Nené

Avançado, 76 anos,
Portugal
Equipa Principal: 18 épocas (1968-1986), 590 jogos (46071 minutos), 365 golos

Títulos: Campeonato Nacional (10), Taça de Portugal (7), Supertaça (2), AF Lisboa Taça de Honra 1ª Divisão (8)

Mikaeil


Trezeguet

"Na final da Taça começámos a perder com autogolo do Veloso e o Néné fez os três golos a passe do Shéu. O Néné no último jogo do campeonato fez uma enorme entorse do tornozelo e perguntou ao Mr. Baroti: "se o Mr. precisar de mim para a final da Taça não me importo de ser infiltrado para jogar, se não precisar vou já de férias e recupero naturalmente". A resposta de Baroti foi afirmativa com as consequências que se viram. Para quem "não gostava de sujar os calções" não está nada mal."

StarWars

Futebol: Entrevista a Nené

António Santos e Miguel Prates, jornalistas entrevistam Nené, treinador de juvenis do Sport Lisboa e Benfica, no âmbito da presença da selecção portuguesa de juniores nas meias-finais do Campeonato Mundial da categoria de Futebol a disputar em Riade, Arábia Saudita.

https://arquivos.rtp.pt/conteudos/futebol-entrevista-a-nene/


crowseye

Falta ali a técnica que ele utilizava para distrair os defesas.

:rir:

Theroux


andrenet

Nunca tive o prazer de o ver jogar, mas sempre tive a ideia que era extremo direito/avançado... De quem se lembra dele, também alinhava como extremo esquerdo?
Pergunto isto porque (por exemplo) em 1980 num Porto-Benfica (https://www.foradejogo.net/match.php?match=198115400010803) este site coloca-o nessa posição. É credível?

RedVC

#502
Citação de: andrenet em 05 de Outubro de 2017, 22:49
Nunca tive o prazer de o ver jogar, mas sempre tive a ideia que era extremo direito/avançado... De quem se lembra dele, também alinhava como extremo esquerdo?
Pergunto isto porque (por exemplo) em 1980 num Porto-Benfica (https://www.foradejogo.net/match.php?match=198115400010803) este site coloca-o nessa posição. É credível?

Não.

Eu vi Néné jogar já numa fase mais avançada da carreira e sempre foi avançado centro jogando no eixo do ataque ou num sistema 4-3-3 ou num sistema 4-4-2. Nunca o vi como extremo esquerdo. Nem acho que alguma vez tenha feito esse lugar.

Néné como jogador - o que eu vi - era frio, fino, elegante, letal. Um jogador que pela sua inteligência não corria desenfreadamente atrás da bola mas antes guardava-se para que nos momentos decisivos pudesse ultrapassar os adversários. Não se atirava para o chão nem se metia em caldeiradas. É por isso que acabava os jogos com os calções limpos. Às vezes era tão evidente - viam-se os outros todos enlameados e andava Néné por ali todo limpinho. Ouvia-se cada comentário nas bancadas - eu ouvi... Do ponto de vista de um guarda-redes adversário Néné era um pesadelo porque era muito mesmo muito bom a concretizar quando tinha oportunidade.

A disposição táctica nesse link / jogo está errada. Com essa equipa e nesse tempo, jogava-se em 4-3-3. Ou seja jogavam três avançados, suportados por 3 médios com activa participação ofensiva dos laterais. O facto de Chalana ter estado no banco e em seu lugar ter jogado Vital indicia que Chalana devia estar a recuperar de uma lesão. Chalana era o titular e quando jogava podia fazer tanto o lugar de centro-campista no flanco esquerdo num sistema 4-4-2 como o de avançado num sistema 4-3-3. Já Vital dava menos soluções.

Eu lembro-me pouco de César e de Vital.

O primeiro era Brasileiro e veio no tempo de Baroti. Jogou e bem como avançado centro nas equipas do Húngaro. Com Eriksson começou a ficar no banco ultrapassado por Filipovic que fez com Néné uma das duplas mais letais que já vi jogar. Estes dois completavam-se - entendiam-se de forma maravilhosa. Contra o Zurique na Luz numa vitória por 4-0 chegaram a dar-se ao luxo de marcar um golo depois de fazerem uma tabelinha com... a cabeça. Mas César era um bom goleador. Deu-nos uma Taça de Portugal num jogo em que ganhamos por 1-0 ao FCP.

Vital era um produto da nossa formação que depois saiu e jogou em diversos clubes. Acabou por ir parar ao FC Porto mas depois e penso que já no tempo de Baroti veio directamente do FCP para o Benfica. A vontade dele deve ter prevalecido. Era um bom avançado e foi pena não ter vingado na Luz. Merecia ter mais sorte. Penso que terá sido uma das vítimas daquele segundo ano azarado de Baroti.

Voltando ao Néné, no principio da carreira dele ele era extremo direito porque no ataque estavam Vitor Baptista, Artur Jorge, Eusébio e Jordão... Ali no centro do ataque não havia lugar para ele mas dada a sua qualidade técnica e rapidez ele fixou-se como extremo direito.

Depois esses tremendos jogadores foram sendo perdidos e também pela sua crescente maturidade, Néné derivou para o eixo do ataque. Néné nunca foi extremo esquerdo.

Bem, já me alonguei demais...


andrenet

Citação de: RedVC em 06 de Outubro de 2017, 09:17
Citação de: andrenet em 05 de Outubro de 2017, 22:49
Nunca tive o prazer de o ver jogar, mas sempre tive a ideia que era extremo direito/avançado... De quem se lembra dele, também alinhava como extremo esquerdo?
Pergunto isto porque (por exemplo) em 1980 num Porto-Benfica (https://www.foradejogo.net/match.php?match=198115400010803) este site coloca-o nessa posição. É credível?

Não.

Eu vi Néné jogar já numa fase mais avançada da carreira e sempre foi avançado centro jogando no eixo do ataque ou num sistema 4-3-3 ou num sistema 4-4-2. Nunca o vi como extremo esquerdo. Nem acho que alguma vez tenha feito esse lugar.

Néné como jogador - o que eu vi - era frio, fino, elegante, letal. Um jogador que pela sua inteligência não corria desenfreadamente atrás da bola mas antes guardava-se para que nos momentos decisivos pudesse ultrapassar os adversários. Não se atirava para o chão nem se metia em caldeiradas. É por isso que acabava os jogos com os calções limpos. Às vezes era tão evidente - viam-se os outros todos enlameados e andava Néné por ali todo limpinho. Ouvia-se cada comentário nas bancadas - eu ouvi... Do ponto de vista de um guarda-redes adversário Néné era um pesadelo porque era muito mesmo muito bom a concretizar quando tinha oportunidade.

A disposição táctica nesse link / jogo está errada. Com essa equipa e nesse tempo, jogava-se em 4-3-3. Ou seja jogavam três avançados, suportados por 3 médios com activa participação ofensiva dos laterais. O facto de Chalana ter estado no banco e em seu lugar ter jogado Vital indicia que Chalana devia estar a recuperar de uma lesão. Chalana era o titular e quando jogava podia fazer tanto o lugar de centro-campista no flanco esquerdo num sistema 4-4-2 como o de avançado num sistema 4-3-3. Já Vital dava menos soluções.

Eu lembro-me pouco de César e de Vital.

O primeiro era Brasileiro e veio no tempo de Baroti. Jogou e bem como avançado centro nas equipas do Húngaro. Com Eriksson começou a ficar no banco ultrapassado por Filipovic que fez com Néné uma das duplas mais letais que já vi jogar. Estes dois completavam-se - entendiam-se de forma maravilhosa. Contra o Zurique na Luz numa vitória por 4-0 chegaram a dar-se ao luxo de marcar um golo depois de fazerem uma tabelinha com... a cabeça. Mas César era um bom goleador. Deu-nos uma Taça de Portugal num jogo em que ganhamos por 1-0 ao FCP.

Vital era um produto da nossa formação que depois saiu e jogou em diversos clubes. Acabou por ir parar ao FC Porto mas depois e penso que já no tempo de Baroti veio directamente do FCP para o Benfica. A vontade dele deve ter prevalecido. Era um bom avançado e foi pena não ter vingado na Luz. Merecia ter mais sorte. Penso que terá sido uma das vítimas daquele segundo ano azarado de Baroti.

Voltando ao Néné, no principio da carreira dele ele era extremo direito porque no ataque estavam Vitor Baptista, Artur Jorge, Eusébio e Jordão... Ali no centro do ataque não havia lugar para ele mas dada a sua qualidade técnica e rapidez ele fixou-se como extremo direito.

Depois esses tremendos jogadores foram sendo perdidos e também pela sua crescente maturidade, Néné derivou para o eixo do ataque. Néné nunca foi extremo esquerdo.

Bem, já me alonguei demais...




Obrigado pela resposta.

Com essa equipa e nesse tempo, jogava-se em 4-3-3. Ou seja jogavam três avançados, suportados por 3 médios com activa participação ofensiva dos laterais

Neste caso do 4-3-3, seriam 3 em cunha na frente ou quem seriam os 2 extremos?


RedVC

#504
Citação de: andrenet em 06 de Outubro de 2017, 11:33
Citação de: RedVC em 06 de Outubro de 2017, 09:17
Citação de: andrenet em 05 de Outubro de 2017, 22:49
Nunca tive o prazer de o ver jogar, mas sempre tive a ideia que era extremo direito/avançado... De quem se lembra dele, também alinhava como extremo esquerdo?
Pergunto isto porque (por exemplo) em 1980 num Porto-Benfica (https://www.foradejogo.net/match.php?match=198115400010803) este site coloca-o nessa posição. É credível?

Não.

Eu vi Néné jogar já numa fase mais avançada da carreira e sempre foi avançado centro jogando no eixo do ataque ou num sistema 4-3-3 ou num sistema 4-4-2. Nunca o vi como extremo esquerdo. Nem acho que alguma vez tenha feito esse lugar.

Néné como jogador - o que eu vi - era frio, fino, elegante, letal. Um jogador que pela sua inteligência não corria desenfreadamente atrás da bola mas antes guardava-se para que nos momentos decisivos pudesse ultrapassar os adversários. Não se atirava para o chão nem se metia em caldeiradas. É por isso que acabava os jogos com os calções limpos. Às vezes era tão evidente - viam-se os outros todos enlameados e andava Néné por ali todo limpinho. Ouvia-se cada comentário nas bancadas - eu ouvi... Do ponto de vista de um guarda-redes adversário Néné era um pesadelo porque era muito mesmo muito bom a concretizar quando tinha oportunidade.

A disposição táctica nesse link / jogo está errada. Com essa equipa e nesse tempo, jogava-se em 4-3-3. Ou seja jogavam três avançados, suportados por 3 médios com activa participação ofensiva dos laterais. O facto de Chalana ter estado no banco e em seu lugar ter jogado Vital indicia que Chalana devia estar a recuperar de uma lesão. Chalana era o titular e quando jogava podia fazer tanto o lugar de centro-campista no flanco esquerdo num sistema 4-4-2 como o de avançado num sistema 4-3-3. Já Vital dava menos soluções.

Eu lembro-me pouco de César e de Vital.

O primeiro era Brasileiro e veio no tempo de Baroti. Jogou e bem como avançado centro nas equipas do Húngaro. Com Eriksson começou a ficar no banco ultrapassado por Filipovic que fez com Néné uma das duplas mais letais que já vi jogar. Estes dois completavam-se - entendiam-se de forma maravilhosa. Contra o Zurique na Luz numa vitória por 4-0 chegaram a dar-se ao luxo de marcar um golo depois de fazerem uma tabelinha com... a cabeça. Mas César era um bom goleador. Deu-nos uma Taça de Portugal num jogo em que ganhamos por 1-0 ao FCP.

Vital era um produto da nossa formação que depois saiu e jogou em diversos clubes. Acabou por ir parar ao FC Porto mas depois e penso que já no tempo de Baroti veio directamente do FCP para o Benfica. A vontade dele deve ter prevalecido. Era um bom avançado e foi pena não ter vingado na Luz. Merecia ter mais sorte. Penso que terá sido uma das vítimas daquele segundo ano azarado de Baroti.

Voltando ao Néné, no principio da carreira dele ele era extremo direito porque no ataque estavam Vitor Baptista, Artur Jorge, Eusébio e Jordão... Ali no centro do ataque não havia lugar para ele mas dada a sua qualidade técnica e rapidez ele fixou-se como extremo direito.

Depois esses tremendos jogadores foram sendo perdidos e também pela sua crescente maturidade, Néné derivou para o eixo do ataque. Néné nunca foi extremo esquerdo.

Bem, já me alonguei demais...




Obrigado pela resposta.

Com essa equipa e nesse tempo, jogava-se em 4-3-3. Ou seja jogavam três avançados, suportados por 3 médios com activa participação ofensiva dos laterais

Neste caso do 4-3-3, seriam 3 em cunha na frente ou quem seriam os 2 extremos?



A resposta está ligada ao sistema táctico e às dinâmicas da equipa nessa altura. Estas obviamente dependiam das características individuais dos jogadores que Baroti tinha disponíveis. Digo isto porque nesse ano tivemos algumas lesões que nos limitaram grandemente.

O 4-3-3 é um sistema muito ofensivo mas que pode ficar limitado se não existir um boa capacidade de desenvolver movimentos de triangulações entre laterais e jogadores mais ofensivos que descaiam para os flancos.



Esse sistema pressupõe movimentos eficientes e rápidos pelos flancos pois caso contrário o jogo colectivo ficaria muito limitado a movimentos interiores e logo seria mais afunilado e mais facilmente anulável.

Um aspecto curioso é que eu vi o jogo. Deu na TV. Estive a confirmar agora lendo a crónica do DL. Mas não me lembro da maior parte dos detalhes pois era ainda muito novo. Tenho ideia da tristeza que senti.

A crónica do DL desse dia serve para dar alguns detalhes.

http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=06834.184.28884#!17


O jogo foi na 8 jornada e vínhamos de uma série boa. O Benfica tinha 3 pontos de avanço e saiu de lá com 1 (vitória = 2 pontos). Infelizmente não há muitos detalhes sobre o arranjo táctico. A crónica fica mais pela emoção do jogo. Tivemos azar e estávamos condicionados pois não tínhamos Humberto e Chalana estava no banco como eu disse por vir de lesão.

Presumo que nesse dia e nessa equipa inicial seria Vital que descaia mais pelo lado esquerdo e criaria com Alves e  Pietra (também improvisado à esquerda pois geralmente era lateral ou médio direito) os tais movimentos pelo flanco esquerdo.

As duas substituições dizem alguma coisa, sendo ambas para os flancos Veloso entrou e saiu Bastos Lopes 7 minutos depois do 1-2 e já no fim saiu Shéu para entrar José Luís provavelmente já em desespero contra o relógio e a desvantagem.

Néné estaria mais com Carlos Manuel porque António Bastos Lopes, central de raiz, e por isso lateral improvisado para esse jogo, não teria grande capacidade ofensiva. E Néné esteve bem ao marcar o golo do empate aos 12' depois de sofrermos o 0-1 aos 5'

O nosso meio campo era muito talentoso mas não sei se rendeu muito nesse dia.

Alves era um fabuloso médio de ataque, muito inteligente e com capacidade de colocar bolas de forma milimétrica. Carlos Manuel nesse tempo era força ofensiva e potência de remate.

Shéu era harmonia, suavidade, ocupação de espaços e a ligação entre sectores. Shéu era fundamental, jogando com pés de veludo e aguda inteligência tática. Dava-se pouco por ele mas era nele que começava o talento criativo e o critério de ocupação de espaços para defender.

É claro que com tantos jogadores ofensivos, o aspecto defensivo dependia muito dos centrais e infelizmente nesse dia - apesar de Laranjeira e Frederico serem muito bons jogadores - não tínhamos o fora-de-série Humberto Coelho. Com Humberto e Shéu a capacidade defensiva era muito melhor. Aliás eu tenho um primo lagarto que apesar de ainda ser muito jovem, a única coisa que se lembra de um relato radiofónico de um jogo em Alvalade nos meados dos anos 70 era de ouvir "corta Humberto, corta Humberto". O homem cortava tudo para desespero dos lagartos.  :cool2:



Mestre30

Citação de: mMateus em 20 de Novembro de 2017, 21:50


Parabéns Nené ...  :bow2:
Finalmente descobri onde é que o Almeidinhos se inspirou para deixar crescer o bigode.

LENDA!!



Trezeguet



Argentina - Benfica, 26 de Maio de 1982.
A Argentina, detentora do título de campeã do Mundo em 1978, escolhe o Benfica para o último jogo de preparação antes do Mundial 82.
Nené e Maradona.