CN 34ª J: SL Benfica 4 - 1 CD Nacional, 15Maio. Dom. 17h00 *BTV1*

SL Benfica 4 - 1 CD Nacional

Campeonato Nacional


SL Benfica: Ederson Moraes (Paulo Lopes [81m]), André Almeida, Victor Lindelöf , Jardel, Álex Grimaldo, Ljubomir Fejsa (Andreas Samaris [53m]), Anderson Talisca, Pizzi, Nico Gaitán, Jonas, Kostas Mitroglou (Raúl Jiménez [73m])
Treinador: Rui Vitória
CD Nacional: Gottardi, João Aurélio, Alan Henrique, Rui Correia, Cerqueira, Nuno Campos, Boubacar Fofana, Washington, Luís Aurélio, Salvador Agra, Soares
Treinador: Manuel Machado
Golos: Nico Gaitán (23), Jonas (39), Nico Gaitán (65), Pizzi (84)

RodriE

Ao rever esta temporada com o pensamento mais limpo consigo observar uma coisa:
Foi a mística que nos levou ao título. Que orgulho!

jppm89

Vi agora fotografias do Real Madrid campeão europeu. Só tenho uma coisa a dizer, o Benfica mete mais gente a festejar um título nacional que o Real Madrid a celebrar uma liga dos campeões! Se calha este clube ser campeão europeu, o marquês não vai chegar para tanta gente.

Flavius Julius

Citação de: jppm89 em 29 de Maio de 2016, 14:21
Vi agora fotografias do Real Madrid campeão europeu. Só tenho uma coisa a dizer, o Benfica mete mais gente a festejar um título nacional que o Real Madrid a celebrar uma liga dos campeões! Se calha este clube ser campeão europeu, o marquês não vai chegar para tanta gente.
e depois temos que levar com users a escreverem que os PSGs desta vida têm mais projecção mundial que o Benfica!

20Nico Gaitan20

Citação de: RodriE em 29 de Maio de 2016, 13:43
Ao rever esta temporada com o pensamento mais limpo consigo observar uma coisa:
Foi a mística que nos levou ao título. Que orgulho!
foi foi....vejo muita gent a dizer que foi a mistica,o crer e a uniao....já eu acho que foi muita competencia desde Janeiro para cá.

estamos a falar de 1 derrota e 13 vitorias na segunda volta....surreal.

e mesmo essa derrota foi uma mentira do caralho...jogo para golear o porto e perdemos 2-1

Orgulhosamente_SLB

Como ainda ninguém deve ter dito... cá vai:

TRICAMPEÃO!

Red2802

#15380
TEXTO DEMASIADO LONGO QUE PODE ABORRECER A MAIORIA DOS LEITORES.
É APENAS PARA MEMÓRIA FUTURA.

Há 15 dias atrás o glorioso sagrava-se TRICAMPEÃO após 39 anos de espera. Tinha 6 anos.

Há 15 dias atrás tive a maior alegria desportiva da minha vida e gostava de deixar aqui algumas notas sobre o que penso e sinto sobre o clube. Este título ainda não foi devidamente celebrado e a maioria de nós ainda não se consciencializou da importância do mesmo. Como um dos mais "idosos" do fórum sinto-me na obrigação de dar a minha opinião.

- A última vez e tínhamos sido bicampeões foi em 83/84 com Eriksson. No final da época Eriksson seguiu para a Roma. Stromberg foi vendido à Atalanta e Chalana ao Bordéus. Para os seus lugares não veio ninguém à altura. Pal Csernai para treinador e Wando para o lugar de Chalana.

- Fernando Martins, presidente à data, diz que o dinheiro era para fechar o terceiro anel do estádio. Começou aí a saga do clube que tem que vender jogadores. Ficámos em terceiro lugar e entregámos o campeonato ao Porto que já ía numa seca de 5 anos depois de ter estado 19 anos sem ganhar nada (tinha sido bicampeão em 77/78 e 78/79).

- Nunca mais fomos bicampeões. O poder foi entregue a Pinto da Costa pelo seu último grande amigo no Benfica: Fernando Martins. O homem que teve coragem de estar presente no lançamento do livro "Largos dias têm 100 anos", já bem depois do Apito Dourado.

- Seguiu-se João Santos que formou as melhores equipas dos últimos 40 anos. Com o apoio de Manuel Barbosa e Jorge de Brito, aposta tudo para, dentro do campo, evitar a hegemonia portista. Vai buscar grandes nomes com Mozer, Ricardo e Valdo e faz regressar Eriksson. Tarde demais! O controlo era absoluto por parte dos Pintos. Adriano Pinto, Lourenço Pinto e Pinto de Sousa dominam todo o futebol português. Rui Águas muda-se para o Porto. O clima é insuportável e o Porto domina e controla tudo. Domínio absoluto, só comparável ao Steaua de Bucareste, na Roménia.

- Jorge de Brito tem uma passagem fugaz pela presidência depois do desgaste de João Santos. Não se adapta ao clima de pressão do meio futebolístico ( Jorge de Brito era um senhor ), sofre um ataque do ignóbil Sousa Cintra que leva Paulo Sousa e Pacheco. Abandona a presidência a meio de 93/94, sendo substituído pelo "anjinho" Damásio.

- Damásio despede o campeão Toni e vai buscar Artur Jorge. Entra-se numa espiral de contratações desmedidas e campeonatos ganhos à décima jornada pelo Porto. Era impossível ganhar, tal o poder do clube do Norte. Damásio deixa o clube num estado calamitoso, com -dizia ele- uma SAD "na gaveta" de 20 milhões de contos, à data.

- Estava aberto o caminho para um populista. Não há populistas honestos, mas essa é uma conclusão que teima em ser amiga do pensamento de São Tomé. Vale e Azevedo ganha as eleições e prepara-se para tomar de assalto o clube. Tem uma gestão desportiva calamitosa e uma gestão financeira criminosa.

- Vilarinho e Eusébio salvam o clube. Maltratar Eusébio foi a prova de que não há crimes perfeitos. Eusébio voltava a entrar na história do clube pela positiva. A sua morte será o seu último grande contributo, como falarei à frente. Ironicamente.

- Vilarinho não aguenta a pressão de reconstruir tudo e chama Vieira, esse ilustre desconhecido. Sócio dos três grandes ( Vieira era sócio do Sporting ou do Porto por causa da natação. Domingos Soares Oliveira diz que ele não sabe nadar) e ex-presidente do Alverca, era para mim uma incógnita.

- Vieira assume mais tarde a presidência com pouca obra feita e com erros enormes na gestão desportiva. O negócio Mantorras, que custou 5 milhões de euros ao Benfica não é um bom prenúncio. Tem o crédito de ser indicado pelo Vilarinho, um grande benfiquista.

- Assume a sua inaptidão para a gestão do futebol. Chama José Veiga, ligado ao Porto e a Pinto da Costa numa das decisões mais inusitadas e polémicas de que tenho memória. José Veiga move-se bem no mercado e blinda clube às influências externas. Estamos na altura da morte aos papagaios.

- Estoura o escândalo do Apito Dourado sem o qual nunca teríamos ganho o título com o Trapp.

- Vieira cavalga, com razão, no Apito Dourado. Mesmo assim, perde quatro campeonatos seguidos para o Porto. Koeman, Fernando Santos, Camacho e Quique nada conseguem contra Co Adriaanse e Jesualdo. Veiga sai e Rui Costa assume o futebol.

- Comeca a fase zig-zag de Vieira. Hoje diz umas coisas e amanhã diz o seu contrário. Contradições em barda e aumenta o "entreposto" de jogadores.

- Chega Jorge Jesus e Rui Costa vai para a prateleira. Vieira diz que assume o futebol mas quem o faz é o amigo da Reboleira.

- Entrtanto o clube está melhor financeiramente e caminha para os melhores do mundo em infra-estruturas. Ainda não sabemos com que custos, mas ninguém pode retirar esse mérito a Vieira. É voz corrente nos meandros que é o único clube em Portugal que paga a tempo e horas. Estamos no tempo das vacas gordas no BES.

- A Benfica TV, grande golpe de asa de Vieira, abana com os poderes instalados. Começam a aparecer clubes que duvidam do futuro de Pinto da Costa e sus muchachos.

- O campeonato de 2009/2010 é ganho no limite, contra o Braga. Vieira incha e o seu amigo da Reboleira incha ainda mais. Já se fala na conquista da Champions.

- Jesus, um especialista em treino separado entre defesa e ataque, que tem um adjunto para cada um dos momentos de jogo, toma de assalto o cérebro de Vieira. Como é óbvio, correu mal. Jesus tem um QI de um orangotango e prepara-se para afundar o clube.

- Depois de três campeonatos perdidos para Villas Boas e Vitor Pereira, Vieira investe o que tem e o que não tem para ganhar. Pelo meio, altera os estatutos e perpetua-se no poder. O BES segura tudo.

- 2013/2014 começa mal. Depois do tormento de 2012/2013 estamos a perder em casa com o Gil Vicente nos descontos. Milagre salva Jesus. A equipa joga mal e continua na senda dos anos anteriores. Com um plantel de luxo, não jogamos nada.

- Morre Eusébio. É altura de reunir as almas. Primeiro jogo sem Eusébio é com o Porto na Luz. Viragem. Benfiquistas acreditam e empurram equipa para a vitória. Campeões.

- Depois da lenga-lenga do "o Benfica não precisa de vender jogadores" chegou a narrativa da crise. O BES foi-se. Aposta-se na formação e vende-se em dois anos uma equipa campeã e ainda alguns da formação. Jorge Mendes entra em ação, agora a sério. Os negócios com o Valência e Mónaco aproveitam a todos. E salva-se o clube do incumprimento na banca. Somos bicampeões, o título em que Jesus tem mais mérito, apesar de Lopetegui.

- Vem Rui Vitória. Um treinador sem estatuto, habituado a fazer omeletes sem ovos. Ideal para engolir as vendas e dar roda livre a Vieira.

- Jesus vai para o Sporting e escangalha a estratégia de Vieira. Vieira não queria Jesus. Estava farto dele e agora tem que o aturar todos os dias no rival.

- A época inicia-se de forma dramática. Rui Vitória é peça fora do baralho na guerra Vieira-Jesus. Duas coisa irão mudar o rumo da história: Jesus incha novamente (como em 2010) e, qual Eusébio, acorda o monstro moribundo. Rui Vitória, que já tinha suportado a morte dos pais num acidente, tem cabedal para Jesus e muito mais. Conquista os jogadores, e com um futebol suportado inicialmente em garra e raça, consegue levar a água ao seu moinho contra tudo e contra todos. Fez uma equipa com uma alma que eu nunca tinha visto. E que, com o tempo, melhorou muito a sua qualidade e consistência.

- Hoje por hoje, estamos num dilema. Temos um presidente que salvou o clube. Temos infra-estruturas como nunca tivemos. Somos Tricampeões. Somos dominadores nas amadoras. Temos um passivo brutal. Temos um presidente que falha à sua palavra e muda de discurso constantemente. Temos uma brutalidade de jogadores com contrato e fazemos negócios duvidosos com jogadores para a equipa B. Temos um administrador para a àrea financeira que diz que o dinheiro do Renato pode ser para investir na equipa e temos a equipa toda à venda (não, não é invenção da CS. Temos que vender e vamos vender mais jogadores).

A minha conclusão é simples. Se vendermos novamente a equipa toda, temos que reduzir drasticamente o passivo. Caso isso não se verifique, estaremos perante uma fraude.

Gostava de ter certezas absolutas sobre as intenções do presidente. Quem me mente uma vez ( e eu sou sócio 22.xxx, accionista e, acima de tudo, adepto) deixa-me desconfiado. Espero estar cá para ver. E espero, acima de tudo, que a obra feita - que é muita - tenha sido feita por um benfiquista com a melhor das intenções.

Que me desculpem os que conseguiram chegar até ao fim do texto. Teria muito mais para dizer, em especial quanto à podridão que foi o domínio do Porto e as suas consequências nas diversas gestões no Benfica.

Isto é parte da história.

Fernando Martins, João Santos e Jorge de Brito já morreram.

Sobram Damásio, Vilarinho e Vieira...todos falados nos últimos tempos.




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Citação de: Red2802 em 29 de Maio de 2016, 23:26
TEXTO DEMASIADO LONGO QUE PODE ABORRECER A MAIORIA DOS LEITORES.
É APENAS PARA MEMÓRIA FUTURA.

Há 15 dias atrás o glorioso sagrava-se TRICAMPEÃO após 39 anos de espera. Tinha 6 anos.

Há 15 dias atrás tive a maior alegria desportiva da minha vida e gostava de deixar aqui algumas notas sobre o que penso e sinto sobre o clube. Este título ainda não foi devidamente celebrado e a maioria de nós ainda não se consciencializou da importância do mesmo. Como um dos mais "idosos" do fórum sinto-me na obrigação de dar a minha opinião.

- A última vez e tínhamos sido bicampeões foi em 83/84 com Eriksson. No final da época Eriksson seguiu para a Roma. Stromberg foi vendido à Atalanta e Chalana ao Bordéus. Para os seus lugares não veio ninguém à altura. Paul Csernai para treinador e Wando para o lugar de Chalana.

- Fernando Martins, presidente à data, diz que o dinheiro era para fechar o terceiro anel do estádio. Começou aí a saga do clube que tem que vender jogadores. Ficámos em terceiro lugar e entregámos o campeonato ao Porto que já ía numa seca de 5 anos depois de ter estado 19 anos sem ganhar nada (tinha sido bicampeão em 77/78 e 78/79).

- Nunca mais fomos bicampeões. O poder foi entregue a Pinto da Costa pelo seu último grande amigo no Benfica: Fernando Martins. O homem que teve coragem de estar presente no lançamento do livro "Largos dias têm 100 anos", já bem depois do Apito Dourado.

- Seguiu-se João Santos que formou as melhores equipas dos últimos 40 anos. Com o apoio de Manuel Barbosa e Jorge de Brito, aposta tudo para, dentro do campo, evitar a hegemonia portista. Vai buscar grandes nomes com Mozer, Ricardo e Valdo e faz regressar Eriksson. Tarde demais! O controlo era absoluto por parte dos Pintos. Adriano Pinto, Lourenço Pinto e Pinto de Sousa dominam todo o futebol português. Rui Águas muda-se para o Porto. O clima é insuportável e o Porto domina e controla tudo. Domínio absoluto, só comparável ao Steaua de Bucareste, na Roménia.

- Jorge de Brito tem uma passagem fugaz pela presidência depois do desgaste de João Santos. Não se adapta ao clima de pressão do meio futebolístico ( Jorge de Brito era um senhor ), sofre um ataque do ignóbil Sousa Cintra que leva Paulo Sousa e Pacheco. Abandona a presidência a meio de 93/94, sendo substituído pelo "anjinho" Damásio.

- Damásio despede o campeão Toni e vai buscar Artur Jorge. Entra-se numa espiral de contratações desmedidas e campeonatos ganhos à décima jornada pelo Porto. Era impossível ganhar, tal o poder do clube do Norte. Damásio deixa o clube num estado calamitoso, com -dizia ele- uma SAD "na gaveta" de 20 milhões de contos, à data.

- Estava aberto o caminho para um populista. Não há populistas honestos, mas essa é uma conclusão que teima em ser amiga do pensamento de São Tomé. Vale e Azevedo ganha as eleições e prepara-se para tomar de assalto o clube. Tem uma gestão desportiva calamitosa e uma gestão financeira criminosa.

- Vilarinho e Eusébio salvam o clube. Maltratar Eusébio foi a prova de que não há crimes perfeitos. Eusébio voltava a entrar na história do clube pela positiva. A sua morte será o seu último grande contributo, como falarei à frente. Ironicamente.

- Vilarinho não aguenta a pressão de reconstruir tudo e chama Vieira, esse ilustre desconhecido. Sócio dos três grandes ( Vieira era sócio do Sporting ou do Porto por causa da natação. Domingos Soares Oliveira diz que ele não sabe nadar) e ex-presidente do Alverca, era para mim uma incógnita.

- Vieira assume mais tarde a presidência com pouca obra feita e com erros enormes na gestão desportiva. O negócio Mantorras, que custou 5 milhões de euros ao Benfica não é um bom prenúncio. Tem o crédito de ser indicado pelo Vilarinho, um grande benfiquista.

- Assume a sua inaptidão para a gestão do futebol. Chama José Veiga, ligado ao Porto e a Pinto da Costa numa das decisões mais inusitadas e polémicas de que tenho memória. José Veiga move-se bem no mercado e blinda clube às influências externas. Estamos na altura da morte aos papagaios.

- Estoura o escândalo do Apito Dourado sem o qual nunca teríamos ganho o título com o Trapp.

- Vieira cavalga, com razão, no Apito Dourado. Mesmo assim, perde quatro campeonatos seguidos para o Porto. Koeman, Fernando Santos, Camacho e Quique nada conseguem contra Co Adriansse e Jesualdo. Veiga sai e Rui Costa assume o futebol.

- Comeca a fase zig-zag de Vieira. Hoje diz umas coisas e amanhã diz o seu contrário. Contradições em barda e aumenta o "entreposto" de jogadores.

- Chega Jorge Jesus e Rui Costa vai para a prateleira. Vieira diz que assume o futebol mas quem o faz é o amigo da Reboleira.

- Entrtanto o clube está melhor financeiramente e minha para os melhores do mundo em infra-estruturas. Ainda não sabemos com que custos, mas ninguém pode retirar esse mérito a Vieira. É voz corrente nos meandros que é o único clube em Portugal que paga a tempo e horas. Estamos no tempo das vacas gordas no BES.

- A Benfica TV, grande golpe de asa de Vieira, abana com os poderes instalados. Começam a aparecer clubes que duvidam do futuro de Pinto da Costa e sus muchachos.

- O campeonato de 2009/2010 é ganho no limite, contra o Braga. Vieira incha e o seu amigo da Reboleira incha ainda mais. Já se fala na conquista da Champions.

- Jesus, um especialista em treino separado entre defesa e ataque, que tem um adjunto para cada um dos momentos de jogo, toma de assalto o cérebro de Vieira. Como é óbvio, correu mal. Jesus tem um QI de um orangotango e prepara-se para afundar o clube.

- Depois de três campeonatos perdidos para Villas Boas e Vitor Pereira, Vieira investe o que tem e o que não tem para ganhar. Pelo meio, altera os estatutos e perpetua-se no poder. O BES segura tudo.

- 2013/2014 começa mal. Depois do tormento de 2012/2013 estamos a perder em casa com o Gil Vicente nos descontos. Milagre salva Jesus. A equipa joga mal e continua na senda dos anos anteriores. Com um plantel de luxo, não jogamos nada.

- Morre Eusébio. É altura de reunir as almas. Primeiro jogo sem Eusébio é com o Porto na Luz. Viragem. Benfiquistas acreditam e empurram equipa para a vitória. Campeões.

- Depois da lenga-lenga do "o Benfica não precisa de vender jogadores" chegou a narrativa da crise. O BES foi-se. Aposta-se na formação e vende-se em dois anos uma equipa campeã e ainda alguns da formação. Jorge Mendes entra em ação, agora a sério. Os negócios com o Valência e Mónaco aproveitam a todos. E salva-se o clube do incumprimento na banca. Somos bicampeões, o título em que Jesus tem mais mérito, apesar de Lopetegui.

- Vem Rui Vitória. Um treinador sem estatuto, habituado a fazer omeletes sem ovos. Ideal para engolir as vendas e dar roda livre a Vieira.

- Jesus vai para o Sporting e escangalha a estratégia de Vieira. Vieira não queria Jesus. Estava farto dele e agora tem que o aturar todos os dias no rival.

- A época inicia-se de forma dramática. Rui Vitória é peça fora do baralho na guerra Vieira-Jesus. Duas coisa irão mudar o rumo da história: Jesus incha novamente (como em 2010) e, qual Eusébio, acorda o monstro moribundo. Rui Vitória, que já tinha suportado a morte dos pais num acidente, tem cabedal para Jesus e muito mais. Conquista os jogadores, e com um futebol suportado inicialmente em garra e raça, consegue levar a água ao seu moinho contra tudo e contra todos. Fez uma equipa com uma alma que eu nunca tinha visto. E que, com o tempo, melhorou muito a sua qualidade e consistência.

- Hoje por hoje, estamos num dilema. Temos um presidente que salvou o clube. Temos infra-estruturas como nunca tivemos. Somos Tricampeões. Somos dominadores nas amadoras. Temos um passivo brutal. Temos um presidente que falha à sua palavra e muda de discurso constantemente. Temos uma brutalidade de jogadores com contrato e fazemos negócios duvidosos com jogadores para a equipa B. Temos um administrador para a àrea financeira que diz que o dinheiro do Renato pode ser para investir na equipa e temos a equipa toda à venda (não, não é invenção da CS. Temos que vender e vamos vender mais jogadores).

A minha conclusão é simples. Se vendermos novamente a equipa toda, temos que reduzir drasticamente o passivo. Caso isso não se verifique, estaremos perante uma fraude.

Gostava de ter certezas absolutas sobre as intenções do presidente. Quem me mente uma vez ( e eu sou sócio 22.xxx, accionista e, acima de tudo, adepto) deixa-me desconfiado. Espero estar cá para ver. E espero, acima de tudo, que a obra feita - que é muita - tenha sido feita por um benfiquista com a melhor das intenções.

Que me desculpem os que conseguiram chegar até ao fim do texto. Teria muito mais para dizer, em especial quanto à podridão que foi o domínio do Porto e as suas consequências nas diversas gestões no Benfica.

Isto é parte da história.

Fernando Martins, João Santos e Jorge de Brito já morreram.

Sobram Damásio, Vilarinho e Vieira...todos falados nos últimos tempos.

Muito bom texto companheiro (sim fui um dos que conseguiu ler até ao fim... ^-^), os meus sinceros parabéns. Passei por quase tudo isso que descreves e fazes um resumo bastante aproximado da realidade. Partilho as tuas dúvidas em relação a Vieira. Espero para ver como será abordada a nova época e estou curioso para ver se o facto de podermos tentar o tetra , algo inédito no nosso clube, será encarado com a devida responsabilidade.

Cumprimentos.  O0   

Godescalco

Bom texto, Red2802.

É um bom resumo da situação, embora eu pessoalmente ache que já não há nada a aprender em relação a Vieira. Ele é o que é. Defeitos e virtudes.

Este tricampeonato representou também para ele não só a eternidade na história do clube como também, muito provavelmente, a eternidade na cadeira da presidência aconteça o que acontecer daqui para a frente.

jo3l

apenas cheguei agora do Marquês...

CAMPEÕES <3

Red2802

Citação de: Gottschalk em 30 de Maio de 2016, 01:42
Bom texto, Red2802.

É um bom resumo da situação, embora eu pessoalmente ache que já não há nada a aprender em relação a Vieira. Ele é o que é. Defeitos e virtudes.

Este tricampeonato representou também para ele não só a eternidade na história do clube como também, muito provavelmente, a eternidade na cadeira da presidência aconteça o que acontecer daqui para a frente.

Viera pode melhorar muito.
Se aprendeu com os erros, e considerando a situação actual dos nossos rivais internos, tem condições para se tornar numa das quatro ou cinco figuras mais importantes da história do clube.
Veremos. Não pode falhar o Tetra.


nogueira

Citação de: Red2802 em 29 de Maio de 2016, 23:26
TEXTO DEMASIADO LONGO QUE PODE ABORRECER A MAIORIA DOS LEITORES.
É APENAS PARA MEMÓRIA FUTURA.

Há 15 dias atrás o glorioso sagrava-se TRICAMPEÃO após 39 anos de espera. Tinha 6 anos.

Há 15 dias atrás tive a maior alegria desportiva da minha vida e gostava de deixar aqui algumas notas sobre o que penso e sinto sobre o clube. Este título ainda não foi devidamente celebrado e a maioria de nós ainda não se consciencializou da importância do mesmo. Como um dos mais "idosos" do fórum sinto-me na obrigação de dar a minha opinião.

- A última vez e tínhamos sido bicampeões foi em 83/84 com Eriksson. No final da época Eriksson seguiu para a Roma. Stromberg foi vendido à Atalanta e Chalana ao Bordéus. Para os seus lugares não veio ninguém à altura. Paul Csernai para treinador e Wando para o lugar de Chalana.

- Fernando Martins, presidente à data, diz que o dinheiro era para fechar o terceiro anel do estádio. Começou aí a saga do clube que tem que vender jogadores. Ficámos em terceiro lugar e entregámos o campeonato ao Porto que já ía numa seca de 5 anos depois de ter estado 19 anos sem ganhar nada (tinha sido bicampeão em 77/78 e 78/79).

- Nunca mais fomos bicampeões. O poder foi entregue a Pinto da Costa pelo seu último grande amigo no Benfica: Fernando Martins. O homem que teve coragem de estar presente no lançamento do livro "Largos dias têm 100 anos", já bem depois do Apito Dourado.

- Seguiu-se João Santos que formou as melhores equipas dos últimos 40 anos. Com o apoio de Manuel Barbosa e Jorge de Brito, aposta tudo para, dentro do campo, evitar a hegemonia portista. Vai buscar grandes nomes com Mozer, Ricardo e Valdo e faz regressar Eriksson. Tarde demais! O controlo era absoluto por parte dos Pintos. Adriano Pinto, Lourenço Pinto e Pinto de Sousa dominam todo o futebol português. Rui Águas muda-se para o Porto. O clima é insuportável e o Porto domina e controla tudo. Domínio absoluto, só comparável ao Steaua de Bucareste, na Roménia.

- Jorge de Brito tem uma passagem fugaz pela presidência depois do desgaste de João Santos. Não se adapta ao clima de pressão do meio futebolístico ( Jorge de Brito era um senhor ), sofre um ataque do ignóbil Sousa Cintra que leva Paulo Sousa e Pacheco. Abandona a presidência a meio de 93/94, sendo substituído pelo "anjinho" Damásio.

- Damásio despede o campeão Toni e vai buscar Artur Jorge. Entra-se numa espiral de contratações desmedidas e campeonatos ganhos à décima jornada pelo Porto. Era impossível ganhar, tal o poder do clube do Norte. Damásio deixa o clube num estado calamitoso, com -dizia ele- uma SAD "na gaveta" de 20 milhões de contos, à data.

- Estava aberto o caminho para um populista. Não há populistas honestos, mas essa é uma conclusão que teima em ser amiga do pensamento de São Tomé. Vale e Azevedo ganha as eleições e prepara-se para tomar de assalto o clube. Tem uma gestão desportiva calamitosa e uma gestão financeira criminosa.

- Vilarinho e Eusébio salvam o clube. Maltratar Eusébio foi a prova de que não há crimes perfeitos. Eusébio voltava a entrar na história do clube pela positiva. A sua morte será o seu último grande contributo, como falarei à frente. Ironicamente.

- Vilarinho não aguenta a pressão de reconstruir tudo e chama Vieira, esse ilustre desconhecido. Sócio dos três grandes ( Vieira era sócio do Sporting ou do Porto por causa da natação. Domingos Soares Oliveira diz que ele não sabe nadar) e ex-presidente do Alverca, era para mim uma incógnita.

- Vieira assume mais tarde a presidência com pouca obra feita e com erros enormes na gestão desportiva. O negócio Mantorras, que custou 5 milhões de euros ao Benfica não é um bom prenúncio. Tem o crédito de ser indicado pelo Vilarinho, um grande benfiquista.

- Assume a sua inaptidão para a gestão do futebol. Chama José Veiga, ligado ao Porto e a Pinto da Costa numa das decisões mais inusitadas e polémicas de que tenho memória. José Veiga move-se bem no mercado e blinda clube às influências externas. Estamos na altura da morte aos papagaios.

- Estoura o escândalo do Apito Dourado sem o qual nunca teríamos ganho o título com o Trapp.

- Vieira cavalga, com razão, no Apito Dourado. Mesmo assim, perde quatro campeonatos seguidos para o Porto. Koeman, Fernando Santos, Camacho e Quique nada conseguem contra Co Adriansse e Jesualdo. Veiga sai e Rui Costa assume o futebol.

- Comeca a fase zig-zag de Vieira. Hoje diz umas coisas e amanhã diz o seu contrário. Contradições em barda e aumenta o "entreposto" de jogadores.

- Chega Jorge Jesus e Rui Costa vai para a prateleira. Vieira diz que assume o futebol mas quem o faz é o amigo da Reboleira.

- Entrtanto o clube está melhor financeiramente e minha para os melhores do mundo em infra-estruturas. Ainda não sabemos com que custos, mas ninguém pode retirar esse mérito a Vieira. É voz corrente nos meandros que é o único clube em Portugal que paga a tempo e horas. Estamos no tempo das vacas gordas no BES.

- A Benfica TV, grande golpe de asa de Vieira, abana com os poderes instalados. Começam a aparecer clubes que duvidam do futuro de Pinto da Costa e sus muchachos.

- O campeonato de 2009/2010 é ganho no limite, contra o Braga. Vieira incha e o seu amigo da Reboleira incha ainda mais. Já se fala na conquista da Champions.

- Jesus, um especialista em treino separado entre defesa e ataque, que tem um adjunto para cada um dos momentos de jogo, toma de assalto o cérebro de Vieira. Como é óbvio, correu mal. Jesus tem um QI de um orangotango e prepara-se para afundar o clube.

- Depois de três campeonatos perdidos para Villas Boas e Vitor Pereira, Vieira investe o que tem e o que não tem para ganhar. Pelo meio, altera os estatutos e perpetua-se no poder. O BES segura tudo.

- 2013/2014 começa mal. Depois do tormento de 2012/2013 estamos a perder em casa com o Gil Vicente nos descontos. Milagre salva Jesus. A equipa joga mal e continua na senda dos anos anteriores. Com um plantel de luxo, não jogamos nada.

- Morre Eusébio. É altura de reunir as almas. Primeiro jogo sem Eusébio é com o Porto na Luz. Viragem. Benfiquistas acreditam e empurram equipa para a vitória. Campeões.

- Depois da lenga-lenga do "o Benfica não precisa de vender jogadores" chegou a narrativa da crise. O BES foi-se. Aposta-se na formação e vende-se em dois anos uma equipa campeã e ainda alguns da formação. Jorge Mendes entra em ação, agora a sério. Os negócios com o Valência e Mónaco aproveitam a todos. E salva-se o clube do incumprimento na banca. Somos bicampeões, o título em que Jesus tem mais mérito, apesar de Lopetegui.

- Vem Rui Vitória. Um treinador sem estatuto, habituado a fazer omeletes sem ovos. Ideal para engolir as vendas e dar roda livre a Vieira.

- Jesus vai para o Sporting e escangalha a estratégia de Vieira. Vieira não queria Jesus. Estava farto dele e agora tem que o aturar todos os dias no rival.

- A época inicia-se de forma dramática. Rui Vitória é peça fora do baralho na guerra Vieira-Jesus. Duas coisa irão mudar o rumo da história: Jesus incha novamente (como em 2010) e, qual Eusébio, acorda o monstro moribundo. Rui Vitória, que já tinha suportado a morte dos pais num acidente, tem cabedal para Jesus e muito mais. Conquista os jogadores, e com um futebol suportado inicialmente em garra e raça, consegue levar a água ao seu moinho contra tudo e contra todos. Fez uma equipa com uma alma que eu nunca tinha visto. E que, com o tempo, melhorou muito a sua qualidade e consistência.

- Hoje por hoje, estamos num dilema. Temos um presidente que salvou o clube. Temos infra-estruturas como nunca tivemos. Somos Tricampeões. Somos dominadores nas amadoras. Temos um passivo brutal. Temos um presidente que falha à sua palavra e muda de discurso constantemente. Temos uma brutalidade de jogadores com contrato e fazemos negócios duvidosos com jogadores para a equipa B. Temos um administrador para a àrea financeira que diz que o dinheiro do Renato pode ser para investir na equipa e temos a equipa toda à venda (não, não é invenção da CS. Temos que vender e vamos vender mais jogadores).

A minha conclusão é simples. Se vendermos novamente a equipa toda, temos que reduzir drasticamente o passivo. Caso isso não se verifique, estaremos perante uma fraude.

Gostava de ter certezas absolutas sobre as intenções do presidente. Quem me mente uma vez ( e eu sou sócio 22.xxx, accionista e, acima de tudo, adepto) deixa-me desconfiado. Espero estar cá para ver. E espero, acima de tudo, que a obra feita - que é muita - tenha sido feita por um benfiquista com a melhor das intenções.

Que me desculpem os que conseguiram chegar até ao fim do texto. Teria muito mais para dizer, em especial quanto à podridão que foi o domínio do Porto e as suas consequências nas diversas gestões no Benfica.

Isto é parte da história.

Fernando Martins, João Santos e Jorge de Brito já morreram.

Sobram Damásio, Vilarinho e Vieira...todos falados nos últimos tempos.
Excelente post Red2802

grande abraço.

Red Eyes

O Red 2802 dá-lhe para este tipo de discursatas depois de uns copos. :drunk:

anarcos

Citação de: Red2802 em 29 de Maio de 2016, 23:26
TEXTO DEMASIADO LONGO QUE PODE ABORRECER A MAIORIA DOS LEITORES.
É APENAS PARA MEMÓRIA FUTURA.

Spoiler
Há 15 dias atrás o glorioso sagrava-se TRICAMPEÃO após 39 anos de espera. Tinha 6 anos.

Há 15 dias atrás tive a maior alegria desportiva da minha vida e gostava de deixar aqui algumas notas sobre o que penso e sinto sobre o clube. Este título ainda não foi devidamente celebrado e a maioria de nós ainda não se consciencializou da importância do mesmo. Como um dos mais "idosos" do fórum sinto-me na obrigação de dar a minha opinião.

- A última vez e tínhamos sido bicampeões foi em 83/84 com Eriksson. No final da época Eriksson seguiu para a Roma. Stromberg foi vendido à Atalanta e Chalana ao Bordéus. Para os seus lugares não veio ninguém à altura. Pal Csernai para treinador e Wando para o lugar de Chalana.

- Fernando Martins, presidente à data, diz que o dinheiro era para fechar o terceiro anel do estádio. Começou aí a saga do clube que tem que vender jogadores. Ficámos em terceiro lugar e entregámos o campeonato ao Porto que já ía numa seca de 5 anos depois de ter estado 19 anos sem ganhar nada (tinha sido bicampeão em 77/78 e 78/79).

- Nunca mais fomos bicampeões. O poder foi entregue a Pinto da Costa pelo seu último grande amigo no Benfica: Fernando Martins. O homem que teve coragem de estar presente no lançamento do livro "Largos dias têm 100 anos", já bem depois do Apito Dourado.

- Seguiu-se João Santos que formou as melhores equipas dos últimos 40 anos. Com o apoio de Manuel Barbosa e Jorge de Brito, aposta tudo para, dentro do campo, evitar a hegemonia portista. Vai buscar grandes nomes com Mozer, Ricardo e Valdo e faz regressar Eriksson. Tarde demais! O controlo era absoluto por parte dos Pintos. Adriano Pinto, Lourenço Pinto e Pinto de Sousa dominam todo o futebol português. Rui Águas muda-se para o Porto. O clima é insuportável e o Porto domina e controla tudo. Domínio absoluto, só comparável ao Steaua de Bucareste, na Roménia.

- Jorge de Brito tem uma passagem fugaz pela presidência depois do desgaste de João Santos. Não se adapta ao clima de pressão do meio futebolístico ( Jorge de Brito era um senhor ), sofre um ataque do ignóbil Sousa Cintra que leva Paulo Sousa e Pacheco. Abandona a presidência a meio de 93/94, sendo substituído pelo "anjinho" Damásio.

- Damásio despede o campeão Toni e vai buscar Artur Jorge. Entra-se numa espiral de contratações desmedidas e campeonatos ganhos à décima jornada pelo Porto. Era impossível ganhar, tal o poder do clube do Norte. Damásio deixa o clube num estado calamitoso, com -dizia ele- uma SAD "na gaveta" de 20 milhões de contos, à data.

- Estava aberto o caminho para um populista. Não há populistas honestos, mas essa é uma conclusão que teima em ser amiga do pensamento de São Tomé. Vale e Azevedo ganha as eleições e prepara-se para tomar de assalto o clube. Tem uma gestão desportiva calamitosa e uma gestão financeira criminosa.

- Vilarinho e Eusébio salvam o clube. Maltratar Eusébio foi a prova de que não há crimes perfeitos. Eusébio voltava a entrar na história do clube pela positiva. A sua morte será o seu último grande contributo, como falarei à frente. Ironicamente.

- Vilarinho não aguenta a pressão de reconstruir tudo e chama Vieira, esse ilustre desconhecido. Sócio dos três grandes ( Vieira era sócio do Sporting ou do Porto por causa da natação. Domingos Soares Oliveira diz que ele não sabe nadar) e ex-presidente do Alverca, era para mim uma incógnita.

- Vieira assume mais tarde a presidência com pouca obra feita e com erros enormes na gestão desportiva. O negócio Mantorras, que custou 5 milhões de euros ao Benfica não é um bom prenúncio. Tem o crédito de ser indicado pelo Vilarinho, um grande benfiquista.

- Assume a sua inaptidão para a gestão do futebol. Chama José Veiga, ligado ao Porto e a Pinto da Costa numa das decisões mais inusitadas e polémicas de que tenho memória. José Veiga move-se bem no mercado e blinda clube às influências externas. Estamos na altura da morte aos papagaios.

- Estoura o escândalo do Apito Dourado sem o qual nunca teríamos ganho o título com o Trapp.

- Vieira cavalga, com razão, no Apito Dourado. Mesmo assim, perde quatro campeonatos seguidos para o Porto. Koeman, Fernando Santos, Camacho e Quique nada conseguem contra Co Adriaanse e Jesualdo. Veiga sai e Rui Costa assume o futebol.

- Comeca a fase zig-zag de Vieira. Hoje diz umas coisas e amanhã diz o seu contrário. Contradições em barda e aumenta o "entreposto" de jogadores.

- Chega Jorge Jesus e Rui Costa vai para a prateleira. Vieira diz que assume o futebol mas quem o faz é o amigo da Reboleira.

- Entrtanto o clube está melhor financeiramente e caminha para os melhores do mundo em infra-estruturas. Ainda não sabemos com que custos, mas ninguém pode retirar esse mérito a Vieira. É voz corrente nos meandros que é o único clube em Portugal que paga a tempo e horas. Estamos no tempo das vacas gordas no BES.

- A Benfica TV, grande golpe de asa de Vieira, abana com os poderes instalados. Começam a aparecer clubes que duvidam do futuro de Pinto da Costa e sus muchachos.

- O campeonato de 2009/2010 é ganho no limite, contra o Braga. Vieira incha e o seu amigo da Reboleira incha ainda mais. Já se fala na conquista da Champions.

- Jesus, um especialista em treino separado entre defesa e ataque, que tem um adjunto para cada um dos momentos de jogo, toma de assalto o cérebro de Vieira. Como é óbvio, correu mal. Jesus tem um QI de um orangotango e prepara-se para afundar o clube.

- Depois de três campeonatos perdidos para Villas Boas e Vitor Pereira, Vieira investe o que tem e o que não tem para ganhar. Pelo meio, altera os estatutos e perpetua-se no poder. O BES segura tudo.

- 2013/2014 começa mal. Depois do tormento de 2012/2013 estamos a perder em casa com o Gil Vicente nos descontos. Milagre salva Jesus. A equipa joga mal e continua na senda dos anos anteriores. Com um plantel de luxo, não jogamos nada.

- Morre Eusébio. É altura de reunir as almas. Primeiro jogo sem Eusébio é com o Porto na Luz. Viragem. Benfiquistas acreditam e empurram equipa para a vitória. Campeões.

- Depois da lenga-lenga do "o Benfica não precisa de vender jogadores" chegou a narrativa da crise. O BES foi-se. Aposta-se na formação e vende-se em dois anos uma equipa campeã e ainda alguns da formação. Jorge Mendes entra em ação, agora a sério. Os negócios com o Valência e Mónaco aproveitam a todos. E salva-se o clube do incumprimento na banca. Somos bicampeões, o título em que Jesus tem mais mérito, apesar de Lopetegui.

- Vem Rui Vitória. Um treinador sem estatuto, habituado a fazer omeletes sem ovos. Ideal para engolir as vendas e dar roda livre a Vieira.

- Jesus vai para o Sporting e escangalha a estratégia de Vieira. Vieira não queria Jesus. Estava farto dele e agora tem que o aturar todos os dias no rival.

- A época inicia-se de forma dramática. Rui Vitória é peça fora do baralho na guerra Vieira-Jesus. Duas coisa irão mudar o rumo da história: Jesus incha novamente (como em 2010) e, qual Eusébio, acorda o monstro moribundo. Rui Vitória, que já tinha suportado a morte dos pais num acidente, tem cabedal para Jesus e muito mais. Conquista os jogadores, e com um futebol suportado inicialmente em garra e raça, consegue levar a água ao seu moinho contra tudo e contra todos. Fez uma equipa com uma alma que eu nunca tinha visto. E que, com o tempo, melhorou muito a sua qualidade e consistência.

- Hoje por hoje, estamos num dilema. Temos um presidente que salvou o clube. Temos infra-estruturas como nunca tivemos. Somos Tricampeões. Somos dominadores nas amadoras. Temos um passivo brutal. Temos um presidente que falha à sua palavra e muda de discurso constantemente. Temos uma brutalidade de jogadores com contrato e fazemos negócios duvidosos com jogadores para a equipa B. Temos um administrador para a àrea financeira que diz que o dinheiro do Renato pode ser para investir na equipa e temos a equipa toda à venda (não, não é invenção da CS. Temos que vender e vamos vender mais jogadores).

A minha conclusão é simples. Se vendermos novamente a equipa toda, temos que reduzir drasticamente o passivo. Caso isso não se verifique, estaremos perante uma fraude.

Gostava de ter certezas absolutas sobre as intenções do presidente. Quem me mente uma vez ( e eu sou sócio 22.xxx, accionista e, acima de tudo, adepto) deixa-me desconfiado. Espero estar cá para ver. E espero, acima de tudo, que a obra feita - que é muita - tenha sido feita por um benfiquista com a melhor das intenções.

Que me desculpem os que conseguiram chegar até ao fim do texto. Teria muito mais para dizer, em especial quanto à podridão que foi o domínio do Porto e as suas consequências nas diversas gestões no Benfica.

Isto é parte da história.

Fernando Martins, João Santos e Jorge de Brito já morreram.

Sobram Damásio, Vilarinho e Vieira...todos falados nos últimos tempos.
[fechar]

Texto fabuloso, Red2802. Os meus parabéns.

Com conhecimento de causa, pois sou da tua geração, assino por baixo tudo o que escreveste.
É importante que os mais novos conheçam a história recente do nosso clube.

[Por exemplo: infelizmente, e como tu recordas, a derrocada não começou com Damásio e Vale. Tivemos um presidente, amigo pessoal do presidente do FCP (que se alojava no seu hotel quando vinha a Lisboa), que se preocupou mais em deixar o seu nome na história do Clube (com essa obra anacrónica e obsoleta que foi o fecho do 3º Anel), do que em manter a nossa hegemonia no desporto nacional, permitindo uma situação de progressivo domínio, dentro e fora dos estádios, por parte da máfia de Contumil, que ainda hoje, mais de 30 anos depois, se faz sentir.]

Mais uma vez, as minhas felicitações e o meu agradecimento.