Simão Sabrosa

Avançado, 46 anos,
Portugal
Equipa Principal: 6 épocas (2001-2007), 230 jogos (19441 minutos), 94 golos

Títulos: Campeonato Nacional (1), Taça de Portugal (1), Supertaça (1)

Cachatra


Andris

#7936
Citação de: Mestre30 em 24 de Maio de 2020, 11:52
O João é uma figura incontornável no futebol português e, em particular,  no benfiquismo – e tinha a linha direta com LFV. O presidente atendeu a ligação, disse que estava no Algarve e – SURPRESA! -  não se opunha à venda do Simão. Marcou encontro no hotel Marriott, onde fez uma coisa que jamais vi na minha carreira de agente, e que demonstrava a confança absoluta que tinha no João:
'Amigo, tenho de ir fazer de uma escritura de uns terrenos que comprei e não tenho tempo para tratar deste assunto. Deixo-te aqui dois papeis timbrados em branco e assinados, vejam lá o que escrevem. Já sabem o que o Benfica quer'.
Inenarrável. Anos e anos disto, e nada muda. Incrível.

Coluna The Great

Olhem as pedras da calçada...

EPluribusUnum

Só se admira quem não conhece a peça que infelizmente é o dono do clube.

E mais tarde foi a negociata que foi com o Atlético.

Cloughie

Um presidente que tem mais que fazer que "atender" matérias relacionadas com o Benfica.
Um presidente que delega funções num jornalista qualquer porque cenas.
Um presidente que nem se digna a informar o Director Desportivo da porcaria que vai fazer.
Um presidente que diz que vai buscar uma assinatura e não volta mais a dar cavaco.

E ainda um ex-vice e atual vogal do Conselho Fiscal que é bêbado.

Que estrutura de topo. :clap1:

Henry14

Adoro o Simão foi o grande jogador do meu Benfica durante muito tempo,  infelizmente fica ligado a estas trapalhadas todas. E esse esterco de presidente, ainda começou as ligações de mafiosas com o Atletico, por via deste craque.

Passam-se tantos anos, e parece ontem que vimos o Manuel Fernandes a aparecer, e ele já estava com a tesão para o vender... o Made in Benfica é uma treta, o LFV só quer é dinheiro po bolso

Rui Ramone

Citação de: Mestre30 em 24 de Maio de 2020, 11:52
Citação de: PGuarda1904 em 23 de Maio de 2020, 14:50
se fosse hoje jamais tinha durado seis épocas no Benfica.
fazia uma e meia e estava despachado em Janeiro.

e mesmo assim fez seis épocas porque houve uma transferência para o Liverpool que foi cancelada já dentro do avião...
Foi cancelada graças ao Veiga porque o Vieira já tinha dado o sim.

Túnel do tempo: O estrondoso falhanço da operação Simão Sabrosa/Liverpool

O site maisfutebol.pt acaba de publicar a versão de Simão Sabrosa sobre a sua gorada transferência para o Liverpool no fecho do mercado de 2005. Como estive diretamente envolvido na operação, vou complementar a história.

Eram as 8 de uma ensolarada manhã de agosto quando fui acordado pelo telefone. Na outra ponta estava Rafa Benitez, recém nomeado manager do Liverpool, com uma ideia de mercado não muito clara.

Convem esclarecer antes de mais que Rafa e eu tínhamos uma relação  profissional que nascera no mundial France 98, quando ele contratou para o Extremadura o central camaronês Raymond Kalla, por mim representado. Relação que acabou por se transformar em amizade, tantas as vezes o fui visitar durante o seu consulado no pequeno clube aqui ao lado da fronteira.

Benitez apresentou-me duas opções: Quaresma, que estava no FC Porto mas não era tão titular assim, e Simão Sabrosa, absoluto naquele Benfica de Ronald Koeman. E deu-me a incumbência de trazer um dos dois.

Minha penetração no mercado português era zero. Após reflexão, resolvi pedir socorro ao Jorge Baidek que, pela sua amizade com Pinto da Costa, tinha trânsito livre no FCPorto. Meio desconfiado pelo tamanho da empreitada, Baidekão no entanto aceitou entrar na parada. E desde logo a primeira surpresa: PdC foi curto e grosso, considerou Quaresma intransferível e a abordagem não passou das dez da manhã.

A 48 horas do fecho do mercado, Simão Sabrosa tornou-se o foco. Com um problema inicial, aparentemente incontornável: Simão era ídolo e José Veiga, ex-patrão de Baidek, era o todo poderoso diretor geral do SLB. Concluímos que se ele viesse a tomar conhecimento da operação, iria absolutamente abortá-la na raiz. A solução era falar diretamente com Luis Filipe Vieira e para tal ativamos o jornalista João Diogo, cuja filha estava então casada com o jogador.

O João é uma figura incontornável no futebol português e, em particular,  no benfiquismo – e tinha a linha direta com LFV. O presidente atendeu a ligação, disse que estava no Algarve e – SURPRESA! -  não se opunha à venda do Simão. Marcou encontro no hotel Marriott, onde fez uma coisa que jamais vi na minha carreira de agente, e que demonstrava a confança absoluta que tinha no João:
'Amigo, tenho de ir fazer de uma escritura de uns terrenos que comprei e não tenho tempo para tratar deste assunto. Deixo-te aqui dois papeis timbrados em branco e assinados, vejam lá o que escrevem. Já sabem o que o Benfica quer'.

Transcrevi religiosamente no papel que o SL Benfica aceitava a venda por 15 milhões de euros - pagos em três prestações - e encaminhei para o Rafa. Vieira aceitou a contragosto pagar 5% de comissão ao Baidek, a minha estava coberta pelo Liverpool.
Mais cedo, o diretor executivo Rick Parry tinha-me mandado um fax com a proposta oficial do Liverpool: 11milhões cash ou 10 milhões + 7 em objetivos. E que o advogado do clube estava a caminho.

Às 19 horas do dia de 30 de agosto 2005 tudo parecia bem encaminhado, Simão Sabrosa era virtualmente jogador do Liverpool. Felipão autorizou a sua saída da concentração da seleção e o jogador juntou-se a nós no escritório do Baidek.

Mas a vaidade é uma merda.

Baidek quis aparecer como o pai da criança, desrespeitou o acordo de omertà e cometeu um erro fatal – vazou a informação para um jornalista de A Bola, que foi checar com o Veiga. Este entrou em parafuso por ter levado uma bola nas costas e ativou todo o seu poder institucional para barrar a operação.
Luis Filipe Vieira reapareceu, irritadíssimo com o vazamento, já que ele havia decidido bancar sozinho a responsabilidade da venda. O zumzumzum começou a correr, o advogado desembarcou de Madrid para informar que o Liverpool preferia pagar os 15 milhões cash, já que o clube não iria conseguir garantias bancárias para atender a exigência do SLB.
Mas o mal estava feito e LFV recuou. Disse que tinha que obter quatro assinaturas – a sua, a do seu fiel escudeiro Domigos Soares Oliveira, a de Rui Cunha, que apareceu bêbado, e a da Teresa Claudino. Saíu dizendo que ia a casa desta buscar a sua assinatura, mas nunca mais apareceu.

Quem não desistiu fomos nós. Decidimos peitar e Baikek alugou um jatinho. Iríamos para Liverpool e de lá tudo trataríamos no último dia de mercado.
E aí cometemos o segundo erro, para mim o maior da minha vida profissional.
Em vez de ir a Tires embarcar discretamente no voo fretado, Baidek pediu que o avião viesse para a Portela de Sacavém, a dois passos do seu escritório. Quando chegamos ao aeroporto, ele foi espreitar no saguão para ver se havia imprensa. Voltou assustado: camarógrafos por todo lado.

Simão não quis arriscar passar por esse 'corredor da morte'.

Voltamos para o escritório e a operação abortou. Só sobrou a conta do voo não executado: 10.000 euros.
isto tem de estar nas melhores mensagens é uma vergonha este Benfica profissional que nos é vendido sistematicamente por esta direção....um jogador vendido pelo presidente sem conhecimento do diretor desportivo ou do treinador

nikas

De corar de vergonha.
Como é que ainda alguém consegue defender o sacana do Vieira.

Fodasse.

Benfica-Forever

15 milhoes....

proposta oficial do Liverpool: 11milhões cash ou 10 milhões + 7 em objetivos

Até por 11 ja ia.

Vamos saber tantos podres quando o lfv sair.

André Sousa

Também existe a possibilidade dessa história ser ligeiramente diferente.

Ligeiramente, claro.

SLF

Citação de: Mestre30 em 24 de Maio de 2020, 11:52
Citação de: PGuarda1904 em 23 de Maio de 2020, 14:50
se fosse hoje jamais tinha durado seis épocas no Benfica.
fazia uma e meia e estava despachado em Janeiro.

e mesmo assim fez seis épocas porque houve uma transferência para o Liverpool que foi cancelada já dentro do avião...
Foi cancelada graças ao Veiga porque o Vieira já tinha dado o sim.

Túnel do tempo: O estrondoso falhanço da operação Simão Sabrosa/Liverpool

O site maisfutebol.pt acaba de publicar a versão de Simão Sabrosa sobre a sua gorada transferência para o Liverpool no fecho do mercado de 2005. Como estive diretamente envolvido na operação, vou complementar a história.

Eram as 8 de uma ensolarada manhã de agosto quando fui acordado pelo telefone. Na outra ponta estava Rafa Benitez, recém nomeado manager do Liverpool, com uma ideia de mercado não muito clara.

Convem esclarecer antes de mais que Rafa e eu tínhamos uma relação  profissional que nascera no mundial France 98, quando ele contratou para o Extremadura o central camaronês Raymond Kalla, por mim representado. Relação que acabou por se transformar em amizade, tantas as vezes o fui visitar durante o seu consulado no pequeno clube aqui ao lado da fronteira.

Benitez apresentou-me duas opções: Quaresma, que estava no FC Porto mas não era tão titular assim, e Simão Sabrosa, absoluto naquele Benfica de Ronald Koeman. E deu-me a incumbência de trazer um dos dois.

Minha penetração no mercado português era zero. Após reflexão, resolvi pedir socorro ao Jorge Baidek que, pela sua amizade com Pinto da Costa, tinha trânsito livre no FCPorto. Meio desconfiado pelo tamanho da empreitada, Baidekão no entanto aceitou entrar na parada. E desde logo a primeira surpresa: PdC foi curto e grosso, considerou Quaresma intransferível e a abordagem não passou das dez da manhã.

A 48 horas do fecho do mercado, Simão Sabrosa tornou-se o foco. Com um problema inicial, aparentemente incontornável: Simão era ídolo e José Veiga, ex-patrão de Baidek, era o todo poderoso diretor geral do SLB. Concluímos que se ele viesse a tomar conhecimento da operação, iria absolutamente abortá-la na raiz. A solução era falar diretamente com Luis Filipe Vieira e para tal ativamos o jornalista João Diogo, cuja filha estava então casada com o jogador.

O João é uma figura incontornável no futebol português e, em particular,  no benfiquismo – e tinha a linha direta com LFV. O presidente atendeu a ligação, disse que estava no Algarve e – SURPRESA! -  não se opunha à venda do Simão. Marcou encontro no hotel Marriott, onde fez uma coisa que jamais vi na minha carreira de agente, e que demonstrava a confança absoluta que tinha no João:
'Amigo, tenho de ir fazer de uma escritura de uns terrenos que comprei e não tenho tempo para tratar deste assunto. Deixo-te aqui dois papeis timbrados em branco e assinados, vejam lá o que escrevem. Já sabem o que o Benfica quer'.

Transcrevi religiosamente no papel que o SL Benfica aceitava a venda por 15 milhões de euros - pagos em três prestações - e encaminhei para o Rafa. Vieira aceitou a contragosto pagar 5% de comissão ao Baidek, a minha estava coberta pelo Liverpool.
Mais cedo, o diretor executivo Rick Parry tinha-me mandado um fax com a proposta oficial do Liverpool: 11milhões cash ou 10 milhões + 7 em objetivos. E que o advogado do clube estava a caminho.

Às 19 horas do dia de 30 de agosto 2005 tudo parecia bem encaminhado, Simão Sabrosa era virtualmente jogador do Liverpool. Felipão autorizou a sua saída da concentração da seleção e o jogador juntou-se a nós no escritório do Baidek.

Mas a vaidade é uma merda.

Baidek quis aparecer como o pai da criança, desrespeitou o acordo de omertà e cometeu um erro fatal – vazou a informação para um jornalista de A Bola, que foi checar com o Veiga. Este entrou em parafuso por ter levado uma bola nas costas e ativou todo o seu poder institucional para barrar a operação.
Luis Filipe Vieira reapareceu, irritadíssimo com o vazamento, já que ele havia decidido bancar sozinho a responsabilidade da venda. O zumzumzum começou a correr, o advogado desembarcou de Madrid para informar que o Liverpool preferia pagar os 15 milhões cash, já que o clube não iria conseguir garantias bancárias para atender a exigência do SLB.
Mas o mal estava feito e LFV recuou. Disse que tinha que obter quatro assinaturas – a sua, a do seu fiel escudeiro Domigos Soares Oliveira, a de Rui Cunha, que apareceu bêbado, e a da Teresa Claudino. Saíu dizendo que ia a casa desta buscar a sua assinatura, mas nunca mais apareceu.

Quem não desistiu fomos nós. Decidimos peitar e Baikek alugou um jatinho. Iríamos para Liverpool e de lá tudo trataríamos no último dia de mercado.
E aí cometemos o segundo erro, para mim o maior da minha vida profissional.
Em vez de ir a Tires embarcar discretamente no voo fretado, Baidek pediu que o avião viesse para a Portela de Sacavém, a dois passos do seu escritório. Quando chegamos ao aeroporto, ele foi espreitar no saguão para ver se havia imprensa. Voltou assustado: camarógrafos por todo lado.

Simão não quis arriscar passar por esse 'corredor da morte'.

Voltamos para o escritório e a operação abortou. Só sobrou a conta do voo não executado: 10.000 euros.

O propalado 'negociador implacável' : "Deixo-te aqui dois papeis timbrados em branco e assinados, vejam lá o que escrevem"

FP3

Pelos vistos a panca dos 15M não é do Mendes, é do betoneiras

nog_ofloda

Citação de: Mestre30 em 24 de Maio de 2020, 11:52
Citação de: PGuarda1904 em 23 de Maio de 2020, 14:50
se fosse hoje jamais tinha durado seis épocas no Benfica.
fazia uma e meia e estava despachado em Janeiro.

e mesmo assim fez seis épocas porque houve uma transferência para o Liverpool que foi cancelada já dentro do avião...
Foi cancelada graças ao Veiga porque o Vieira já tinha dado o sim.

Túnel do tempo: O estrondoso falhanço da operação Simão Sabrosa/Liverpool

O site maisfutebol.pt acaba de publicar a versão de Simão Sabrosa sobre a sua gorada transferência para o Liverpool no fecho do mercado de 2005. Como estive diretamente envolvido na operação, vou complementar a história.

Eram as 8 de uma ensolarada manhã de agosto quando fui acordado pelo telefone. Na outra ponta estava Rafa Benitez, recém nomeado manager do Liverpool, com uma ideia de mercado não muito clara.

Convem esclarecer antes de mais que Rafa e eu tínhamos uma relação  profissional que nascera no mundial France 98, quando ele contratou para o Extremadura o central camaronês Raymond Kalla, por mim representado. Relação que acabou por se transformar em amizade, tantas as vezes o fui visitar durante o seu consulado no pequeno clube aqui ao lado da fronteira.

Benitez apresentou-me duas opções: Quaresma, que estava no FC Porto mas não era tão titular assim, e Simão Sabrosa, absoluto naquele Benfica de Ronald Koeman. E deu-me a incumbência de trazer um dos dois.

Minha penetração no mercado português era zero. Após reflexão, resolvi pedir socorro ao Jorge Baidek que, pela sua amizade com Pinto da Costa, tinha trânsito livre no FCPorto. Meio desconfiado pelo tamanho da empreitada, Baidekão no entanto aceitou entrar na parada. E desde logo a primeira surpresa: PdC foi curto e grosso, considerou Quaresma intransferível e a abordagem não passou das dez da manhã.

A 48 horas do fecho do mercado, Simão Sabrosa tornou-se o foco. Com um problema inicial, aparentemente incontornável: Simão era ídolo e José Veiga, ex-patrão de Baidek, era o todo poderoso diretor geral do SLB. Concluímos que se ele viesse a tomar conhecimento da operação, iria absolutamente abortá-la na raiz. A solução era falar diretamente com Luis Filipe Vieira e para tal ativamos o jornalista João Diogo, cuja filha estava então casada com o jogador.

O João é uma figura incontornável no futebol português e, em particular,  no benfiquismo – e tinha a linha direta com LFV. O presidente atendeu a ligação, disse que estava no Algarve e – SURPRESA! -  não se opunha à venda do Simão. Marcou encontro no hotel Marriott, onde fez uma coisa que jamais vi na minha carreira de agente, e que demonstrava a confança absoluta que tinha no João:
'Amigo, tenho de ir fazer de uma escritura de uns terrenos que comprei e não tenho tempo para tratar deste assunto. Deixo-te aqui dois papeis timbrados em branco e assinados, vejam lá o que escrevem. Já sabem o que o Benfica quer'.

Transcrevi religiosamente no papel que o SL Benfica aceitava a venda por 15 milhões de euros - pagos em três prestações - e encaminhei para o Rafa. Vieira aceitou a contragosto pagar 5% de comissão ao Baidek, a minha estava coberta pelo Liverpool.
Mais cedo, o diretor executivo Rick Parry tinha-me mandado um fax com a proposta oficial do Liverpool: 11milhões cash ou 10 milhões + 7 em objetivos. E que o advogado do clube estava a caminho.

Às 19 horas do dia de 30 de agosto 2005 tudo parecia bem encaminhado, Simão Sabrosa era virtualmente jogador do Liverpool. Felipão autorizou a sua saída da concentração da seleção e o jogador juntou-se a nós no escritório do Baidek.

Mas a vaidade é uma merda.

Baidek quis aparecer como o pai da criança, desrespeitou o acordo de omertà e cometeu um erro fatal – vazou a informação para um jornalista de A Bola, que foi checar com o Veiga. Este entrou em parafuso por ter levado uma bola nas costas e ativou todo o seu poder institucional para barrar a operação.
Luis Filipe Vieira reapareceu, irritadíssimo com o vazamento, já que ele havia decidido bancar sozinho a responsabilidade da venda. O zumzumzum começou a correr, o advogado desembarcou de Madrid para informar que o Liverpool preferia pagar os 15 milhões cash, já que o clube não iria conseguir garantias bancárias para atender a exigência do SLB.
Mas o mal estava feito e LFV recuou. Disse que tinha que obter quatro assinaturas – a sua, a do seu fiel escudeiro Domigos Soares Oliveira, a de Rui Cunha, que apareceu bêbado, e a da Teresa Claudino. Saíu dizendo que ia a casa desta buscar a sua assinatura, mas nunca mais apareceu.

Quem não desistiu fomos nós. Decidimos peitar e Baikek alugou um jatinho. Iríamos para Liverpool e de lá tudo trataríamos no último dia de mercado.
E aí cometemos o segundo erro, para mim o maior da minha vida profissional.
Em vez de ir a Tires embarcar discretamente no voo fretado, Baidek pediu que o avião viesse para a Portela de Sacavém, a dois passos do seu escritório. Quando chegamos ao aeroporto, ele foi espreitar no saguão para ver se havia imprensa. Voltou assustado: camarógrafos por todo lado.

Simão não quis arriscar passar por esse 'corredor da morte'.

Voltamos para o escritório e a operação abortou. Só sobrou a conta do voo não executado: 10.000 euros.

É isto que temos como presimente... Dasse como é possível?! Como?! O gajo está-se a cagar para o Benfica! É um meio para encher o cu de dinheiro!!!

_JonasThern_

Nem me custa nada acreditar que essa história seja verdade.

Dalone

Citação de: Mestre30 em 24 de Maio de 2020, 11:52
Citação de: PGuarda1904 em 23 de Maio de 2020, 14:50
se fosse hoje jamais tinha durado seis épocas no Benfica.
fazia uma e meia e estava despachado em Janeiro.

e mesmo assim fez seis épocas porque houve uma transferência para o Liverpool que foi cancelada já dentro do avião...
Foi cancelada graças ao Veiga porque o Vieira já tinha dado o sim.

Túnel do tempo: O estrondoso falhanço da operação Simão Sabrosa/Liverpool

O site maisfutebol.pt acaba de publicar a versão de Simão Sabrosa sobre a sua gorada transferência para o Liverpool no fecho do mercado de 2005. Como estive diretamente envolvido na operação, vou complementar a história.

Eram as 8 de uma ensolarada manhã de agosto quando fui acordado pelo telefone. Na outra ponta estava Rafa Benitez, recém nomeado manager do Liverpool, com uma ideia de mercado não muito clara.

Convem esclarecer antes de mais que Rafa e eu tínhamos uma relação  profissional que nascera no mundial France 98, quando ele contratou para o Extremadura o central camaronês Raymond Kalla, por mim representado. Relação que acabou por se transformar em amizade, tantas as vezes o fui visitar durante o seu consulado no pequeno clube aqui ao lado da fronteira.

Benitez apresentou-me duas opções: Quaresma, que estava no FC Porto mas não era tão titular assim, e Simão Sabrosa, absoluto naquele Benfica de Ronald Koeman. E deu-me a incumbência de trazer um dos dois.

Minha penetração no mercado português era zero. Após reflexão, resolvi pedir socorro ao Jorge Baidek que, pela sua amizade com Pinto da Costa, tinha trânsito livre no FCPorto. Meio desconfiado pelo tamanho da empreitada, Baidekão no entanto aceitou entrar na parada. E desde logo a primeira surpresa: PdC foi curto e grosso, considerou Quaresma intransferível e a abordagem não passou das dez da manhã.

A 48 horas do fecho do mercado, Simão Sabrosa tornou-se o foco. Com um problema inicial, aparentemente incontornável: Simão era ídolo e José Veiga, ex-patrão de Baidek, era o todo poderoso diretor geral do SLB. Concluímos que se ele viesse a tomar conhecimento da operação, iria absolutamente abortá-la na raiz. A solução era falar diretamente com Luis Filipe Vieira e para tal ativamos o jornalista João Diogo, cuja filha estava então casada com o jogador.

O João é uma figura incontornável no futebol português e, em particular,  no benfiquismo – e tinha a linha direta com LFV. O presidente atendeu a ligação, disse que estava no Algarve e – SURPRESA! -  não se opunha à venda do Simão. Marcou encontro no hotel Marriott, onde fez uma coisa que jamais vi na minha carreira de agente, e que demonstrava a confança absoluta que tinha no João:
'Amigo, tenho de ir fazer de uma escritura de uns terrenos que comprei e não tenho tempo para tratar deste assunto. Deixo-te aqui dois papeis timbrados em branco e assinados, vejam lá o que escrevem. Já sabem o que o Benfica quer'.

Transcrevi religiosamente no papel que o SL Benfica aceitava a venda por 15 milhões de euros - pagos em três prestações - e encaminhei para o Rafa. Vieira aceitou a contragosto pagar 5% de comissão ao Baidek, a minha estava coberta pelo Liverpool.
Mais cedo, o diretor executivo Rick Parry tinha-me mandado um fax com a proposta oficial do Liverpool: 11milhões cash ou 10 milhões + 7 em objetivos. E que o advogado do clube estava a caminho.

Às 19 horas do dia de 30 de agosto 2005 tudo parecia bem encaminhado, Simão Sabrosa era virtualmente jogador do Liverpool. Felipão autorizou a sua saída da concentração da seleção e o jogador juntou-se a nós no escritório do Baidek.

Mas a vaidade é uma merda.

Baidek quis aparecer como o pai da criança, desrespeitou o acordo de omertà e cometeu um erro fatal – vazou a informação para um jornalista de A Bola, que foi checar com o Veiga. Este entrou em parafuso por ter levado uma bola nas costas e ativou todo o seu poder institucional para barrar a operação.
Luis Filipe Vieira reapareceu, irritadíssimo com o vazamento, já que ele havia decidido bancar sozinho a responsabilidade da venda. O zumzumzum começou a correr, o advogado desembarcou de Madrid para informar que o Liverpool preferia pagar os 15 milhões cash, já que o clube não iria conseguir garantias bancárias para atender a exigência do SLB.
Mas o mal estava feito e LFV recuou. Disse que tinha que obter quatro assinaturas – a sua, a do seu fiel escudeiro Domigos Soares Oliveira, a de Rui Cunha, que apareceu bêbado, e a da Teresa Claudino. Saíu dizendo que ia a casa desta buscar a sua assinatura, mas nunca mais apareceu.

Quem não desistiu fomos nós. Decidimos peitar e Baikek alugou um jatinho. Iríamos para Liverpool e de lá tudo trataríamos no último dia de mercado.
E aí cometemos o segundo erro, para mim o maior da minha vida profissional.
Em vez de ir a Tires embarcar discretamente no voo fretado, Baidek pediu que o avião viesse para a Portela de Sacavém, a dois passos do seu escritório. Quando chegamos ao aeroporto, ele foi espreitar no saguão para ver se havia imprensa. Voltou assustado: camarógrafos por todo lado.

Simão não quis arriscar passar por esse 'corredor da morte'.

Voltamos para o escritório e a operação abortou. Só sobrou a conta do voo não executado: 10.000 euros.

Dar dois papéis em branco assinados e a história de comissões na mesma sempre presente, olhando para a postura do PdC em termos negociais só prova o que esse ladrão (não tem outro nome) andou a fazer com o nosso Benfica.