Considerados por muitos como o substituto de Aimar, Fililp Djuricic chegou à Luz com rótulo de craque, mas rapidamente Jorge Jesus fez questão de afirmar após a apresentação do sérvio que este tinha mais parecenças com Saviola do que com o El Mago. Contudo, os números do arranque de Djuricic mostram que este está a muita distância de El Conejo.
Contratado no verão de 2009 ao Real Madrid, Saviola não teve dificuldades em impor-se no onze benfiquista, até porque chegou a Portugal com estatuto quase intocável, depois das experiências em Barcelona, Real Madrid, Monaco e Sevilha, que lhe conferiam grande experiência a nível do futebol europeu.
Por sua vez, Djuricic chegou à Luz proveniente do modesto Heenrenveen e, apesar das boas indicações deixadas na Holanda, tem sentido alguma dificuldade para se impor numa equipa com muitos reforços e onde o compatriota Lazar Markovic se começou a afirmar como estrala da companhia. A falta de minutos já levou inclusive o atacante encarnado a admitir que está em baixo de forma e com pouco ritmo.
Nas três partidas oficiais que as águias já realizaram esta temporada, Djuricic foi titular logo na primeira, no terreno do Marítimo, na ronda inaugural da Liga. No entanto, Jesus retirou o sérvio ao intervalo, num encontro onde os encarnados estiveram bem abaixo do esperado, acabando mesmo por perder.
Na segunda jornada, Filip foi lançado aos 68 minutos da partida com o Gil Vicente e ajudou o Benfica a operar a reviravolta no mercador e alcançar os 3 pontos, mas no dérbi lisboeta, frente ao Sporting, à 3.ª jornada, acabou por não sair no banco de suplentes. No total, Djuricic soma apenas 67 minutos jogados, divididos por duas partidas, e a única nota de destaque foi a assistência primorosa para Markovic apontar o golo da igualdade frente aos gilistas.
Saviola, a 13 de setembro de 2009, levava já um percurso digno de registo. Titular em todas as seis partidas - quatro na Liga e duas no playoff da Liga Europa - em que as águias realizaram, naquela que era também a época de estreia de Jesus no comando técnico das águias, o argentino apontou 3 golos e contabilizou um total de 435 minutos, quase mais 400 do que Djuricic.
Apesar da comparação feita por Jorge Jesus, o percurso de Djuricic de águia ao peito está longe de ter um arranque idêntico ao do pequeno avançado argentino, até porque este distinguia-se mais na movimentação sem bola e na finalização do que propriamente na movimentação com bola e no passe, à semelhança do que se passa com o sérvio. Mas só o tempo dirá, se o novo número 10 encarnado irá dar razão ao técnico português.