Competições Nacionais Femininas 2019/2020

Gradinni

Citação de: Kyoto em 19 de Junho de 2020, 18:27
Espero que o sporting va no nosso lugar. Pode ser que assim abra os olhos a alguns ceguinhos
Se nos nao formos é garantido que eles vao

Eu pergunto ate, em toda a historia da Champions feminina quantas equipas habilitadas a participar recusaram faze-lo por razoes financeiras?

Hanzo

Citação de: anarcos em 18 de Junho de 2020, 22:06
Sindicato estranha não ter sido contactado pelas jogadoras do movimento 'Futebol Sem Género', mas está "solidário e disponível"

Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores, diz que há ainda "todo um percurso a fazer" na defesa dos interesses e desenvolvimento do futebol feminino, mas disse compreender "o sentimento de injustiça das jogadoras ao serem confrontadas" com um limite orçamental

O Sindicato dos Jogadores (SJPF) não foi contactado pelas futebolistas que lançaram esta quinta-feira o movimento 'Futebol Sem Género', mas está "solidário e disponível" para as apoiar nas suas reivindicações, revelou o presidente do organismo.

Contactado pela agência Lusa, Joaquim Evangelista considerou "estranho" que as jogadoras não tenham solicitado apoio ao organismo a que preside e que a questão esteja a ser colocada "nestes termos" quando ainda existe "todo um percurso a fazer" na defesa dos interesses e desenvolvimento do futebol feminino, mas disse compreender "o sentimento de injustiça das jogadoras ao serem confrontadas com esta limitação".

"Para muitas das jogadoras, a reivindicação ainda é terem um contrato, que a maioria não tem", disse Joaquim Evangelista, explicando que, no que diz respeito ao futebol feminino em Portugal, ainda se está "na fase de assegurar direitos fundamentais", como um "salário, gravidez, férias, entre outros".

O dirigente sindical sublinhou, ainda, que o que está em questão "não é um teto salarial, mas sim um limite orçamental", que poderá ter sido pensado como "algo próximo dos tetos orçamentais que o 'fair-play' financeiro da UEFA utiliza para equilibrar os competidores", embora assuma que "não deixa de condicionar a gestão orçamental" dos clubes com maior capacidade financeira.

"A nossa visão para o futebol feminino nacional é diferente desta, mas muito mais abrangente. O principal objetivo, neste momento, deveria ser nivelar as condições mínimas contratuais e definir mecanismos de solidariedade entre clubes nacionais, de forma a mitigar os desequilíbrios", apontou o presidente do SJPF.

Desse ponto de vista, Evangelista considerou que o limite orçamental até "poderia ter a vantagem de diminuir a décalage entre os grandes e os restantes clubes" e que, no seguimento da pandemia de covid-19, será necessário "ajustar o futebol à sua realidade".

"O SJPF tem trabalhado numa proposta de acordo coletivo de trabalho que se adeque às exigências do futebol feminino nacional, à semelhança do que recentemente foi alcançado em Espanha e que versa sobre as medidas essenciais para proteger as relações laborais das jogadoras e evitar a precariedade que compromete a própria competição", adiantou, ainda, Joaquim Evangelista.

O estabelecimento de um teto orçamental de 550 mil euros por época integra a proposta de regulamento para a Liga feminina de 2020/21, tendo em vista o aumento da competitividade da principal competição nacional de futebol feminino e está atualmente em fase de consulta pública.

Das 329 jogadoras inscritas na Liga feminina, competição que tem o estatuto de não profissional, contam-se 259 amadoras e 70 profissionais, que alinham em cinco clubes (Benfica, Sporting, Sporting de Braga, Ouriense e Marítimo).

Fonte ligada ao futebol feminino assegurou à Lusa que a generalidade dos emblemas primodivisionários tem orçamentos anuais a rondar os 100 mil euros, tendo a FPF iniciado, em 2018/19, um programa de apoio aos clubes, num valor total de 600 mil euros, com montantes entre os 18 e os 42 mil euros cada.

https://tribunaexpresso.pt/futebol-feminino/2020-06-18-Sindicato-estranha-nao-ter-sido-contactado-pelas-jogadoras-do-movimento-Futebol-Sem-Genero-mas-esta-solidario-e-disponivel

Ridículo ter surgido uma proposta destas e as primeiras palavra a saírem do presidente dum sindicato é não ter sido contactado pelo movimento que entretanto surgiu...

RicardoSR

a julia já foi, cheira-me que vai haver debandada.

J.P.



anarcos

Sindicato dos Jogadores aborda proposta de limite orçamental para a Liga Feminina



Medida fixada transitoriamente pela FPF.

O Sindicato dos Jogadores vem, pelo presente, pronunciar-se sobre a medida fixada pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), transitoriamente, na Liga feminina, designadamente a fixação de um limite orçamental para salários na próxima época, nos seguintes termos:

1. Esta medida, assumida com caráter transitório pela FPF, é pretendida para a prova de futebol, Liga feminina, não tendo, na convicção deste Sindicato, sido baseada em qualquer questão de discriminação de género.

2. Aliás, se assim não fosse, esta medida seria um verdadeiro contrassenso e retrocesso na política de promoção e investimento no futebol feminino seguida pela FPF, enquanto entidade organizadora, em especial nos últimos três anos, com todos os incentivos e apoios criados para a adesão das grandes equipas, o aumento do número de praticantes e a profissionalização de mais jogadoras.

3. Trata-se de uma medida de fair-play financeiro para uma competição com resultados desportivos esmagadoramente díspares, que pretende contribuir para um maior equilíbrio entre competidores.

4. O Sindicato permanece empenhado e envolvido no debate que realmente importa, o de compreender se esta medida é útil, por um lado, e qual o conjunto de outras medidas que urge tomar para garantir a sustentabilidade do futebol feminino e os direitos basilares das jogadoras.

5. Para contextualizar, estamos a falar de uma prova com aproximadamente 70 jogadoras profissionais e 250 com um vínculo desportivo amador, num universo de aproximadamente 1000 atletas seniores no nosso país, a quem falta assegurar um conjunto de garantias laborais. As condições desportivas e financeiras para a esmagadora maioria das atletas são, ainda, claramente insuficientes.

6. Diga-se, ainda, que o Sindicato não acredita que esta medida transitória, só por si, alcançará os seus objetivos, o que não significa, reforça-se, que entenda haver qualquer discriminação com base no género.

7. O futebol em geral, e o futebol feminino em particular, precisa refletir sobre novos mecanismos de redistribuição da receita e solidariedade entre clubes, que possam nivelar a capacidade competitiva, atrair investimento e garantir para a credibilidade das provas, sem as quais não é possível o seu desenvolvimento.

8. Precisa-se, igualmente, regulamentar, as relações de intermediação, ao nível das comissões praticadas, transparência financeira e conflitos de interesses, evitando que a menor visibilidade da competição tudo permita.

9. E, sobretudo, estabelecer um patamar mínimo de proteção, sendo várias as questões que afetam a atividade das jogadoras e precisam ser tratadas em defesa da igualdade de oportunidades,  por exemplo, a necessidade de incentivos à carreira dual, o imperioso combate à precariedade dos vínculos laborais, fixando-se salários mínimos e um modelo contratual tipo, face ao galopante recurso ao contrato de prestação de serviços ou figuras contratuais atípicas, a proteção e assistência na maternidade e doença, a assistência médica e seguros, os horários e as condições de trabalho, a prevenção do assédio, entre outros.

10. O Sindicato continuará a trabalhar afincadamente nas propostas para um acordo coletivo de trabalho que elimine barreiras e dê às jogadoras um nível mínimo de proteção, tendo da parte da FPF o compromisso para este marco histórico: o de manter o investimento na modalidade, num caminho de profissionalização que se exige e que as jogadoras merecem.

11. Finalmente, o Sindicato está e estará ao lado das jogadoras, em todas as suas reivindicações, mas tem também a obrigação de as esclarecer. Neste momento, ao invés de galopar uma onda mediática baseada numa ideia de discriminação de género, o Sindicato estará focado em continuar a trabalhar para elevar as condições laborais e desportivas na Liga feminina e encontrar medidas de discriminação positiva que possam ser introduzidas, de forma a reduzir a precariedade.

http://sjogadores.pt/?pt=news&op=OP_SHOW_DETAIL&id=10940

anarcos

Jogadoras do movimento "Futebol Sem Género" lamentam que Sindicato não se junte ao protesto e defenda "teto salarial completamente ilegal"

Movimento diz que a sua luta não é contra Joaquim Evangelista "nem contra ninguém, mas em prol do futebol e do futebol feminino em especial". Pede ainda que a Federação Portuguesa de Futebol "não se mantenha no lado errado da história"

As futebolistas do movimento "Futebol sem Género", que se insurgiu contra o teto salarial imposto pela Federação Portuguesa de Futebol, que anunciou que as equipas da primeira divisão de futebol feminino passarão a ter nos 550 mil euros um limite máximo de investimento, lamentam o comunicado desta sexta-feira do Sindicato dos Jogadores, onde o organismo diz não ver discriminação de género na decisão e ainda que não vai "galopar numa onde mediática".

Ricardo Cardoso, advogado que representa as jogadoras do movimento, numa declaração à Tribuna Expresso, sublinha que as futebolistas "lamentam que o Presidente do Sindicato, ao invés de se juntar a este movimento, defenda, não só a imposição de um teto salarial completamente ilegal, mas, sobretudo, que o seja somente para o futebol feminino"

"Contudo, a luta das jogadoras que representamos não é contra o Presidente do Sindicato, nem contra ninguém, mas em prol do futebol e do futebol feminino em especial", diz ainda Ricardo Cardoso, que deixa ainda um apelo à FPF.

"Daí que mais do que a opinião do presidente do Sindicato, o que é verdadeiramente essencial é que a FPF, depois de analisar os argumentos que lhes apresentamos, não se mantenha no lado errado da História e elimine, de imediato, a imposição de um tecto salarial para o futebol feminino"

https://tribunaexpresso.pt/futebol-feminino/2020-06-19-Jogadoras-do-movimento-Futebol-Sem-Genero-lamentam-que-Sindicato-nao-se-junte-ao-protesto-e-defenda-teto-salarial-completamente-ilegal

seqmad

Citação de: Gradinni em 19 de Junho de 2020, 18:24
Citação de: Gradinni em 19 de Junho de 2020, 10:52
Agora começa-se a perceber porque é que a fpf ainda nao anunciou o representante português na Champions. E a culpa nunca foi da fpf....
Gostava de saber com que cara é que o FT permite isto e vai integrar a lista do vieira para outubro??!!

Se isso for assim é urgente que o Fernando Tavares venha esclarecer:
-a sua posição perante tudo isto;
-se concorda com todas estas alterações ou se foi obrigado a concordar;
-quais serão os objetivos desportivos para a próxima época;
-se se abandona o projeto que estava de pé, de participar na WCL com presença pelo menos digna;
-se o nível do plantel vai baixar com saídas de jogadoras importantes
-se se vai inverter o projeto ambicioso que havia para a secção ficando o futuro das seniores limitado a jogadoras vindas da formação

Pedro2910

Citação de: anarcos em 20 de Junho de 2020, 02:31
Sindicato dos Jogadores aborda proposta de limite orçamental para a Liga Feminina



Medida fixada transitoriamente pela FPF.

O Sindicato dos Jogadores vem, pelo presente, pronunciar-se sobre a medida fixada pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), transitoriamente, na Liga feminina, designadamente a fixação de um limite orçamental para salários na próxima época, nos seguintes termos:

1. Esta medida, assumida com caráter transitório pela FPF, é pretendida para a prova de futebol, Liga feminina, não tendo, na convicção deste Sindicato, sido baseada em qualquer questão de discriminação de género.

2. Aliás, se assim não fosse, esta medida seria um verdadeiro contrassenso e retrocesso na política de promoção e investimento no futebol feminino seguida pela FPF, enquanto entidade organizadora, em especial nos últimos três anos, com todos os incentivos e apoios criados para a adesão das grandes equipas, o aumento do número de praticantes e a profissionalização de mais jogadoras.

3. Trata-se de uma medida de fair-play financeiro para uma competição com resultados desportivos esmagadoramente díspares, que pretende contribuir para um maior equilíbrio entre competidores.

4. O Sindicato permanece empenhado e envolvido no debate que realmente importa, o de compreender se esta medida é útil, por um lado, e qual o conjunto de outras medidas que urge tomar para garantir a sustentabilidade do futebol feminino e os direitos basilares das jogadoras.

5. Para contextualizar, estamos a falar de uma prova com aproximadamente 70 jogadoras profissionais e 250 com um vínculo desportivo amador, num universo de aproximadamente 1000 atletas seniores no nosso país, a quem falta assegurar um conjunto de garantias laborais. As condições desportivas e financeiras para a esmagadora maioria das atletas são, ainda, claramente insuficientes.

6. Diga-se, ainda, que o Sindicato não acredita que esta medida transitória, só por si, alcançará os seus objetivos, o que não significa, reforça-se, que entenda haver qualquer discriminação com base no género.

7. O futebol em geral, e o futebol feminino em particular, precisa refletir sobre novos mecanismos de redistribuição da receita e solidariedade entre clubes, que possam nivelar a capacidade competitiva, atrair investimento e garantir para a credibilidade das provas, sem as quais não é possível o seu desenvolvimento.

8. Precisa-se, igualmente, regulamentar, as relações de intermediação, ao nível das comissões praticadas, transparência financeira e conflitos de interesses, evitando que a menor visibilidade da competição tudo permita.

9. E, sobretudo, estabelecer um patamar mínimo de proteção, sendo várias as questões que afetam a atividade das jogadoras e precisam ser tratadas em defesa da igualdade de oportunidades,  por exemplo, a necessidade de incentivos à carreira dual, o imperioso combate à precariedade dos vínculos laborais, fixando-se salários mínimos e um modelo contratual tipo, face ao galopante recurso ao contrato de prestação de serviços ou figuras contratuais atípicas, a proteção e assistência na maternidade e doença, a assistência médica e seguros, os horários e as condições de trabalho, a prevenção do assédio, entre outros.

10. O Sindicato continuará a trabalhar afincadamente nas propostas para um acordo coletivo de trabalho que elimine barreiras e dê às jogadoras um nível mínimo de proteção, tendo da parte da FPF o compromisso para este marco histórico: o de manter o investimento na modalidade, num caminho de profissionalização que se exige e que as jogadoras merecem.

11. Finalmente, o Sindicato está e estará ao lado das jogadoras, em todas as suas reivindicações, mas tem também a obrigação de as esclarecer. Neste momento, ao invés de galopar uma onda mediática baseada numa ideia de discriminação de género, o Sindicato estará focado em continuar a trabalhar para elevar as condições laborais e desportivas na Liga feminina e encontrar medidas de discriminação positiva que possam ser introduzidas, de forma a reduzir a precariedade.

http://sjogadores.pt/?pt=news&op=OP_SHOW_DETAIL&id=10940

Todo este discurso da parte do sindicato é uma vergonha. Onde já se viu um sindicato defender limites salariais máximos para aqueles que diz representar e só para um género e ainda vir dizer que há discriminação? Não deve é haver um exemplo tão grande de discriminação nos últimos 40 anos em Portugal.

anarcos



Como melhorar o futebol feminino em Portugal (artigo de Mónica Jorge)

AFPF não faz regulamentos sobre homens ou mulheres. Todos os anos, a FPF analisa as suas competições, em conjunto com as associações e parceiros de classe, e introduz alterações. De resto, é assim em todo o mundo.Não existe, pois, qualquer regulamento que discrimine por género. Nem podia haver.

A FPF decidiu, face ao período extremamente delicado que atravessamos, introduzir diversas mudanças nos regulamentos das provas que organiza. Mudanças nos formatos e nos regulamentos. O objetivo é sempre o mesmo: tornar a competição melhor, mais equilibrada, e assim potenciar o desenvolvimento de jogadores, treinadores e clubes.

O campeonato feminino é um desses casos.
A FPF decidiu introduzir um limite para o número de inscritas por plantel, para que os clubes mais poderosos financeiramente não possam limitar a circulação de jogadoras, mantendo-as no plantel mas com pouca utilização.

A FPF impôs medidas de controlo que obrigam os clubes a garantir que cumprem os compromissos assinados com as jogadoras, não permitindo atrasos.
A FPF aumentou o número de jogadoras formadas localmente na ficha de jogo, para garantir que existe espaço para as jogadoras da formação.
A FPF alargou o número de clubes na divisão principal e alterou o modelo competitivo para garantir maior equilíbrio entre as equipas e mais apoio para as jogadoras.
A FPF iniciou em 2019/2020 - e vai manter - um projeto de apoio a todas as equipas do campeonato feminino que envolve a entrega de 600 mil euros ao conjunto de clubes, mediante o investimento em formação e incentivo ao desenvolvimento da jogadora portuguesa.

A FPF decidiu também, de forma transitória, incluir a seguinte medida no regulamento para 2020/2021. «Face às circunstâncias excecionais decorrentes da pandemia Covid-19 e à necessidade de garantir o equilíbrio dos clubes e a estabilidade da competição, é estabelecido o limite máximo de 550 mil euros para a massa salarial das jogadoras inscritas na temporada 2020/2021. Entende-se por massa salarial do plantel a soma dos salários e/ou subsídios declarados no contrato de cada jogadora». Como resulta claro da leitura do artigo, não existe qualquer teto salarial. Nem podia existir. Os clubes são livres de fazer os contratos que entenderem com as jogadoras.

A base ainda é frágil

Esta medida foi tomada porque, infelizmente, o campeonato feminino é a prova sénior mais desequilibrada do futebol português. Na época 2019/20 realizaram-se 89 jogos: apenas 45 foram equilibrados. Houve 21 desequilibrados e 23 muito desequilibrados.

Uma competição com estas características precisa de ser constantemente melhorada e justifica a introdução de medidas que aproximem as equipas no campo de jogo.
O futebol feminino é uma área em grande crescimento, mas é importante que não esqueçamos que a base é, ainda, muito frágil. Jogam em Portugal pouco mais de mil jogadoras seniores. Apenas cinco clubes inscreveram jogadoras profissionais na época passada, num total que se aproximou das 70.

A FPF está, mais do que nunca, comprometida com a evolução sustentada do futebol feminino, que seja a tradução visível do plano estratégico de desenvolvimento delineado em sintonia com os clubes e as associações distritais e regionais de futebol.

Ao contrário do que acontecia no passado, as jogadoras portuguesas têm agora mais espaços e competições apropriadas para desenvolverem o seu potencial e agarrarem um projeto ligado à sua grande paixão.
As seleções nacionais femininas dos escalões de formação começam a ser a verdadeira base do futuro, como atestam os apuramentos para as fases finais nos escalões sub-17 e sub-19 e os percursos vitoriosos nos Torneios de Desenvolvimento da UEFA sub-16.
O mesmo acontece com a Seleção A feminina, que participou pela primeira vez numa fase final do Campeonato da Europa feminino, na Holanda, em julho de 2017.
Uma equipa que tem alcançado as suas melhores classificações no ranking feminino da FIFA e conquistado notoriedade internacional, ao ser sucessivamente convidada a defrontar as melhores seleções do Mundo.

A FPF acredita que um campeonato mais competitivo e equilibrado só reforçará a dimensão de estabilidade que é absolutamente essencial para o crescimento do futebol feminino em Portugal, e para a evolução das nossas seleções nacionais.
Muitas jogadoras deste campeonato estão ativas em diferentes escalões das seleções de Portugal. A aposta na formação e no desenvolvimento da jogadora portuguesa é sempre uma prioridade para a FPF.

Ao longo dos últimos anos, a FPF nunca hesitou em tomar medidas que promovam o desenvolvimento de um setor com especificidades e necessidades próprias. Fê-lo sempre depois de prestar atenção à opinião dos intervenientes. Assim continuará a ser.

https://www.abola.pt/Nnh/Noticias/Ver/849964

anarcos

Carla Couto transmite às jogadoras uma mensagem de tranquilidade

A propósito do limite orçamental no futebol feminino.

https://youtu.be/V56nLESL6w8

A ex-internacional portuguesa e delegada do Sindicato dos Jogadores, Carla Couto, transmite às jogadoras uma mensagem de tranquilidade, a propósito do limite orçamental no futebol feminino:

"Não vejam nesta medida uma discriminação ou um ataque à jogadora. Nós nunca o permitiríamos.

Não vejam nesta medida uma limitação à vossa liberdade contratual. Clubes e jogadoras continuarão a negociar livremente os seus contratos.

Esta medida é transitória e pretende acautelar o desequilíbrio competitivo e financeiro da liga feminina que todos conhecemos.

Muito importante: estamos a trabalhar no estabelecimento de um Contrato Coletivo de Trabalho para as jogadoras, que garantam direitos fundamentais.

E finalmente quero expressar a minha solidariedade. Compreendo as vossas dúvidas e incertezas.

Neste momento quero-vos garantir que eu e o Sindicato dos Jogadores tudo faremos para exigir à Federação e clubes um tratamento digno e as condições desportivas e de trabalho que as jogadoras merecem."

http://sjogadores.pt/?pt=news&op=OP_SHOW_DETAIL&id=10942

anarcos

O que alegam as 132 jogadoras que protestam contra a FPF: teto salarial viola dois artigos da Constituição da República Portuguesa

A Tribuna Expresso teve acesso ao direito de resposta enviado à Federação Portuguesa de Futebol pelas jogadoras do movimento "Futebol Sem Género", no qual alegam que o limite salarial imposto pela entidade "incorre na violação" de dois artigos da Constituição da República Portuguesa que consagram o princípio da igualdade. Defendem, ainda, que a medida também viola "as regras do fair play financeiro da UEFA" e pode ser "judicialmente censurada pelos Tribunais Internacionais"

As 132 jogadoras do movimento "Futebol Sem Género" são requerentes de um direito de resposta, enviado à Federação Portuguesa de Futebol (FPF), na qual acusam a entidade de violar dois artigos da Constituição da República Portuguesa, além de "crassa discriminação", ao propor um limite máximo de 550 mil euros de massa salarial para as equipas da primeira divisão do futebol feminino, na próxima época.

O documento, a que a Tribuna Expresso teve acesso, foi elaborado pela sociedade de advogados CMB e alega que a medida transitória imposta pela federação "viola" o n.º 2 do artigo 13.º da Constituição, que prevê o princípio da igualdade, e "incorre na violação" da alínea h) do artigo 9.º, que dita como Tarefa Fundamental do Estado a promoção da "igualdade entre homens e mulheres".

Porquê? A FPF, defendem, "privilegia e beneficia os jogadores do sexo masculino, prejudicando as jogadoras".

As requerentes, entre as quais há várias internacionais portuguesas, incluindo a capitã da seleção, Cláudia Neto, questionam, primeiro com assumida ironia, se "as dificuldades que a pandemia da covid-19 produziu apenas afetam o futebol feminino?".

Escrevem, depois, "como pode a FPF arrogar-se como defensora da igualdade e da indiscriminação quando viola,deste modo,a promoção da igualdade de género"?, quando, para "manter uma equipa na primeira divisão feminina, o custo será de aproximadamente, um terço ou um quarto, em relação a equipa masculina dois escalões abaixo".

E perguntam: "porque não se reduz no futebol masculino, uma vez que é aquele que se demonstra mais oneroso?".

As jogadoras alegam que existe "uma lamentável diferenciação baseada no género", porque a FPF "não foi, neste caso concreto, capaz de eliminar as diferenciações infundadas e, por isso, ilegítimas para tal tratamento distinto". Razões, entre outras, que invocam para acusarem a entidade de não respeitar o princípio de igualdade com a medida para limitar a massa salarial das equipas da Liga BPI em 2020/21.

O direito de resposta alega, também, que "a determinação de um salário máximo é violador das regras do fair play financeiro da UEFA", remetendo a explicação para um artigo científico de Johan Lindholm, professor de Direito sueco, intitulado "O Problema dos Salary Caps à Luz da Lei da União Europeia: Um Caso Contra o Fair Play Financeiro", publicado em 2010.

Indicam, depois, várias iniciativas e projetos da FIFA e da FIFPro (o sindicato internacional de jogadores) para concluírem que "todas as orientações realçam a necessidade de proteger o futebol feminino e não o discriminar financeiramente a coberto de um estado excecional que a todos afeta".

A carta defende, igualmente, que a FPF incorre "num desrespeito" a nível comunitário, mais concretamente ao Tratado de Amesterdão, à Carta dos Direitos Fundamentais e ao Pacto Europeu para a Igualdade entre mulheres e Homens. Para o sustentar, destacam o conteúdo de vários documentos legais, apontam casos do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem e tentam contextualizar o caso à luz do Tribunal da Justiça da União Europeia.

"Uma discriminação de género institucional"

O direito de resposta é longo, tem 43 páginas e nas duas primeiras surgem os nomes das 132 jogadoras - a maior parte portuguesas, mas com algumas estrangeiras que competem em Portugal - requerentes do direito de resposta à FPF, após esta divulgar, a 29 de maio e sob consulta pública, o Regulamento da Liga BPI para 2020/21.

O direito de resposta surge devido o artigo 93.º do regulamento, que enumera as Disposições Finais e Transitórias em 15 pontos, visando mais especificamente o primeiro:

"Face às circunstâncias excecionais decorrentes da pandemia COVID-19 e à necessidade de garantir o equilíbrio dos clubes e a estabilidade da competição, é estabelecido o limite máximo de 550 mil euros para a massa salarial das jogadoras inscritas na temporada 2020/21. Entende-se por massa salarial do plantel a soma dos salários e/ou subsídios declarados no contrato de cada jogadora."

As jogadoras explicam, inicialmente, que "se têm de opor veementemente, fazendo-o não apenas porque são interessadas, mas sobretudo porque tal medida é, avassaladoramente, violadora dos seus direitos individuais enquanto jogadoras de futebol, tutelados pela Lei mas, sobretudo, violadora direitos humanos protegidos ao nível nacional e internacional".

Não querem um salary cap, em português um teto salarial, limite contra o qual se opuseram publicamente, na quinta-feira, quando muitas das jogadoras começaram a partilhar nas redes sociais mensagens do movimento "Futebol Sem Género".

Porque "se sentem injustiçadas" e consideram que existe "uma discriminação de género institucional", lê-se, no documento que detalha os argumentos invocados pelas jogadoras. Têm como "facto assente" que estão "perante uma folha salarial discriminatória, na qual a FPF falhou positiva e clamorosamente na promoção da igualdade de género".

Contextualizam a evolução recente do futebol feminino no país e defendem que "a imposição de um teto salarial" vai "importar implicações negativas", alegando, por exemplo, que "as jogadoras não terão interesse de vir" para Portugal e que as portuguesas que jogam fora, sabendo da "crassa discriminação", irão "preferir manter-se no estrangeiro".

Mais do que "uma peça jurídica em puro sentido estrito", defendem as 132 jogadoras, o direito de resposta é "uma chamada de atenção para que a FPF inflita, desde já, um caminho que, antes de tudo, a descredibiliza" - e que prejudica, "além da correta e contínua evolução do futebol feminino, a afirmação do futebol enquanto modalidade global e aglutinadora".

Pedem que a federação elimine, "antes que seja tarde", a medida que estabelece "um Salary Cap exclusivo para o futebol Feminino", criticando-a por, "ainda, tentando fazê-lo aprovar a coberto da trágica situação de Pandemia".

https://tribunaexpresso.pt/futebol-feminino/2020-06-20-O-que-alegam-as-132-jogadoras-que-protestam-contra-a-FPF-teto-salarial-viola-dois-artigos-da-Constituicao-da-Republica-Portuguesa

anarcos

futebol_semgenero
COMUNICADO OFICIAL: O movimento Futebol Sem Género não irá afastar-se daquilo que é o essencial desta sua luta que é o de, com os argumentos que fez constar do seu exercício do direito de participação, convencer a FPF de que está errada na sua intenção de impor um teto salarial somente aplicável ao futebol feminino. E como movimento livre e independente, não irá reagir a declarações ou opiniões trazidas a público, seja do Presidente do Sindicato, seja de quadros desse mesmo Sindicato, seja até, de quadros internos da própria FPF, por muito erradas e infundadas que as mesmas sejam e, no caso, são.
Deste modo, o movimento Futebol Sem Género aguarda que a FPF diga se mantém a sua opinião de que é admissível a imposição de um teto salarial somente aplicável ao futebol feminino e, se o mesmo, não fere os mais elementares direitos fundamentais.

https://www.instagram.com/futebol_semgenero/

anarcos

Clubes da Liga BPI que já começaram a anunciar atletas e/ou técnicos para esta próxima época:

Série Norte
Boavista
Condeixa
Fiães
Gil Vicente
Valadares

Série Sul
Amora
Marítimo
Ouriense
Fut. Benfica
A-dos-Francos
Estoril
Torreense
Damaiense
Sporting

Os que continuam em silêncio:

Série Norte
Ovarense
Albergaria
Famalicão
Braga
Cadima

Série Sul
SL Benfica