Daúto Faquirá lançou Jardel na I Liga, ao serviço do Olhanense, e a afirmação do central no Benfica esta temporada não o surpreende. "Esteve sempre muito tapado, primeiro por David Luiz e depois por Garay. Nesta época tem conseguido afirmar-se ao lado de Luisão, numa altura que coincide com a sangria de jogadores importantes no Benfica, o que também o deixa mais exposto enquanto central, até por uma certa indefinição inicial quanto à posição 6. E, por vezes, Jardel não se soube proteger, jogando mais simples nalgumas das oportunidades que teve, e acabou por ser crucificado por certas falhas, nomeadamente as tidas frente ao Zenit. Acredito que este jogo com o Sporting possa marcar uma mudança e uma afirmação em definitivo. Jardel tem condições para jogar ao mais alto nível e, em Alvalade, já esteve próximo do melhor que pode fazer", declarou o treinador a O JOGO.
"Jardel é um jogador que dá tudo pela sua equipa, que vai até aos limites da dor, sendo um verdadeiro guerreiro e com um raro espírito de sacrifício, apenas igualado pela sua humildade. Recordo-me, por exemplo, de que já após ter acordo para ir do Olhanense para o Benfica, teve a hipótese de não jogar frente ao V. Guimarães. Apesar disso, Jardel insistiu em ser convocado, jogar e ajudar-nos, agradecendo aos colegas o que fizeram por ele em Olhão", acrescentou Faquirá, adivinhando uma longa carreira de Jardel no Benfica.
"Luisão é um jogador com características de liderança que não são vulgares, mas acredito que Jardel pode vir a jogar muitos anos no Benfica e, se continuar ao lado de Luisão, aprofundar mais o espírito de liderança. Jardel é discreto, gosta de passar despercebido e transporta isso para o campo, mas Garay também tinha um perfil similar e era o esteio da defesa do Benfica, ajudando muito Luisão nas dobras, e ainda o lateral-esquerdo. Luisão, aliás, tem um processo de jogo parecido e os grandes centrais são mesmo assim. Quanto a sair do Benfica, depende mais de se afirmar como titular", rematou.