Decifrando imagens do passado

RedVC

#315
Índice

-1- Uma proposta de identificação. (p.1)
-2- Uma identificação errada. (p.1)
-3- Um jogo de beneficência. (p.1)
-4- Os mestres Ingleses na Feiteira. (p.1)
-5- Rostos familiares. (p.2)
-6- À porta da Farmácia Franco.  O0 (p.2)
-7- Sonho de uma noite de Verão. (p.2)
-8- A última alegria do Chacha.  O0 (p.2)
-9- Recuando no tempo. (p.2)
-10- Catataus e Co. (p.3)
-11- Uma homenagem em terras africanas.  O0 (p.3)
-12- Uma taça e dois pioneiros (I). (p.3)
-13- Uma taça e dois pioneiros (II). (p.3)
-14- As camisolas de Júlio Cosme Damião. (p.3)
-15- Futebol e touros. (p.4)
-16- Um regresso feliz. (p.4)
-17- Nos areais de Belém. (p.4)
-18- Uma imagem rara. (p.4)
-19- Um Stromp à Benfica. (p.4)
-20- O António das Caldeiradas.  O0 (p.4)
-21- O terceiro homem.  O0 (p.5)
-22- Os primeiros troféus (parte I): o Restaurante Bacalhau.  O0 (p.5)
-23- Um Ilustre nos primórdios do futebol sadino. (p.5)
-24- Os Condes do Restelo. (p.5)
-25- Resistência: sugestão e mistério. (p.5)
-26- Araújo: uma carreira que ficou por fazer. (p.6)
-27- A primeira Águia.  O0 (p.6)
-28- Amor à camisola. (p.6)
-29- Amor ao clube! (à falta de camisola...). (p.6)
-30- Prémios aos campeões. (p.6)
-31- O primeiro guardião. (p.7)
-32- Glorioso por um dia.  O0 (p.7)
-33- Eusébio às riscas. (p.8)
-34- Dois dias de festa. (p.8)
-35- Sport Lisboa e Salésias: anatomia de uma fotografia.  O0 (p.8)
-36- 111 anos depois: a (possível) iconografia dos fundadores. (p.8)
-37- Três gigantes, três caminhos separados. (p.8)
-38- Um ancião curioso.  O0 (p.9)
-39- Um banquete de notáveis. (p.9)
-40- Cosme, o presidente. (p.10)
-41- Um militar futebolista. (p.10)
-42- Duas despedidas e um alegre convívio. (p.10)
-43- Um jogo infeliz, uma pista extraordinária.  O0 (p.11)
-44- Homenagem a um grande artista. (p.11)
-45- Glória e tragédia. A vida do campeão Carlos Sobral.  O0 (p.12)
-46- A Missão Portugueza Intelectual e Sportiva no Brasil, 1913 (parte I)  O0 (p.12)
-47- A Missão Portugueza Intelectual e Sportiva no Brasil, 1913 (parte II)  O0 (p.13)
-48- A última ceia. (p.13)
-49- A noite da Cruz Vermelha. (p.13)
-50- Ascenção e queda do Pantufas. (p.13)
-51- Escultor de excepção, futebolista sem fronteiras.  O0 (p.13)
-52- Uma escala africana, um desafio histórico.  O0 (p.14)
-53- Dois entre doze. (p.14)
-54- Dois sadinos, duas Saudades. (p.14)
-55- Dois Casapianos num barco sadino. (p.14)
-56- Revisitando o Campo Grande. (p.14)
-57- A vida Paulista de Bella Guttman. (p.14)
-58- Um encontro Americano.  O0 (p.14)
-59- Alguém tinha de pagar!  O0 (p.15)
-60- Belém, a Benfiquista.  O0 (p.16)
-61- Um certo pátio.  O0 (p.17)
-62- 13, ou a Glória Benfiquista de Lázaro. (p.19)
-63- O arquitecto da Catedral. (p.19)
-64- O tribunal dos conspiradores.  O0 (p.20)
-65- Festa de gerações. (p.20)
-66- Memórias Francesas. (p.20)
-67- Cosme e o inventor do Fla-Flu.  O0 (p.20)
-68- Desforra Inglesa em tempo de Monarquia. (p.21)
-69- As manas Bermudes, Gloriosas a pedalar. (p.21)
-70- O dia da dúzia! (p.21)
-71- O Cruzeiro Aéreo às Colónias (I).  O0 (p.21)
-72- O Cruzeiro Aéreo às Colónias (II).  O0 (p.21)
-73- O Cruzeiro Aéreo às Colónias (III).  O0 (p.22)
-74- A Taça Amadora (parte I): Os Recreios Desportivos da Amadora (p.22)
-75- A Taça Amadora (parte II): O grande jogo.  (p.22)
-76- Huelva 1910, pequeno manual para verdes I's. (p.22)
-77- Extinções e fusões, pequeno manual para verdes I's. (p.22)
-78- O casal virtuoso.  O0 (p.23)
-79- Da vida de Cosme (parte I). (p.23)
-80- Da vida de Cosme (parte II). (p.23)
-81- Gloriosos mesa-tenistas no Brasil. (p.23)
-82- Eterno Bermudes. (p.24)
-83- O poço dos nossos adversários. (p.24)
-84- Ora festeje lá outra vez! (p.24)
-85- Gloriosas compras na pátria do futebol.  O0 (p.24)
-86- Um inesperado Glorioso. (p. 25)
-87- As Terras das Salésias. (p. 25)
-88- "O Benfica saúda o Porto"  O0 (p. 25)
-89- Outros Carnavais (p. 25)
-90- Construtor de Catedrais  O0 (p. 25)
-91- Pantera Negra em noite madrilena (p. 26)
-92- Da Catumbela a Freamunde (p. 26)
-93 - 112 anos de Paixão! (p. 26)
-94- O sósia. (parte I)  (p. 26)
-95- O sósia. (parte II)  (p. 26)
-96- L'étude fait l'avenir (parte I)  O0 (p.27)
-97- L'étude fait l'avenir (parte I) (p.27)
-98- Um fresco em prosa: o António das Caldeiradas revisitado.  O0 (p.27)
-99- A Pharmácia Franco (I) – As duas primeiras gerações.  O0 (p.28)
-100- A Pharmácia Franco (II) – A terceira geração e o Sport Lisboa O0 (p.28)
-101- As Gloriosas fazendas de Alcântara. (p.29)
-102- Os primeiros troféus (parte II) – os Costas de Belém.  (p.29)
-103- Os primeiros troféus (parte III) – a Taça "Olímpica".  (p.29)
-104- Miramons de Portugal.  (p.29)
-105- Águias na Guerra (parte I)  O0 (p.30)
-106- Águias na Guerra (parte II)  O0 (p.30)
-107- Águias na Guerra (parte III)  O0 (p.30)
-108- Olhos de fogo, coração de Belém  O0 (p.30)
-109- Em homenagem a Guilherme Pinto Basto. (p.30)
-110- Acidente no Cartaxo (parte I) (p.31)
-111- Acidente no Cartaxo (parte II) (p.31)
-112- Unidos na dor. (p.31)
-113- Um hóquista feliz. (p.31)
-114- Primus inter pares. (p.32)
-115- A "Corrida da Marathona". (p.32)
-116- "Memórias de Viena". (p.32)
-118- Taça Charles Miller '55 (parte I): O torneio e o seu tempo. O0 (p.32)
-119- Taça Charles Miller '55 (parte II): A comitiva Benfiquista. O0 (p.32)
-120- Taça Charles Miller '55 (parte III): Esses loucos dias cariocas. O0 (p.32)
-121- Taça Charles Miller '55 (parte IV): Entre treinos e feijoadas. O0 (p.32)
-122- Taça Charles Miller '55 (parte V): Mengo, Mengão; Azarão!    O0 (p.33)
-123- Taça Charles Miller '55 (parte VI): Escaramuças Uruguaias!    O0 (p.33)
-124- Taça Charles Miller '55 (parte VII): Doces Palmeiras.    O0 (p.33)
-125- Taça Charles Miller '55 (parte VIII): America amarga. O0 (p.33)
-126- Taça Charles Miller '55 (parte IX): O "caseiro" Alemão. O0 (p.33)
-127- Taça Charles Miller '55 (parte X): Gente boa que se vai! O0 (p.33)
-128- Taça Charles Miller '55 (parte XI): O regresso dos heróis. O0 (p.33)
-129- O "caramujo" do futebol (parte I). (p.34)
-130- O "caramujo" do futebol (parte II). (p.34)
-131- Mobilis in mobile. O0 (p.35)
-131- O trepidante Costa. (p.36)
-133- Catedral O0 (p.36)

Rodolfo Dias

Red, já pensaste escrever um livro com estas pesquisas? Acho que seria algo obrigatório para a biblioteca de qualquer bom benfiquista que se preze e goste de saber destas histórias do Sport Lisboa e Benfica, tão pouco conhecidas no seu geral  :)

RedVC

Citação de: Rodolfo Dias em 02 de Novembro de 2015, 00:08
Red, já pensaste escrever um livro com estas pesquisas? Acho que seria algo obrigatório para a biblioteca de qualquer bom benfiquista que se preze e goste de saber destas histórias do Sport Lisboa e Benfica, tão pouco conhecidas no seu geral  :)

Obrigado Rodolfo  O0

Potencialmente a ideia é boa. As histórias teriam de ser reescritas e teria que existir investigação complementar com fontes adicionais. Poderia dar um livro interessante.

Mas a resposta é não. Não há mercado. Basta ver o número de pessoas que lê estes textos. Basta ver isso pelo número de "likes". Anteontem coloquei uma fotografia no tópico do Mourinho que leva mais "likes" do que meia dúzia destes artigos e alguns dão muito trabalho a investigar e escrever. É assim...

A maior parte dos membros do fórum nem faz ideia que estes tópicos existem. O que interessa é a espuma dos dias. Não que eu não goste do Benfica actual que felizmente nos tem dado alegrias e genericamente tem correspondido ao que nós queremos, . Mas acredito que a compreensão do presente do Clube nunca pode ficar alheada do passado. Não pode ser desconhecedora. Não pode ser desligada. E é isto que eu acho pena. Acho que muitos Benfiquistas não fazem ideia - ideia integral e estruturada - do que é o Benfica. Não conhecem. Não procuram. Não querem saber. E é pena pois nem tiram partido de tudo o que o Benfica lhes pode dar. O orgulho de uma grande vitória não se limita a esse jogo/competição. Completa-se, sublima-se pelo enquadramento que tem na grandiosa história e palmarés do Sport Lisboa e Benfica. E isso me envaidece.

Não se trata de gostar de história. Trata-se de gostar do Benfica. De todos, um.

Hoje faz 130 anos que nasceu Cosme Damião. Qualquer Benfiquista deveria ler a magníifica entrevista - a maior que alguma vez concedeu - do Pai do Benfiquismo. Aqui:

http://em-defesa-do-benfica.blogspot.pt/2015/11/cosme-damiao-130.html

Rodolfo Dias

Citação de: RedVC em 02 de Novembro de 2015, 08:56
Mas a resposta é não. Não há mercado. Basta ver o número de pessoas que lê estes textos. Basta ver isso pelo número de "likes". Anteontem coloquei uma fotografia no tópico do Mourinho que leva mais "likes" do que meia dúzia destes artigos e alguns dão muito trabalho a investigar e escrever. É assim...

A maior parte dos membros do fórum nem faz ideia que estes tópicos existem. O que interessa é a espuma dos dias. Não que eu não goste do Benfica actual que felizmente nos tem dado alegrias e genericamente tem correspondido ao que nós queremos, . Mas acredito que a compreensão do presente do Clube nunca pode ficar alheada do passado. Não pode ser desconhecedora. Não pode ser desligada. E é isto que eu acho pena. Acho que muitos Benfiquistas não fazem ideia - ideia integral e estruturada - do que é o Benfica. Não conhecem. Não procuram. Não querem saber. E é pena pois nem tiram partido de tudo o que o Benfica lhes pode dar. O orgulho de uma grande vitória não se limita a esse jogo/competição. Completa-se, sublima-se pelo enquadramento que tem na grandiosa história e palmarés do Sport Lisboa e Benfica. E isso me envaidece.

Não se trata de gostar de história. Trata-se de gostar do Benfica. De todos, um.

Compreendo perfeitamente o que queres dizer. Numa dimensão um pouco mais pequena (visto não frequentar a área actual do fórum), tenho reparado nisso mesmo, no meu projecto no Twitter (o SLBVintage) e no feedback que as diferentes publicações vão tendo. Os tweets que geram mais actividade são aqueles onde se recordam grandes vitórias sobre os rivais, ou imagens das bancadas cheias da Luz ou com as claques, ao passo que o recordar antigas figuras do clube acaba por não ter muita atenção. Por isso às vezes desmotivo um bocado e acabo por reduzir aquilo à condição de "enunciador de efemérides" ou mesmo de não colocar nada.

Acho que este era um assunto que dava um belo debate, mas para não prolongar o offtopic e distrair do teu excelente trabalho, fico por aqui no tema  :)

Benfiquista_

#319
Vinha aqui mesmo sugerir isso mesmo.

Um libro,nem que fase para publicar online.

Está aqui um trabalho soberbo.

Obrigado RedVC!

Benfiquista_

Citação de: Rodolfo Dias em 02 de Novembro de 2015, 10:55
Citação de: RedVC em 02 de Novembro de 2015, 08:56
Mas a resposta é não. Não há mercado. Basta ver o número de pessoas que lê estes textos. Basta ver isso pelo número de "likes". Anteontem coloquei uma fotografia no tópico do Mourinho que leva mais "likes" do que meia dúzia destes artigos e alguns dão muito trabalho a investigar e escrever. É assim...

A maior parte dos membros do fórum nem faz ideia que estes tópicos existem. O que interessa é a espuma dos dias. Não que eu não goste do Benfica actual que felizmente nos tem dado alegrias e genericamente tem correspondido ao que nós queremos, . Mas acredito que a compreensão do presente do Clube nunca pode ficar alheada do passado. Não pode ser desconhecedora. Não pode ser desligada. E é isto que eu acho pena. Acho que muitos Benfiquistas não fazem ideia - ideia integral e estruturada - do que é o Benfica. Não conhecem. Não procuram. Não querem saber. E é pena pois nem tiram partido de tudo o que o Benfica lhes pode dar. O orgulho de uma grande vitória não se limita a esse jogo/competição. Completa-se, sublima-se pelo enquadramento que tem na grandiosa história e palmarés do Sport Lisboa e Benfica. E isso me envaidece.

Não se trata de gostar de história. Trata-se de gostar do Benfica. De todos, um.

Compreendo perfeitamente o que queres dizer. Numa dimensão um pouco mais pequena (visto não frequentar a área actual do fórum), tenho reparado nisso mesmo, no meu projecto no Twitter (o SLBVintage) e no feedback que as diferentes publicações vão tendo. Os tweets que geram mais actividade são aqueles onde se recordam grandes vitórias sobre os rivais, ou imagens das bancadas cheias da Luz ou com as claques, ao passo que o recordar antigas figuras do clube acaba por não ter muita atenção. Por isso às vezes desmotivo um bocado e acabo por reduzir aquilo à condição de "enunciador de efemérides" ou mesmo de não colocar nada.

Acho que este era um assunto que dava um belo debate, mas para não prolongar o offtopic e distrair do teu excelente trabalho, fico por aqui no tema  :)
A conta SBVintage do twitter é tua?

Epah é antástica!Parabéns pelo Projecto!A melhor que encontrei até agora nas Redes Sociais, no género.

Pena não a fazeres também no Facebook... ;)

RedVC

#321
-73-
O Cruzeiro Aéreo às Colónias (III).

A chegada

Concluímos hoje esta saga. Tínhamos deixado os nossos aviadores na cidade da Beira onde mantiveram um caloroso convívio com populares nas belas instalações da nossa filial.

Da cidade da Beira a esquadrilha partiu para Inhambane (Moçambique) para depois finalmente aterrar em Lourenço Marques, capital de Moçambique. Às 10h00 da manhã do dia 29 de Janeiro de 1936 cumpria-se a aventura destes bravos pioneiros da nossa aviação [5].





Chegada dos aviões a Lourenço Marques. Identificam-se Engº Teixeira Pinto (presidente da Câmara Municipal); Coronel Cifka Duarte (chefe da missão) e Coronel Verdades de Miranda (presidente da Comissão Organizadora da recepção aos aviadores). Fonte: Voando em Moçambique.

Para trás ficaram quase 15.000 Km em etapas que variaram entre 350 e 950 Km.


Fonte: Gazeta dos caminhos de ferro.


Fonte: Gazeta dos caminhos de ferro.

O regresso

A prevista viagem de volta apenas seria cumprida por 3 aeroplanos. De Lourenço Marques apenas levantariam voo os aviões 209, 208 e 210 pilotados respectivamente pelo Major Pinho da Cunha e pelos Capitães Joaquim Baltazar e Moreira Cardoso e os mecânicos Simões, Ramos e Dinis.


Os restantes aviadores e mecânicos entre os quais o "nosso" Capitão José Pimenta regressariam por meio naval. A saúde das tripulações e o estado dos respectivos aviões não permitiam outra alternativa. Para trás ficaram por mais alguns dias os Capitães Fernando Tártaro e Humberto Cruz que regressariam no Paquete Colonial. No porão estavam devidamente desmontados e encaixotados os cinco aviões impossibilitados de fazer o voo de regresso.


Chegada do Colonial a Lisboa (não necessariamente na viagem que trouxe os aviadores e mecânicos). Fonte blogue Retalhos de Bemfica.

Existe um belo filme na cinemateca que captou a chegada ao Campo da Amadora desses três aviões no dia 8 de Abril de 1936. Entre a multidão que os recebeu estavam os ministros da Guerra e Marinha assim como o incontornável Almirante Gago Coutinho. Estava também o nosso Capitão José Bentes Pimenta. Percebe-se que fumava... Ali esteve ele ao lado dos seus superiores.

Estava também presente o grande jornalista Fernando Pessa. Faltavam ainda três para o início da II Guerra Mundial. Nesses 6 anos de conflito global, Fernando Pessa ganhou uma muito merecida celebridade nacional. A voz da liberdade vinda das ondas de rádio emitidas pela BBC.



6 capturas de ecrã do filme "CHEGADA DA VIAGEM AÉREA LISBOA-LOURENÇO MARQUES-LISBOA" da Cinemateca Portuguesa. Realizador: Artur Costa de Macedo (SPN - Secretariado da Propaganda Nacional). A - Chegada e B - aterragem de avião. C - Capitão Pimenta ao lado do Coronel Cifka Duarte e demais representantes do Estado e Instituições Militares. D - Populares e companheiros de armas a rodear os aviadores. E - Populares e Militares entre os quais, inconfundível, identificamos o jornalista Fernando Pessa. F - E assim termina... Fonte: 
http://www.cinemateca.pt/Cinemateca-Digital/Ficha.aspx?obraid=3151&type=Video

Fontes:
[1] - Fonte: http://voandoemmozambique.blogspot.pt/2006/09/16-incio-da-aviao-em-moambique.html
[2] - Fonte: Gazeta dos Caminhos de Ferro 1152
[3] - http://restosdecoleccao.blogspot.pt/2011/11/seguir-implantacao-da-republica-5-de.html
[4] - Gazeta dos Caminhos de Ferro, 1153.
[5] - Gazeta dos Caminhos de Ferro, 1155.
[6] - Gazeta dos Caminhos de Ferro, 1156.
[7] - https://delagoabayworld.wordpress.com/2012/03/16/o-primeiro-aviao-a-aterrar-na-cidade-da-beira-25-de-janeiro-de1936/

pcssousa

Citação de: RedVC em 02 de Novembro de 2015, 08:56
Citação de: Rodolfo Dias em 02 de Novembro de 2015, 00:08
Red, já pensaste escrever um livro com estas pesquisas? Acho que seria algo obrigatório para a biblioteca de qualquer bom benfiquista que se preze e goste de saber destas histórias do Sport Lisboa e Benfica, tão pouco conhecidas no seu geral  :)

Obrigado Rodolfo  O0

Potencialmente a ideia é boa. As histórias teriam de ser reescritas e teria que existir investigação complementar com fontes adicionais. Poderia dar um livro interessante.

Mas a resposta é não. Não há mercado. Basta ver o número de pessoas que lê estes textos. Basta ver isso pelo número de "likes". Anteontem coloquei uma fotografia no tópico do Mourinho que leva mais "likes" do que meia dúzia destes artigos e alguns dão muito trabalho a investigar e escrever. É assim...

A maior parte dos membros do fórum nem faz ideia que estes tópicos existem. O que interessa é a espuma dos dias. Não que eu não goste do Benfica actual que felizmente nos tem dado alegrias e genericamente tem correspondido ao que nós queremos, . Mas acredito que a compreensão do presente do Clube nunca pode ficar alheada do passado. Não pode ser desconhecedora. Não pode ser desligada. E é isto que eu acho pena. Acho que muitos Benfiquistas não fazem ideia - ideia integral e estruturada - do que é o Benfica. Não conhecem. Não procuram. Não querem saber. E é pena pois nem tiram partido de tudo o que o Benfica lhes pode dar. O orgulho de uma grande vitória não se limita a esse jogo/competição. Completa-se, sublima-se pelo enquadramento que tem na grandiosa história e palmarés do Sport Lisboa e Benfica. E isso me envaidece.

Não se trata de gostar de história. Trata-se de gostar do Benfica. De todos, um.

Hoje faz 130 anos que nasceu Cosme Damião. Qualquer Benfiquista deveria ler a magníifica entrevista - a maior que alguma vez concedeu - do Pai do Benfiquismo. Aqui:

http://em-defesa-do-benfica.blogspot.pt/2015/11/cosme-damiao-130.html

Da minha parte, considera que dei um like a cada um dos teus posts.
Devido a um bug qualquer não consigo dar likes, e não sou o único. Se essa situação raramente me incomoda, neste caso aborrece-me, precisamente porque devias receber bem mais crédito pelo teu magnífico trabalho.
Creio que para teres maior visibilidade, e o devido reconhecimento, os teus posts deveriam em simultâneo ser lançados em forma de artigo aqui no site.

Para mim és um dos melhores users do fórum, sem qualquer sombra de dúvida, e serás por mim referido no tópico dos Oscares do serbenfiquista.
Sei que o teu objectivo não é o reconhecimento pessoal, mas esse permitiria um maior reconhecimento e divulgação dos teus textos e é isso que eu gostaria que houvesse.


Cumprimentos.

RedVC

Muito obrigado por essas palavras e pelo reconhecimento deste trabalho. Ainda para mais porque reconheço a excelência dos teus conhecimentos e da contribuição que dás aqui no fórum.

De facto, não é de todo o reconhecimento que procuro. Falei nos "likes" apenas como um indicador que tenho (para além do nº de leituras) para saber quem está interessado no que escrevo. O que vou aqui publicando corresponde a uma necessidade pessoal de conhecer mais sobre o nosso clube mas também de partilhar o que vou descobrindo. Ser Benfiquista para mim também é isso. Acho que todos os que contribuem dando o seu tempo livre para enriquecer este fórum percebem o que quero dizer.

Saudações Benfiquistas.

Citação de: pcssousa
link=topic=53816.msg1081834296#msg1081834296 date=1446718974

Citação de: RedVC em 02 de Novembro de 2015, 08:56
Citação de: Rodolfo Dias em 02 de Novembro de 2015, 00:08
Red, já pensaste escrever um livro com estas pesquisas? Acho que seria algo obrigatório para a biblioteca de qualquer bom benfiquista que se preze e goste de saber destas histórias do Sport Lisboa e Benfica, tão pouco conhecidas no seu geral  :)

Obrigado Rodolfo  O0

Potencialmente a ideia é boa. As histórias teriam de ser reescritas e teria que existir investigação complementar com fontes adicionais. Poderia dar um livro interessante.

Mas a resposta é não. Não há mercado. Basta ver o número de pessoas que lê estes textos. Basta ver isso pelo número de "likes". Anteontem coloquei uma fotografia no tópico do Mourinho que leva mais "likes" do que meia dúzia destes artigos e alguns dão muito trabalho a investigar e escrever. É assim...

A maior parte dos membros do fórum nem faz ideia que estes tópicos existem. O que interessa é a espuma dos dias. Não que eu não goste do Benfica actual que felizmente nos tem dado alegrias e genericamente tem correspondido ao que nós queremos, . Mas acredito que a compreensão do presente do Clube nunca pode ficar alheada do passado. Não pode ser desconhecedora. Não pode ser desligada. E é isto que eu acho pena. Acho que muitos Benfiquistas não fazem ideia - ideia integral e estruturada - do que é o Benfica. Não conhecem. Não procuram. Não querem saber. E é pena pois nem tiram partido de tudo o que o Benfica lhes pode dar. O orgulho de uma grande vitória não se limita a esse jogo/competição. Completa-se, sublima-se pelo enquadramento que tem na grandiosa história e palmarés do Sport Lisboa e Benfica. E isso me envaidece.

Não se trata de gostar de história. Trata-se de gostar do Benfica. De todos, um.

Hoje faz 130 anos que nasceu Cosme Damião. Qualquer Benfiquista deveria ler a magníifica entrevista - a maior que alguma vez concedeu - do Pai do Benfiquismo. Aqui:

http://em-defesa-do-benfica.blogspot.pt/2015/11/cosme-damiao-130.html

Da minha parte, considera que dei um like a cada um dos teus posts.
Devido a um bug qualquer não consigo dar likes, e não sou o único. Se essa situação raramente me incomoda, neste caso aborrece-me, precisamente porque devias receber bem mais crédito pelo teu magnífico trabalho.
Creio que para teres maior visibilidade, e o devido reconhecimento, os teus posts deveriam em simultâneo ser lançados em forma de artigo aqui no site.

Para mim és um dos melhores users do fórum, sem qualquer sombra de dúvida, e serás por mim referido no tópico dos Oscares do serbenfiquista.
Sei que o teu objectivo não é o reconhecimento pessoal, mas esse permitiria um maior reconhecimento e divulgação dos teus textos e é isso que eu gostaria que houvesse.


Cumprimentos.

Benfiquista_

Subscrevo por completo as palavras do Sousa.

Não tenho vindo muito ao nosso Fórum, mas quando venho, este é um dos locais de passagem quase obrigatória.

E se não dou like em todos o que vejo, leio-os a todos e não deixo quando posso, de deixar uma palavra de muito obrigado, por difundires e de nos ensinares e transmitires História e Estórias tão bonitas e singulares, do nosso Sport Lisboa e Benfica.

Onrigado uma vez mais a ti  atodo o pessoal que aqui coloca na Secção 'Memórias', material tão rico e importante do nosso Benfica.

Um autêntico Museu Virtual do nosso Clube.

RedVC

#325
-74-
A Taça Amadora (parte I): Os Recreios Desportivos da Amadora

Amadora, Domingo, 14 de Maio de 1916.
Dia de inauguração do campo de futebol dos Recreios da Amadora.


Domingo, 14 de Maio de 1916. Campo da Amadora. Dia de derby, Benfica – Sporting. Dia de festa.
Fotografia de Joshua Benoliel. Fonte: AML

Em disputa a Taça Amadora. Em campo defrontavam-se o Sport Lisboa e Benfica e o seu rival, o Sporting Clube de Portugal. O Benfica ostentava já 4 títulos de Campeão Regional de Lisboa sendo o detentor do título dessa época de 1915/1916. Ao invés, em 10 anos de vida o seu adversário registava apenas o título de 1914/1915. Apesar de terem sensivelmente a mesma idade e origens que se cruzavam em múltiplas pessoas e locais, os dois clubes exibiam já existiam diferenças pronunciadas. Diferenças que explicavam uma crescente rivalidade.

O jogo decorreu num campo novinho em folha situado ali num espaço adjacente ao que a partir de 1919 seria usado como o campo de aviação de onde partiriam a maior parte dos pioneiros da aviação Portuguesa para os seus diversos e prestigiosos raides às colónias do Ultramar.

Ao redor do campo via-se uma assistência numerosa. Para lá chegar essa multidão teve de se distribuir em comboios que foram propositadamente escalados para esse fim. E foram poucos para as necessidades uma vez se viu de tudo, desde pessoas a entrar pelas janelas até pessoas equilibradas sobre as bombas e sobre os estribos. Nem os "camions automóveis" formados de propósito satisfizeram a enorme procura. Nunca antes visto na pequena estação da Amadora...


A estação de comboios da Amadora no início do século XX. Fonte: http://amadorasaloia.blogspot.pt/


Os Recreios Desportivos da Amadora

A menina Leonor Santos Mattos dá o pontapé de saída. Ao seu lado estariam provavelmente (identificação difícil) os nossos Francisco Pereira (usando a velha e gloriosa camisola de flanela) e Manuel Veloso.
Fonte: Ilustração Portugueza.

Nesse jogo, o pontapé de saída foi dado pela menina Leonor dos Santos Mattos. Era filha de José dos Santos Mattos um grande industrial da zona e um dos proprietários da "Fábrica de Espartilhos a Vapor Santos Mattos & Cª.", fundada em 1892 na Porcalhota, futura vila da Amadora. 


"Fábrica de Espartilhos a Vapor Santos Mattos & Cª."

Em 1911, a fábrica chegou a empregar cerca de 200 operários e produzia cerca de 75.000 espartilhos por ano (fonte: http://www.oeirascomhistoria.pt/a-moda-dos-espartilhos-2/)


Exterior e interior da Fábrica dos espartilhos Santos Mattos e Co. Fonte: http://amadorasaloia.blogspot.pt/

Esta firma teve uma expansão importante e no seu modelo de negócio fazia também venda directa, tendo para isso uma prestigiada loja na Rua do Ouro.


A loja da Casa dos Espartilhos ornamentada para o IV Congresso Internacional de Turismo (entre 12 e 20 de Maio de 1911). Fotografia de Joshua Benoliel. Fonte: AML.



Os Recreios da Amadora

O empresário industrial José dos Santos Mattos tinha, juntamente com o seu sócio António Rodrigues Correia, uma visão alargada da acção social que a sua empresa deveria assumir no espaço e na sociedade onde se inseria. Os dois pertenceram à Liga de Melhoramentos da Amadora, organização cívica criada em 1909 sob a iniciativa do jornal "O Século" para promover a "Festa da Árvore" em diversas localidades do nosso País. Em 13 de Abril 1913 a realização dessa festa levou inclusivamente à visita do Presidente da Republica Manuel de Arriaga.


A festa da Árvore em 13/04/1913. Visita do Presidente da Republica Manuel de Arriaga.
Fonte: TVAmadora


Festa da Árvore na Amadora. Fonte: Ilustração Portuguesa.



Comissão Executiva da Liga dos Melhoramentos da Amadora em 18 de Janeiro de 1913. Entre eles os empresários José Santos Mattos e António Rodrigues Correia. Os dois foram promotores e financiadores dos Recreios da Amadora. Fonte: CM Amadora.


Traduzindo a sua visão em obra feita, os dois empresários industriais estiveram também na base da fundação dos Recreios Desportivos da Amadora em 14 de Abril de 1912. O parque desportivo foi desde logo dotado de um campo de ténis e de um ringue de patinagem com piso de cimento.


Parque desportivo dos Recreios da Amadora, Ringue de patinagem. Fonte: Restos de Colecção

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Conforme nos recordou Alberto Miguéns (http://em-defesa-do-benfica.blogspot.pt/2013/11/obrigado-querido-benfica.html), os Recreios Desportivos da Amadora tinham em 1916 uma equipa de hóquei em patins que disputou dois jogos contra os Desportos de Benfica, um em Benfica e o outro na Amadora. Em ambos os casos a equipa de Benfica venceria (2-0 em Benfica e 3-1 na Amadora). Pouco tempo depois, em 17 Setembro de 1916 os Desportos de Benfica foram integrados no SLB. Outro ponto de ligação do nosso clube com a Amadora.
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Em Agosto de 1914 foi inaugurado o edifício central que ainda hoje é um espaço cultural que produz e difunde eventos culturais. Uma obra notável e à qual a Amadora sempre será devedora do merecido reconhecimento.

Edifício central dos Recreios Desportivos da Amadora no passado remoto e recente. Fonte: Restos de Colecção.

Para os interessados aqui fica a possibilidade de verem um excelente documentário da TV Amadora.



O Campo de Futebol da Amadora

A inauguração do campo de futebol em Maio de 1916 foi um importante marco no complexo desportivo que se estava a criar. Tinha condições bastante boas para a época. No campo notavam-se alguns detalhes curiosos tais como uma vedação completa á volta do campo, a existência de uma pequena bancada central. No dia da inauguração entre a enchente notava-se a presença de alguns automóveis, carroças ou até cavalos que serviam para que alguns dos assistentes terem uma melhor visão do campo. Privilégios dos mais endinheirados. Tempos diferentes com detalhes pitorescos.

A inauguração deste terreno foi também mais uma interessante opção para o nosso Clube que por via do abandono do Campo de Sete Rios no ano seguinte, passou a ter de andar de casa às costa entre as Laranjeiras e o campo de Palhavã. O problema deste campo era a distância. Problema muito agudo nesse tempo em que as deslocações não eram nada comparáveis às de hoje. Apesar disso ainda jogaríamos algumas (poucas) vezes neste terreno para o Campeonato Regional. Estava ainda longe a aventura das Amoreiras.


(continua)

RedVC

#326
-75-
A Taça Amadora (parte II): o grande jogo.

Iniciado por volta das 16h20, o jogo contou com a presença do Presidente da Republica Dr. Bernardino Machado e o Embaixador de Inglaterra. O árbitro foi o Madrileno Ezequiel Montero, jogador prestigiado do Racing de Madrid.


Ezequiel Montero o árbitro Madrileno e Bernardino Machado Presidente da República Portuguesa.

As duas equipas contaram com jogadores ilustres. Do lado do Benfica, treinado por Cosme Damião que tinha deixado de jogar no ano anterior, estavam escalados novos e velhos talentos. Novos como Cândido de Oliveira (interior esquerdo) e Artur Augusto (extremo direito). Ambos viriam a integrar a primeira selecção nacional em 1921., época em que já não vestiam o manto sagrado 


A Gloriosa equipa de 14 de Maio de 1916.


Cândido de Oliveira (http://serbenfiquista.com/jogador/c%C3%A2ndido-de-oliveira), vindo do Casa Pia viria a ser uma figura gigante do futebol nacional até à sua morte em plena actividade profissional quando se encontrava a cobrir como jornalista o Mundial da Suécia 1958. Foi futebolista, intelectual, ideólogo, fundador do Casa Pia Atlético Clube, seleccionador nacional, jornalista, fundador do jornal A Bola. Foi lastimável que tenha optado por abandonar o Benfica para se aventurar na criação do Clube da sua Casa mãe. Isto claro de um ponto de vista Benfiquista... Ele que até era Benfiquista de coração nunca mais pode voltar – como era aliás o seu desejo. Foi treinador de tantos e tão prestigiosos clubes (incluindo o Flamengo do Rio de Janeiro) mas nunca lhe permitiram o regresso. Nesse dia, o "Chumbaca" jogou a médio esquerdo mas por vezes também jogava a avançado.

Quanto a Artur Augusto (http://serbenfiquista.com/jogador/artur-augusto), ele e o seu irmão Alberto merecem por si só um artigo num destes dias. Veio do CIF juntamente com Carlos Sobral. Depois de 7 anos na nossa primeira equipa, Artur teve de uma curta passagem de dois anos pelo FCP (os tempos eram outros). Mas foi e será sempre uma Saudade do Benfica. E para provar isso regressaria da cidade Invicta para voltar a jogar com o manto sagrado durante mais três anos. Finalizou a sua carreira no modesto mas ilustre Carcavelinhos. Nota-se que saiu do Benfica no Verão de 1926 justamente quando Cosme também saiu depois de perder as eleições. Talvez não tenha sido apenas coincidência.




Fonte: Arquivo Gráfico


Mas nesse jogo o Benfica jogou essencialmente com veteranos. Jogadores que tinham tido importância decisiva nos títulos obtidos desde 1910 data em que o nosso Clube destronou o Carcavellos FC. Entre eles destacavam-se os homens da linha defensiva, homens ainda dos tempos das Salésias e que eram os homens de maior confiança de Cosme Damião, tanto mais depois dele deixar de jogar no ano anterior: Henrique Costa (http://serbenfiquista.com/jogador/henrique-costa) como defesa à direita, Leopoldo Mocho (http://serbenfiquista.com/jogador/leopoldo-mocho) como defesa à direita e um pouco mais à frente a médio direito Carlos Homem de Figueiredo (http://serbenfiquista.com/jogador/carlos-homem-de-figueiredo)).

Depois, no miolo meio campo esteve o antigo campeão de natação Carlos Sobral (http://serbenfiquista.com/jogador/carlos-sobral). Sobral depois de muitos anos no CIF passou brevemente pelo SCP para finalmente assentar com a águia ao peito. Da figura notável e trágica de Carlos Sobral, o "herói derradeiro", já por aqui se falou (nº 45, Glória e tragédia. A vida do campeão Carlos Sobral.).

A interior esquerdo jogou Francisco Pereira "o pobrezinho" (http://serbenfiquista.com/jogador/francisco-pereira), irmão do desertor Artur José Pereira. Em 1914, Francisco ainda chegou a pensar seguir as passadas do irmão e sair para os viscondes mas acabou por reconsiderar e ficar no Benfica. Francisco Pereira cumpriu 2 anos de campanha no corpo expedicionário enviado para combater em Moçambique, na região do Niassa. Desconheço em que data exactamente fez essa campanha. É possível que estivesse de partida para África.

Na extrema-esquerda tínhamos Alberto Rio (http://serbenfiquista.com/jogador/alberto-rio), futebolista talentoso e homem de grande nervo. Alberto Rio estava a entrar no auge das suas capacidades e um par de anos depois estaria no centro de mais um episódio na rivalidade SLB-SCP. Incompatibilizado com o nosso Clube desertou de forma sorrateira para o SCP. Lá nunca foi bem aceite nem mais voltou a ser o mesmo jogador. Seria um dos primeiros homens do CFB onde voltaria a atingir um bom nível e a integrar a primeira selecção nacional.

Estava também Manuel Veloso (http://serbenfiquista.com/jogador/manuel-veloso) que actuou a avançado-centro neste jogo. Manuel Veloso jogou ainda várias épocas no nosso Clube. Nunca foi um jogador de excepção mas atingiu bom nível. Filho de Belém, seria mais um dos companheiros de A.J. Pereira que em 1919 iniciaram a aventura do C. F. "os Belenenses".

E de facto, nada menos do que seis destes jogadores (H. Costa, C. Sobral, A.J. Pereira, F. Pereira, A. Rio e M. Veloso) acrescidos de A.J: Pereira viriam a estar na base fundadora dessa aventura Belenense. Corações de Belém em camisolas vermelhas e verdes...

Por fim, na nossa equipa estavam também dois homens, duas dedicações de uma vida inteira ao nosso Clube: o guarda-redes José Picoto (http://serbenfiquista.com/jogador/jos%C3%A9-picoto) e o interior direito Herculano João Santos (http://serbenfiquista.com/jogador/herculano). Picoto teve uma carreira desportiva discreta mas viria a ser dirigente do nosso clube. Já Herculano (mais e boa informação aqui: http://em-defesa-do-benfica.blogspot.pt/2014/11/herculano-joao-dos-santos.html) é um daqueles nomes incontornáveis na História inicial do nosso clube. Dois Gloriosos.


Fonte: Em Defesa do Benfica


Do lado dos verdes, os irmãos Catatau já pouco jogavam. Nesses tempo os irmãos Stromp assumiam em pleno a liderança da equipa. Em particular, Francisco, pela sua capacidade e personalidade ia vincando a sua liderança. Era um homem com um temperamento forte. Um bom futebolista também embora nesse jogo tenha abusado do jogo violento. Infelizmente para ele e para o SCP, o seu irmão António estava a fazer os últimos jogos pelo SCP, os último jogos da sua vida. Começava a manifestar-se a terrível doença que poucos anos depois ceifou a sua vida. Um acontecimento trágico que depois seria repetido com o próprio Francisco. A mesma doença, um fim diferente mas igualmente trágico. Os dois são figuras lendárias do futebol Português. Juntamente com José de Alvalade, igualmente desaparecido de forma precoce foram três figuras de grande importância das primeiras décadas do SCP.

Nesse jogo os Stromps estavam acompanhados pelos três homens que tinham desertado do nosso clube no ano anterior: Artur José Pereira, Boaventura Silva e Augusto Paiva Simões. Em particular A. J. Pereira, deu aos verdes uma capacidade consistência e capacidade competitiva que nunca tinham tido nos primeiros dez anos após a fundação. Dez anos de humilhações e pior ainda de desistências a meio da competição, frequentemente alegando futilidades. Da primeira vez mesmo roubando 8 jogadores ao Benfica foram travados pelo Carcavellos FC. As vitórias só chegaram com a força bruta do dinheiro e só à segunda tentativa...

Na equipa verde ao lado do já consagrado defesa Amadeu Cruz começava a despontar Jorge Vieira, um nome que viriam a ser importante no SCP e na selecção nacional. Dos restantes com excepção do Inglês Armour já em final de carreira, não há nada de relevante a dizer. Bateram bem e tiveram o mérito de formar uma equipa que naquele dia foi mais consistente do que a nossa equipa.

O jogo decorreu num ambiente já de grande rivalidade clubística. Da inveja verde até algumas quezílias internas no Benfica, a rivalidade crescia num terreno fértil deixado pelo gradual esvaziamento da capacidade competitiva do CIF. Finalmente, com o eclipse do clube dos Pinto Basto os "viscondes" conseguiam arranjar forma$ de conseguirem ter alguma rivalidade connosco. Os "viscondes" como várias outras vezes viria a acontecer no futuro atraíram jogadores e treinadores ganhadores no Benfica. Antes como agora.

Apesar do campeonato dessa época ter sido conquistado por Cosme e seus pares, nesse dia os verdes conseguiriam vencer o Benfica. Vitória por 2-1 e a Taça Amadora foi para o SCP. Os golos foram todos marcados na primeira parte, o primeiro foi para a nossa equipa, marcado por Herculano Santos mas depois a falta de pernas acabou por fazer diferença. A nossa equipa estava a começar a dar sinais de veterania. Os golos de Armour e Perdigão concretizaram a reviravolta.

Pelas crónicas percebe-se que o jogo foi geralmente duro. A equipa do SCP usou de processos considerados pouco desportivos com particular distinção para a violência de Perdigão e Francisco Stromp. Alegaram alguns dos nossos jogadores que o árbitro espanhol permitiu um jogo violento.

Globalmente, o SCP terá jogado mais e melhor. Mereceu a vitória. Artur José Pereira, do lado do SCP foi salientado pelo bom jogo. Apesar de ter falhado uma grande penalidade ele era bem o factor decisivo. Formado no Benfica dava vantagem ao seu novo clube e por lá ficaria mais uns três anos antes de iniciar a grande aventura Belenense.


Os ecos do jogo


No final os dois empresários Amadorenses ofereceram um Copo d'água às duas equipas, árbitros e imprensa. Entre os presentes papel de destaque para o Dr. José Pontes, jornalista e uma das figuras mais importantes do dirigismo desportivo do princípio do Séc. XX. Esteve também Ávila de Mello, jornalista e dirigente do nosso clube, que mais tarde chegaria a Presidente do SLB, tendo sido um dos homens que depôs Cosme Damião em 1926. Do lado do SCP falou o presidente Daniel Queiroz dos Santos. Um nome conhecido no nosso Clube. Nada menos que um dos integrantes da nossa primeira equipa que em 1 de Janeiro de 1905 venceu por 1-0 o Campo de Ourique... Um dos que desertaram em Maio de 1907.

Depois falaria Cosme Damião que dirigindo-se aos jogadores do Benfica recomendou que continuassem a trabalhar e a ser "amigos do Sport porque nele vivia a esperança de que a derrota d'um dia podia ser o indício de victórias a obter". Este discurso tocou fundo os nosso jogadores que não estavam habituados a perder. De tal forma que decidiram oferecer ao Clube as miniaturas da Taça da Amadora que lhes tinham sido entregues. Em particular Cândido de Oliveira e Francisco Pereira tomaram a palavra para pedir a desforra de forma emotiva. Apesar de ser um hábito nesse tempo, essa desforra não foi aceite pelo capitão do SCP, Francisco Stromp que alegando condicionantes do calendário desportivo remeteria o próximo jogo para um compromisso oficial. E assim seria.


Identificações

Por fim, como nesse tempo a distribuição dos jogadores era algo rígida, é pois relativamente fácil fazer a identificação no campo. Penso que muito porvavelmente estas identificações estarão correctas.


Nota-se a presença de dois árbitros de campo e dois de baliza, facto comum para a época. Cheguei a pensar que os árbitros de baliza seriam os treinadores mas na verdade depois de umas perguntas fiquei com a indicação de que seriam mesmo árbitros de baliza.

Regista-se ainda para o detalhe de que quase de certeza os irmãos Pereira, dois filhos de Belém, jogaram um contra o outro na zona central do campo. Papéis importantes nas respectivas equipas. Irmãos e nesse dia rivais. Terá sido uma experiência interessante para ambos.

Foi um dia de festa e que serviu para os nossos jogadores na refrega perceber que havia que lutar mais e melhor. Havia que cerrar os dentes e fileiras para dar a resposta cabal àquela derrota. E assim seria. Nos dois anos seguintes o nosso Clube apesar de alguns reveses voltaria a vencer o Campeonato Regional de Lisboa. Arrasadores! Gloriosos e arrasadores!

É possível que um dia destes volte a este jogo.

RedVC

#327
-76-
Huelva 1910, pequeno manual para verdes I's


Equipa Portuguesa, representante de uma Selecção de Lisboa, 27 de Agosto de 1910.
Fonte: Em Defesa do Benfica

Imagem já conhecida. Huelva, 1910 encontro de futebol amigável entre uma selecção de Huelva e uma Selecção de Lisboa.

Alberto Miguéns já explicou de forma objectiva e rigorosa o contexto e os detalhes deste jogo. Fica claro que a alegação de que Cosme Damião jogou uma vez no SCP é falsa. A única coisa que é rigorosa é que por conveniência foi necessário usar os equipamentos Stromp. Não se estranhe pois na época era relativamente comum.

Em 3 de Outubro 2011 : http://em-defesa-do-benfica.blogspot.pt/2011/10/ser-ou-nao-ser-eis-questao.html

E em 18 Agosto 2015: http://em-defesa-do-benfica.blogspot.pt/2015/08/cosme-damiao-no-sporting-olhe-que-nao.html

Assim, para além das fontes que foram indicadas por esse grande Benfiquista nesses artigos, deixo aqui mais duas fontes contemporâneas que me parecem esclarecedoras.

Uma do lado Português:


Fonte: Tiro e Sport nº 453, pág 14 de 30 Setembro 1910.

Como se pode ler apenas se fala em grupo Portuguez e grupo Hespanhol. Não falam uma vez que seja em Benfica, Sporting, ou Sport União Belenense (os três clubes representados). Só "grupo Portuguez".

Outra do lado espanhol:


Fonte: La Correspondencia de Espana de 28 Agosto 1910.

Como se pode ler apenas se fala em Asociacíon de Lisboa.

E para facilitar, aqui ficam aqui as identificações:


Assim, resumindo:

Selecção de Lisboa

Sporting Clube de Portugal - Augusto Freitas, António Couto, António Stromp, Francisco Stromp, António Rosa Rodrigues e João Bentes.

Sport Lisboa e Benfica - Cosme Damião, Henrique Costa, António Costa e Luís Vieira.

Sport União Belenense - Francisco Belas

Os citados Francisco Santos (SCP), Carlos Sobral (CIF) e Eduardo Luís Pinto Basto (CIF) acabaram por não alinhar.

E já agora não inventem. Nessa época (1909/1910) o campeão da mais importante competição Nacional, ou seja o Campeonato Regional de Lisboa foi o CIF, Clube Internacional de Futebol. Na época seguinte (1910/1911) o campeão foi o Sport Lisboa e Benfica. O primeiro título  conquistado pelo SCP foi em 1914/1915 ou seja 8-9 anos depois da fundação do clube.

Assim fica aqui um pequeno manual gráfico para que qualquer Benfiquista possa mostrar aos verdes I's.

Por verdes I's entendem-se sapos Ignorantes ou Imbecis que persistam em imaginar um Cosme Damião que "jogou no SCP".

Serve este manual para que esses verdes I´s possam acabar de vez com as suas tretas históricas sejam elas resultantes de ignorância preguiçosa ou de má-fé idiota.

Fique claro que entendo que no SCP existe gente lúcida, séria e intelectualmente honesta. Os Ignorantes preguiçosos têm eventualmente cura. Já Idiotas de má-fé, enfim o problema é deles. Se vão passar a vida nisto então pouco mais há a fazer. Mas pelo menos levam com a verdade histórica em cima.

Aqui o trabalho está facilitado. E com bonecos fica mais fácil.

Boas leituras.



Lorne Malvo

Curioso como os sportinguistas pretendem utilizar essa falácia de o Cosme Damião ter jogado uma vez pelo Sporting para o menorizar ou ridicularizar perante os benfiquistas.

Todos os factos e provas desmentem claramente isso, mas quero realçar que mesmo que isso fosse verdade, da minha parte só iria aumentar ainda mais a estima e o respeito que sinto por um dos nossos principais fundadores. Se mesmo após tudo aquilo que o Sporting fez ao Benfica, uma das nossas principais figuras tivesse aceite jogar um amigável por eles, na minha opinião isso só teria demonstrado ainda mais a sua classe e forma de estar na vida, bem como enaltecer os valores, princípios e forma de estar no desporto com os quais o Benfica foi criado.

Mais um tiro ao lado do execrável revisionismo lagarto.

RedVC

#329
Sim, tudo serve para glorificar o seu verdadeiro clube: o Anti-Benfica.
É triste ser-se movido pela inveja, pelo despeito e pela mágua.
Lagartixas. Alguns são leões mas a maioria é como diz o presidente do Marítimo, são lagartixas que nunca chegam a jacarés- Mas pensam que sim.
A maior parte são ignorantes dos factos que vou a seguir contar mas na verdade há razões recuadas para estes episódios.

Assim aproveito para salientar aqui mais alguns detalhes históricos que os verdes I's desconhecem.

-77-
Extinções e fusões, pequeno manual para verdes I's

Algures pela década de 60 Cândido Rosa Rodrigues fez declarações polémicas que nunca bateram certo com qualquer outro depoimento. Segundo ele o Sport Lisboa foi extinto quando os 8 desertores saíram para o SCP. Segundo CRR, foi um elemento despeitado que decidiu manter o clube sem autoridade para o fazer. Falava claro de Cosme Damião. E segundo CRR, Cosme te-lo-à feito por não ter sido admitido no clube verde e elitista onde pretendia jogar. Imagine-se. Continuando a história disse depois que Cosme foi ter com o Grupo Sport Benfica para formar um "outro" clube. Vale o que vale.

E valerá muito? É preciso respeitar um fundador mas na realidade existem factos que demonstram o contrário. Se não vejamos:

Em Maio de 1907 saíram 8 jogadores para o SCP. Os restantes ficaram durante algum tempo desmobilizados mas depois deu-se um movimento entusiástico liderado por Cosme Damião, Félix Bermudes e Marcolino Bragança. Outros houve como Luís Viera, João Persónio, etc, etc. Alguns partiram de forma breve mas assim que se aperceberam da resistência voltaram rapidamente. Assim o clube continuou a ter dezenas de sócios-jogadores como aliás se viu depois na lista da fusão em que o Sport Lisboa indicou cerca de 54 membros.

A resistência foi igualmente liderada por Manuel Gourlade e apadrinhada pelo Conde do Restelo e pelo seu irmão. Um deles não me lembro qual continuou a ser sócio. Gourlade, a primeira águia, fundador e a principal figura do clube nos 4-5 primeiros anos liderou aliás uma subscrição pública que permitiu salvar o clube. Note-se a principal figura do clube. O homem que terá tido a ideia de juntar os Catataus aos Casapianos da Associação do Bem. Não era um qualquer despeitado. Era Manuel Gourlade.

Depois, sabe-se que o clube Sport Lisboa foi inscrito para disputar o campeonato Regional de Lisboa de 1907/1908. Foi inscrito pelo Professor Silvestre da Silva, Casapiano e integrante (ao lado de Cândido Rosa Rodrigues) da primeira equipa oficial do Sport Lisboa. Foi aliás Silvestre da Silva o homem que marcou o primeiro golo da nossa história em 1 de Janeiro de 1905 como Alberto Miguéns provou.


António Rosa Rodrigues, Silvestre da Silva, Cândido Rosa Rodrigues e José Rosa Rodigues

Silvestre da Silva inscreveu o clube como Sport Lisboa. Não foi com outro nome qualquer. Foi aceite a inscrição e o clube competiu com esse nome jogando contra o Sporting. Ou seja não foi extinto coisíssima nenhuma.

Aliás tanto quanto sei embora sem o rigor que a consulta de documentos originais me poderia dar - os Rosa Rodrigues continuaram a ser sócios do Sport Lisboa durante algum tempo mesmo depois de saírem para o SCP. Ao que sei o irmão mais velho, José ficou no nosso clube até 1909 e o mais novo Jorge ainda jogou nas nossa equipas como guarda-redes até 1912. Não está mal... Cinco anos depois da "extinção"... Lá se foi o argumento.

Depois em Setembro de 1908 deu-se a fusão entre o SL e o GSB. E ironia das ironias de que Cândido Rosa Rodrigues já não se devia lembrar: em 1909 o seu irmão António Rosa Rodrigues, jogador do SCP decidiu jogar duas partidas do campeonato pelo Sport Lisboa e Benfica! Ao que julgo ARR não jogava muito pois estava tapado por António Stromp, mais novo e em melhor forma. ARR voltou pois a jogar com o manto sagrado, uma contra o CIF e outra contra o Gilman. E usou a sua velha e gloriosa camisola vermelha. Não está mau, pois não...


Sport Lisboa e Benfica, 1909.
António Rosa Rodrigues é o primeiro sentado a contar da esquerda.

Repare-se como ARR é o único que usa a velha e gloriosa camisola de flanela vermelha. A camisola do Sport Lisboa, o clube que tal como o Grupo Sport Benfica se passou a chamar Sport Lisboa e Benfica. Chama-se a isso uma fusão. Não se chama fundação. E explica-se com bonecos para verdes I's.


Em remate: nada do que disse quer colocar em causa a grande figura que foi CRR. Merece ser lembrado com carinho pelos Benfiquistas. Nunca se renega um pai mesmo que os caminhos se separem num dado momento. CRR e os restantes Rosa Rodrigues resolveram assumir-se elitistas e deixaram o clube que ajudaram a criar. Ficou-lhes a amargura de que o clube não terá sido o que eles queriam. E queriam tanto que gostariam que tivesse terminado. Não terminou. Felizmente outros acreditaram e lutaram e souberam dar-lhe consistência. Nem sempre os filhos se tornam o que os pais pretendem. E a beleza da coisa é que muitas vezes os pais são suplantados pelos filhos. E ainda bem que assim é.