Anderlecht: a análise detalhada

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Bicampeão belga, o Anderlecht começou a época com a conquista da Supertaça, frente ao Genk, mas na Liga 2013/14 já averbou duas derrotas. Primeiro adversário do Benfica na «Champions», trata-se de uma equipa que joga em 4x2x3x1 (imagem A).

É a capacidade ofensiva da formação belga que mais deve preocupar Jorge Jesus. Sobretudo com aquilo que o reforço Aleksandar Mitrovic trouxe à equipa, para complementar o valor de Matías Suárez e Massimo Bruno, dois extremos muito fortes a aparecer em zona de finalização, mais do que a jogar junto à linha.

Embora tenha quase sempre de assumir as despesas dos jogos internos, o Anderecht sente-se muito confortável em transição rápida, tirando proveito da capacidade da verticalidade dos já referidos Suárez e Bruno, assim como Acheampong. Nesta vertente importa referir a forte pressão que é exercida logo após a perda de bola, permitindo que a mesma seja recuperada de imediato.

Em todo o caso trata-se de uma formação com fragilidades defensivas. A capacidade de resposta à perda de bola apenas esconde uma organização defensiva macia e passiva, que nesta circunstância se posiciona em 4x4x2. O «10», que normalmente é Praet, divide com o ponta de lança a responsabilidade de importunar a saída dos centrais contrários, ao invés de reforçar o «miolo» (imagem B).

Mas o grande problema defensivo tem sido a reação aos cruzamentos, a forma que deu origem a oito dos dez golos sofridos, conforme já referido. Os centrais podem queixar-se de alguma falta de apoio, mas também têm sido frequentes as situações em que os avançados contrários aparecem a finalizar entre eles. Isto apesar de Deschacht fechar muito por dentro, quase como um terceiro central, obrigando o extremo desse lado a posicionar-se quase como um lateral (imagem D).

Deschacht sobe muito pouco (Gillet mais), e pouco ou nada participa na primeira fase de construção ofensiva. Os médios defensivos procuram pegar no jogo em zonas recuadas, mas por vezes os centrais apostam em passes longos para os extremos, que abrem junto à linha.

Quando precisa de arriscar taticamente para inverter um resultado o técnico John van den Brom costuma prescindir de um médio defensivo. Seja para apostar num esquema de 4x4x2 ou para fazer subir Gillet e deixar apenas três unidades na retaguarda, embora esta opção tenha dado mau resultado frente ao Lokeren.

Em relação às bolas paradas referência para alguma fragilidade na cobertura do segundo poste, em situações de livres laterais.