António Simões

António Simões

Nome completo
António Simões Costa
Posição
médio
Posição detalhada
Extremo Esquerdo
Número
11
Pé preferido
Direito
Altura
1.73 m
Data de nascimento
14 Dezembro 1943 (81 anos)
País
Portugal
Naturalidade
Corroios - Portugal
Internacionalizações
Internacional A
Periodo na equipa principal

1961-1975


Equipa Principal Jogos Minutos Cartões (A./V.) Golos
  1961/1962 24 2160 0 / 0 8  
Campeonato Nacional 11 990 0 / 0 3
Taça de Portugal 7 630 0 / 0 4
Taça dos Campeões Europeus 5 450 0 / 0 1
Taça Intercontinental 1 90 0 / 0 0
Amigáveis 6 0
  1962/1963 39 3510 0 / 0 10  
Campeonato Nacional 24 2160 0 / 0 10
AF Lisboa Taça de Honra 1ª Divisão 2 180 0 / 0 0
Taça de Portugal 5 450 0 / 0 0
Taça dos Campeões Europeus 6 540 0 / 0 0
Taça Intercontinental 2 180 0 / 0 0
Amigáveis 10 3
  1963/1964 38 3420 0 / 0 9  
Campeonato Nacional 25 2250 0 / 0 5
Taça de Portugal 9 810 0 / 0 2
Taça dos Campeões Europeus 4 360 0 / 0 2
Amigáveis 8 1
  1964/1965 34 2880 0 / 0 6  
Campeonato Nacional 16 1440 0 / 0 0
AF Lisboa Taça de Honra 1ª Divisão 2 0 0 / 0 1
Taça de Portugal 7 630 0 / 0 3
Taça dos Campeões Europeus 9 810 0 / 0 2
Amigáveis 4 0
  1965/1966 29 2610 0 / 0 7  
Campeonato Nacional 24 2160 0 / 0 7
Taça de Portugal 1 90 0 / 0 0
Taça dos Campeões Europeus 4 360 0 / 0 0
Amigáveis 4 0
  1966/1967 28 2520 0 / 0 4  
Campeonato Nacional 22 1980 0 / 0 3
Taça de Portugal 4 360 0 / 0 1
Taça das Cidades com Feira 2 180 0 / 0 0
Amigáveis 11 2
  1967/1968 33 2790 0 / 0 2  
Campeonato Nacional 19 1710 0 / 0 1
AF Lisboa Taça de Honra 1ª Divisão 2 0 0 / 0 1
Taça de Portugal 5 450 0 / 0 0
Taça dos Campeões Europeus 7 630 0 / 0 0
Amigáveis 9 1
  1968/1969 36 2950 0 / 0 5  
Campeonato Nacional 22 1884 0 / 0 2
Taça de Portugal 9 810 0 / 0 2
Taça dos Campeões Europeus 5 256 0 / 0 1
Amigáveis 11 1
  1969/1970 34 2905 0 / 0 8  
Campeonato Nacional 23 1959 0 / 0 3
Taça de Portugal 7 630 0 / 0 5
Taça dos Campeões Europeus 4 316 0 / 0 0
Amigáveis 7 0
  1970/1971 26 2273 0 / 0 1  
Campeonato Nacional 19 1657 0 / 0 0
Taça de Portugal 5 436 0 / 0 1
Taça das Taças 2 180 0 / 0 0
Amigáveis 13 3
  1971/1972 28 2478 0 / 0 5  
Campeonato Nacional 23 2045 0 / 0 4
Taça dos Campeões Europeus 5 433 0 / 0 1
Amigáveis 10 0
  1972/1973 37 3076 0 / 0 6  
Campeonato Nacional 29 2536 0 / 0 5
AF Lisboa Taça de Honra 1ª Divisão 2 0 0 / 0 0
Taça de Portugal 2 180 0 / 0 0
Taça dos Campeões Europeus 4 360 0 / 0 1
Amigáveis 13 0
  1973/1974 36 3010 0 / 0 2  
Campeonato Nacional 27 2244 0 / 0 2
Taça de Portugal 5 406 0 / 0 0
Taça dos Campeões Europeus 4 360 0 / 0 0
Amigáveis 6 1
  1974/1975 33 2576 0 / 0 0  
Campeonato Nacional 26 2075 0 / 0 0
Taça de Portugal 1 90 0 / 0 0
Taça das Taças 6 411 0 / 0 0
Amigáveis 11 1
Total Jogos Amigáveis 123 13
Total Jogos Oficiais 455 39158 0 / 0 73
Na equipa principal

Primeiro jogo

Último jogo


Por administrador a Quinta, 4 Setembro 2025

Shoky



Nome Completo: ANTÓNIO SIMÕES Costa
Posição: Extremo Esquerdo
Nacionalidade: Português (Internacional A)
Data de Nascimento: 14-12-1943
Número da Camisola: 11
Pé Preferido: Direito

Elvis the Pelvis

#1
António Simões Costa. Corroios. 14 de Dezembro de 1943. Avançado.
Épocas no Benfica: 14 (61/75). Jogos: 448. Golos: 70. Títulos: 10 (Campeonato Nacional), 5 (Taça de Portugal) e 1 (Taça dos Campeões).
Outros clubes: Estoril, Bóston Minutemen, San José Earthquakes e Dallas Tornado.
Internacionalizações: 46.



Quem diria que um jogador de futebol, pelas suas qualidade intrínsecas, a tantos heróis de banda desenhada pudesse ser comparado? Quem? Simões, António Simões, o genial extremo-esquerdo, que emergiu no começo da década de 60 e até meados da seguinte pontificou no Benfica. Ele era o Rato Mickey, na sua principal alcunha, imagem da agilidade em corpo minguado. Ele poderia ser o Speedy Gonzalez, conceito de rapidez, de velocidade. Ele poderia ser também o Astérix, noção de combatente, de indomável. Ele poderia ser ainda o Lucky Luck, ideal de oportunidade, de precisão. E porque parecia driblar mais rápido que a própria sombra, ele só poderia ser o nosso Simões. Que ao poema chamava finta.

Deu os primeiros passos na casa de pasto do pai, em Corroios, sem acompanhado por Amílcar, o irmão gémeo. Também por lá, um e outro ouviram as primeiras das depois recorrentes invectivas. O futebol jamais daria sustento, advogavam os pais, assim com quem água deita ao fogo da paixão. Aos 14 anos, já sem os carinhos e as censuras do progenitor, o Almada insistiu com a viúva, a D. Palmira, para que os jovens se inscrevessem nas fileiras do clube. Ao projectar dois sorrisos de orelha a orelha, a mãe permissão deu. Mesmo assim, António começou a trabalhar numa empresa de máquinas de escrever, enquanto Amílcar tão-pouco ingressou no Almada, optando pelos estudos, ele que mais tarde atravessaria o Atlântico, fixando-se no Brasil, no negócio livreiro.



Pouco tempo depois, o Belenenses haveria de convidar António Simões. Prometeram-lhe 15 escudos por treino, depois dos primeiros testes em Belém, mas os dirigentes do seu clube fizeram abortar a transferência ao exigirem compensação de 50 contos. Apareceu o Sporting, com a oferta de 750 escudos mensais. Passou a treinar-se em Alvalade, embora ao domingo actuasse pelo Almada, que a época ainda não havia terminado e o dinheiro também não chegara à margem esquerda do Tejo.

Num desses jogos, o experiente Fernando Caiado foi ao Montijo. A intenção era observar Jorge e Moreira, mas os olhos derreteram-se-lhe com a exibição do miúdo António. O Benfica investiu célere. A Corroios chegaria um cheque de cinco mil escudos para Simões, outro de meia centena de contos para o Almada.

Começou pelos juniores, no começo de uma arrancada fulgurante. Ainda em 1960, jogou por Portugal, em Viena, terceiro classificado seria no então Torneio Internacional da UEFA, uma espécie de Campeonato Europeu. No ano imediato, debutava José Maria Pedroto como treinador, Simões venceu o troféu, em Lisboa, numa altura em que Guttmann o havia já chamado para trabalhar com os seniores.

De repente, tinha o mundo a seus pés. Campeão nacional e europeu se fez, titularidade garantida, passou a ser peça obrigatória no xadrez encarnado. Tinha um futebol virtuoso. Amava o drible. Actuava sempre com rapidez, versatilidade e alegria. Roçava a perfeição. Parecia gnomo contra titã. "Às vezes trocava os pés e até os dedos no auge do esforço", confessava. Era verdade.



Momentos de volúpia foram mais que muitos. Sempre a serpentear pelos campos, ao longo de 14 anos no Benfica, coleccionou dez Campeonatos, cinco Taças de Portugal e uma dos Campeões Europeus. Rico palmarés esse, a que se soma o terceiro lugar no Mundial de Inglaterra. Sem pasmo que "Simões é, sem discussão também, o melhor extremo-esquerdo da Europa". O panegírico foi da autoria de Hermann Eppenhoff, treinador do Borússia de Dortmund. Tinha Simões 20 anos.

Em 1966, a campanha dos Magriços teve muito de Eusébio, mas dele também. De resto, ambos marcaram naquele alucinante jogo frente ao campeão Brasil de Pele. Ironicamente, o golo de Simões, que abriu o marcador, foi apontado com a cabeça. "Quando o Manga, guarda-redes brasileiro, de lágrimas nos olhos, me veio felicitar, mal a partida terminou, só sei que não consegui olhar para aquele gigante que estava a cumprimentar-me, depois de eu, quase um anão ao pé dele, lhe ter marcado um golo de cabeça". A mão, essa, estendeu; os olhos projectou no relvado.

O know-how de Simões foi, por mais do que uma ocasião, de grande utilidade para o Benfica. No clube assumiu o cargo de director desportivo. Simões e Benfica merecem-se. O Benfica lançou Simões. Simões projectou o Benfica. Em muitas das mais belas liturgias de cem anos de memórias.


Tópico: Memorial Benfica, Glórias
Autor: Ednilson
Link: http://serbenfiquista.com/forum/index.php?topic=22362.195

Vitor84

Só tenho pena de o não ter visto jogar assim como a sua geração.
Mas vi alguns dos jogos da selecção de 66 e achei o seu futebol muito desenvolvido para a altura

slbenfica_croft

Um esquerdino mto endiabrado, segundo as palavras do meu velho.

Golden

#4
Citação de: slbenfica_croft em 12 de Agosto de 2008, 14:10
Um esquerdino mto endiabrado, segundo as palavras do meu velho.

entao o "teu velho" diz a mesma coisa q o meu.

Ponta esquerda endiabrado, mt veloz e com uma finta curta mt rapida.

E hj em dia é dos pcs daquela sportv q sabe falar de bola, penso eu de que

Um Senhor :bow2:

tiago177

como é obvio nao vo criticar um campeao europeu plo slb...
mas irrita-me profundamente qd comenta os jogos do benfica...sp a deitar abaixo.
se calhar é por ser benfiquista mas que irrita...dass

Bola7

ponta esquerda mas não era canhoto....um dos melhores jogadores da historia do futebol português...

Corrosivo

Ao que consta, quando o Fernando Caiado o descobriu, ele iria observar outros 2 jogadores recomendados pelos olheiros do Benfica.

Mas quando viu o Simões disse para esquecerem os outros 2 miudos e ficarem com o Simões

pcssousa

Bola, recordas-te do que este sr. tentou fazer, por volta de 69 ou 70, juntamente com um conhecido advogado da nossa praça que mais tarde seria presidente da república?

Corrosivo

Citação de: pcssousa em 17 de Outubro de 2008, 13:07
Bola, recordas-te do que este sr. tentou fazer, por volta de 69 ou 70, juntamente com um conhecido advogado da nossa praça que mais tarde seria presidente da república?

enfim, isso ficou esquecido, e para mim ele foi mais manipulado pelo Sampaio que outra coisa, o Simões depois disse que ele sempre quis ficar no Benfica, queria era melhores condições

pcssousa

Citação de: Corrosivo em 17 de Outubro de 2008, 13:42
Citação de: pcssousa em 17 de Outubro de 2008, 13:07
Bola, recordas-te do que este sr. tentou fazer, por volta de 69 ou 70, juntamente com um conhecido advogado da nossa praça que mais tarde seria presidente da república?

enfim, isso ficou esquecido, e para mim ele foi mais manipulado pelo Sampaio que outra coisa, o Simões depois disse que ele sempre quis ficar no Benfica, queria era melhores condições
Claro, eu nem nunca culpei directamente o Simões mas sim o Sampaio, aliás soube desse episódio a partir da leitura de revistas da época e fiquei com toda a ideia de que realmente o Sampaio tinha "enganado" o Simões... só levantei esta questão para saber qual era a opinião dos mais velhos, uma vez que eu na altura estava muito longe de nascer!

Platini

Acabei de vir de uma conferência deste senhor, e só tenho a dizer q percebe muito de futebol.
Disse o q tinha a dizer, sem rodeios, abordou todos os temas colocados, muito bem, tinha-o em outra consideração.

Fiquei bastante surpreendido, pela positiva.

jborges

Citação de: tiago177 em 16 de Outubro de 2008, 18:52
como é obvio nao vo criticar um campeao europeu plo slb...
mas irrita-me profundamente qd comenta os jogos do benfica...sp a deitar abaixo.
se calhar é por ser benfiquista mas que irrita...dass
Talvez porque lhe incomoda ver no que se transformou o benfica que ele viveu!!!

Subsultans Papaver

Citação de: jborges em 11 de Março de 2009, 21:24
Citação de: tiago177 em 16 de Outubro de 2008, 18:52
como é obvio nao vo criticar um campeao europeu plo slb...
mas irrita-me profundamente qd comenta os jogos do benfica...sp a deitar abaixo.
se calhar é por ser benfiquista mas que irrita...dass
Talvez porque lhe incomoda ver no que se transformou o benfica que ele viveu!!!

Ora nem mais! Os verdadeiros benfiquistas são assim mesmo; sentem o clube acima de tudo e incomoda-lhes ver no que se tornou: um Benfiquinha amorfo e perdedor. 

Grande Simões, grande campeão!


LuigiSLB83

António Simões: «Gostava de ter sido esquerdino»

Um 11 eterno

Associando o número 11 ao extremo-esquerdo, António Simões permanece como a referência maior do jogo em Portugal e um dos mais extraordinários no Mundo, trono que só o violino Albano poderá discutir com armas iguais - Rogério de Carvalho foi um eterno exilado nas linhas; Chalana e Futre mascararam a função com o número 10; Jordão e Diamantino distinguiram-se com o 11 nas costas mas não como extremos-esquerdos.  António Simões nasceu com a bola colada aos pés e, vistas imagens do seu auge como jogador, fácil será reconhecer que viveu adiantado no tempo. Foi um génio assente em repertório individual assombroso, sentido coletivo absoluto e visão extraordinária de todo o espaço ofensivo. Filho de uma época de ouro dominada pela gigantesca figura de Eusébio, Simões conquistou também o direito à eternidade. Como ele não houve muitos na história do futebol.

RECORD - Como reage sempre que é considerado um dos melhores jogadores portugueses de sempre?
ANTÓNIO SIMÕES - Fugindo ao discurso politicamente correto, todo o ser humano gosta que se lembrem dele. Não vivo preocupado com isso mas, porque odeio hipocrisias, gosto de ser reconhecido como alguém que fez alguma coisa pelo futebol. Não passo por crises de ego, até porque tenho uma parede lá em casa com parte
do meu passado que, se fosse preciso, me alimentaria por muitos anos. A questão está na consciência de que contribuí, como elemento de uma grande geração de jogadores, para a divulgação do país. Estou orgulhoso por ter tido essa oportunidade.

R - Foi um extremo-esquerdo ideal?
AS - Agradeço a Deus tudo aquilo que me proporcionou mas, por vezes, tenho vontade de dizer que gostava de ter sido esquerdino. Em boa verdade isso não me fez muita falta e, bem vistas as coisas, até me tornou um bocadinho diferente dos canhotos a sério.

R - Não fazia ideia de que era destro...
AS - Em miúdo, na rua, nunca me preocupei com essas coisas. Quando entrava em contacto com a bola não tinha preferência, jogava indiferentemente com qualquer dos pés. Com o tempo e a chegada ao futebol mais a sério, a diferença desapareceu. Mas nunca fui esquerdino. Essa particularidade deu-me algumas vantagens, permitiu-me variar o repertório e criar problemas aos adversários diretos. Seja como for, ainda hoje fico deliciado quando vejo um bom canhoto.

R - Ao olhar para trás, que tipo de sensações lhe desperta o talento que expressou e os títulos que conseguiu?
AS - Sinto que foi fantástico. Quando passo em revista toda a carreira acho que fui um privilegiado. Mas em relação a isso o melhor seria dar a palavra aos adversários. Eles terão uma opinião mais abalizada em relação ao que fui e fiz.

R - Os extremos, principalmente os esquerdos, são uma espécie em vias de extinção?
AS - Já foi pior, mas o facto é que aparecem cada vez menos jogadores com esse perfil. Os esquerdinos são cada vez menos, pelo que, quando aparece um Messi ou um Robben, são muito valorizados em termos de mercado. O espaço nas alas tem sido preenchido com defesas-laterais muito subidos. Não é a mesma coisa.

R - Falta talento, magia, arte...
AS - Exatamente. Mas eu acredito que o extremo, tal como o concebemos, vai ser recuperado. O futebol é de modas e há-de chegar a altura em que tudo será feito para tê-los de volta. O problema é também social e até cultural: falta rua aos miúdos, como lhes falta liberdade para criar e dar largas ao talento. Ora o extremo é, por definição, um espírito livre, um amante do improviso que tem o dom da imaginação. O que está por resolver é simples: cada vez mais se tenta fabricar um jogador, em vez de deixá-lo crescer livremente.

R - Mesmo sem esquerdinos, Portugal não se pode queixar da falta de extremos...
AS - Pois não. Não é por acaso que os grandes reis do jogo, os astros ligados à arte, à fantasia, ao talento puro, são oriundos de países com recursos económico-financeiros inferiores. Apetece dizer que há uma história porque há uma escola ligada à rua e às dificuldades, que gerou uma cultura e um modo de ver o futebol. Espero que o adepto português não perca o gosto pelos grandes artistas das faixas laterais como Albano, Rogério de Carvalho, Hernâni, Seminário, José Augusto, Chalana, Futre, Figo, Simão, Cristiano Ronaldo entre outros.

R - Antes de chegar ao Benfica tinha algum ídolo?
AS - A minha maior referência era o Albano. Uma vez, era ainda miúdo, fui ver um Barreirense-Sporting e adorei vê-lo jogar. Desde esse dia nunca o perdi de vista. Em termos internacionais impressionaram-me Zagallo, Seminário (o peruano que atuou no Sporting), Gento e Djazic (o jugoslavo do Estrela Vermelha), a quem vi gestos e movimentos inesquecíveis. Depois de ter acabado a carreira quem mais me encantou foi o Chalana. Simplesmente um génio.

R - No seu tempo de jogador qual foi o extremo-esquerdo que mais o impressionou?
AS - O incrível Jacinto João. Era um canhoto com qualidades de outro Mundo.

R - Nos últimos anos têm escasseado as referências...
AS - Em número sim, mas há um por quem tenho grande admiração: Ryan Giggs, do Manchester United. O Abel, do Sporting, disse uma coisa notável sobre ele: "Giggs sabe sempre o que o jogo precisa." E eu acrescento que o jogo e o adepto em geral nunca se desiludem em relação ao que esperam dele.

O 11 COM MAIS CLASSE

BENFICA 1961/62


Costa Pereira

Mário João Germano Cruz Ângelo

Cavem Coluna

José Augusto Simões

José Águas Eusébio


O 11 COM MAIS SOLUÇÕES

BENFICA ANOS 70


José Henrique

Malta da Silva Humberto Coelho Rui Rodrigues Adolfo

Jaime Graça Eusébio Simões

Nené Vítor Baptista/Artur Jorge Jordão

«Esta equipa tinha muita qualidade em quantidade. Aos nomes aqui referenciados devemos acrescentar Artur Correia, Messias, Toni, Vítor Martins, Diamantino Costa, entre outros. Mesmo sem Germano, Coluna e José Águas, era um conjunto fabuloso.»

O GRANDE CÚMPLICE
Eusébio da Silva Ferreira


«Deus Nosso Senhor deu-me o privilégio de entender a cultura futebolística do Eusébio. E esse foi dos bens mais valiosos da minha carreira: não desperdiçar o génio único de um fenómeno irrepetível. Jogámos juntos 14 anos (chegámos e partimos do Benfica ao mesmo tempo) e nesse período estabelecemos uma relação de cumplicidade técnica, profissional e pessoal que explica o sucesso. Em campo, não precisávamos de abrir a boca. Falávamos antes, durante e depois, porque sempre fomos amigos, mas no calor da luta não era preciso. Eu sabia por antecipação o que ele ia fazer, que movimentos efetuava e como gostava de receber a bola; ele tinha noção de que eu sabia exatamente o que ele pensava.»


O ADVERSÁRIO MAIS DIFÍCIL
Polido (Lusitano de Évora/V. Setúbal)

«Joguei até 1975 e defrontei alguns dos melhores laterais-direitos do Mundo. Mas o Polido foi sempre uma carga de trabalhos para mim. Quando jogava contra ele parecia que desaprendia tudo, de tal forma que transformei esses despiques numa questão pessoal, o que só me atrapalhou. Tirando este caso particular, os duelos que mais se repetiram foram com Pedro Gomes, Hilário (Sporting), Festa, Gualter (FC Porto) e Rodrigues (Belenenses).

Os 11 de sempre

ANTES:
Português: Albano (Sporting)
Mundial: Zagallo (Brasil)

DURANTE
Português: Jacinto João (V. Setúbal)
Mundial: Gento (Real Madrid)

DEPOIS
Português: Chalana (Benfica)
Mundial: Giggs (Man. United)

Camisola com história

R - Guardou muitos objetos ao longo da carreira?
AS - Tenho alguns. Esta camisola, por exemplo, faz parte de uma história fantástica. Um dia contaram-me que o lateral-direito da Inglaterra em 1966, George Cohen, tinha lutado 14 anos contra um cancro e que, para ganhar essa luta, fora obrigado a vender todo o espólio, incluindo a camisola que tínhamos trocado no final desse Inglaterra-Portugal.

R - Como é que a camisola lhe voltou às mãos?
AC - Porque um português arrebatou-a num leilão, pelo equivalente a 7 ou 8 mil euros, e ofereceu-ma. O curioso disto é que, para comemorar a vitória sobre o cancro, um grupo de amigos do Cohen decidiu organizar um jantar de homenagem, para o qual fui convidado. Decidi levar-lhe a camisola que me dera em 1966. O momento foi muito intenso e deixou-me tão feliz quanto a ele. Para quem tanto lutou, limitei-me a dar-lhe um pouco de felicidade.

Autor: RUI DIAS
Data: Quinta-Feira, 21 Maio de 2009 - 8:04

http://www.record.pt/noticia.aspx?id=92ea3093-f78d-4bbc-9a53-ac1aabc1474e&idCanal=bb5a5596-b866-43cb-b46c-f354bc9e67b8