SuperLiga Europeia

jase25

E nem vale a pena entrarmos em discussões sobre outros desportos, porque isso então é de rir.

Theroux

A Eredivise tem quase o dobro das assistências e onde está? Pois.

A organização é fundamental mas os grandes em Portugal, com muita, pouca ou nenhuma organização, estão condenados a ser cada vez mais pequenos a nível europeu. Com os novos contratos ainda vai dar para disfarçar, mas na próxima década isso vai-se tornar cada vez mais evidente.

Epá, o Stoke acabou de dar 24M€ por um jogador. SEM o dinheiro do novo contrato. O futuro é isto, o resto é assobiar para o lado.

Chuck

Citação de: jase25 em 04 de Março de 2016, 04:46
Citação de: Chuck em 04 de Março de 2016, 04:42
Citação de: jase25 em 04 de Março de 2016, 04:34
Citação de: Chuck em 04 de Março de 2016, 04:29
Também não estou a ver como é que estádio novos vinham resolver o problema de alguns clubes. É que a maioria nem estáveis estão, tem problemas de fundos que, em condições normais, alguns já nem existiriam.
Não são os estádios por si que fariam esse trabalho. Quando (eu pelo menos) falo em estádios, falo em modelos de marketing modernos ao invés do habitual cartaz com um WordArt foleiro no café da terra a dizer que há jogo.

Métodos reais de captação de público. Fidelização.

Caramba, se o cinema de Hollywood consegue meter o povo todo entusiasmado, o futebol não consegue porquê? Se enchemos festivais de música dos mais variados estilos por esse país fora por que razão não temos estádios bem compostos?

É como disseram aí atrás, o futebol português está nos anos 70. Os que não estão são naturalmente os clubes maiores, que se modernizaram.

Isso também tem um custo associado, que muitos não têm sequer capacidade financeira para o fazer. Mas entendo o que dizes e dando o exemplo do Feirense, o clube de divisões inferiores que conheço mais a fundo, deram um grande salto nesse aspeto. Estão muito mais ativos nas redes sociais, fazem campanhas, passatempos, até algo com sentido de humor fizeram, depois de derrotarem o Porto, com o Jaimão, adepto confesso deles. Até foi à loja do clube fazer-se sócio.

Coisas destas.No entanto a época aproxima-se do final, o Feirense joga com não via há anos, tem condições para subir e para já mete umas 1000 pessoas no estádio. No último fim-de-semana, jogo em casa do candidato Famalicão, que dista a uns 50km, autocarro + bilhete a 10€ e teve que ser cancelado, por não ter enchido.

Muitas vezes, fazer as coisas certas e bem não é sinónimo de resultados práticos.
Às vezes, se calhar também é preciso ter noção que há certos projetos que simplesmente não são viáveis. E que o seu fim não é algo que se deva excluir. Não estou a falar especificamente do Feirense porque não conheço, mas a mania portuguesa de que cada rua tem de ter um clube ou uma associação resulta muitas vezes nesse tipo de falhanços.

Claro que isto não é uma fórmula milagrosa. Não se cria uma cultura num ano.

Claro mas o exemplo que te dei foi do clube histórico de um município com 140 000 habitantes, que não tarda faz 100 anos. Se falhanços destes acontecem aqui, o que dizer de metade das equipas que anualmente participam na 1ª Liga.

jase25

Citação de: Zimmerman em 04 de Março de 2016, 04:50
Dou nota positiva ao Estoril por ter aproveitado, e bem, o dinheiro acumulado com as presenças na Liga Europa e ter ampliado o seu estádio com uma bela bancada atrás de uma das balizas. Já é um estádio muito mais agradável, tanto nas transmissões pela televisão, mas também para adeptos do Benfica que se deslocam ao estádio. Cria uma atmosfera muito mais envolvente e apelativa ao amante do desporto-rei.
Mesmo assim é estádio a mais para público a menos. Ver um jogo do Estoril sem ser contra um grande é deprimente. Bancadas vazias.

Glorificus

Citação de: Gottschalk em 04 de Março de 2016, 04:49
Citação de: Glorificus em 04 de Março de 2016, 04:41
Citação de: Gottschalk em 04 de Março de 2016, 04:34
Citação de: Tijuana em 04 de Março de 2016, 04:29
Citação de: Glorificus em 04 de Março de 2016, 04:16
Citação de: Aka em 04 de Março de 2016, 04:11
Citação de: Glorificus em 04 de Março de 2016, 04:08
Citação de: Gottschalk em 04 de Março de 2016, 01:34
O Sevilha, o Valência e o Atlético de Madrid, por exemplo, têm essas receitas muito maiores por jogarem em Espanha e não passaram a ser colossos míticos do futebol europeu por isso. São clubes regionais.

Negar que a grandeza do Benfica é indissociável de sermos o maior clube português e de estarmos intimamente ligados a Portugal e a tudo que é ser português, é negar o ADN do clube. A nossa grandeza europeia vem através de sermos "O" clube português, de dominarmos desportiva e socialmente cá dentro, e de Portugal ter assento nas provas continentais da Europa.

Noutro cenário, inseridos em Espanha por exemplo, não seríamos metade do que somos hoje.

Então e como explicas o "fenómeno" Barcelona?

É o anti-Madrid, o anti-Monarquia, o anti-Espanha.


Ou é a sua identidade, os seus adeptos e a sua região. E sobretudo a ligação que todos eles sentem pelo clube. Se a catalunha fosse independente tenho a certeza que o Barcelona nunca tinha atingido o patamar que atingiu. Mas o facto de Barcelona ser tudo o que Gottschalk diz que o Benfica seria numa liga ibérica não impediu o clube de ser o que é hoje.

Isso também são factos.

bravo. conseguiste encontrar uma árvore preta numa floresta verde. bilbao, valencia, sevilha, corunha, etc, etc.. depois há o barcelona, que destoa.

O Benfica para ser um Barcelona numa Liga Ibérica tinha que:

1. Ter todo o Portugal como o seu farm system. Sportings, Portos, Bragas, iam todos com o caralho. Só passava efectivamente a existir um clube para representar Portugal na LI: o Benfica.

2. Todos os apoios financeiros e governamentais teriam de ir para o Benfica.

3. Com todo o futebol português destruido e posto ao serviço do Benfica, teríamos também de fomentar um certo ódio anti-Castela (ou Espanha) para reunir toda a gente à volta do nosso projecto enquanto cinicamente beneficiávamos de disputar a Liga deles.

Não é preciso dizer a patetice desastrosa que isto significaria para o futebol nacional.

Nunca disse que era bom para o futebol nacional. Só que podia ser muito bom para o Benfica. e como gosto mais do Benfica que do futebol nacional. E não era preciso esse cataclismo que dizes. São visões e ideologias. Cada qual tem as suas e é livre de as ter.

O Benfica é indissociável do futebol nacional e do nosso país.

Destruir o futebol nacional para alimentar aquilo que é essencialmente uma fuga para a frente, uma quimera iberista à procura de milhões fáceis, é algo que devia envergonhar-nos enquanto benfiquistas e portugueses.

Sim, o Tugão está cheio de desorganização e corrupção. Tem muito por onde melhorar e deve melhorar. Mas é nosso. É o nosso património colectivo. E isso nunca deve estar à venda.

Não é só corrupção e desorganização. E não vamos perder identidade ou patrimonio cultural português por causa disso. Tanto que em Barcelona cada vez têm mais. Se fores ver o exemplo no Reino Unido não tenho duvidas que se o Celtic jogasse a Premier League hoje podia fazer parte dos grandes clubes do reino unido. E olha como estão.

jase25

Citação de: Chuck em 04 de Março de 2016, 04:53
Citação de: jase25 em 04 de Março de 2016, 04:46
Citação de: Chuck em 04 de Março de 2016, 04:42
Citação de: jase25 em 04 de Março de 2016, 04:34
Citação de: Chuck em 04 de Março de 2016, 04:29
Também não estou a ver como é que estádio novos vinham resolver o problema de alguns clubes. É que a maioria nem estáveis estão, tem problemas de fundos que, em condições normais, alguns já nem existiriam.
Não são os estádios por si que fariam esse trabalho. Quando (eu pelo menos) falo em estádios, falo em modelos de marketing modernos ao invés do habitual cartaz com um WordArt foleiro no café da terra a dizer que há jogo.

Métodos reais de captação de público. Fidelização.

Caramba, se o cinema de Hollywood consegue meter o povo todo entusiasmado, o futebol não consegue porquê? Se enchemos festivais de música dos mais variados estilos por esse país fora por que razão não temos estádios bem compostos?

É como disseram aí atrás, o futebol português está nos anos 70. Os que não estão são naturalmente os clubes maiores, que se modernizaram.

Isso também tem um custo associado, que muitos não têm sequer capacidade financeira para o fazer. Mas entendo o que dizes e dando o exemplo do Feirense, o clube de divisões inferiores que conheço mais a fundo, deram um grande salto nesse aspeto. Estão muito mais ativos nas redes sociais, fazem campanhas, passatempos, até algo com sentido de humor fizeram, depois de derrotarem o Porto, com o Jaimão, adepto confesso deles. Até foi à loja do clube fazer-se sócio.

Coisas destas.No entanto a época aproxima-se do final, o Feirense joga com não via há anos, tem condições para subir e para já mete umas 1000 pessoas no estádio. No último fim-de-semana, jogo em casa do candidato Famalicão, que dista a uns 50km, autocarro + bilhete a 10€ e teve que ser cancelado, por não ter enchido.

Muitas vezes, fazer as coisas certas e bem não é sinónimo de resultados práticos.
Às vezes, se calhar também é preciso ter noção que há certos projetos que simplesmente não são viáveis. E que o seu fim não é algo que se deva excluir. Não estou a falar especificamente do Feirense porque não conheço, mas a mania portuguesa de que cada rua tem de ter um clube ou uma associação resulta muitas vezes nesse tipo de falhanços.

Claro que isto não é uma fórmula milagrosa. Não se cria uma cultura num ano.

Claro mas o exemplo que te dei foi do clube histórico de um município com 140 000 habitantes, que não tarda faz 100 anos. Se falhanços destes acontecem aqui, o que dizer de metade das equipas que anualmente participam na 1ª Liga.
Certo. Mas por exemplo, imagina que o Feirense até se consilidava na primeira. O Pepa ao que tudo indica é um bom treinador, ficava lá, jogavam bom futebol e pronto. Com uma campanha a sério, com tempo, os frutos aparecem. É o que acho.

Tijuana

A propósito do futuro do futebol:

http://observador.pt/2016/03/03/aleluia-vao-principio-mudar-algumas-regras-do-futebol/



O ponto 2 vai ser bestial quando o União quiser perder tempo com o SLB.


Ponto 4 há muito que defendo isso.

Godescalco

Como o Benfica é "muito pequeno para Portugal" sempre podem recolocar o clube numa cidade com mais "potencial económico" que a pobre capital do nosso país, eternamente condenada a uma economia anémica que não pode competir com outras grandes urbes europeias.

Paris por exemplo. Sport Lisboa e Benfica sedeado em Paris. Muitos milhões para explorar e lutar pela Champions todos os anos.

Visto que o futebol nacional não interessa, é escancarar a loja.

Theroux

Citação de: Kvatch em 04 de Março de 2016, 04:52
Citação de: Theroux em 04 de Março de 2016, 04:43
O que manda nas ligas são os €€€ das transmissões, e o que gera €€€ é a organização de quem manda na liga, que na prática são os clubes, e quem manda nos clubes são os sócios que elegem os dirigentes, e que manda nos sócios é a educação/cultura em que estão inseridos, que em Portugal é uma miséria.

Só há uma diferença entre a Premier League e todas as outras ligas: organização. É só isso. Eles organizaram-se há 25 anos e hoje limitam-se a colher os frutos disso.

Mas mesmo uma excelente organização não é capaz de eliminar as Big Five. 10 milhões de pessoas vão ser sempre 10 milhões de pessoas (e uma economia anémica), é fisicamente impossível o Benfica dar a volta a isso, a não ser que um tipo compre o clube e injecte 100M€ a fundo perdido todas as épocas.

Em que te baseias para dizeres que a Premier League é diferente de todas as outras pela organização?

Porque não dás o exemplo da Bundesliga que tem as maiores médias de assistências, clubes com as finanças saneadas e, ao contrário dos ingleses, os clubes são propriedade dos sócios e não de russo-árabes?

Isto sim, é organização. Mantém-se no topo sem recorrer ao investimento desenfreado.

Era muito fácil a Bundesliga chegar ao patamar da EPL. Muito fácil. Era abolir a regra dos 50+1 que não iam faltar compradores para investir na maior economia europeia, com 80M de habitantes, maiores cidades e maior poder de compra que os ingleses.


Sabes onde estaria a EPL se os Abramovichs não tivessem, a partir deste novo século, investido milhares de milhões nos clubes?

Estava como estava há 20 anos. Ia valer-lhes de muito a organização.


A única coisa em que lhes tiro o chapéu é na capacidade promotora daquele campeonato. Tudo o resto foi facilitado pelos petro-dólares.

O PSG também não passou a ser um clube super organizado. Passou é a contar com um plafond infinito para investir no clube, assinado por um sheik qualquer.

Se entramos por aí então também temos de começar a somar as centenas de milhões que foram injectados nos clubes alemães, ou a Audi, por exemplo não é accionista do Bayern?

A Premier League foi pioneira, por isso é que hoje está onde está. Foram os primeiros, viram muito além de todos os outros.

Até prefiro o modelo da Bundesliga, mas não há como negar que a Premier League é um monstro que nem sequer dá para comparar com a Bundesliga, onde há um rei, um príncipe, e o resto vai tentando fazer uma gracinha. E eles sempre tiveram donos, isso não mudou.

jase25

Citação de: Theroux em 04 de Março de 2016, 04:52
A Eredivise tem quase o dobro das assistências e onde está? Pois.

A organização é fundamental mas os grandes em Portugal, com muita, pouca ou nenhuma organização, estão condenados a ser cada vez mais pequenos a nível europeu. Com os novos contratos ainda vai dar para disfarçar, mas na próxima década isso vai-se tornar cada vez mais evidente.

Epá, o Stoke acabou de dar 24M€ por um jogador. SEM o dinheiro do novo contrato. O futuro é isto, o resto é assobiar para o lado.
Pá, isso é tudo muito bonito, podes meter esses milhões todos no Tugão mas se continuares com estádios vazios é mais do mesmo, só que com mais dinheiro.

Godescalco

Citação de: Glorificus em 04 de Março de 2016, 04:55
Citação de: Gottschalk em 04 de Março de 2016, 04:49
Citação de: Glorificus em 04 de Março de 2016, 04:41
Citação de: Gottschalk em 04 de Março de 2016, 04:34
Citação de: Tijuana em 04 de Março de 2016, 04:29
Citação de: Glorificus em 04 de Março de 2016, 04:16
Citação de: Aka em 04 de Março de 2016, 04:11
Citação de: Glorificus em 04 de Março de 2016, 04:08
Citação de: Gottschalk em 04 de Março de 2016, 01:34
O Sevilha, o Valência e o Atlético de Madrid, por exemplo, têm essas receitas muito maiores por jogarem em Espanha e não passaram a ser colossos míticos do futebol europeu por isso. São clubes regionais.

Negar que a grandeza do Benfica é indissociável de sermos o maior clube português e de estarmos intimamente ligados a Portugal e a tudo que é ser português, é negar o ADN do clube. A nossa grandeza europeia vem através de sermos "O" clube português, de dominarmos desportiva e socialmente cá dentro, e de Portugal ter assento nas provas continentais da Europa.

Noutro cenário, inseridos em Espanha por exemplo, não seríamos metade do que somos hoje.

Então e como explicas o "fenómeno" Barcelona?

É o anti-Madrid, o anti-Monarquia, o anti-Espanha.


Ou é a sua identidade, os seus adeptos e a sua região. E sobretudo a ligação que todos eles sentem pelo clube. Se a catalunha fosse independente tenho a certeza que o Barcelona nunca tinha atingido o patamar que atingiu. Mas o facto de Barcelona ser tudo o que Gottschalk diz que o Benfica seria numa liga ibérica não impediu o clube de ser o que é hoje.

Isso também são factos.

bravo. conseguiste encontrar uma árvore preta numa floresta verde. bilbao, valencia, sevilha, corunha, etc, etc.. depois há o barcelona, que destoa.

O Benfica para ser um Barcelona numa Liga Ibérica tinha que:

1. Ter todo o Portugal como o seu farm system. Sportings, Portos, Bragas, iam todos com o caralho. Só passava efectivamente a existir um clube para representar Portugal na LI: o Benfica.

2. Todos os apoios financeiros e governamentais teriam de ir para o Benfica.

3. Com todo o futebol português destruido e posto ao serviço do Benfica, teríamos também de fomentar um certo ódio anti-Castela (ou Espanha) para reunir toda a gente à volta do nosso projecto enquanto cinicamente beneficiávamos de disputar a Liga deles.

Não é preciso dizer a patetice desastrosa que isto significaria para o futebol nacional.

Nunca disse que era bom para o futebol nacional. Só que podia ser muito bom para o Benfica. e como gosto mais do Benfica que do futebol nacional. E não era preciso esse cataclismo que dizes. São visões e ideologias. Cada qual tem as suas e é livre de as ter.

O Benfica é indissociável do futebol nacional e do nosso país.

Destruir o futebol nacional para alimentar aquilo que é essencialmente uma fuga para a frente, uma quimera iberista à procura de milhões fáceis, é algo que devia envergonhar-nos enquanto benfiquistas e portugueses.

Sim, o Tugão está cheio de desorganização e corrupção. Tem muito por onde melhorar e deve melhorar. Mas é nosso. É o nosso património colectivo. E isso nunca deve estar à venda.

Não é só corrupção e desorganização. E não vamos perder identidade ou patrimonio cultural português por causa disso. Tanto que em Barcelona cada vez têm mais. Se fores ver o exemplo no Reino Unido não tenho duvidas que se o Celtic jogasse a Premier League hoje podia fazer parte dos grandes clubes do reino unido. E olha como estão.

Não se pode sacrificar todo o futebol nacional e mandar tudo para a sarjeta só para alimentar uma quimera dessas. Não é apenas irrealista, é indigno. O Benfica fez-se grande em, com e para Portugal. E com os seus adversários e rivais do mesmo país.

O Benfica poder ir a Famalicão ou Viseu jogar não é mau. É bonito. O Tugão precisa de uma revolução, de ser repensado. Sou a favor disso tudo. Sou frontalmente contra vender e destruir o futebol nacional.

Chuck

Citação de: jase25 em 04 de Março de 2016, 04:55
Citação de: Chuck em 04 de Março de 2016, 04:53
Citação de: jase25 em 04 de Março de 2016, 04:46
Citação de: Chuck em 04 de Março de 2016, 04:42
Citação de: jase25 em 04 de Março de 2016, 04:34
Citação de: Chuck em 04 de Março de 2016, 04:29
Também não estou a ver como é que estádio novos vinham resolver o problema de alguns clubes. É que a maioria nem estáveis estão, tem problemas de fundos que, em condições normais, alguns já nem existiriam.
Não são os estádios por si que fariam esse trabalho. Quando (eu pelo menos) falo em estádios, falo em modelos de marketing modernos ao invés do habitual cartaz com um WordArt foleiro no café da terra a dizer que há jogo.

Métodos reais de captação de público. Fidelização.

Caramba, se o cinema de Hollywood consegue meter o povo todo entusiasmado, o futebol não consegue porquê? Se enchemos festivais de música dos mais variados estilos por esse país fora por que razão não temos estádios bem compostos?

É como disseram aí atrás, o futebol português está nos anos 70. Os que não estão são naturalmente os clubes maiores, que se modernizaram.

Isso também tem um custo associado, que muitos não têm sequer capacidade financeira para o fazer. Mas entendo o que dizes e dando o exemplo do Feirense, o clube de divisões inferiores que conheço mais a fundo, deram um grande salto nesse aspeto. Estão muito mais ativos nas redes sociais, fazem campanhas, passatempos, até algo com sentido de humor fizeram, depois de derrotarem o Porto, com o Jaimão, adepto confesso deles. Até foi à loja do clube fazer-se sócio.

Coisas destas.No entanto a época aproxima-se do final, o Feirense joga com não via há anos, tem condições para subir e para já mete umas 1000 pessoas no estádio. No último fim-de-semana, jogo em casa do candidato Famalicão, que dista a uns 50km, autocarro + bilhete a 10€ e teve que ser cancelado, por não ter enchido.

Muitas vezes, fazer as coisas certas e bem não é sinónimo de resultados práticos.
Às vezes, se calhar também é preciso ter noção que há certos projetos que simplesmente não são viáveis. E que o seu fim não é algo que se deva excluir. Não estou a falar especificamente do Feirense porque não conheço, mas a mania portuguesa de que cada rua tem de ter um clube ou uma associação resulta muitas vezes nesse tipo de falhanços.

Claro que isto não é uma fórmula milagrosa. Não se cria uma cultura num ano.

Claro mas o exemplo que te dei foi do clube histórico de um município com 140 000 habitantes, que não tarda faz 100 anos. Se falhanços destes acontecem aqui, o que dizer de metade das equipas que anualmente participam na 1ª Liga.
Certo. Mas por exemplo, imagina que o Feirense até se consilidava na primeira. O Pepa ao que tudo indica é um bom treinador, ficava lá, jogavam bom futebol e pronto. Com uma campanha a sério, com tempo, os frutos aparecem. É o que acho.

Um bom treinador, por si só, não é garantia de consolidação na 1ª Liga. O treinador do Feirense na última passagem foi o Quim Machado. Aliás, o Pepa na 2ª nem é garantia de subida, apesar do bom plantel, dada a competitividade da competição.

A questão é que sem investimento externo, boa receita das assistências e/ou pés pouco assentes no chão por parte do presidente, não dá para pensar em consolidação a médio prazo. E não estou a ver nenhuma delas a acontecer, a não ser agora que têm lá um grupo nigeriano metido na SAD, só se for por aí.

Theroux

#732
Citação de: jase25 em 04 de Março de 2016, 04:59
Citação de: Theroux em 04 de Março de 2016, 04:52
A Eredivise tem quase o dobro das assistências e onde está? Pois.

A organização é fundamental mas os grandes em Portugal, com muita, pouca ou nenhuma organização, estão condenados a ser cada vez mais pequenos a nível europeu. Com os novos contratos ainda vai dar para disfarçar, mas na próxima década isso vai-se tornar cada vez mais evidente.

Epá, o Stoke acabou de dar 24M€ por um jogador. SEM o dinheiro do novo contrato. O futuro é isto, o resto é assobiar para o lado.
Pá, isso é tudo muito bonito, podes meter esses milhões todos no Tugão mas se continuares com estádios vazios é mais do mesmo, só que com mais dinheiro.

Estamos de acordo que a liga tem de dar uma volta de 180º, mas estava-me a referir à realidade global do futebol europeu e o que isso vai representar para o Benfica.

Mufete

Citação de: jase25 em 04 de Março de 2016, 03:06

(...)

E parece-me cada vez mais verdade que as pessoas estão a ficar fartas de artificialismos. Há por essa Europa fora cada vez mais uma cultura de revivalismo, e a tendência será essa cultura aumentar com os maus exemplos de gestão que se veem em vários clubes.

As pessoas gostam de ter identificação afetiva com os clubes (...)

(...)


Levantas bons pontos que, para mim, estão na base "filosófica" e cultural desta discussão.

Se por um lado, essa recusa do artificialismo se verifica principalmente no contexto europeu, não me parece que isso seja a regra a nível global.

Há cada vez mais os chamados "adeptos da pipoca", o que contra-balança (se é que não supera) a quantidade de adeptos "puristas" que querem a tal identificação com o clube.

E mais: se formos cínicos na análise, mesmo esses adeptos puristas são muitas vezes "levados" por um ideal fabricado e vendido por empresas que criam "marcas". O futebol hoje em dia é feito de marcas, quer estejamos a falar da marca revivalista do "Benfica clube popular", quer estejamos a falar da marca Man. United, que tem no seu estádio adeptos que nem saberão o 11 do clube mas assistem entusiasmados a um jogo da "marca United" como eu assistiria entusiasmado a um jogo da NBA, sem perceber quase nada de basket.

O que está em jogo aqui é isto.

Theroux

Jogar só com portugueses também era a "essência" do Benfica... até que os próprios sócios cagaram nisso, porque como é óbvio queriam ser tão competitivos quanto possível e não estavam interessados em ser adeptos do Bilbao português.

Esses fundamentalismos... Se a visão de Cosme Damião tivesse vingado hoje o Benfica era um clube das distritais. Facto.