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ojogo
O passado é uma musa inspiradora para o presente e o futuro um sonho que procura incessantemente. É esta a filosofia de vida do novo treinador do Benfica, um homem realista quanto baste mas também ambicioso. Gosta de encarar um bom desafio, o mesmo que também endereçou a... Rui Costa, de quem é um admirador confesso
ANTÓNIO PIRES/VITOR RODRIGUES
Afável no trato, directo na abordagem do quotidiano e sempre disposto a empenhar-se na procura do êxito, que é o que continua a ambicionar, mesmo depois de ter edificado uma carreira recheada de títulos, alcançados ao serviço de alguns dos mais emblemáticos emblemas europeus. Trapattoni, em conversa com O JOGO, demonstrou tudo isto e muito mais, assegurando que quer cumprir a promessa que o trouxe até à Luz, que passa por recolocar o Benfica no topo do futebol português. Para cumprir esse desiderato, necessita de uma equipa com uma mentalidade forte, qualidade e espírito de sacrifício. Ter reforços também é um pressuposto importante e, se o central Adani (Inter de Milão) é um alvo, o "grandissimo Rui" (Costa) também pode finalmente deixar de ser apenas um sonho...
O JOGO | Quando chegou, disse que vem para o Benfica para vencer. De que necessita para atingir esse objectivo?
GIOVANNI TRAPATTONI | Em toda a minha vida desportiva - como jogador e como treinador -, estive sempre em equipas cujos objectivos passavam sempre pelo êxito. O que é necessário é a mentalidade, a qualidade, pois o Benfica já é um clube famoso. Uma das minhas regras de vida é que nunca nos devemos render, desistir. Penso que, em termos de qualidade, no Benfica jogam sete internacionais AA, logo esse pressuposto já existe. Além disso, tenho a promessa dos dirigentes de que vamos procurar mais dois ou três jogadores. Penso que, com tudo isto, posso afirmar que podemos vencer.
P | Que necessidades tem o plantel neste momento?
R | Faltam jogadores que completem algumas posições para as quais temos apenas um elemento. Com a Liga dos Campeões ou a UEFA, Campeonato e Taça de Portugal, vamos ter muitos jogos pela frente e, para isso, precisamos de ter todos os lugares preenchidos.
P | Falta, entre outras posições, um jogador que desempenhe a função de número dez?
R | Para esse lugar temos Zahovic, Geovanni e até mesmo Tiago.
P | Na última época, Geovanni jogou sempre a extremo-direito. Equaciona colocá-lo na função de número dez?
R | Também tem qualidade para isso. Sei que jogou muito bem na direita, mas, como vamos ter muito jogos pela frente, poderemos precisar de recorrer à polivalência de alguns jogadores, com características para desempenharem outras posições.
P | Ter Rui Costa é um sonho ou um objectivo?
R | "Grandissimo" Rui. Gostaria imenso de o ter na equipa. Ele está contente por jogar no Milan, sempre acompanhei a sua carreira, ao vivo e pela televisão. Oxalá possa regressar ao Benfica. Estou certo que continua com o coração aqui e que quer voltar ao Benfica.
P | Já falou com ele nesse sentido?
R | Tentei, mas ele estava concentrado no Europeu.
P | Queria pedir-lhe para voltar já esta época?
R | Queria perguntar-lhe o que ele pensa sobre o meu ingresso no Benfica e também se ele quer voltar já, mas tenho tempo para lhe telefonar e falar com ele.
P | Vai desafiá-lo a vir já esta época?
R | Vou-lhe dizer para voltar já, embora saiba que é muito difícil, porque sei que está muito bem em Milão.