-luz/

Excelente nota Theroux. Vi no telejornal na RTP e estou desde então a ver. A ver e a deliciar-me

Aqui pessoal

https://arquivos.rtp.pt/?advanced=1&s=Benfica

RedVC

#581
Citação de: Bakero em 06 de Março de 2017, 22:00
RedVC, deixa-me interromper momentaneamente a tua (excelente) programação  :), para te fazer mais uma pergunta que talvez saibas responder.

Porque é que o Sporting participou na 1ª edição da Taça dos Campeões Europeus em 55/56 e não o Benfica, que foi o Campeão em 54/55?

Este fim-de-semana tive com o meu querido avô, que fez 91 anos e no meio das nossas longas conversas sobre futebol, ele contou-me que foi a UEFA que escolheu os representantes de cada país para a primeira edição, e que o Sporting foi escolhido devido ao seu prestígio (cinco violinos e tal...). Mas o meu avô é muito sportinguista e não sei se é de confiar no que ele diz eheh.

Foi a UEFA que escolheu ou foi a FPF? E se foi a FPF, porque indicou o Sporting e não o Benfica, que era o campeão em título?


Pois... Bakero, pois. É que nós eramos o Clube do antigo regime mas os outros é que recebiam os benefícios. Uns têm a fama e outros o proveito.


Genericamente sobre a primeira edição da Taça dos Clubes Campeões Europeus dizia Alberto Miguéns:

O "caso" da primeira edição da Taça dos Clubes Campeões Europeus
A competição mais aberrante que se fez, tendo em conta o nome que lhe foi dado: uma competição para campeões! Mas esta a UEFA considera-a válida e equipara-a à Liga dos Campeões quando dos 16 participantes (outros tantos recusaram por temerem o fracasso financeiro e custos desportivos com reflexo nos respectivos campeonatos) apenas sete, ou seja, 44 por cento, eram campeões nacionais. Até um sexto classificado (da Suíça) participou e para fazer "conta certa (16 clubes) convidaram um clube duma liga regional alemã, do Sarre, que nem o apuramento conseguiu para a fase final do campeonato alemão. Uma edição organizada pelo jornal L'Équipe devido à FIFA não ter autorizado a UEFA a envolver-se com competições europeias para clubes disputadas durante a temporada temendo que isso fizesse abortar o plano para que foi criada a UEFA em 1954: A organização de um campeonato europeu de selecções intervalado a cada dois anos com o Campeonato do Mundo da FIFA. Há quem diga que esta primeira edição "oficial" só não é renegada pela UEFA porque teme retirar um troféu ao Real Madrid CF. É que não só a competição não foi organizada pela UEFA, como foi "colocada em execução contra as indicações da FIFA" que temia que os adeptos dessem mais importância a esta competição que ao Europeu de Cubes, cuja primeira edição estava prevista para o final da temporada de 1959/60. Nos últimos tempos tem-se assistido a uma mudança de narrativa da UEFA no sentido de mostrar que até consentiu a competição. Ora face ao que foi publicado na Imprensa da época e aos clubes participantes isso não faz qualquer sentido. Mais vale ficarem caladinhos!


fonte: http://em-defesa-do-benfica.blogspot.pt/2017/02/quatrocentos-jogos-na-europa.html (os negritos são meus)

E mais um pouco de história da competição:

http://www.campeoesdofutebol.com.br/hist_liga_campeoes.html


De onde retirei

O primeiro torneio

A competição idealizada pelo L'Equipe, iniciada em setembro de 1955, não obrigava a que os participantes fossem campeões nacionais, funcionava sim por convites aos clubes que geravam maior interesse junto aos torcedores tanto que das 16 equipes, apenas RSC Anderlecht, AGF Arhus, Djurgardens IF FF, Milan AC, Real Madrid CF, Stade de Reims e SC Rot-Weiss Essen eram campeões nacionais. Sporting Lisboa, Partizan Belgrado, MTK Budabest, Servette, Hibernian, Gwardia, Rapid Wien, PSV Eindhoven e Saarbrucken foram as convidadas. Nenhum representante inglês participou da primeira edição; a equipe do Wolverhampton Wanderers FC recusou o convite por se achar a melhor equipe européia da época após jogos amistosos com vitória sobre ao Honvéd e ao Spartak Moscou.


Assim sendo e salvo o erro, os Sapos terão sido convidados pelo jornal L'Equipe. A UEFA tinha sido fundada em 1954 e esteve um pouco ultrapassada por esta organização. Diz-se também que o jornal pediu à FPF que indicasse o campeão só que a FPF julgou por bem indicar o SCP (por sinal o terceiro classificado da época anterior). Se isto não era ser beneficiado... é certo que na década anterior os sapos tinham conquistado mais títulos mas o SLB já emergia como a força dominante. Na década seguinte essa tendência seria esmagadora.

E assim, curiosamente, seriam os sapos a receber no Estádio Nacional o Partizan de Belgrado no jogo inaugural da competição (empate 3-3):
http://www.zerozero.pt/jogo.php?id=261859

é claro que os sapos foram eliminados. Aliás poucas vezes fizeram alguma coisa de jeito na Taça dos Clubes Campões Europeus. Só em 1982/83 ou seja 27 anos depois conseguiria chegar aos quartos de final. Ou seja em 13 participações não passaram da segunda eliminatória (e neste caso só por 3 vezes)... Caiam sempre na 1 ou 2ª eliminatória. Lá lá lá lá, maior potência, lá lá lá...

********************************************************

em adenda:

O director do "L''Équipe", Gabriel Hanot, apresentou a ideia à UEFA numa carta em Dezembro de 1954 mas esta recusou, argumentando que estava mais preocupada com um campeonato de selecções, já existente na América do Sul desde 1916.
Gabriel Hanot insistiu na ideia e a UEFA deu-lhe então carta branca para planificar o que quisesse. Foi aí que o "L''Équipe" tomou as rédeas da Taça dos Campeões Europeus, com jogos na quarta-feira à noite. A UEFA só foi tida e achada no primeiro congresso, em Viena, a 2 de Março de 1955. A ideia do "L''Équipe" para a edição inaugural da Taça dos Campeões era reunir os melhores clubes da Europa, que não necessariamente os campeões (Anderlecht, Aarhus, Djurgardens, Milan, Real Madrid, Stade de Reims e Rot-Weiss Essen), mas sim aqueles que arrastavam mais pessoas ao estádio nos respectivos países (Partizan, MTK Budapest, Servette, Hibernian, Gwardia, Rapid Viena, PSV Eindhoven e Saarbrücken).

Foquemo-nos agora em Portugal, o 16º país convidado para a Taça dos Campeões. O Benfica foi o campeão nacional em Abril de 1955, num título decidido aos 86 minutos da última jornada por um golo de João Martins, do Sporting. Ao Belenenses (2-2), que só perdeu esse campeonato por diferença de golos. O "L''Équipe", com a bênção da UEFA, convidou então o Sporting, e não o Benfica. Por força do passado, e não apenas do presente.


fonte: http://leaodaestrela.blogspot.pt/2010/09/campeoes-europeus-primeiro-jogo-foi-ha.html

O L'Equipe não fazia a mínima sobre quem era o Clube mais popular em Portugal. Provavelmente nem sabiam quem era o campeão.


Bakero

Obrigado pela tua resposta  O0. Mais uma vez se prova que ao Benfica nada foi oferecido, tudo foi conquistado.

Quanto ao arquivo online da RTP, é uma ideia fantástica apesar de por enquanto ainda estar um acervo muito reduzido.

Mas de acordo com uma reportagem que já vi com o director da RTP o plano é acrescentar 2000 vídeos cada mês e consoante os gostos do público, expressos no número de visualizações. Esperemos que os videos do Benfica sejam bastante vistos, para que essa área do site vá crescendo.

E vou analisar a possibilidade de comprar conteúdos, porque pelos vistos desde que seja para consumo privado, o custo não é tão elevado como tinha informação...

RedVC

Já agora aproveito para ir um pouco mais atrás para ilustrar como o nosso Clube é sempre invejado, sujeito a mentiras sempre para o desfavorecer e reduzir ao máximo a importância e mérito das suas vitórias.

Não era estranha esta iniciativa do L'Equipe. Grande jornal que esteve por trás também da Taça Latina. Mas não só:



Fonte: http://em-defesa-do-benfica.blogspot.pt/2011/05/ainda-e-sempre-taca-latina.html

No caso da Taça Latina, idealizada talvez para arranjar uma correspondente à muito injustamente esquecida Taça Mitropa, ela foi efectivamente iniciativa do L'Equipe mas apadrinhada pela FIFA. Isso foi demonstrado por Alberto Miguéns




fonte: http://em-defesa-do-benfica.blogspot.pt/2016/09/no-dia-em-que-passei-por-jules-rimet.html

e principalmente




É importante que se saiba o que se falou e decidiu na época e não o que a matilha dragarta ladra de acordo com a conveniência. A Taça Latina devia ser reconhecida como competição oficial sem dar hipótese aos latidos dos chico espertos invejosos. Mas enfim a caravana passa...


ps: tenho dois texto quase engatilhados (de entre uma dúzia...) para publicar sobre duas das oito edições da Taça Latina. Tenho de ver se acabo isso...

RedVC

#584
-143-
Sport de Lisboa, Bemfica 1923.

Dia 3 de Maio de 1923. Campo de Bemfica, nas traseiras da Fábrica Simões e Avenida Gomes Pereira em Benfica.



Fonte: Ilustração Portuguesa.


Um grupo de jornalistas desportivos, quase todos já entradotes em termos de idade, posam para a câmara envergando equipamento desportivo. No total, vemos 18 homens preparados para dar uns toques na bola. Sete deles, presumivelmente os que não tinham camisola branca, formavam um grupo "mixto", querendo isto dizer ligados a diversos jornais da época. De equipamento branco temos 11 homens, presumivelmente membros do jornal Sport Lisboa, fundado 10 anos antes, no dia 24 de Agosto de 1913.


O "Campo de Bemfica"



Duas fotografias com vistas aérea e terrestre sobre o espaço onde se situou o Campo de Benfica e uma fotografia durante um SLB vs SCP no final da década de 10. Fonte: Bic Laranja e Ilustração Portuguesa.


Localizado na Quinta de Marrocos, nas traseiras da sede na Av. Gomes Pereira e da enorme Fábrica Simões, este campo foi utilizado pelo nosso Clube durante cerca de uma década, a partir de 17-09-1916. Foi neste campo que no dia 10-09-1919 ocorreu o primeiro jogo nocturno de que há notícia em Portugal.



Fonte: Museu Cosme Damião.


Curiosamente este jogo entre jornalistas ocorreu já depois de ter sido jogado o último jogo oficial do SLB neste campo, em 11 de Março de 1923 num jogo contra o Império FC. O campo continuaria a ter alguma utilização para treinos e actividades de outras modalidades até 1926.



Notícia da realização de dois a disputar no Campo de Benfica. Viriam a ser os últimos disputados últimos jogos oficiais desse campo situado nas traseiras da Avenida Gomes Pereira onde o nosso Clube tinha a sua bela sede. Fonte: DL, 10-03-1923.


As Figuras



Identificação de seis elementos da equipa do jornal Sport Lisboa que defrontaram uma equipa "mixto" de outros jornais em 3-05-1923 no Campo de Benfica. Cosme Damião (38 anos), Félix Bermudes (47 anos), Norberto de Araújo (34 anos),Vítor Gonçalves (27 anos), Ribeiro dos Reis (27 anos) e Florindo Serras (33 anos). Fonte: Ilustração Portuguesa.


Entre os 17 jogadores registados na fotografia é possível reconhecer pelo menos seis Gloriosos. Em boa verdade a maior parte eram já ex-jogadores, mas todos foram pioneiros relevantes do nosso Clube.

Dispensam-se aqui grandes palavras sobre Félix Bermudes (1874-1960) e Cosme Damião (1885-1947) por serem amplamente tratados neste tópico. Foram em meu entender duas das cinco maiores figuras do nosso Clube falando de dirigentes. Foram dois homens de excepção que transcenderam pelo mérito da sua obra e do seu pensamento, a sua dimensão física mortal para se tornarem para sempre duas lendas do nosso Clube. Mas depois temos várias outras figuras de grande relevo no nosso Clube. Vamos por partes.








Vamos então concentrar-nos nas restantes figuras Benfiquistas que para já foram identificadas na fotografia da qual partimos para este texto.



Nascido em Lisboa a 18-07-1896, António Ribeiro dos Reis foi uma figura de primeira grandeza do nosso Clube. À semelhança de Cosme Damião, também Ribeiro dos Reis não quis nunca ser presidente tendo no entanto sido decisivo para a evolução do SLB.

Retirando elementos do seu obituário publicado no Diário de Lisboa, deixo aqui uma série de elementos biográficos que atestam o brilhantismo deste grande Benfiquista. Iniciou-se na Casa Pia onde cedo mostrou grande aptidão para a actividade desportiva. O futebol começou aí tendo depois transitado para o Liceu da Lapa e mais tarde para a Escola do Exército.

Em 1913 estreou-se oficialmente com a camisola do SLB, tendo sido, até à sua morte, quase tudo no nosso Clube. Foi jogador, treinador, capitão-geral, presidente da mesa da Assembleia Geral, dirigente desportivo. Não terá sido presidente apenas porque a sua vida militar (era Oficial da administração militar) não o devia permitir.



Folheto de divulgação do jantar de homenagem de um grupo de consórcios do SLB a Ribeiro dos Reis realizado no Restaurante Garret no dia 2-08-1925. Ao centro e à direita imagens reveladoras do papel de formador e divulgador das regras e teoria de jogo de futebol que Ribeiro dos Reis assumiu ao longo da sua vida. Fonte: Em Defesa do Benfica.


Muito justamente, Ribeiro dos Reis foi eleito Águia de Ouro em 1933, reconhecendo-se assim o papel importante que sempre assumiu na actividade desportiva e nas tendências, equilíbrios e consensos (ou não) do nosso Clube.

Teve um papel determinante em 1926 na rotura que era necessária para dar novo incremento na vitalidade do Clube que tinha vindo a perder competitividade no futebol depois de anos a apostar na criação das infra-estruturas no parque de Jogos das Amoreiras. A rotura implicou a saída dolorosa de Cosme Damião e Bento Mântua mas foi uma etapa decisiva para o SLB voltar a ser um Clube vencedor, adaptando-se aos novos tempos do (implícito) profissionalismo.

Foi justamente em 1923, data deste jogo, que Ribeiro dos Reis pendurou as botas. A sua carreira de jogador foi campeão pelo Benfica tendo também sido internacional A, jogando aliás o primeiro Portugal - Espanha em 1921. Foi também praticante de atletismo, destacando-se como corredor de velocidade. Foi também seleccionador nacional em 1926, 1934 e 1943. Foi secretário-geral da FPF e presidente do Conselho Técnico, membro da Comissão Central de Árbitros e de múltiplas comissões de revisão dos regulamentos da FPF.

Juntamente com o seu amigo de sempre, Cândido de Oliveira (ver texto -37- Três gigantes, três caminhos separados. p.8) fundou o jornal A Bola e colaborou com muitos outros jornais e revistas desportivas.



Amigos de uma vida, Ribeiro dos Reis (2) e Cândido de Oliveira (3). Juntamente com Ricardo Ornelas foram fundadores do jornal "A Bola". Fonte: BN. Direita, Ribeiro dos Reis enquanto seleccionador nacional. Fonte: Eco dos Sports.


Faleceu em 3 de Dezembro de 1961 tendo sido sepultado no cemitério dos Prazeres.




Norberto Moreira de Araújo nasceu a 21 de Março de 1889, em Lisboa. Entrou como aprendiz na Imprensa Nacional (1904), mas a sua apetência para as Letras fez com que passasse a frequentar o Curso Superior. Integrou logo em 1913 a equipa de colaboradores do "Sport Lisboa" onde logo mostrou a sua qualidade.

Em 1916, ingressou na redacção do jornal "O Mundo", mudando-se, passado um ano, para "A Manhã", de que chegou a ser co-proprietário, iniciando, portanto, uma carreira fulgurante na imprensa, continuada noutros periódicos. A par da actividade como jornalista, Norberto de Araújo manteve, intermitentemente, a sua actividade literária, em 31 volumes publicados, que se repartiram pelos mais diversos campos, desde os livros técnicos sobre artes gráficas, até ao teatro e à poesia...

O Olisipógrafo que legendou Lisboa.

Para além de jornalista, poeta e novelista, Norberto de Araújo foi também um estudioso da História de Lisboa. "Ligeiramente corcovado, de olhos azuis luminosos, mãos frementes, imaginação torrencial, autêntico poeta enamorado da alma de Lisboa", nas palavras amigas de Pastor de Macedo, embrenhava-se por entre ruas e becos, atento a cada pormenor, quer se tratasse de um edifício notável, um bairro, um pátio, um chafariz, um arco ou uma simples porta, e engrandecia cada descrição com episódios de vida quotidiana, que apaixonavam o "dileto leitor". Ao estilo de uma escrita sempre coloquial, noticiosa e de leitura fácil, que cultivou ao longo de uma intensa carreira jornalística, juntou, Norberto, um profundo conhecimento da sua cidade, que percorria de forma incansável.
  Fontes: https://norbertoaraujo.org/notas-biograficas/ e http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/EFEMERIDES/NorbertodeAraujo/NorbertodeAraujo.pdf


Conforme é referido pelos seus descendentes "Em finais de 1908, após a fusão do Sport Lisboa com o Grupo Sport Benfica, dando lugar ao Sport Lisboa e Benfica, Norberto de Araújo torna-se sócio do Clube. Cosme Damião um dos dirigentes do Clube fá-lo secretário responsável pelas notícias, tendo ainda colaborado na organização e realização de várias provas desportivas."... Fonte: https://norbertoaraujo.org/notas-biograficas/cronologia/


"Colaborou desde a sua fundação em 1913 no jornal do Sport Lisboa e Benfica – o semanário «Sport Lisboa» – desempenhando várias funções e acabando por ser redactor, cargo em que se manteve até 24 de Dezembro de 1914." Fonte: https://norbertoaraujo.org/notas-biograficas/cronologia/
No banquete que acima apresentamos a fotografia que decorreu no Restaurante Club em 22 de Agosto de 1914 e onde participaram também 4 presidentes do SLB, Cosme Damião e dois jogadores célebres do Clube, Norberto de Araújo, escreveu os seguintes versos:


Não bebo há mais de 3 anos,
de vinho qualquer porção.
Mas hoje juro que faço excepção,
E se o faço digo e juro
É só por vossa atenção.
Muito custa nesta vida
A ter um bom coração




Velha Glória do futebol mas também do hóquei em campo do SLB. Foi à semelhança de Cândido de Oliveira e António Ribeiro dos Reis, um antigo casapiano que ganhou fama como nosso futebolista. Desde 1916 a 1927 apresentou-se geralmente como médio centro.

Era um jogador atlético e versátil que chegou a capitão de equipa em 1919. Ainda enquanto jogador foi eleito pela primeira vez em 1920 como dirigente do nosso Clube. Chegou a ser secretário do Conselho Fiscal e foi muito respeitado no nosso Clube. Despediu-se dos campos em 1927, tendo cumprido cerca de 200 jogos na nossa 1º categoria do futebol.

Em 1934 anui ao convite de Ribeiro dos Reis e passou a treinar a nossa equipa principal de futebol. Nessa época apesar de não terem ocorrido conquistas relevantes, Ribeiro dos Reis que à altura era o nosso Capitão Geral do SLB, renovou a vontade de que Victor Gonçalves continuasse no cargo. Os dois conscientes da evolução do futebol introduziram alterações tácticas no modelo de jogo da nossa equipa, alterando o sistema de pirâmide, e fazendo-o evoluir para o novo sistema WM, pouco tempo antes idealizado e implementado com bastante sucesso em Inglaterra por Herbert Chapman.

E seria Victor Gonçalves o primeiro treinador Português a conquistar o título de Campeão da I Liga. O primeiro e por diversas décadas, o único treinador Português campeão. Cederia o seu lugar ao húngaro Lippo Hertzka que conquistaria os dois títulos seguintes dando pela primeira vez um tricampeonato ao nosso Clube.



Em cima: Victor Gonçalves ladeado por Ribeiro dos Reis (à sua direita) e Cosme Damião (à sua esquerda). Em baixo: Victor Gonçalves (assinalado) posando com os seus colegas de equipa. De pé, da esquerda para a direita: Fausto Peres, Chiquinho e José Bentes Pimenta. Agachados, Bastinhos, Victor Gonçalves e Fernando de Jesus. Sentados: Morais, José Simões, Ribeiro dos Reis, Jesus Crespo e Alberto Augusto. Fonte: Museu Cosme Damião e Em Defesa do Benfica.



Florindo Dias Serras nasceu em Abrantes no ano de 1890. Ingressou depois na Casa Pia onde certamente terá iniciado a sua actividade desportiva e fez amigos que foram decisivos no seu desenvolvimento pessoal e profissional.

No SLB jogou futebol na primeira categoria e praticou atletismo ainda no tempo do Glorioso campo da Feiteira. Extremo direito, jogou de 1909 a 1914, cumprindo cinco épocas de Águia ao peito embora uma na 2ª categoria. Como se viu integrou os primeiros repórteres do Sport Lisboa aquando da sua fundação em 1913.

Mais tarde – presumo na década de 30 – emigrou para Brazzaville (capital e maior cidade da actual República do Congo). Por lá viria a falecer em 1952, embora ainda tenha tido a felicidade de ver o SLB visitar e fazer um jogo em Brazzaville em 1950. Essa visita terá certamente sido muito emocional para ele, pela recuperação da ligação a Portugal e em particular ao SLB



Dois aspectos da vida desportiva de Florindo Serras no SLB no Campo da Feiteira entre 1908 e 1910. Fonte: AML e BTV


O Sport Lisboa



A primeira edição do Sport Lisboa em 24 de Agosto de 1913.


O Sport Lisboa foi fundado em 24 de Agosto 1913. Contou desde logo com homens superiores, excelentes profissionais, muitos deles foram figuras determinantes do nosso Clube, antes e depois da junção de 1908 entre Sport Lisboa e o Grupo Sport Benfica.

Existe aliás uma fotografia do espólio do grande Norberto de Araújo que nos mostra a redacção e os administradores do jornal e da qual já por qui se falou (ver texto -39- Um banquete de notáveis. p.9)




Divulgava informação sobre as actividades, resultados e figuras do nosso Clube mas também outra informação desportiva. No entanto, logo em Março de 1915, as restrições financeiras obrigaram o jornal a juntar-se ao "Jornal do Sport" criando-se assim o "O Sport de Lisboa". Esse jornal manter-se-ia até Maio de 1932, tendo aliás sobrevivido ao difícil período em que decorreu a I Guerra Mundial.

Mais e melhores detalhes poderão ser encontrados aqui: http://em-defesa-do-benfica.blogspot.pt/2015/11/derbi-dos-jornais.html