Oliveira queria treinar SLB

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A Bola online
A Federação Portuguesa de Futebol vai levar a efeito uma reunião plenária da Direcção na próxima quinta-feira. E para participar nela foram também convocados António Oliveira (seleccionador nacional), os técnicos da FPF responsáveis pela área técnica e desportiva da Selecção Nacional e a respectiva equipa médica. Uma reunião importantíssima, depois do que se passou em torno da nossa participação no Mundial. Tudo vai estar em análise. E muito há para discutir, esclarecer e... decidir. O futebol português voltou a mergulhar num pântano movediço e putrefacto. Enquanto a esperança resistiu, ainda se respirou mais ou menos, mas quando a força das derrotas desportivas se sobrepôs, tudo tremeu e se desmoronou num instante. Conforme se veio a saber, ainda que tardiamente, o que até pode gerar algum espanto, a máquina já vinha a soluçar, mesmo antes de entrar em competição. Tudo terá começado ainda em Portugal, quando à equipa técnica se juntou novo elemento, o prof. Neca, sem que outros elementos da mesma equipa tivessem sido informados ou ouvidos sobre o facto. Agora sabe-se (!) que parte dessa mesma equipa técnica apenas conheceu os 23 jogadores convocados, em primeira mão, através da comunicação social; que o afastamento de Kenedy, ainda no estágio de Macau, suscitou de imediato um intenso mal-estar entre António Oliveira e a equipa médica, a tal ponto que esta terá, inclusivé, equacionado o seu regresso imediato a Portugal; que António Oliveira pouco ou nada ligava a alguns dos seus adjuntos, absolutamente marginalizados, casos de Rui Caçador e de José Romão, este último chamado ao staff técnico pelo próprio António Oliveira, o mesmo sucedendo com Carlos Godinho, director técnico para a Selecção A; que as crendices, as superstições e as mezinhas estiveram de regresso aos bastidores da turma das quinas; que António Oliveira estaria a preparar um cenário muito específico, uma viagem, afinal, que o levaria ao comando técnico do Benfica, daí ter chamado o prof. Neca, figura simpática para os lados da Luz, onde até já esteve, e o prof. José Soares, quadro do Boavista, elementos que o acompanhariam; que o seleccionador terá dado ordens para não informar nenhum jogador no decorrer do encontro com a Coreia do resultado entre a Polónia e os Estados Unidos; que havia elementos da equipa técnica que por sua vontade não teriam colocado Figo e Rui Costa a jogar frente aos Estados Unidos; que há jogadores da Selecção que afirmam ter saído do estágio de Macau mais cansados do que quando lá chegaram; que os métodos de trabalho da Selecção estão 50 anos atrasados em relação aos da maioria dos clubes; que a indisciplina se manifestava não só dentro do campo como fora dele; que não havia voz de comando... Agora sabe-se tudo! E, por isso, uma pergunta tem de se colocar: porque só depois da derrota com a Coreia do Sul se abriu o livro das críticas? Quem cala consente, e não restam dúvidas de que muitos consentiram, pelo silêncio, deixando passar a denúncia sempre por baixo da mesa, nunca provocando o debate sério e porventura capaz da mudança. E, desse modo, a Selecção caíu como caíu, sem honra nem glória, sempre nas bocas do mundo pela negativa, precisamente aquilo que vai fazendo o hábito e já não constituiu espanto para ninguém. Chegou a hora de mudar!