André Horta

Médio, 28 anos,
Portugal
Equipa Principal: 1 época (2016-2017), 16 jogos (970 minutos), 1 golo

Títulos: Campeonato Nacional (1), Taça de Portugal (1), Supertaça (1)

Sequel

Citação de: Nuno_SLB em 30 de Maio de 2024, 15:14
Citação de: Red Bullet em 30 de Maio de 2024, 13:25
Citação de: vieirah1904 em 30 de Maio de 2024, 12:26Que declarações de ressabiado.

Falta de noção.

q é q ele disse?

André Horta e a conquista da Liga Conferência: «Dedico o título a quem não acreditou em mim»

É boca para o Braga.

A saída dele do Benfica foi um erro, mas isso é outro assunto.

Mestre30


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#11207
ENTREVISTA A BOLA: «Não ia ser o amor ao Benfica a deixar-me preso ali»
André Horta foi campeão no clube do coração em 2016/17, mas não fala, para já, em voltar. Já para com o ex-colega Rafa e o ex-treinador Abel Ferreira só tem elogios.


Spoiler
André Horta foi formado no Benfica e em 2016/17 esteve na equipa principal, conquistando o título de campeão. Mas na época seguinte foi emprestado ao SC Braga e nunca mais voltou ao clube pelo qual torce desde criança. Não se arrepende e, em entrevista a A BOLA, refere que parte da explicação está em Abel Ferreira, que considera o melhor treinador que já teve. O médio do Olympiakos fala também do ex-colega Rafa, numa altura em que também está de saída dos encarnados: «Se fizesse tudo bem, não jogava no Benfica...»

Tem uma história e uma ligação emocional ao Benfica. Noutra fase da carreira é uma camisola que ainda ambiciona voltar a vestir?

Honestamente, não penso muito nisso. Acho que foi um capítulo bonito. Eu quando era miúdo dizia que tinha três sonhos: jogar pelo Benfica, marcar um golo pelo Benfica e ser campeão pelo Benfica. Fiz os três, mas foi logo muito rápido.

Não quer voltar a um sítio onde já foi feliz, é isso?

Nós não podemos mesmo controlar isso. Se me perguntar: queres jogar no Benfica? Ah, quero. Queres jogar no Barcelona? Quero. Queres jogar no Real Madrid? Quero. Quero jogar em todo lado. Não depende só de mim. O que depende de mim é trabalhar, trabalhar como deve ser, fazer as coisas bem, como fiz muitas vezes em Braga, como fiz agora no Olympiakos, como fiz no Benfica anteriormente, como fiz no V. Setúbal. É ir fazendo o meu trabalho, porque as oportunidades geralmente vêm e parece que vêm mais facilmente quando trabalhamos bem.

No Benfica, um dos jogadores com quem jogou foi Rafa, que está agora de saída. O que acha deste ponto da carreira dele? Que falta vai fazer ao campeonato português?

O Rafa chegou já no último dia de mercado, mas chegou no mesmo ano que eu. E é fácil apaixonar-se pelo jogo do Rafa. Eu, pessoalmente, sou daqueles que gostam dos jogadores que resolvem jogos sozinhos, que criam oportunidades para eles próprios. Há uns que se deliciam mais a ver um Kroos a jogar, um Modric, um Bellingham. Eu também gosto, mas o que me enche as medidas é um Mbappé, um Messi, um Ronaldo... Jogadores que criam oportunidades sozinhos para eles, que têm essas características, um Neymar no seu auge. E o Rafa, a esta escala, era um jogador que fazia isso. Ele, sozinho, conseguia criar oportunidades para ele mesmo. As pessoas falavam muito «Ah, mas ele depois chega à frente da baliza e não marca golos». Mas o Rafa, se fizesse tudo bem, também não jogava no Benfica. Em princípio, estava no Real Madrid, no Barcelona, no Manchester City...

- Depois desse ano no Benfica, porque não ficou? O que aconteceu? Fora essas coisas que não controla, não terá sido o momento certo para si?

Eu cheguei com 19 anos e na segunda época tinha 20 anos, senti que precisava mesmo de jogar. Ou seja, não ia ser o amor a um clube que me ia deixar preso ali. E depois foi a oportunidade de poder jogar com o meu irmão. E aí... não há nada que se compare a isso. E acabei por ser eu também a pedir para ser emprestado. A experiência até correu bem, também com o mister Abel, e é um ano que vai estar sempre marcado para mim.

- Gostava de voltar a trabalhar com Abel Ferreira?

Claro. O Abel foi o melhor treinador que já tive, por diversas razões. Claro que gostava muito de voltar a trabalhar com ele.

- No Brasil ou em Portugal?

Onde ele quiser. Onde ele quiser que eu vá ter com ele, eu vou. Porque é uma pessoa que marca. E depois coincidiu com o facto de que foi uma época que me correu bem, em que senti muita evolução no meu jogo. Deve ter sido realmente a primeira época como profissional que eu senti que evoluí muito no jogo e comecei a perceber o jogo de outra maneira. Foi com ele e então, quando nós temos isso na cabeça, também é mais fácil querermos voltar a trabalhar com essas pessoas, que nós sentimos que nos deram algo.

- Portanto, não se arrepende dessa decisão de sair do Benfica?

Não. Eu acho que até hoje nunca me arrependi de nada. Acho que as coisas tomam o seu caminho, que têm de tomar. Quando fui para os Estados Unidos, também fui eu que quis ir, ninguém me obrigou. Era algo que eu queria experimentar. Gosto de experimentar essas ligas diferentes. Sei que ainda vou experimentar mais uma ou duas desse género. Estados Unidos já não.

- A Arábia Saudita?

Não sei, se calhar a Arábia não. Mas uma liga mexicana, um dia ir ao Japão... Coisas desse género. Acho que tenho tempo para lá chegar, mas é algo de que eu gosto. A experiência de Los Angeles foi incrível. Viver naquela cidade... Profissionalmente não me correu tão bem. Se calhar hoje em dia, se fosse com esta idade, correr-me-ia muito melhor. Também ia com outra bagagem. Eu cheguei lá com 21 anos. Mas pronto, não me arrependo muito. A minha carreira tem sido feita da maneira que eu quero. As coisas que aconteceram, quando houve a mudança, acabaram por ser por eu também as querer. Ou seja, ninguém me empurrou para lado nenhum. Achei que eram passos que eu estava a tomar, que foram bons para mim e até hoje não me arrependo porque foram-me dando a tal experiência e tal bagagem que é preciso para continuar.
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Catarina Pereira in A Bola

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#11208
ENTREVISTA A BOLA: «Eu, Chiquinho e David Carmo demos uma chapada de luva branca a muita gente»
André Horta é um dos portugueses que venceram a Liga Conferência com o Olympiakos na época que agora terminou. Recorda a campanha europeia, o penálti que pediu para mudar a ordem e a língua predominante no balneário.


Spoiler
A meio da época 2023/24, André Horta tinha apenas cinco jogos como titular na Liga portuguesa e cada vez menos minutos nas pernas no SC Braga. Em janeiro apareceu a oportunidade Olympiakos, que acabou por dar-lhe uma Liga Conferência. Mas não foi o único: Chiquinho, no Benfica, e David Carmo, no FC Porto, também não jogavam. A meio das férias, numa entrevista a A BOLA na nossa redação de Lisboa, Horta fala sobre a experiência na Grécia e o grupinho de portugueses que por lá se juntou [Rúben Vezo, João Carvalho, Gelson Martins e Podence são os restantes]. E conta também como trocou de penálti com Rodinei numa eliminatória...

Se alguém lhe tivesse dito, no início de janeiro, que ia acabar esta época com uma medalha de um troféu europeu ao peito, o que diria a essa pessoa?

Diria que devia ter fumado alguma coisa forte (risos). Nós sabemos que no futebol as coisas podem mudar de um momento para o outro, mas não podemos também mentir. Naquele momento não era algo muito expectável. «Olha, vou acabar esta época a ganhar um troféu europeu, está mesmo aqui ao virar da esquina.» Não, não pensei, a verdade é essa. Começo a pensar quando existe a mudança, porque vejo as competições em que ainda estamos inseridos, e claro que percebemos que, a partir do momento em que estamos inseridos, há sempre alguma hipótese. Depois, com alguma sorte no sorteio, aqui e ali... Mas claro que era algo em que não acreditava muito.

E como explica essa caminhada do Olympiakos na Liga Conferência? Houve ali momentos um bocadinho inacreditáveis. Tiveram de recuperar de uma derrota por 1-4 em casa, na 1.ª mão dos oitavos....

Acho que nós fomos mesmo muito competentes. Acho que não fomos muito exuberantes, mas fomos competentes em tudo o que tínhamos de fazer. Dos nove jogos que tivemos, o único jogo onde não fomos mesmo, e aí estivemos mesmo mal, foi o jogo do Maccabi [Tel Aviv] em casa, o 4-1, esse não nos correu tão bem. Também temos direito. Nos outros jogos, tivemos de tudo... com o Ferencváros ganhámos os dois jogos, depois tivemos o tal do Maccabi que perdemos 4-1 e vamos lá ganhar 6-1, temos Fenerbahçe que ganhámos 3-2 em casa, lá perdemos 1-0, mas ganhámos nos penáltis. Ou seja, nós tivemos um pouco de tudo no caminho até à final. Depois o Aston Villa. Ralmente fizemos um grande jogo, não só na 1.ª mão, mas também na 2.ª. Foi uma boa vitória, ganhámos 2-0. Sentimos que eles também, com o 3-2 que nós trazíamos, tentaram esboçar uma reação inicial, mas eles também tinham uma ou duas ausências importantes. E nós marcámos logo cedo, o que também lhes tirou um bocadinho o ânimo. Então eu acho que nós não fomos muito exuberantes, eu gosto de usar a palavra competentes. E também sinto que a mentalidade é um bocadinho diferente da portuguesa, de eliminatórias que já joguei com equipas portuguesas, maioritariamente no SC Braga, que tem sido toda a minha carreira. Parece que há uma mentalidade diferente, no sentido em que nós às vezes, em Portugal, se formos em vantagem para uma 2.ª mão, a nossa ideia parece que é muito... se calhar já iremos um bocadinho mais retraídos. E a mentalidade, ou pelo menos o que eu senti nesta experiência, é que a malta vai muito desinibida, é para jogar mais um jogo, fazermos as coisas que temos a fazer, executar o plano. Daí eu dizer: não fomos exuberantes, talvez no jogo do 6-1, aí tivemos de ser, porque tínhamos realmente de recuperar de uma desvantagem, mas acho que fomos competentes, mesmo na final. Era um jogo muito complicado, a Fiorentina a defender homem a homem, hoje em dia já ninguém gosta disso, mas acabámos por ser inteligentes na maneira como abordámos o jogo. Percebemos os momentos, quando tivemos de atacar, quando tivemos de defender, porque afinal o jogo acaba por ter todas essas nuances, e depois no fim acabou por sorrir para nós.

Contra o Fenerbahçe teve de marcar um penálti ao guarda-redes [Dominik Livakovic] que é um especialista nisso mesmo, tinha feito um brilharete no último Mundial [com a Croácia]. No momento de bater esse penálti pensou em quem tinha ali à frente?

Eu conhecia o guarda-redes, lembrava-me da questão dos penáltis dele no Mundial. Não posso dizer que estava muito confortável a bater. Eu ia marcar o 5.º penálti, isso tem uma história engraçada. O treinador-adjunto veio dizer-me: «Vais bater o 5.º penálti». Eu nunca bati um penálti, não bato penáltis em lado nenhum e querem logo vá bater o 5.º? E um dos habituais nos penáltis, que era o Rodinei, ia em 3.º. Então, falei com o Rodinei, disse-lhe «Olha, eu vou em 3.º, vais tu em 5.º, porque estás mais confortável». Não digo confiante, porque nós na altura podemos sentir-nos confiantes, e eu confiante estava, mas era algo que não fazia, acho que nunca bati um penálti em jogo. Depois acabei por ir em 3.º, marquei, depois o Rodinei foi em 5.º e falhou (risos). Mas sabia que ia ser algo difícil, então optei pelo mais simples: bola para o meio. Normalmente resulta.

Soube bem ganhar este troféu ao lado de tantos portugueses?

Sim, ao lado de tantos portugueses e principalmente ao lado da minha família e dos meus amigos, que foram lá ver o jogo e estiveram lá comigo. Mas claro que foi bom não só ao ganhar o troféu, como toda a adaptação desde a chegada. Eu cheguei no mesmo dia que o Chiquinho, fomos no mesmo avião, ou seja, já o conhecia de termos estado juntos no SC Braga, passados 3 ou 4 dias chegou o David Carmo... Acabámos por estar ali muito tempo juntos os três e depois começou a normal aproximação com todos os outros portugueses. Éramos oito, fazíamos muitas coisas juntos extrafutebol, o que também nos aproximava muito. Mas no balneário todos os outros companheiros foram cinco estrelas. Por exemplo, o Iborra, um jogador já com 36 anos e uma pessoa espetacular, já com 4 Ligas Europa, foi a primeira pessoa a dizer se precisássemos de alguma coisa... E isso também mostra um pouco daquilo que era a nossa equipa e que nos fez chegar aqui.

Mas vocês falam em português no balneário? Há um grupinho de portugueses?

Sim. Nós não estamos ao lado uns dos outros, mas uma das pessoas que mais fala no balneário é o Rodinei, que fala a nossa língua. Depois temos os espanhóis, que também falam muito... Os gregos falam inglês, mas não posso dizer que temos grupinhos. Claro que, pela proximidade e pela barreira linguística, se calhar falamos mais entre os portugueses, ou mesmo com os espanhóis acaba por ser mais fácil, mas toda a gente falava com toda a gente. Primeiro com o mister Carvalhal, e depois com a chegada do novo treinador, que também era espanhol, aquilo tudo teve de se ambientar um pouco para uma língua mais familiar, e então acho que o ambiente também ficou muito bom.

Falou, por exemplo, do Chiquinho, do David Carmo, que naquela altura também tiveram de sair de Portugal e procurar uma nova oportunidade. Como vê a maneira como eles agarraram essa oportunidade?

A verdade é que nós os três, em três clubes portugueses diferentes, saímos se calhar cada um com o seu problema, digamos assim. Eu na altura não estava a jogar tanto, o Chiquinho também não, o Carmo é a situação que se sabia. E a verdade é que acredito que demos uma chapada de luva branca a muita gente. E também quando não se sente é porque algo está mal, e nós sabíamos que tínhamos de fazer com que resultasse para que as pessoas também se calhar nos dessem um bocadinho mais de valor, é mesmo assim.

No final do jogo dedicou o troféu a quem não tinha acreditado tanto em si. Queria desafiá-lo, com esta capa do jornal A BOLA: isso não era para nós, pois não?


Capa do jornal A BOLA de 15 de agosto de 2016, depois de André Horta ter marcado na 1ª jornada da Liga, frente ao Tondela.

Não, não [risos].  Atenção, esta capa é no dia a seguir aos anos da minha mãe, isto foi depois de eu ter marcado... Eu acho que marquei o golo a 13, e os anos da minha mãe são a 14 de agosto, e depois a 15 vocês fizeram isto. Mas eu gosto disto, começo da época, estou fora do menino de Almada, gosto das origens da margem sul.

Foi um desabafo?

Não, não foi um desabafo. Eu depois fui ver para trás e a Sport TV estava com problemas de comunicação na altura em que eu vou falar... O que aconteceu foi: eu começo a falar, há uns problemas de comunicação, e eu dedico à minha família, aos meus amigos, à minha namorada... Expliquei a mudança que eu e ela tivemos a meio do ano, fomos os dois sozinhos para um país novo, numa época que não estava a correr tão bem... Agradeci a toda a gente que acreditava em mim e as minhas palavras foram «e como nós na vida temos um bocadinho de tudo, quero dedicar também a quem não acredita», porque foi também esse lado que me fez mudar. E pronto, quem não acreditava, que acredite um bocadinho mais.

«Carvalhal pediu-me desculpa por me ter trazido para o Olympiakos»

Vocês os três chegaram ao Olympiakos muito pela mão de dois portugueses: Pedro Alves [diretor desportivo] e Carlos Carvalhal. Mas passado pouco tempo eles saíram. Sentiu que de repente tinha de provar ainda mais o que valia?


Sim, claro que sim. Depois da saída do mister Carvalhal e até à entrada do [José Luis] Mendilibar, nós temos um jogo pelo meio em que eu fico de fora. Quem assumiu a equipa foi o treinador dos sub-19, que acabou por ganhar depois a Youth League, e ele deixou-me de fora. Aí eu pensei: «Ok, isto se calhar não vai correr tão bem...». Fiquei um bocadinho mais ansioso de perceber «então eu mudei para jogar e para melhorar e isto quer dizer que vai ser tudo ao contrário...». E houve ali uns dois, três dias, até ao primeiro jogo do novo treinador, a tentar perceber o que é que se ia passar. Felizmente depois acabou por correr tudo bem e o resto acabou por ser história.

Nesses dois, três dias recorreu a Carvalhal? Depois de ele sair falou mais alguma vez com ele, para perceber o que é que aconteceu, se isso punha em causa a sua estadia no Olympiakos?

Não. Nós falámos o normal. O mister fez algo que não tinha de fazer, que foi pedir-me desculpa. Claro que ele não tem de me pedir desculpa por nada, aliás eu agradeço-lhe ainda hoje de coração ele ter-me levado, porque sabia que era algo que eu também queria. E mesmo que ele tenha deixado de ser o treinador, aquilo depois eu é que tenho de trabalhar para mim, para ter as minhas oportunidades, ou seja, não podia encostar-me só porque ia para um clube onde o treinador me queria, e eu já não tinha de fazer mais nada... Isso não funciona ali, nem em lado nenhum. Ele passado uns dias pediu-me desculpa por me ter trazido e pelas coisas se terem desenrolado dessa maneira, mas tal como lhe respondi na altura, digo-lhe agora: não tem de pedir desculpa por nada, era algo que eu queria. Fico muito feliz e lisonjeado, porque ele foi o primeiro treinador que trabalhou comigo e quis voltar a trabalhar. É sinal que devo ter feito alguma coisa bem. Conhecendo-o como o conheço, sei que ele não liga só à parte futebolística, liga também à parte humana, o que também acaba por me valorizar um bocadinho mais e ficar contente com isso. Por isso, eu do mister Carvalhal só tenho a dizer coisas boas.

E com o novo treinador, o que aprendeu nestes meses?

O mister Mendilibar é uma personagem muito engraçada. Espanhol, de 63 anos, muito enérgico, muita intensidade no treino. Ele quando chegou não era muito aquele treinador de reuniões, de vídeos... Era mais um treinador de campo, de correr, de pressão. Basicamente ele tirou-nos alguma responsabilidade, não nos quis dar muita informação. Explicou-nos como é que queria defender, ou seja, a maneira como queria que nós pressionássemos, como equipa grande, pressionar muito em cima, correr muito... E isso eu também, não sei se algum dia vou ser treinador, mas é algo com que eu me identifico. Com o passar dos anos e com a experiência que vamos ganhando, e eu gosto de ir pensando o jogo e de ir percebendo quais são as maneiras de se poder ganhar jogos, há algo que é sempre constante, sempre que eu penso nisto, que é: normalmente, quando se corre mais do que o adversário estás mais perto de ganhar. Não é atletismo, não é isso que eu estou a dizer, aliás quem me conhece sabe que eu prefiro jogar com a bola do que sem ela. Quando eu digo correr, não estou a falar só de correr atrás da bola, é correr mesmo com a bola, ou para dar as linhas de passe ao teu colega, o que for, mesmo com a bola tu precisas de correr.

É mais Klopp do que Guardiola, é isso?

Não sei, não sei bem... Posso ser ali uma mistura dos dois (risos). Uma vez o Bernardo Silva disse que a maneira que eles jogam precisam de correr muito, e a maneira de o Guardiola jogar, como se sabe, é toque, toque, toque, toque. Só que para haver esse toque e para parecer que eles têm tantas linhas de passe, os jogadores têm de correr muito. Nós na televisão parece que eles estão sempre paradinhos no mesmo sítio, mas não é assim. Pronto, e então basicamente o treinador foi muito: «Vamos defender desta maneira, pressionar assim...» Focava-se muito em roubar bolas no último terço, porque estamos mais perto da baliza. Era o que ele dizia: «Eu prefiro defender à frente, porque se roubarmos aqui estamos muito mais perto do golo.» E ofensivamente dava-nos muita liberdade, não tínhamos um padrão, ou jogadas-padrão que ele queria. Ele sabia que o jogo tinha vários momentos, eu acho que ele sabia também que tinha jogadores inteligentes para executar, e então dava-nos um bocadinho essa responsabilidade de lá dentro acabar por criar. Mas no momento defensivo, ele não facilitava. Os treinos também eram muito à volta disso: pressão, reação à perda, roubar bolas no último terço... Principalmente nas provas europeias, eu acho que as equipas têm a tendência de ir um bocadinho diferentes do que são nas suas ligas. Não vão inibidas, mas vão mais no sentido de perceber o que é que pode dar o jogo, vão-se estudando um bocadinho. E ele não queria muito isso, ele queria que nós chegássemos, seja contra quem fosse, em que estádio fosse, e corrêssemos, corrêssemos, pressionássemos. E é sempre igual. Umas vezes resulta, outras vezes não resulta. Contra o Maccabi não resultou em casa, mas depois contra o Aston Villa, fora, resultou.

Liga com playoffs? «Podia ser um formato a experimentar...»

A liga grega tem um modelo diferente do que estava habituado, primeiro fase regular, depois play-offs. Gostou desse modelo? Acha que fazia sentido em Portugal?


Eu gostei muito. Era algo que podia implementar-se em Portugal, porque vejo muitas vezes as pessoas dizerem que o campeonato não é tão competitivo, algo com que aliás não concordo. É verdade que os três da frente acabam sempre por estar lá em cima, mas sinto que as equipas hoje em dia, as chamadas pequenas, já são mais bem orientadas, já criam mais dificuldades. Claro que os outros vão ganhar mais vezes, porque têm melhores jogadores, melhores individualidades... Mesmo que num jogo, taticamente, uma equipa mais pequena se consiga igualar, depois as individualidades em princípio vão fazer a diferença. Eu sinto que os jogos acabam por estar mais competitivos, mas ouço muita gente a dizer que 18 equipas para um campeonato em Portugal é demasiado, que vai pouca gente aos estádios, temos jogos a mais, horários... O campeonato lá na Grécia são 14 equipas, ou seja, estamos a retirar 4 equipas, na fase regular, e depois os primeiros 6 passam com os mesmos pontos. Aqui em Portugal podia ser engraçado, porque íamos ter mais jogos grandes, que é o que eles lá têm também, íamos ter se calhar mais audiências, mais adeptos no estádio. Acho que íamos se calhar ter uma liga que girava mais à volta dos jogos grandes, mas eu acho que também é isso que nós pretendemos. Não é tirar as equipas ditas pequenas, digamos assim, mas acho que podia ser um formato a experimentar, pelo menos para perceber o que é que poderia dar.
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Catarina Pereira in A Bola

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ENTREVISTA A BOLA: Futuro? «Vou ser mais aborrecido, como o Amorim...»
André Horta foi emprestado pelo SC Braga ao Olympiakos, que depois da época de sucesso quer ficar com o passe, mas tem de pagar 6 milhões. Garante que estará sempre disponível para os bracarenses, se o quiserem...


Spoiler
«Estranheza». É assim que André Horta entende o que se passou na primeira metade da época 2023/24, quando foi perdendo minutos na equipa do SC Braga. O médio não sabe como vai ser o futuro, daí optar por uma abordagem Rúben Amorim e dizer apenas que tem contrato. Em entrevista na redação de A BOLA, fez uma retrospetiva dos anos em Braga e deixou ainda elogios ao treinador e ao possível reforço do Sporting.

O Olympiakos, para ficar consigo, tem de acionar a cláusula de 6 milhões de euros... É onde quer ficar?

Nós no futebol não controlamos muito, a verdade é essa. Os jogadores cada vez controlam menos, por isso eu não vou estar a responder a isso, se eu não controlo nada...

Mas sente-se bem no Olympiacos?

Agora vou ser Rubén Amorim: eu tenho contrato... [risos]

Mais aborrecido...

Vou ser mais aborrecido. Tenho contrato mais três anos com o SC Braga, no fundo nós jogadores estamos muito nas mãos dos clubes, por isso vou esperar para ver o que é que querem fazer comigo.

Mas vê-se, nas redes sociais, adeptos gregos constantemente a pedirem para ficar... Como é essa relação, aquele ambiente?

Já comentei com os meus pais e amigos, é estranho dizer isto... Eu voltei a sentir-me jogador outra vez. Aquela parte do jogador de andar na rua, tirar fotos, as pessoas virem falar... O fanatismo que se calhar eu tinha vivido mais nos tempos de Benfica. E no SC Braga vivi mais uma questão familiar, porque a cidade é mais pequenina, é um ambiente mais familiar. Os sítios que eu frequento, as pessoas já me conhecem, já me tratam como um deles, se calhar da família... E ali foi muito novidade. A verdade é que as coisas começaram a correr bem, sinto que eles também perceberam que eu, o Carmo e o Chiquinho, que chegámos ao mesmo tempo, chegámos para ajudar e que queríamos muito, porque íamos para provar algo. Eu acho que eles sentiram que nós queríamos muito que resultasse, que desse certo, e eu acho que em todos os clubes é um pouco assim: quando os adeptos veem que o jogador quer, tem o caráter e tudo mais... E na Grécia acabou por se passar um bocadinho isso Eu já não estava muito habituado, é verdade, vivi muito com a questão Benfica, porque leva tudo a um nível muito maior, no SC Braga tudo muito mais tranquilo, e depois viver agora esta experiência, principalmente com a conquista da Liga Conferência, os adeptos exaltaram-se um bocadinho. Eu acho que eles pensam que eu sou melhor jogador do que aquilo que eu sou [risos].

Também tem uma boa relação com os adeptos do SC Braga. Regresse ou não, há alguma coisa que gostaria de lhes dizer neste momento?

Sim, tanto os adeptos do SC Braga como o clube sabem que eu estou sempre disponível para jogar pelo SC Braga. A minha carreira, no fundo, acaba por ser SC Braga. Estive um ano no Benfica, um ano de Vitória de Setúbal, um ano de Estados Unidos e tudo o resto acaba por ser SC Braga. Foi um clube que aprendi a amar, porque não nasci bracarense, mas do qual aprendi a gostar. Foi o clube que me deu a oportunidade de jogar com o meu irmão, que foi sempre uma prioridade para mim, e a verdade é alguns dos grandes momentos que tive na minha carreira, confundo sempre com tudo o que vivi no SC Braga. Sinto que as pessoas, depois desta saída, também acabam, porque é sempre assim na vida, acho que acaba sempre por acontecer, é quando não temos que acabamos por dar mais valor... Mas, como eu disse, para o SC Braga vou estar sempre disponível. Basta quererem-me, claro.

Durante esses anos todos no SC Braga, quase nunca foi aquele titular indiscutível constante. O que faltou? Foi concorrência a mais?

Honestamente, acho que não faltou nada. Não consigo dizer «ah nesta altura eu não jogava ou porque não merecia, ou porque não estava tão bem». A ideia geral, e era unânime, era que quando jogava acrescentava. Depois pode ter a ver mais com estratégias de treinadores. O jogador que não era o titular indiscutível, mas era sempre 40, 45 jogos por época... Os últimos dois anos sinto que foram os melhores em termos quantitativos e qualitativos. Em termos de números, de jogos jogados, de minutos. A última época então foi mesmo a melhor, fui o jogador mais utilizado em termos de jogos, em termos de minutos fui o quinto ou o sexto. No ano anterior, com o mister Carlos Carvalhal, já tinha sido top também, acabei por jogar a maior parte da época. No ano em que cheguei dos Estados Unidos também acabei por fazer 30 e tal jogos a titular. Ou seja, numa época de 50 jogos, acabo por fazer sempre mais de metade a titular. Claro que num clube como o SC Braga há três, quatro titulares indiscutíveis. Eu sei que não era um desses quatro, mas acabava por jogar sempre. Nos últimos dois anos sentia-me, como é normal com o passar do tempo e dos anos, melhor jogador. Também se calhar mais maduro no sentido de saber melhor o que tinha de fazer em campo. Ou seja, eu controlava melhor todas as nuances do jogo. Daí a estranheza do que se passou este ano.

E com a chegada do novo treinador, Daniel Sousa, acha que até se encaixava mais no seu estilo como jogador?

Não é bem pergunta para mim, é mais para ele. Eu quero acreditar que os bons jogadores encaixam sempre em quase todos os treinadores. Por exemplo, fiquei um bocadinho assustado quando chegou o treinador Mendilibar ao Olympiakos e ele começa a falar mais de nuances defensivas, ou de como nós queríamos defender. Eu assim: «Isto se calhar não combina muito comigo» [risos]. Ele se calhar falou um bocadinho mais de questões defensivas porque quando avaliou a equipa, e via muitos dos nossos jogos, nós defensivamente não éramos tão consistentes. Ele disse que ofensivamente, como havia muita qualidade, acabávamos sempre por arranjar maneira de resolver os jogos. Só que não podíamos era estar a sofrer constantemente. Então ele falou muito defensivamente. E eu lembro-me que ele, no fim dessa primeira reunião, disse assim: «Mas agora não pensem que para jogar na minha equipa têm de ser jogadores muito agressivos ou defensivos.» Ou seja, ele fez questão de vincar que há uma ideia, a ideia defensiva é coletiva, e tu não vais jogar porque és um gajo que rouba 15 bolas, rouba 20 bolas, ou porque és um jogador muito defensivo. E ele tinha razão, e a verdade é que eu acabei por jogar praticamente os jogos todos.

«No SC Braga ainda havia algo para fazer»

Não sabendo o que vai acontecer no futuro imediato, ainda tem como ambição destacar-se na Liga portuguesa? Ou fechou esse capítulo?


Nós como jogadores temos de estar sempre abertos um bocadinho a tudo. Como eu disse há pouco, nós não controlamos muito bem. Por exemplo, falando objetivamente desta época, eu venho de uma época em que sou o 5.º jogador mais utilizado do plantel. Nós fazemos uma época inteira em que eu e o Al Musrati, por exemplo, ele foi o 5.º e eu o 6.º jogador mais utilizado do plantel em termos de minutos. A nossa época teve 52 jogos, eu joguei em 51. E depois nós chegámos à época seguinte e eu e o Al Musrati jogámos 20 minutos juntos até janeiro. Isto ninguém consegue explicar. Isto para dizer o quê? Nós não conseguimos muito bem controlar, ou não temos grandes quereres nesta profissão. Nós fazemos o nosso melhor.

Mas a minha pergunta era mais no sentido de se ainda quer provar o que vale na Liga portuguesa...

Eu sinto que no SC Braga ainda havia algo para fazer. Aliás, eu quando saí lembro-me de dizer que isto ainda não acabou, ainda há aqui qualquer coisa para fazer. Mas, volto a dizer, não depende só de mim, depende muito também da vontade do clube. Mas eu acho que ainda se pode fazer muita coisa no SC Braga de bom, ainda se pode evoluir muito como clube. E quando digo como clube é ir ganhando, estando mais perto da luta por troféus, ir ganhando ainda mais e aproximar-nos ainda mais dos grandes.

«Ioannidis é mais um Gyokeres...»

Na Grécia também já defrontou Ioannidis, que poderá vir a ser reforço do Sporting. O que destaca nele?


Ele é muito forte, é muito forte a segurar, é muito forte a procurar profundidade. Antigamente dizia-se que o jogador ou procura profundidade, ou é mais jogador de vir no pé. E havia poucos jogadores que combinavam essas duas características. E eu acho que ele tem um bocadinho das duas. Segura com muita qualidade, mas, por exemplo, no jogo contra nós, que o Panathinaikos acabou por ganhar, ele fez muitos movimentos de profundidade... Um dos golos nasceu mesmo de um movimento em profundidade dele. Tem bom timing de desmarcação, muita qualidade a segurar, a associar-se com os colegas, forte no um para um, para depois finalizar de remate fácil também.

É mais um Gyokeres ou mais um Paulinho?

Eu acho que pode ser mais um Gyokeres. Se calhar não tão explosivo, um jogador mais técnico, mas combina um bocadinho das duas coisas. Mas lá está, sente-se lá confortável no seu país, também a jogar num clube grande, não sabemos o que se pode vir a passar aqui.

«Tudo o que Amorim diz acontece...»

Também foi treinado por Rúben Amorim, no SC Braga. O que destaca nele como treinador?


O que se destaca nele é a simplicidade com que lida com os jogadores. Ele não deixou de ser jogador assim há muito tempo, não sei se vem daí também a facilidade com que ele nos percebe melhor, se bem que há outros treinadores que foram jogadores e não têm essa capacidade... E depois os jogadores verem que normalmente tudo o que ele diz acontece [risos]. A maneira como ele passa a mensagem e a confiança com que ele a passa, por conhecer tão bem aquilo que ele quer e a maneira de jogar, normalmente nós jogadores retemos muito melhor a informação, para já porque está uma pessoa com muita confiança a passar-nos algo e quando alguém está a dizer isto com tanta confiança nós tendemos a acreditar. E depois, quando chegamos ao jogo e as coisas acontecem, pronto, aí percebemos. Eu sinto que é muito aí que ele ganha os grupos e começa a ter as equipas na mão: é quando nós começamos a perceber que chegamos ao jogo e tudo o que ele diz acontece.

A BOLA noticiou que o SC Braga estará interessado no guarda-redes do Olympiakos, Konstantinos Tzolakis. Que características é que destaca nele?

É sempre muito difícil fazer futurologia, porque o jogador é o seu contexto. Ou seja, ele lá também acaba por se sentir confortável, está no seu país. Uma mudança nós nunca sabemos como é que pode correr, porque ele pode chegar e no primeiro jogo algo corre mal, e a partir daí, psicologicamente, acaba por ir sendo uma bola de neve e as coisas já não correm bem, e depois tudo o que eu estou a dizer aqui acaba por ir por água abaixo. Mas o que eu vi foi um guarda-redes muito seguro. Ele é muito jovem, tem 21 anos e destacava-se muito pela capacidade de trabalho. Ele nos treinos, na altura que nós chegámos, em janeiro, não jogava, era o número 2, mas nós já víamos muita qualidade, muita gente já se perguntava porque é que ele não jogava. Mas o outro guarda-redes tinha mais estatuto. A partir do momento em que ele entrou não saiu mais e eu gostei de tudo: muito seguro, bom a sair dos postes, bom entre os postes. Ou seja, tinha um conjunto de características que depois de começar a jogar é muito difícil de sair, e foi o que aconteceu.
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Catarina Pereira in A Bola

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ENTREVISTA A BOLA: Convocatória para o Euro 2024 não chegou à família Horta: «Vamos para o Algarve...»
André Horta somou internacionalizações até aos sub-21, mas nunca chegou à Seleção A. Não sente «ter nível de Seleção». Já o irmão conseguiu, mas teve uma desilusão recente. Nada que não se resolva com umas férias.


Spoiler
Quando era mais novo, inclusive até quando estava nos Estados Unidos, era muitas vezes chamado para as seleções mais jovens de Portugal. Depois de ir para Braga, nunca surgiu a oportunidade da Seleção A. O que aconteceu?

Nunca pensei muito nisso, honestamente.

Mas acha que o SC Braga ainda não é suficientemente sonante para isso?

Não, temos o caso do meu irmão [Ricardo Horta, internacional A por 12 vezes]. Claro que ele precisa estar sempre a um nível muito alto para poder ser opção. Fazer épocas de 20 golos, 10 assistências, de ter números.

Ou seja, no SC Braga tem de se provar mais do que nos três grandes?

Não sei, porque a verdade é que temos agora esta polémica de não irem mais jogadores do campeão nacional. Eu não sei se é preciso provar mais ou não. Eu acho que os bons jogadores acabam por ir. O Rafa, quando estava no SC Braga, também ia à Seleção. A mim nunca foi um tema que me tirasse muito o sono, não pensava muito. Quero desfrutar da minha carreira. Acho que a Seleção é uma consequência de estarmos a fazer as coisas muito bem. Ou melhor, não é muito bem, é um nível de excelência. Eu lembro-me de fazerem a pergunta uma vez ao Bruno Fernandes, quando já era um craque, ainda estava nos sub-21. E ele disse que é preciso respeitar quem lá está. Se lá está é porque já teve de fazer algo muito grande para representar a Seleção. Ou seja, tem de estar a um nível muito alto. Eu estou no meu nível. Não acho que seja nível de Seleção. Por isso também nunca foi algo que me tirasse o sono.

Estamos às portas do Euro... Acha que esta Seleção é uma das favoritas?

Eu acho que tem de ser, mesmo que possamos tirar um bocadinho a responsabilidade. Tem de ser, pelos jogadores todos que nós temos, pelos clubes onde eles jogam. Porque para lá estarem é porque têm de estar a um nível de excelência. Temos jogadores nos melhores clubes do mundo, isso tem de acabar por fazer a diferença. Porque se eles lá estão, temos de arranjar maneiras de todos... Ou seja, as qualidades de todos eles estarem em prol de um coletivo. Espero que corra bem.

O coletivo é que importa, mas como adepto da Seleção, quem é o seu jogador preferido de Portugal atualmente?

O meu jogador preferido da Seleção é o Jota, pela relação que temos, e por ser um fã. Como adepto, por ser um fã do Jota, do estilo de jogo dele, eu digo o Jota.

E no meio-campo, a sua zona, de quem é que gosta mais?

João Neves.

Falou do seu irmão... Como é que foi quando ouviu o selecionador a dizer que ele não estava convocado?

Eu já sabia há umas horas.

Pois, Roberto Martínez revelou que lhe telefonou antes...

Ele já sabia e informou-me e aos meus pais. Foi muito simples, disse-lhe: vamos para o Algarve, passar uma semaninha, para eu estar contigo e com as miúdas. Ele sempre foi um jogador com uma maneira de estar muito tranquila. Claro que a Seleção é sempre uma recompensa do nosso trabalho. E obviamente ele, por ter vindo a ser uma presença regular na Seleção, tinha as suas ambições de ser chamado, mas não foi. Está tudo bem e é continuar a trabalhar e ele sabe disso.
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Catarina Pereira in A Bola

Red skin

Não sei... Opções erradas ou de quem não está completamente investido nesta carreira. Foi uma cena estranha a de ir para os EUA... Começou bem no Benfica, depois abancou, foi vendido aos americanos e nunca mais voltou aquele nível...

Foi usado pelo Braga aquando da tentativa do Benfica comprar o Ricardo... Caíram que nem patinhos e o irmão, injustificadamente ou porque lhe convém, ficou ressabiado com o Benfica... Que até acenou com 20 mocas ao pedreiro para o levar... A meu ver escapamos de boa.

BleedingHeart

Os irmaos Horta quando falam do Benfica parecem sempre aziados, pqp