As Finanças do Benfica

[João_Oliveira]

Vamos ter de fazer 2 ou 3 grandes vendas no verão.
Já vamos em quase 90M em compras este ano, incluindo objectivos.

Os jogadores não são pagos a pronto pagamento.

Claro, mas as vendas também não.

[Hölderlin]

Vou publicar isto aqui, porque me parece relevante neste tópico.

O que é escabroso no meio disto tudo é o Benfica ter 2 das 5 transferências mais caras de sempre da história do futebol, sendo que foram feitas nos últimos 3 anos, e ainda assim não dominar como quer o futebol português.

E ainda ter 430M€ de passivo.

Este argumento do Passivo é um argumento que vejo repetido de forma recorrente e que acho que deve ser explicado, porque é enganador. Não vou dizer que não houve aproveitamento, pelo menos de Luís Filipe Vieira, porque é óbvio que houve. O Ministério Público confirmou as suspeitas que há muito tempo havia. Mas mesmo assim há uma ideia errada da forma como o Benfica tem sido gerido, nomeadamente sobre o Passivo e sobre as vendas milionárias do clube que mesmo assim não emagreceram (à primeira vista) o Passivo. Passo a explicar:

O Passivo desde logo é muito diferente do que era. Vou comparar o passivo actual com o pior passivo, dos últimos 10 anos, o passivo de 2013-14.

Nessa altura, o Benfica tinha um Passivo de 449 milhões. Desses 449 milhões, 317 milhões eram empréstimos, e à volta de 70-72 milhões eram dívidas relativas a passes de jogadores. E na altura, o Benfica tinha cerca de 47 milhões a receber de dividas de outros clubes pelos seus jogadores.

Hoje, o Passivo do Benfica é de 424 milhões, dos quais 171 milhões são empréstimos, 126 são dividas a outros clubes pelos seus jogadores, e há 115 milhões a receber de dívidas de outros clubes ao Benfica.

Qual é a grande diferença aqui? Em grande parte, o adiantamento da NOS. São 66 milhões de adiantamento da NOS que o Benfica tem registado no Passivo sobre o qual não terá qualquer encargo, apenas não vai receber metade do dinheiro.

Convém também dizer que devido ao reforço do plantel tanto no ano de 2020 como neste ano, a situação económica do Benfica piorou. O nosso passivo, nomedamente os valores em empréstimos, era signficativamente mais baixo em 2019 (cerca de 50-60 milhões).

Tudo isto vem relativamente bem resumido neste gráfico aqui. O gráfico da dívida líquida:



A dívida liquida do Benfica baixou em 100 milhões neste oito anos. E antes do all-in por causa do Jorge Jesus e das correções feitas este ano, até tinha baixado 160 milhões. Os valores do Passivo são mais ou menos os mesmos, mas o que está no passivo é bastante diferente do que estava em 2014. Ter passivo por si só não é uma coisa má, especialmente quando não se tem custos extras com o Passivo e quando o Activo evolui em sintonia. O impacto que estes 100 milhões tem no que pagamos juros é monumental. Estamos a falar na pior das hipóteses de uma poupança de 3-4 milhões por ano. O que num espaço de 10 anos, são 30-40 milhões (e reforço: na pior das hipóteses).

Há outro ponto que é constantemente ignorado. É que o Passivo não diminuiu (à primeira vista porque a estrutura do Passivo é bastante diferente), mas o Activo explodiu. O Activo do Benfica subiu 170 milhões nesse espaço de tempo. O clube saiu de uma situação de falência técnica (capital próprio negativo) para uma situação de um capital próprio 109 milhões (que em 2020, antes do all-in no Jorge Jessus, era de 161 milhões).

Agora, estabelecendo que o Passivo é hoje bastante mais baixo, pela sua estrutura, do que era em 2014, e que o Activo subiu muito significativamente neste período, é importante também notar a situação do Benfica.

A frase "os clubes portugueses estão obrigados a vender" não é uma frase feita. O Benfica, sem a venda dos jogadores, tem sistematicamente prejuízos anuais. E sempre na ordem dos 30-40 milhões todos os anos (a contar com amortizações de atletas, sem contar com amortizações é sempre na ordem dos 5-10 milhões). O Benfica precisa de vender jogadores para no final do ano ter dinheiro para pagar o que falta pagar de salários aos seus jogadores e as restantes despesas. A receita das Champions League, as transmissões televisivas, os patrocinadores e a bilhética, em praticamente todos os anos na última década não deram para cobrir as despesas anuais do clube.

E podemos todos alegar que isto é má gestão. Que também é. Mas não podemos acreditar que todas as decisões vão ser sempre as melhores, porque todos os clubes tomam péssimas decisões todos os anos e mesmo nós se lá estivessemos também iríamos tomar. A meu ver, que não é uma ideia só minha mas que vejo várias vezes explicada por aqui, o Benfica tem que baixar muito significativamente a massa salarial, apostar nos jovens (que têm salários muito mais baixos) de forma a  baixar as suas despesas anuais a um ponto que o clube deixe de estar obrigado a vender, para estar obrigado a negociar.

Perante esta Champions League que permite clubes com massas salariais de 700 milhões possam competir com clubes com massas salariais de 100 milhões (como o Benfica) ou ainda menos (como outros clubes), o Benfica vai ser sempre um clube vendedor. Sempre. Vai sempre haver clubes dispostos a pagar mais aos nossos jogadores e os nossos jogadores vão sempre querer sair do Benfica por isso. A questão é que quando estamos obrigados a vender, aceitamos o que nos dão. Quando estamos obrigados a negociar, podemos explorar, vender por mais, vender menos vezes. Vender por mais e vender menos, vai sempre gerar pressão dos agentes para pagar melhores salários e deteriorar a nossa situação ecónomica. É uma pescadinha de rabo na boca.

É nesta situação que estamos. Logo, sim, o Passivo em oito anos não baixou muito. Mas esse argumento é bastante fraco, a meu ver. Nunca votei em Luís Filipe Vieira ou no Rui Costa. Apoiei, publicamente, o João Noronha Lopes.

Faltou dizer:

É imperativo incrementar e acrescentar receitas operacionais, pois é aí que se pode ver a dimensão de clube que ainda não conseguimos capitalizar.

Para isso é preciso gente competente e com visão, que também não temos.

Obrigado pela a analise. O major defeito da gestao do Benfica e o nao saber de growing the brand & globalisation of Benfica.

Os outros clubes poderam chegar aos 700m de salarios porque conseguiram por merito proprio como o Real Madrid e Liverpool com vitorias, outros porque souberam maximizar estrategias de crescimento. Como o Real Madrid e os galaticos ou parcerias com investidores. (Investidores que eu nao desejo no Benfica)

Ate neste momento penso que o Flamengo e o Dortmund ja nos passaram de globalisation.

O Rui Costa e o futuro CEO teem que encontrar um rumo novo para nao perdermos Darwins, Enzos e Joaos Felixes para comecarmos a atrair mais viewers numa forma digital sem a porcaria da Olivedesporto a ser o source of fundsprincipal. (fora de vendas de jogadores)

Ajudava termos 7/8 clubes competitivos à nossa volta, publico nos estádios, uma FPF que funcionasse em prol do futebol, uma Liga bem gerida... Clubes de capitais de distrito na Primeira Liga, que mais? Basicamente tudo.

Globalizar o Benfica hoje é pela Champions e méritos da Academia/Scouting.

Neste Portugal, como opera hoje, não há muito mais a fazer.


Edit: merdas como contratos com a Jordan e não sei quê podem ou não funcionar marginalmente a nosso favor, mas depende sempre de como damos o befe a esse mercado da "moda".

[pmmp20]

Vamos ter de fazer 2 ou 3 grandes vendas no verão.
Já vamos em quase 90M em compras este ano, incluindo objectivos.

Os jogadores não são pagos a pronto pagamento.

Claro, mas as vendas também não.

e quantas vendas milionárias nao fizemos todos estes anos? levamos uns 15 anos a vender por Milhões. são mais de 1000Milhões...

[R3nas]

Vou publicar isto aqui, porque me parece relevante neste tópico.

O que é escabroso no meio disto tudo é o Benfica ter 2 das 5 transferências mais caras de sempre da história do futebol, sendo que foram feitas nos últimos 3 anos, e ainda assim não dominar como quer o futebol português.

E ainda ter 430M€ de passivo.

Este argumento do Passivo é um argumento que vejo repetido de forma recorrente e que acho que deve ser explicado, porque é enganador. Não vou dizer que não houve aproveitamento, pelo menos de Luís Filipe Vieira, porque é óbvio que houve. O Ministério Público confirmou as suspeitas que há muito tempo havia. Mas mesmo assim há uma ideia errada da forma como o Benfica tem sido gerido, nomeadamente sobre o Passivo e sobre as vendas milionárias do clube que mesmo assim não emagreceram (à primeira vista) o Passivo. Passo a explicar:

O Passivo desde logo é muito diferente do que era. Vou comparar o passivo actual com o pior passivo, dos últimos 10 anos, o passivo de 2013-14.

Nessa altura, o Benfica tinha um Passivo de 449 milhões. Desses 449 milhões, 317 milhões eram empréstimos, e à volta de 70-72 milhões eram dívidas relativas a passes de jogadores. E na altura, o Benfica tinha cerca de 47 milhões a receber de dividas de outros clubes pelos seus jogadores.

Hoje, o Passivo do Benfica é de 424 milhões, dos quais 171 milhões são empréstimos, 126 são dividas a outros clubes pelos seus jogadores, e há 115 milhões a receber de dívidas de outros clubes ao Benfica.

Qual é a grande diferença aqui? Em grande parte, o adiantamento da NOS. São 66 milhões de adiantamento da NOS que o Benfica tem registado no Passivo sobre o qual não terá qualquer encargo, apenas não vai receber metade do dinheiro.

Convém também dizer que devido ao reforço do plantel tanto no ano de 2020 como neste ano, a situação económica do Benfica piorou. O nosso passivo, nomedamente os valores em empréstimos, era signficativamente mais baixo em 2019 (cerca de 50-60 milhões).

Tudo isto vem relativamente bem resumido neste gráfico aqui. O gráfico da dívida líquida:



A dívida liquida do Benfica baixou em 100 milhões neste oito anos. E antes do all-in por causa do Jorge Jesus e das correções feitas este ano, até tinha baixado 160 milhões. Os valores do Passivo são mais ou menos os mesmos, mas o que está no passivo é bastante diferente do que estava em 2014. Ter passivo por si só não é uma coisa má, especialmente quando não se tem custos extras com o Passivo e quando o Activo evolui em sintonia. O impacto que estes 100 milhões tem no que pagamos juros é monumental. Estamos a falar na pior das hipóteses de uma poupança de 3-4 milhões por ano. O que num espaço de 10 anos, são 30-40 milhões (e reforço: na pior das hipóteses).

Há outro ponto que é constantemente ignorado. É que o Passivo não diminuiu (à primeira vista porque a estrutura do Passivo é bastante diferente), mas o Activo explodiu. O Activo do Benfica subiu 170 milhões nesse espaço de tempo. O clube saiu de uma situação de falência técnica (capital próprio negativo) para uma situação de um capital próprio 109 milhões (que em 2020, antes do all-in no Jorge Jessus, era de 161 milhões).

Agora, estabelecendo que o Passivo é hoje bastante mais baixo, pela sua estrutura, do que era em 2014, e que o Activo subiu muito significativamente neste período, é importante também notar a situação do Benfica.

A frase "os clubes portugueses estão obrigados a vender" não é uma frase feita. O Benfica, sem a venda dos jogadores, tem sistematicamente prejuízos anuais. E sempre na ordem dos 30-40 milhões todos os anos (a contar com amortizações de atletas, sem contar com amortizações é sempre na ordem dos 5-10 milhões). O Benfica precisa de vender jogadores para no final do ano ter dinheiro para pagar o que falta pagar de salários aos seus jogadores e as restantes despesas. A receita das Champions League, as transmissões televisivas, os patrocinadores e a bilhética, em praticamente todos os anos na última década não deram para cobrir as despesas anuais do clube.

E podemos todos alegar que isto é má gestão. Que também é. Mas não podemos acreditar que todas as decisões vão ser sempre as melhores, porque todos os clubes tomam péssimas decisões todos os anos e mesmo nós se lá estivessemos também iríamos tomar. A meu ver, que não é uma ideia só minha mas que vejo várias vezes explicada por aqui, o Benfica tem que baixar muito significativamente a massa salarial, apostar nos jovens (que têm salários muito mais baixos) de forma a  baixar as suas despesas anuais a um ponto que o clube deixe de estar obrigado a vender, para estar obrigado a negociar.

Perante esta Champions League que permite clubes com massas salariais de 700 milhões possam competir com clubes com massas salariais de 100 milhões (como o Benfica) ou ainda menos (como outros clubes), o Benfica vai ser sempre um clube vendedor. Sempre. Vai sempre haver clubes dispostos a pagar mais aos nossos jogadores e os nossos jogadores vão sempre querer sair do Benfica por isso. A questão é que quando estamos obrigados a vender, aceitamos o que nos dão. Quando estamos obrigados a negociar, podemos explorar, vender por mais, vender menos vezes. Vender por mais e vender menos, vai sempre gerar pressão dos agentes para pagar melhores salários e deteriorar a nossa situação ecónomica. É uma pescadinha de rabo na boca.

É nesta situação que estamos. Logo, sim, o Passivo em oito anos não baixou muito. Mas esse argumento é bastante fraco, a meu ver. Nunca votei em Luís Filipe Vieira ou no Rui Costa. Apoiei, publicamente, o João Noronha Lopes.

Faltou dizer:

É imperativo incrementar e acrescentar receitas operacionais, pois é aí que se pode ver a dimensão de clube que ainda não conseguimos capitalizar.

Para isso é preciso gente competente e com visão, que também não temos.

Obrigado pela a analise. O major defeito da gestao do Benfica e o nao saber de growing the brand & globalisation of Benfica.

Os outros clubes poderam chegar aos 700m de salarios porque conseguiram por merito proprio como o Real Madrid e Liverpool com vitorias, outros porque souberam maximizar estrategias de crescimento. Como o Real Madrid e os galaticos ou parcerias com investidores. (Investidores que eu nao desejo no Benfica)

Ate neste momento penso que o Flamengo e o Dortmund ja nos passaram de globalisation.

O Rui Costa e o futuro CEO teem que encontrar um rumo novo para nao perdermos Darwins, Enzos e Joaos Felixes para comecarmos a atrair mais viewers numa forma digital sem a porcaria da Olivedesporto a ser o source of fundsprincipal. (fora de vendas de jogadores)

Ajudava termos 7/8 clubes competitivos à nossa volta, publico nos estádios, uma FPF que funcionasse em prol do futebol, uma Liga bem gerida... Clubes de capitais de distrito na Primeira Liga, que mais? Basicamente tudo.

Globalizar o Benfica hoje é pela Champions e méritos da Academia/Scouting.

Neste Portugal, como opera hoje, não há muito mais a fazer.


Edit: merdas como contratos com a Jordan e não sei quê podem ou não funcionar marginalmente a nosso favor, mas depende sempre de como damos o befe a esse mercado da "moda".

Se a empresa onde estou não pensasse fora do rectângulo estaria perto de atingir o seu limite de facturação. Como não se limita a isso está cada vez em mais países e a crescer a dois dígitos apesar de um ano 2022 extremamente dificil e com muitos desafios para superar.

Mesmo assim, mesmo para o rectângulo apenas, também tem crescido a dois digitos porque tem inovado em várias coisas e está sempre à frente dos concorrentes.

Preocupações pelas limitações dos stakeholders? Existem. As limitações dos stakeholders definem as nossas limitações? Não.

Recuso aceitar que o Benfica possa ser diferente disto.

[João_Oliveira]

Vamos ter de fazer 2 ou 3 grandes vendas no verão.
Já vamos em quase 90M em compras este ano, incluindo objectivos.

Os jogadores não são pagos a pronto pagamento.

Claro, mas as vendas também não.

e quantas vendas milionárias nao fizemos todos estes anos? levamos uns 15 anos a vender por Milhões. são mais de 1000Milhões...

O clube só começou a fazer grandes vendas apartir de 2013 aproximadamente, são 10 anos, salvo uma ou outra antes.
E tem-se gasto muito também, mais massas salariais altissimas e outras despesas, boa maior parte desses milhões já foram todos...

[ralien666]

Vou publicar isto aqui, porque me parece relevante neste tópico.

O que é escabroso no meio disto tudo é o Benfica ter 2 das 5 transferências mais caras de sempre da história do futebol, sendo que foram feitas nos últimos 3 anos, e ainda assim não dominar como quer o futebol português.

E ainda ter 430M€ de passivo.

Este argumento do Passivo é um argumento que vejo repetido de forma recorrente e que acho que deve ser explicado, porque é enganador. Não vou dizer que não houve aproveitamento, pelo menos de Luís Filipe Vieira, porque é óbvio que houve. O Ministério Público confirmou as suspeitas que há muito tempo havia. Mas mesmo assim há uma ideia errada da forma como o Benfica tem sido gerido, nomeadamente sobre o Passivo e sobre as vendas milionárias do clube que mesmo assim não emagreceram (à primeira vista) o Passivo. Passo a explicar:

O Passivo desde logo é muito diferente do que era. Vou comparar o passivo actual com o pior passivo, dos últimos 10 anos, o passivo de 2013-14.

Nessa altura, o Benfica tinha um Passivo de 449 milhões. Desses 449 milhões, 317 milhões eram empréstimos, e à volta de 70-72 milhões eram dívidas relativas a passes de jogadores. E na altura, o Benfica tinha cerca de 47 milhões a receber de dividas de outros clubes pelos seus jogadores.

Hoje, o Passivo do Benfica é de 424 milhões, dos quais 171 milhões são empréstimos, 126 são dividas a outros clubes pelos seus jogadores, e há 115 milhões a receber de dívidas de outros clubes ao Benfica.

Qual é a grande diferença aqui? Em grande parte, o adiantamento da NOS. São 66 milhões de adiantamento da NOS que o Benfica tem registado no Passivo sobre o qual não terá qualquer encargo, apenas não vai receber metade do dinheiro.

Convém também dizer que devido ao reforço do plantel tanto no ano de 2020 como neste ano, a situação económica do Benfica piorou. O nosso passivo, nomedamente os valores em empréstimos, era signficativamente mais baixo em 2019 (cerca de 50-60 milhões).

Tudo isto vem relativamente bem resumido neste gráfico aqui. O gráfico da dívida líquida:



A dívida liquida do Benfica baixou em 100 milhões neste oito anos. E antes do all-in por causa do Jorge Jesus e das correções feitas este ano, até tinha baixado 160 milhões. Os valores do Passivo são mais ou menos os mesmos, mas o que está no passivo é bastante diferente do que estava em 2014. Ter passivo por si só não é uma coisa má, especialmente quando não se tem custos extras com o Passivo e quando o Activo evolui em sintonia. O impacto que estes 100 milhões tem no que pagamos juros é monumental. Estamos a falar na pior das hipóteses de uma poupança de 3-4 milhões por ano. O que num espaço de 10 anos, são 30-40 milhões (e reforço: na pior das hipóteses).

Há outro ponto que é constantemente ignorado. É que o Passivo não diminuiu (à primeira vista porque a estrutura do Passivo é bastante diferente), mas o Activo explodiu. O Activo do Benfica subiu 170 milhões nesse espaço de tempo. O clube saiu de uma situação de falência técnica (capital próprio negativo) para uma situação de um capital próprio 109 milhões (que em 2020, antes do all-in no Jorge Jessus, era de 161 milhões).

Agora, estabelecendo que o Passivo é hoje bastante mais baixo, pela sua estrutura, do que era em 2014, e que o Activo subiu muito significativamente neste período, é importante também notar a situação do Benfica.

A frase "os clubes portugueses estão obrigados a vender" não é uma frase feita. O Benfica, sem a venda dos jogadores, tem sistematicamente prejuízos anuais. E sempre na ordem dos 30-40 milhões todos os anos (a contar com amortizações de atletas, sem contar com amortizações é sempre na ordem dos 5-10 milhões). O Benfica precisa de vender jogadores para no final do ano ter dinheiro para pagar o que falta pagar de salários aos seus jogadores e as restantes despesas. A receita das Champions League, as transmissões televisivas, os patrocinadores e a bilhética, em praticamente todos os anos na última década não deram para cobrir as despesas anuais do clube.

E podemos todos alegar que isto é má gestão. Que também é. Mas não podemos acreditar que todas as decisões vão ser sempre as melhores, porque todos os clubes tomam péssimas decisões todos os anos e mesmo nós se lá estivessemos também iríamos tomar. A meu ver, que não é uma ideia só minha mas que vejo várias vezes explicada por aqui, o Benfica tem que baixar muito significativamente a massa salarial, apostar nos jovens (que têm salários muito mais baixos) de forma a  baixar as suas despesas anuais a um ponto que o clube deixe de estar obrigado a vender, para estar obrigado a negociar.

Perante esta Champions League que permite clubes com massas salariais de 700 milhões possam competir com clubes com massas salariais de 100 milhões (como o Benfica) ou ainda menos (como outros clubes), o Benfica vai ser sempre um clube vendedor. Sempre. Vai sempre haver clubes dispostos a pagar mais aos nossos jogadores e os nossos jogadores vão sempre querer sair do Benfica por isso. A questão é que quando estamos obrigados a vender, aceitamos o que nos dão. Quando estamos obrigados a negociar, podemos explorar, vender por mais, vender menos vezes. Vender por mais e vender menos, vai sempre gerar pressão dos agentes para pagar melhores salários e deteriorar a nossa situação ecónomica. É uma pescadinha de rabo na boca.

É nesta situação que estamos. Logo, sim, o Passivo em oito anos não baixou muito. Mas esse argumento é bastante fraco, a meu ver. Nunca votei em Luís Filipe Vieira ou no Rui Costa. Apoiei, publicamente, o João Noronha Lopes.

Faltou dizer:

É imperativo incrementar e acrescentar receitas operacionais, pois é aí que se pode ver a dimensão de clube que ainda não conseguimos capitalizar.

Para isso é preciso gente competente e com visão, que também não temos.

Obrigado pela a analise. O major defeito da gestao do Benfica e o nao saber de growing the brand & globalisation of Benfica.

Os outros clubes poderam chegar aos 700m de salarios porque conseguiram por merito proprio como o Real Madrid e Liverpool com vitorias, outros porque souberam maximizar estrategias de crescimento. Como o Real Madrid e os galaticos ou parcerias com investidores. (Investidores que eu nao desejo no Benfica)

Ate neste momento penso que o Flamengo e o Dortmund ja nos passaram de globalisation.

O Rui Costa e o futuro CEO teem que encontrar um rumo novo para nao perdermos Darwins, Enzos e Joaos Felixes para comecarmos a atrair mais viewers numa forma digital sem a porcaria da Olivedesporto a ser o source of fundsprincipal. (fora de vendas de jogadores)

Ajudava termos 7/8 clubes competitivos à nossa volta, publico nos estádios, uma FPF que funcionasse em prol do futebol, uma Liga bem gerida... Clubes de capitais de distrito na Primeira Liga, que mais? Basicamente tudo.

Globalizar o Benfica hoje é pela Champions e méritos da Academia/Scouting.

Neste Portugal, como opera hoje, não há muito mais a fazer.


Edit: merdas como contratos com a Jordan e não sei quê podem ou não funcionar marginalmente a nosso favor, mas depende sempre de como damos o befe a esse mercado da "moda".

Se a empresa onde estou não pensasse fora do rectângulo estaria perto de atingir o seu limite de facturação. Como não se limita a isso está cada vez em mais países e a crescer a dois dígitos apesar de um ano 2022 extremamente dificil e com muitos desafios para superar.

Mesmo assim, mesmo para o rectângulo apenas, também tem crescido a dois digitos porque tem inovado em várias coisas e está sempre à frente dos concorrentes.

Preocupações pelas limitações dos stakeholders? Existem. As limitações dos stakeholders definem as nossas limitações? Não.

Recuso aceitar que o Benfica possa ser diferente disto.

Estao os dois corretos no meu ver.

EU acho que framework do rectangulo, fora do rectangulo demonstra que o que fizemos com a BenficaTV era um bom exemplo de uma disruptive strategy.

Deviamos ter continuado.

O problema foi perdermos a oportunidade dos direitos da NBA mas tambem se continuassem, EU acho que teriamos conseguido a non solvency da Olivedesportos.

Em vez disso, somente pusemos mais capital nos bolsos do Porto E Sporting.

Criamos uma ameaca estrategica, deu-nos 500m por 10 anosas tambem deu 400m aos outros.

Estas taticas e estrategias teem que ser formuladas no nosso interesse e enfraquecer os que nao querem bem para a marca Benfica

[MSAM]

É fácil equilibrar as contas...













É ganhar a orelhuda 🏆

[ISO]

Vou publicar isto aqui, porque me parece relevante neste tópico.

O que é escabroso no meio disto tudo é o Benfica ter 2 das 5 transferências mais caras de sempre da história do futebol, sendo que foram feitas nos últimos 3 anos, e ainda assim não dominar como quer o futebol português.

E ainda ter 430M€ de passivo.

Este argumento do Passivo é um argumento que vejo repetido de forma recorrente e que acho que deve ser explicado, porque é enganador. Não vou dizer que não houve aproveitamento, pelo menos de Luís Filipe Vieira, porque é óbvio que houve. O Ministério Público confirmou as suspeitas que há muito tempo havia. Mas mesmo assim há uma ideia errada da forma como o Benfica tem sido gerido, nomeadamente sobre o Passivo e sobre as vendas milionárias do clube que mesmo assim não emagreceram (à primeira vista) o Passivo. Passo a explicar:

O Passivo desde logo é muito diferente do que era. Vou comparar o passivo actual com o pior passivo, dos últimos 10 anos, o passivo de 2013-14.

Nessa altura, o Benfica tinha um Passivo de 449 milhões. Desses 449 milhões, 317 milhões eram empréstimos, e à volta de 70-72 milhões eram dívidas relativas a passes de jogadores. E na altura, o Benfica tinha cerca de 47 milhões a receber de dividas de outros clubes pelos seus jogadores.

Hoje, o Passivo do Benfica é de 424 milhões, dos quais 171 milhões são empréstimos, 126 são dividas a outros clubes pelos seus jogadores, e há 115 milhões a receber de dívidas de outros clubes ao Benfica.

Qual é a grande diferença aqui? Em grande parte, o adiantamento da NOS. São 66 milhões de adiantamento da NOS que o Benfica tem registado no Passivo sobre o qual não terá qualquer encargo, apenas não vai receber metade do dinheiro.

Convém também dizer que devido ao reforço do plantel tanto no ano de 2020 como neste ano, a situação económica do Benfica piorou. O nosso passivo, nomedamente os valores em empréstimos, era signficativamente mais baixo em 2019 (cerca de 50-60 milhões).

Tudo isto vem relativamente bem resumido neste gráfico aqui. O gráfico da dívida líquida:



A dívida liquida do Benfica baixou em 100 milhões neste oito anos. E antes do all-in por causa do Jorge Jesus e das correções feitas este ano, até tinha baixado 160 milhões. Os valores do Passivo são mais ou menos os mesmos, mas o que está no passivo é bastante diferente do que estava em 2014. Ter passivo por si só não é uma coisa má, especialmente quando não se tem custos extras com o Passivo e quando o Activo evolui em sintonia. O impacto que estes 100 milhões tem no que pagamos juros é monumental. Estamos a falar na pior das hipóteses de uma poupança de 3-4 milhões por ano. O que num espaço de 10 anos, são 30-40 milhões (e reforço: na pior das hipóteses).

Há outro ponto que é constantemente ignorado. É que o Passivo não diminuiu (à primeira vista porque a estrutura do Passivo é bastante diferente), mas o Activo explodiu. O Activo do Benfica subiu 170 milhões nesse espaço de tempo. O clube saiu de uma situação de falência técnica (capital próprio negativo) para uma situação de um capital próprio 109 milhões (que em 2020, antes do all-in no Jorge Jessus, era de 161 milhões).

Agora, estabelecendo que o Passivo é hoje bastante mais baixo, pela sua estrutura, do que era em 2014, e que o Activo subiu muito significativamente neste período, é importante também notar a situação do Benfica.

A frase "os clubes portugueses estão obrigados a vender" não é uma frase feita. O Benfica, sem a venda dos jogadores, tem sistematicamente prejuízos anuais. E sempre na ordem dos 30-40 milhões todos os anos (a contar com amortizações de atletas, sem contar com amortizações é sempre na ordem dos 5-10 milhões). O Benfica precisa de vender jogadores para no final do ano ter dinheiro para pagar o que falta pagar de salários aos seus jogadores e as restantes despesas. A receita das Champions League, as transmissões televisivas, os patrocinadores e a bilhética, em praticamente todos os anos na última década não deram para cobrir as despesas anuais do clube.

E podemos todos alegar que isto é má gestão. Que também é. Mas não podemos acreditar que todas as decisões vão ser sempre as melhores, porque todos os clubes tomam péssimas decisões todos os anos e mesmo nós se lá estivessemos também iríamos tomar. A meu ver, que não é uma ideia só minha mas que vejo várias vezes explicada por aqui, o Benfica tem que baixar muito significativamente a massa salarial, apostar nos jovens (que têm salários muito mais baixos) de forma a  baixar as suas despesas anuais a um ponto que o clube deixe de estar obrigado a vender, para estar obrigado a negociar.

Perante esta Champions League que permite clubes com massas salariais de 700 milhões possam competir com clubes com massas salariais de 100 milhões (como o Benfica) ou ainda menos (como outros clubes), o Benfica vai ser sempre um clube vendedor. Sempre. Vai sempre haver clubes dispostos a pagar mais aos nossos jogadores e os nossos jogadores vão sempre querer sair do Benfica por isso. A questão é que quando estamos obrigados a vender, aceitamos o que nos dão. Quando estamos obrigados a negociar, podemos explorar, vender por mais, vender menos vezes. Vender por mais e vender menos, vai sempre gerar pressão dos agentes para pagar melhores salários e deteriorar a nossa situação ecónomica. É uma pescadinha de rabo na boca.

É nesta situação que estamos. Logo, sim, o Passivo em oito anos não baixou muito. Mas esse argumento é bastante fraco, a meu ver. Nunca votei em Luís Filipe Vieira ou no Rui Costa. Apoiei, publicamente, o João Noronha Lopes.

Faltou dizer:

É imperativo incrementar e acrescentar receitas operacionais, pois é aí que se pode ver a dimensão de clube que ainda não conseguimos capitalizar.

Para isso é preciso gente competente e com visão, que também não temos.

Obrigado pela a analise. O major defeito da gestao do Benfica e o nao saber de growing the brand & globalisation of Benfica.

Os outros clubes poderam chegar aos 700m de salarios porque conseguiram por merito proprio como o Real Madrid e Liverpool com vitorias, outros porque souberam maximizar estrategias de crescimento. Como o Real Madrid e os galaticos ou parcerias com investidores. (Investidores que eu nao desejo no Benfica)

Ate neste momento penso que o Flamengo e o Dortmund ja nos passaram de globalisation.

O Rui Costa e o futuro CEO teem que encontrar um rumo novo para nao perdermos Darwins, Enzos e Joaos Felixes para comecarmos a atrair mais viewers numa forma digital sem a porcaria da Olivedesporto a ser o source of fundsprincipal. (fora de vendas de jogadores)

Ajudava termos 7/8 clubes competitivos à nossa volta, publico nos estádios, uma FPF que funcionasse em prol do futebol, uma Liga bem gerida... Clubes de capitais de distrito na Primeira Liga, que mais? Basicamente tudo.

Globalizar o Benfica hoje é pela Champions e méritos da Academia/Scouting.

Neste Portugal, como opera hoje, não há muito mais a fazer.


Edit: merdas como contratos com a Jordan e não sei quê podem ou não funcionar marginalmente a nosso favor, mas depende sempre de como damos o befe a esse mercado da "moda".

Se a empresa onde estou não pensasse fora do rectângulo estaria perto de atingir o seu limite de facturação. Como não se limita a isso está cada vez em mais países e a crescer a dois dígitos apesar de um ano 2022 extremamente dificil e com muitos desafios para superar.

Mesmo assim, mesmo para o rectângulo apenas, também tem crescido a dois digitos porque tem inovado em várias coisas e está sempre à frente dos concorrentes.

Preocupações pelas limitações dos stakeholders? Existem. As limitações dos stakeholders definem as nossas limitações? Não.

Recuso aceitar que o Benfica possa ser diferente disto.

Estao os dois corretos no meu ver.

EU acho que framework do rectangulo, fora do rectangulo demonstra que o que fizemos com a BenficaTV era um bom exemplo de uma disruptive strategy.

Deviamos ter continuado.

O problema foi perdermos a oportunidade dos direitos da NBA mas tambem se continuassem, EU acho que teriamos conseguido a non solvency da Olivedesportos.

Em vez disso, somente pusemos mais capital nos bolsos do Porto E Sporting.

Criamos uma ameaca estrategica, deu-nos 500m por 10 anosas tambem deu 400m aos outros.

Estas taticas e estrategias teem que ser formuladas no nosso interesse e enfraquecer os que nao querem bem para a marca Benfica

Vives num país pequeno, periférico, muito pobre e sobretudo sem futuro, daqui só mesmo para baixo!

[Hölderlin]

Vou publicar isto aqui, porque me parece relevante neste tópico.

O que é escabroso no meio disto tudo é o Benfica ter 2 das 5 transferências mais caras de sempre da história do futebol, sendo que foram feitas nos últimos 3 anos, e ainda assim não dominar como quer o futebol português.

E ainda ter 430M€ de passivo.

Este argumento do Passivo é um argumento que vejo repetido de forma recorrente e que acho que deve ser explicado, porque é enganador. Não vou dizer que não houve aproveitamento, pelo menos de Luís Filipe Vieira, porque é óbvio que houve. O Ministério Público confirmou as suspeitas que há muito tempo havia. Mas mesmo assim há uma ideia errada da forma como o Benfica tem sido gerido, nomeadamente sobre o Passivo e sobre as vendas milionárias do clube que mesmo assim não emagreceram (à primeira vista) o Passivo. Passo a explicar:

O Passivo desde logo é muito diferente do que era. Vou comparar o passivo actual com o pior passivo, dos últimos 10 anos, o passivo de 2013-14.

Nessa altura, o Benfica tinha um Passivo de 449 milhões. Desses 449 milhões, 317 milhões eram empréstimos, e à volta de 70-72 milhões eram dívidas relativas a passes de jogadores. E na altura, o Benfica tinha cerca de 47 milhões a receber de dividas de outros clubes pelos seus jogadores.

Hoje, o Passivo do Benfica é de 424 milhões, dos quais 171 milhões são empréstimos, 126 são dividas a outros clubes pelos seus jogadores, e há 115 milhões a receber de dívidas de outros clubes ao Benfica.

Qual é a grande diferença aqui? Em grande parte, o adiantamento da NOS. São 66 milhões de adiantamento da NOS que o Benfica tem registado no Passivo sobre o qual não terá qualquer encargo, apenas não vai receber metade do dinheiro.

Convém também dizer que devido ao reforço do plantel tanto no ano de 2020 como neste ano, a situação económica do Benfica piorou. O nosso passivo, nomedamente os valores em empréstimos, era signficativamente mais baixo em 2019 (cerca de 50-60 milhões).

Tudo isto vem relativamente bem resumido neste gráfico aqui. O gráfico da dívida líquida:



A dívida liquida do Benfica baixou em 100 milhões neste oito anos. E antes do all-in por causa do Jorge Jesus e das correções feitas este ano, até tinha baixado 160 milhões. Os valores do Passivo são mais ou menos os mesmos, mas o que está no passivo é bastante diferente do que estava em 2014. Ter passivo por si só não é uma coisa má, especialmente quando não se tem custos extras com o Passivo e quando o Activo evolui em sintonia. O impacto que estes 100 milhões tem no que pagamos juros é monumental. Estamos a falar na pior das hipóteses de uma poupança de 3-4 milhões por ano. O que num espaço de 10 anos, são 30-40 milhões (e reforço: na pior das hipóteses).

Há outro ponto que é constantemente ignorado. É que o Passivo não diminuiu (à primeira vista porque a estrutura do Passivo é bastante diferente), mas o Activo explodiu. O Activo do Benfica subiu 170 milhões nesse espaço de tempo. O clube saiu de uma situação de falência técnica (capital próprio negativo) para uma situação de um capital próprio 109 milhões (que em 2020, antes do all-in no Jorge Jessus, era de 161 milhões).

Agora, estabelecendo que o Passivo é hoje bastante mais baixo, pela sua estrutura, do que era em 2014, e que o Activo subiu muito significativamente neste período, é importante também notar a situação do Benfica.

A frase "os clubes portugueses estão obrigados a vender" não é uma frase feita. O Benfica, sem a venda dos jogadores, tem sistematicamente prejuízos anuais. E sempre na ordem dos 30-40 milhões todos os anos (a contar com amortizações de atletas, sem contar com amortizações é sempre na ordem dos 5-10 milhões). O Benfica precisa de vender jogadores para no final do ano ter dinheiro para pagar o que falta pagar de salários aos seus jogadores e as restantes despesas. A receita das Champions League, as transmissões televisivas, os patrocinadores e a bilhética, em praticamente todos os anos na última década não deram para cobrir as despesas anuais do clube.

E podemos todos alegar que isto é má gestão. Que também é. Mas não podemos acreditar que todas as decisões vão ser sempre as melhores, porque todos os clubes tomam péssimas decisões todos os anos e mesmo nós se lá estivessemos também iríamos tomar. A meu ver, que não é uma ideia só minha mas que vejo várias vezes explicada por aqui, o Benfica tem que baixar muito significativamente a massa salarial, apostar nos jovens (que têm salários muito mais baixos) de forma a  baixar as suas despesas anuais a um ponto que o clube deixe de estar obrigado a vender, para estar obrigado a negociar.

Perante esta Champions League que permite clubes com massas salariais de 700 milhões possam competir com clubes com massas salariais de 100 milhões (como o Benfica) ou ainda menos (como outros clubes), o Benfica vai ser sempre um clube vendedor. Sempre. Vai sempre haver clubes dispostos a pagar mais aos nossos jogadores e os nossos jogadores vão sempre querer sair do Benfica por isso. A questão é que quando estamos obrigados a vender, aceitamos o que nos dão. Quando estamos obrigados a negociar, podemos explorar, vender por mais, vender menos vezes. Vender por mais e vender menos, vai sempre gerar pressão dos agentes para pagar melhores salários e deteriorar a nossa situação ecónomica. É uma pescadinha de rabo na boca.

É nesta situação que estamos. Logo, sim, o Passivo em oito anos não baixou muito. Mas esse argumento é bastante fraco, a meu ver. Nunca votei em Luís Filipe Vieira ou no Rui Costa. Apoiei, publicamente, o João Noronha Lopes.

Faltou dizer:

É imperativo incrementar e acrescentar receitas operacionais, pois é aí que se pode ver a dimensão de clube que ainda não conseguimos capitalizar.

Para isso é preciso gente competente e com visão, que também não temos.

Obrigado pela a analise. O major defeito da gestao do Benfica e o nao saber de growing the brand & globalisation of Benfica.

Os outros clubes poderam chegar aos 700m de salarios porque conseguiram por merito proprio como o Real Madrid e Liverpool com vitorias, outros porque souberam maximizar estrategias de crescimento. Como o Real Madrid e os galaticos ou parcerias com investidores. (Investidores que eu nao desejo no Benfica)

Ate neste momento penso que o Flamengo e o Dortmund ja nos passaram de globalisation.

O Rui Costa e o futuro CEO teem que encontrar um rumo novo para nao perdermos Darwins, Enzos e Joaos Felixes para comecarmos a atrair mais viewers numa forma digital sem a porcaria da Olivedesporto a ser o source of fundsprincipal. (fora de vendas de jogadores)

Ajudava termos 7/8 clubes competitivos à nossa volta, publico nos estádios, uma FPF que funcionasse em prol do futebol, uma Liga bem gerida... Clubes de capitais de distrito na Primeira Liga, que mais? Basicamente tudo.

Globalizar o Benfica hoje é pela Champions e méritos da Academia/Scouting.

Neste Portugal, como opera hoje, não há muito mais a fazer.


Edit: merdas como contratos com a Jordan e não sei quê podem ou não funcionar marginalmente a nosso favor, mas depende sempre de como damos o befe a esse mercado da "moda".

Se a empresa onde estou não pensasse fora do rectângulo estaria perto de atingir o seu limite de facturação. Como não se limita a isso está cada vez em mais países e a crescer a dois dígitos apesar de um ano 2022 extremamente dificil e com muitos desafios para superar.

Mesmo assim, mesmo para o rectângulo apenas, também tem crescido a dois digitos porque tem inovado em várias coisas e está sempre à frente dos concorrentes.

Preocupações pelas limitações dos stakeholders? Existem. As limitações dos stakeholders definem as nossas limitações? Não.

Recuso aceitar que o Benfica possa ser diferente disto.

Eu percebo o que me estás a transmitir e tenho uma visão muito diferente, para melhor, e passo o pleonasmo, de como ter uma visão para o futuro ajuda a mitigar o que é o constrangimento do mercado onde operas, desde que comecei a trabalhar como freelancer.

A minha questão é esta, e acho que espelha imediatamente um problema de fundo até maior do que o nacional: se não vendermos ninguém no final do ano, temos o FPF à perna.

Ou seja, se tomássemos a opção estratégica de nos endividarmos para retirar dividendos a longo-prazo (mesma equipa, jogadores entrosados, mais evoluídos) desportivos e financeiros, íamos ficar amarrados e sob supervisão durante X épocas.

Entretanto o Chelsea já torrou 200 milhões.

O caminho faz-se caminhando, mas começa por não apoiar Proenças, irradiar CEOs de um regime só comparável a uma ditadura, e se calhar fazer o convite ao Sr. Noronha para o lugar, encontrar parceiros estratégicos em áreas de expansão do mercado - aceitando o adepto benfiquista que teríamos de abdicar de certas preciosidades para obter isso, algumas não tão pequenas assim ...

Expandir na formação de modalidades que têm projeção externa, ter de uma vez por todas alguém que tenha um projeto para a comunicação do Benfica, etc, etc.

Há sempre coisas em que pensar. Mas depois bates no mesmo: quem quer ver um Estoril-Casa Pia quando um West Ham- Brighton está a acontecer ao mesmo tempo?

[João_Oliveira]

Desde o último título.

19/20- 220M em vendas - 80 em compras
20/21- 80M em vendas - 110 em compras
21/22- 50M em vendas - 25 em compras
22/23- 135 em vendas - 90 em compras

Saldo positivo de 180M.

[Jb3011]

Desde o último título.

19/20- 220M em vendas - 80 em compras
20/21- 80M em vendas - 110 em compras
21/22- 50M em vendas - 25 em compras
22/23- 135 em vendas - 90 em compras

Saldo positivo de 180M.

Mas se não vendermos o Enzo, o Gonçalo, o Antonio, e o schjelderup, vamos ficar com o fair play financeiro à perna... Segundo consta.

[Jb3011]

Nunca vou perceber esta merda... O porto enterra dinheiro q é uma coisa estúpida, carradas de jogadores a saírem a custo zero, estiveram uns anos com o fair play financeiro em cima mas já estão livres disso e continuam no mesmo registo.
O sporting vende os jogadores ao preço da chuva, contrata jogadores e treinadores e não os paga, tem dívidas a todas as entidades financeiras que se possam imaginar... E nada de fair play em cima deles.

O Benfica vende como gente grande, às centenas de milhões, bons retornos de bilheteira, bons valores de entrada na Champions, e segundo a malta do fórum, se não se vender meia equipa vamos ter o fair play financeiro em cima de nós... Como éq esta merda funciona?

E acrescento, somos o único clube no mundo que tem o próprio canal de televisão e cobra por ele, e não fazendo ideia se dá lucro ou prejuízo, mas acredito que dê algum retorno... Além disso somos um dos clubes do mundo com maior número de sócios pagantes.

Eu não percebo nada de finanças, mas o que é que me está a escapar para na prática estarmos melhores do que qualquer rival, mas na teoria aqui do SB, estarmos prestes a ser intervencionados e quiçá declarar falência?

[Rei]

Nunca vou perceber esta merda... O porto enterra dinheiro q é uma coisa estúpida, carradas de jogadores a saírem a custo zero, estiveram uns anos com o fair play financeiro em cima mas já estão livres disso e continuam no mesmo registo.
O sporting vende os jogadores ao preço da chuva, contrata jogadores e treinadores e não os paga, tem dívidas a todas as entidades financeiras que se possam imaginar... E nada de fair play em cima deles.

O Benfica vende como gente grande, às centenas de milhões, bons retornos de bilheteira, bons valores de entrada na Champions, e segundo a malta do fórum, se não se vender meia equipa vamos ter o fair play financeiro em cima de nós... Como éq esta merda funciona?

Treta.

Mas é verdade que os grandes, incluindo o Benfica, precisarão de vender. Ao Benfica bastará transferir o Enzo pela cláusula muito provavelmente. Mas acredito que também saia o Ramos até para termos outra almofada para atacarmos o mercado.

[Jb3011]

Nunca vou perceber esta merda... O porto enterra dinheiro q é uma coisa estúpida, carradas de jogadores a saírem a custo zero, estiveram uns anos com o fair play financeiro em cima mas já estão livres disso e continuam no mesmo registo.
O sporting vende os jogadores ao preço da chuva, contrata jogadores e treinadores e não os paga, tem dívidas a todas as entidades financeiras que se possam imaginar... E nada de fair play em cima deles.

O Benfica vende como gente grande, às centenas de milhões, bons retornos de bilheteira, bons valores de entrada na Champions, e segundo a malta do fórum, se não se vender meia equipa vamos ter o fair play financeiro em cima de nós... Como éq esta merda funciona?

Treta.

Mas é verdade que os grandes, incluindo o Benfica, precisarão de vender. Ao Benfica bastará transferir o Enzo pela cláusula muito provavelmente. Mas acredito que também saia o Ramos até para termos outra almofada para atacarmos o mercado.

Eu também acho q isto não faz sentido nenhum.
Até entendo q se venda um jogador ou assim para garantir uma almofada q dê maior conforto... Mas o pessoal aqui fala como se até devêssemos pelas pedras da calçada do Vieira lol

[João_Oliveira]

Desde o último título.

19/20- 220M em vendas - 80 em compras
20/21- 80M em vendas - 110 em compras
21/22- 50M em vendas - 25 em compras
22/23- 135 em vendas - 90 em compras

Saldo positivo de 180M.

Mas se não vendermos o Enzo, o Gonçalo, o Antonio, e o schjelderup, vamos ficar com o fair play financeiro à perna... Segundo consta.

Os dois últimos anos foram de -15 e -30 os ReC.
Devido a massas salariais altíssimas e outras despesas acima do normal...
Vamos ter de vender mesmo 2 ou 3 no verão, para dar contas positivas...