Jorge Jesus (treinador do Benfica):
"Não me surpreendeu porque sabemos o que é o futebol. As melhores equipas nem sempre ganham. Há equipas que podem não ter um valor individual e coletivo, mas se tiverem bem no jogo podem equilibrar essas forças, mas isto não é como começa, é como acaba. Com alguma entreajuda do campo, relva muito alta e difícil de jogar, houve mais tempo para que as marcações serem mais diretas, para além do campo ter menos quatro metros de largura e isso tirou espaço à equipa.
Na segunda parte, mudámos algumas coisas e em poucos minutos mudámos o resultado. Fizemos dois golos, fizemos três, se o árbitro nos deixasse podíamos fazer pelo menos quatro ou cinco, pois tivemos duas grandes penalidades por marcar. O que queríamos era vencer. Por muito valor que tenham, nenhuma equipa vai conseguir sempre jogar bem. O nosso jogar bem é o limite para vencer, foi o que o Benfica fez hoje.
Quando não se puder jogar muito bem, ter poder. Isso é que o Benfica tem e hoje demonstrou aqui. Faltam 10 jogos, o Benfica tem quatro pontos de avanço para o segundo, o rival Porto, o Benfica tem de fazer aquilo que tem feito até aqui, não tem de mudar nada. Pressão para ganhar e pressão para jogar bem tem desde a primeira jornada. A nossa pressão é igual à de quando começou o campeonato, depois vamos fazer contas. Não sei o que vai acontecer ao Porto nem o que vai acontecer ao Benfica.
Antes de jogar o Artur estava a jogar o Júlio César, não vos vou explicar a opção pelo Júlio César. A entrada do Talisca teve influência na equipa mas o problema é saber porquê. Tínhamos cinco jogadores em risco, tirei dois de campo por causa disso, o Nico não. Só podia fazer três opções se não também tinha tirado um dos laterais. A variante emocional não é variante do jogo direto, mas tem influência daquilo que os jogadores podem fazer, mas isso também se treina.
Os jogadores do Benfica estão preparados e alguns jogam sempre com os picos no limite da pressão. Há uns que não conseguem, há outros que se não tiverem essa pressão morrem. Eu sou um deles, não sei ser treinador sem pressão. A equipa tem de saber jogar com isso. O Benfica tem que marcar primeiro? Porque é que os adversários não podem marcar primeiro? O Benfica é o adversário mais forte, tem de ganhar, e foi isso que fez. Até este jogo quem era a equipa com menos golos batidos da I Liga? Está respondido."