Arrancou esta semana a temporada 2016/2017 para a equipa de Futsal. Esta sexta-feira ficou marcada pelo primeiro treino aberto à imprensa.
Na quarta-feira, o dia passou-se entre o Hospital da Luz e o Complexo Desportivo do Estádio da Luz. Entre os habituais exames médicos e testes físicos, o grupo mostrou-se unido e com ambições renovadas.
A vontade de iniciar o treino com bola era tanta que os jogadores começaram a chegar antes da hora prevista.
“Está a correr tudo dentro da normalidade. Foi o primeiro e já estávamos todos muito ansiosos por treinar com bola e também de conhecer os novos colegas”, começou a dizer Gonçalo Alves em declarações à comunicação social, já no final do treino.
Para o capitão, esta será a última temporada como jogador. Aos 40 anos, Gonçalo Alves vai pendurar as chuteiras depois de 11 anos ao serviço dos “encarnados”.
“Encaro como se fosse a primeira, com a mesma motivação e a mesma vontade de ajudar o Benfica a ganhar e vou dar o meu máximo”, prometeu.
Cristian Dominguéz, proveniente do FC Barcelona, chegou esta temporada para substituir o seu compatriota Juanjo, que saiu para os catalães.
“Estou muito contente por pertencer a este plantel de grandes jogadores e grandes pessoas e sobretudo pertencer a este Clube, o melhor de Portugal, onde posso crescer a nível pessoal e a nível profissional e com toda a ambição com que trabalhei todos estes anos em Espanha”, confessou.
“É uma experiencia nova, ainda não tinha competido numa liga estrangeira e estou agradecido por poder fazê-lo em Portugal, neste Clube”, acrescentou.
“Nova temporada, novos desafios, novas ambições”
Joel Rocha deu o mote para época 2016/2017: “Não há derrota que sempre dure nem vitória que nunca acabe. É com esse espírito que encaramos esta nova época. Nova temporada, novos desafios, novas ambições, ambições renovadíssimas. Compromisso para com o Benfica.”
Quem não esteve presente foram os portugueses Bebé, Bruno Coelho, Fábio Cecílio, Miguel Ângelo e Ré que estão ao serviço da Seleção Nacional, enquanto Fernando Wilhelm integra os trabalhos da seleção argentina, que ultima a preparação para o Mundial.
“O facto de o Benfica ter jogadores nas seleções só mostra o nível de qualidade que eles têm. Por isso é que temos todo o orgulho em ter seis jogadores em duas seleções no Campeonato do Mundo. Mas nada disso vai condicionar em termos de preparação da equipa. Estamos a trabalhar com os que estão e quando chegarem, serão recebidos de braços abertos”, assegurou.
“Temos que nos fazer ouvir”
Já Alípio Matos, começou por abordar algumas situações que marcaram o último Campeonato e que terão ainda repercussões no início da nova época. O coordenador da secção denunciou um "conjunto de situações caricatas e incompreensíveis", relacionadas com os regulamentos aplicados pela Federação e também com os jogos das finais da última época entre Benfica e Sporting
Alípio Matos lembrou o caso de Bruno Coelho que descreveu como “surreal”. Recorde-se que o jogador foi suspenso pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol duas horas antes do terceiro dérbi da final do Campeonato.
“Acontece que o Bruno Coelho foi castigado um jogo, foi agredido e o Conselho de Disciplina decidiu dizer que o atleta podia ter jogado no terceiro jogo. Nesse dia, os delegados da federação mandaram o Bruno Coelho para a bancada”, explicou, mostrando indignação para os novos factos: “Pelos vistos podia ter jogado e não jogou e terá agora de cumprir esse jogo na Supertaça.”
“Estamos sobretudo tristes. Estas situações criam mal-estar. Tem de haver credibilidade no Futsal português e nós temos de nos fazer ouvir”, concluiu, manifestando ainda a sua indignação relativamente a uma decisão unânime dos clubes mas que acabou por não ser “nada daquilo que os clubes quiseram.”
“Têm acontecido algumas coisas, ao nível dos gabinetes, que nos têm desagradado bastante e que temos alguma dificuldade em conseguir entender. No início da época, 11 entre 12 clubes da Liga foram unânimes em aceitar que as equipas teriam que ter obrigatoriamente sete elementos formados localmente na ficha de jogo, onde só poderiam jogar cinco que não o eram. Benfica podia ter mais estrangeiros dos que tem agora, mas preparámos a época consoante esse limite. O que aconteceu, à posteriori, foi que as regras mudaram. Não sabemos porquê… O que fica é nada daquilo que os clubes quiseram”, explicou.
“Todas as provas oficiais tinham esta regra. Agora, pelos vistos, só há limite no Campeonato. Isto é uma situação gravíssima. Como é que é possível os juristas passarem erradamente para o papel o que estava estipulado pela direcção da Federação e pelos clubes? É inaceitável”, reforçou.