Basket diz adeus aos play-offs

Fonte
www.lcb.pt
Inicialmente marcado para o Pavilhão Galamba Marques, na Figueira da Foz, o encontro entre Casino Figueira Ginásio e Benfica acabou por se disputar em Montemor-o-Velho. Uma avaria num dos marcadores de 24 segundos provocou o arrumar de armas e bagagens e a excursão aconteceu, com o início do jogo ter lugar duas horas mais tarde. As expectativas eram muitas, também não era para menos. O saldo final do confronto entre figueirenses e lisboetas, obrigatoriamente teria consequências diferentes para os dois emblemas. Se vencesse o Ginásio — como aconteceu —, o play-off ficava praticamente garantido. Caso as coisas acontecessem ao contrário, continuaria a existir a chama do sonho e da esperança para os benfiquistas poderem eventualmente chegar ao momento das grandes decisões na segunda fase do campeonato. Curiosamente, a forma como decorreu a partida deu para as equipas viverem as duas situações. A mudança de recinto pareceu ter afectado os basquetebolistas de ambas as formações. O início da partida foi mesmo aterrador. Muita desconcentração, muitos erros... enfim, um espectáculo com um nível pouco recomendável para uma competição profissional. Mesmo assim, os menos maus foram os forasteiros. Com seis minutos disputados do primeiro quarto, a formação figueirense apenas tinha alcançado uma conversão. No final deste período os 8 pontos dos locais resultavam de dois cestos duplos e um triplo, este último a cair no ultimo segundo, através de Singaras Tribe (6 pontos, 8 ressaltos, 3 roubos de bola). Entretanto, sem deslumbrar, o Benfica ia fazendo pela vida. Embora Klemensas Patiejunas (5 pontos, 2 ressaltos, 4 assistências) fosse alvo de grande marcação, Albert Burditt (18 pontos, 10 ressaltos) e Ognjen Vukicevic (7 pontos, 5 ressaltos, 3 assistências, 4 roubos de bola) mostravam-se fortíssimos, essencialmente na luta das tabelas. O Ginásio entrou bem no segundo quarto. Realizou um parcial de 6-2 colocando as duas equipas separadas apenas por um cesto, 14-16. Reagiu de imediato o Benfica, que arrancou para um parcial de 0-12, colocando o marcador em 28-14. Na contra-resposta, Orlando Simões lançou na partida dois bases, José Costa (7 pontos, 4 assistências, 3 roubos de bola) e João Figueiredo (11 pontos, 6 assistências, 2 roubos de bola), melhorando em muito a movimentação ofensiva dos anfitriões. Contudo, a surpresa surgiu através da acção de Rodrigo Mascarenhas (10 pontos, 5 ressaltos, 3 roubos de bola), até então muito apagado, que com quatro conversões consecutivas contribuiu decisivamente para a aproximação das equipas no marcador. O intervalo surgiu de imediato com o resultado em 30-24 favorável aos homens com a águia ao peito. Que terá então dito Orlando Simões aos seus jogadores durante o intervalo? Um mistério que ficou por desvendar, mas que deu resultado, lá isso deu. De facto, a turma da Figueira da Foz que surgiu na segunda parte nada teve a ver com aquela tão pálida imagem deixada nos 20 minutos iniciais. Transfigurados, os figueirenses entraram para o reatamento de forma determinante. Mais rápidos e com melhor movimentação no ataque, num ápice de dois minutos os visitados igualaram a contenda, através de um triplo de Earl Hunt (21 pontos, 2 ressaltos, 6 assistências). À medida que subia a produção do norte-americano do Ginásio, maiores dificuldades mostraram os benfiquistas em contrariar tal tendência. Enquanto Frederick Gentry (16 pontos, 6 ressaltos, 6 roubos de bola, 2 desarmes de lançamento) e Hunt estavam diabólicos, Mascarenhas era uma preciosa ajuda. Com cinco minutos disputados do terceiro período, os locais chegaram pela primeira vez à vantagem, 37-35. O Benfica ainda empatou por duas vezes (37-37 e 39-39), todavia foi o canto do cisne para os lisboetas. A partir daí, o Ginásio embalou e no fecho do terceiro quarto, uma bomba de Earl Hunt colocou o scoore em 48-40. A diferença pontual (48-40) entre as duas formações fazia adivinhar um último quarto escaldante. Puro engano. Enquanto o Ginásio se manteve insaciável, Norberto Alves — a perder por 15 pontos — tentou esfriar o fervor dos donos da casa gastando um desconto de tempo. Só que este não trouxe resultados práticos pois, logo no recomeço do jogo, João Figueiredo cravejou mais um triplo no cesto dos visitantes. A partir daí o espectáculo chamou-se Earl Hunt. O norte-americano recebeu a visita do pai — estava na bancada — e quis brindar o seu progenitor com uma exibição de referência. Ponto a ponto, o Ginásio controlou a partida sem passar por grandes sustos e no final deu mostras do seu contentamento ao bater um adversário que tradicionalmente lhe coloca muitas dificuldades, mas que desta feita foi incapaz de travar os homens da Figueira da Foz que tinham o play-off na mira e praticamente o conseguiram. Ginásio: Earl Hunt 21 Frederick Gentry 16 Rodrigo Mascarenhas 10 Singaras Tribe 6 José Costa 7 João Figueiredo 11 Benfica: Albert Burditt 18 Klemensas Patiejunas 5 Luís Silva 2 OgnjenVukicevic 7 Paulo Simão 8 Keith Bean 16 João Manuel 3 Carlos Moutinho 1 0