Decifrando imagens do passado

Benfiquista_

Citação de: Theroux em 26 de Março de 2016, 01:15
Citação de: Benfiquista_ em 26 de Março de 2016, 00:26
Citação de: Theroux em 25 de Março de 2016, 19:52
Citação de: Benfiquista_ em 25 de Março de 2016, 17:28
Completamente de acordo.Benfiquismo é também  partilha.É aliás isso, acima de tudo.

Toda a gente deveria ter acesso gratuito à nossa História, de uma maneira ou outra.

O que tu e muitos fazem aqui.

O que o Alberto faz, o João Tomaz, Arrobas, etc, fazem não tem preço.

Eu pessoalmente tenho imensos jornais antigos do Clube que gostava de partilhar, mas como já fale algures por aqui, não tenho meios nem técnica para os digitalizar.

Mas hei-de conseguir.

E vou compartilhar, quando conseguir


Se tiveres acesso a um smartphone com uma câmara decente já dá (ou a uma impressora com scanner), só não é tão rápido quando utilizar um scanner profissional.

Isso até era um projecto muito interessante para fazer no fórum, digitalizar e disponibilizar num só ficheiro os documentos que os users têm em casa a apanhar pó.
Tenho Android.Já experimentei algumas!as aplicações de scanner, mais indicadas para este tipo de coisas, mas não me saíram bem as coisas.

Scanner até tenho, embira o pc estreja a dar o berro...depoois o problema é ter receio de estragar os jornais.

Tenho material do anos 70, 80, 90 e recuando, até dos anos 60.

São uns 500 jornais mais ou menos.

Já andei a pesquisar por pessoas que são profissionais na área e o preço é muito elevado(acima dos 1000 euros...)

Terei de ter imensa paciência e ser página a página. Depois terei sendo sacaneado ou com câmara pelo Android, tratadas as imagens.

Ando a tentar engendrar um plano, mas tem que ser com calma e meios,que não tenho infelizmente.

Depois de falares nos jornais experimentei com uma página para ver como ficava (a luz não era a ideal): http://i.imgur.com/bqZim1d.jpg Sendo que é de borla acho que está aceitável. Repetir isto umas 25.000 vezes é que é uma tarefa hercúlea...

O truque é fixar o telemóvel e ter um aparelho deste género http://tinyurl.com/hk782nx para que depois seja só uma questão de ir virando as folhas e clicando.
Mesmo assim ficou com uma qualidade aceitável.

Teria de fazer isso, atendendo também à luz solar do dia, ou se de noite com luz de casa...flash, etrc.

Sou um autêntico zero à esquerda nisso...

Esse aparelho parece bom, para tornar o processo mais simples.

Mas sim, terei de ter imensa paciência e repetir imensas vezes até fica bom.E tentar não "tremer a mão"....

Theroux

Citação de: Benfiquista_ em 26 de Março de 2016, 01:50
Citação de: Theroux em 26 de Março de 2016, 01:15
Citação de: Benfiquista_ em 26 de Março de 2016, 00:26
Citação de: Theroux em 25 de Março de 2016, 19:52
Citação de: Benfiquista_ em 25 de Março de 2016, 17:28
Completamente de acordo.Benfiquismo é também  partilha.É aliás isso, acima de tudo.

Toda a gente deveria ter acesso gratuito à nossa História, de uma maneira ou outra.

O que tu e muitos fazem aqui.

O que o Alberto faz, o João Tomaz, Arrobas, etc, fazem não tem preço.

Eu pessoalmente tenho imensos jornais antigos do Clube que gostava de partilhar, mas como já fale algures por aqui, não tenho meios nem técnica para os digitalizar.

Mas hei-de conseguir.

E vou compartilhar, quando conseguir


Se tiveres acesso a um smartphone com uma câmara decente já dá (ou a uma impressora com scanner), só não é tão rápido quando utilizar um scanner profissional.

Isso até era um projecto muito interessante para fazer no fórum, digitalizar e disponibilizar num só ficheiro os documentos que os users têm em casa a apanhar pó.
Tenho Android.Já experimentei algumas!as aplicações de scanner, mais indicadas para este tipo de coisas, mas não me saíram bem as coisas.

Scanner até tenho, embira o pc estreja a dar o berro...depoois o problema é ter receio de estragar os jornais.

Tenho material do anos 70, 80, 90 e recuando, até dos anos 60.

São uns 500 jornais mais ou menos.

Já andei a pesquisar por pessoas que são profissionais na área e o preço é muito elevado(acima dos 1000 euros...)

Terei de ter imensa paciência e ser página a página. Depois terei sendo sacaneado ou com câmara pelo Android, tratadas as imagens.

Ando a tentar engendrar um plano, mas tem que ser com calma e meios,que não tenho infelizmente.

Depois de falares nos jornais experimentei com uma página para ver como ficava (a luz não era a ideal): http://i.imgur.com/bqZim1d.jpg Sendo que é de borla acho que está aceitável. Repetir isto umas 25.000 vezes é que é uma tarefa hercúlea...

O truque é fixar o telemóvel e ter um aparelho deste género http://tinyurl.com/hk782nx para que depois seja só uma questão de ir virando as folhas e clicando.
Mesmo assim ficou com uma qualidade aceitável.

Teria de fazer isso, atendendo também à luz solar do dia, ou se de noite com luz de casa...flash, etrc.

Sou um autêntico zero à esquerda nisso...

Esse aparelho parece bom, para tornar o processo mais simples.

Mas sim, terei de ter imensa paciência e repetir imensas vezes até fica bom.E tentar não "tremer a mão"....

Teria de ser com o botão remoto e um suporte destes, para estar sempre bem focado:
Spoiler

Benfiquista_

Exactamente.

É mesmo isso, porque se não fica tudo tremido.

Irei continuar em "testes" até encontrar uma solução viável.

Obrigado pelas dicas ;)

RedVC

#408
-99-
A Pharmácia Franco (I) – As duas primeiras gerações.

Continuando a nossa visita aos lugares emblemáticos da génese do Sport Lisboa, é hoje tempo para voltar a falar da Farmácia Franco e dos seus proprietários, a família Franco.

Assim, neste artigo e no próximo (que será o nº 100!) saberemos mais sobre as figuras e alguns aspectos interessantes desta família e da sua ligação ao nascimento do nosso Clube. No nº 100 teremos ainda uma novidade. Uma grande novidade à medida da mensagem centenária. Mas lá iremos.

Por ser merecido gostaria de salientar o mérito de uma pequena mas excelente referência bibliográfica: 

Lopes, João Claúdio Awouters, "Pedro Augusto Franco, 1º Conde do Restelo, e a sua Fábrica de vinho medicinal no Dafundo", in I Encontro de Historia Local do Concelho de Oeiras, CMO, 1993, pp 57 a 60.

Para além do mérito do trabalho deste autor gostaria ainda de agradecer à gentil disponibilização do artigo por parte da Biblioteca Municipal da Câmara de Oeiras. Uma instituição onde certamente o dinheiro dos contribuintes é bem empregue.


Gostaria ainda de agradecer à Senhora Ana Falcão Centeno, uma descendente do Conde do Restelo que forneceu elementos preciosos para adicionar e para corrigir alguns detalhes. Uma Benfiquista como nós que mostrou a generosidade e entusiasmo dos seus ilustres antepassados.


A família Franco

Comecemos então por falar da família Franco que foi propriedade de três gerações de farmacêuticos. No texto de hoje falaremos apenas das duas primeiras gerações.


Ignácio José Franco (1797-1864). Natural da freguesia de Turcifal, Torres Vedras. Não sabemos se Ignácio terá sido o primeiro farmacêutico da família mas o que é certo é que iniciou uma linha de três gerações totalizando pelo menos quatro farmacêuticos.

Filho de Eustáquio da Silva (29/07/1742) natural de Mossafaneira, Sº Miguel da Ventoza, Torres Vedras e Dª. Catarina Franco dos Milagres, filha de José Franco natural de Carvalhaes e de Dª. Bernarda Francisca natural do Sobral.

Ignácio casou em 23/09/1821 com Dª Candida Rosa d'Abreu (21/03/1800) filha de Agostinho José d'Abreu e de Dª. Anna Maria do Rosário. Para além de Pedro terá tido mais filhos mas que não terão tido descendência.

Nesse mesmo ano de 1821 Ignácio estabeleceu-se em Belém por volta de 1821, sendo por isso essa a data de fundação da Farmácia Franco. Ignácio era conhecido pelas boas gentes de Belém, seus clientes, por "Ignácio dos unguentos". Um nome popular pitoresco  e que mostrava talvez que a ele já era reconhecido o espírito inventivo e de iniciativa que os seus descendentes vieram a revelar. É interessante que o seu filho Pedro viria a frequentar a Casa Pia de Lisboa, presumo como aluno externo. Escolha essa que como se verá teve bons resultados no percurso Académico e profissional do seu filho. Por outro lado essa opção, talvez evidente pela proximidade e excelência da aprendizagem dada na Real Casa Pia pode sugerir também que a família Franco nessa altura ainda não dispunha dos meios de fortuna que mais tarde veio a ter.

Pedro Augusto Franco, 1.º Conde do Restelo (1833-1902). Era filho de Ignácio José Franco e de sua esposa Dª. Cândida Rosa de Abreu. Nasceu provavelmente em Belém embora tenha sido baptizado em Lisboa. Nasceu quando o seu pai tinha 36 anos de idade. Foi aluno da Casa Pia até aos 16 anos vindo depois a frequentar a Escola Politécnica. Seguiu-se a Escola de Farmácia tendo concluído o curso de Farmacêutico em 1853 ou seja com 20 anos de idade. Cursou depois a Escola Farmacêutica de Lisboa. Depois de formado fundou uma farmácia em Pedrouços mas acabaria por se associar ao seu pai para desenvolver a farmácia de Belém.

Pedro Augusto Franco para lá de farmacêutico foi um homem muito rico, com visão comercial e empresarial tendo tido igualmente uma grande relevância política e social. Cedo se filiou Partido Progressista tendo sido eleito deputado pela primeira vez em 1868, representando os círculos políticos de Oeiras e de Belém. Tomou assento na Câmara dos Pares do Reino em 1885, 1887 e 1890 como representante de Lisboa. Foi também eleito vereador e presidente da Câmara Municipal de Belém, sucedendo ao Historiador Alexandre Herculano. Desempenhou o cargo durante sucessivos mandatos até à extinção do Concelho de Belém (e integração no Concelho de Lisboa) em 1885. Gozava de grande popularidade junto dos seus munícipes de Belém, gente simples que por vezes lhe chamava o "Franco do xarope".

Mais tarde, de 1894 a 1897 e de 1899 a 1901 viria a ser vereador e Presidente da Câmara de Municipal de Lisboa. Pedro Augusto Franco foi igualmente figura influente no sector económico Português tendo sido presidente da Caixa Geral de Depósitos de 1881 a 1892. Depois dessa data e até à sua morte em 1902, ainda se manteria ligado a esta instituição como membro de órgãos directivos. Durante os anos de presidência da Câmara de Belém a Farmácia Franco acabou inevitavelmente por se tornar um dos locais políticos chave da Vila. A elite política por ali andou e por ali manteve contactos com o presidente. Foram anos em que o futuro Conde do Restelo solidificou a sua posição social. Lidou com estadistas como o Duque de Saldanha, Fontes Pereira de Melo, José Luciano de Castro (Partido Progressista) e Hintze Ribeiro (Partido Regenerador).


Câmara dos Deputados, 1895


Como resultado da sua acção política e social, Pedro Augusto Franco veio a ser nomeado Par do Reino e Conselheiro do Rei (presumo quer de D. Luís I quer de D. Carlos I). Recebeu muitas condecorações tendo em 16 de Fevereiro de 1877, por decreto de D. Luís I, sido agraciado com o título nobiliárquico de "Conde do Restello em duas vidas". E assim seria, pois à sua morte o seu filho mais velho seria o 2º e último Conde do Restelo. Um detalhe curioso foi que pouco antes de ser efectivamente agraciado com o título nobiliárquico a notícia correu segundo a qual o título a conceder seria o de "Conde da Praia do Restello".

Como é costume no nosso País, logo se levantaram vozes contra esse título não tanto por um farmacêutico ser feito nobre mas antes porque o título a conceder iria evocar a praia de onde tinham partido os navegadores para a descoberta da Índia. Heresia! Isto apesar de lhe reconhecerem a honradez de carácter, o mérito pessoal e o cuidado e assistência que prestava aos pobres. A polémica foi tão ácida que até a escritora e poetisa Maria Amália Vaz de Carvalho chegou a escrever que mais valia que o governo também consentisse a Pedro Augusto Franco poder embrulhar os seus medicamentos em... folhas de "Os Lusíadas"!

Estranhamente a coisa acalmou quando Pedro Augusto Franco foi nomeado "Conde do Restello". Sem Praia, somente "Restello". Lusitanas confusões... Mas factual é que Pedro Augusto Franco ainda viria, num tempo seguinte, a receber mais e merecidas honrarias da parte do Rei D. Carlos I. Exemplo disso foi a atribuição da Grã-Cruz da Ordem de Nª Sra. da Conceição de Vila Viçosa em 25 de Setembro 1900.

Pedro Augusto Franco morreu no final de Abril de 1902, tendo deixado a farmácia Franco aos seus dois filhos, ambos farmacêuticos de profissão. À data da sua morte foi recebido pela família bilhetes, cartas e telegramas de pêsames de figuras como a Rainha-mãe Dª Maria Pia, o Rei D. Carlos, Hintze Ribeiro (na altura presidente do Conselho de ministros). Foram também aprovados votos de pesar na Câmara dos Pares e na Câmara Municipal de Lisboa.


Notícia da morte de Pedro Augusto Franco, 1º Conde do Restelo. Semanário Tiro Civil, 1 Maio 1902. Fonte: AML


Da sua família há ainda a referir que teve ainda mais um filho e quatro filhas: Valentim (16/07/1866 a 22/09/1867); Cândida Theodora (16/10/1867); Maria Victória (20/12/1868); Maria Theodora (21/04/1870) e Catharina Bárbara (?). Foi casado por duas vezes, a primeira em 1 Janeiro de 1863 com Dª. Maria Theodora Pinto Franco (13/07/1847-30/09/1873), filha de Valentim Duarte da Cruz Pinto e Dª. Maria Vitória Pinto e a segunda com Dª. Teresa Bastos (21/11/1859), filha de José Luís Alves Bastos e de Dª. Maria de Oliveira (Viscondessa de Carriche). A sua primeira mulher faleceu ao fim de 10 anos de casamento deixando orfãos Ignácio José com 9 anos, Pedro Augusto com 8 anos de idade e pelo menos duas filhas que teriam 3-4 anos de idade. Um drama familiar que se repetiu em muitas famílias daquela época.



Jazigo da família de Pedro Augusto Franco no cemitério da Ajuda. Fonte AML



Detalhe do jazigo da família de Pedro Augusto Franco, encimado com o símbolo da Ordem dos Farmacêuticos. Fonte: AML



A Farmácia Franco nas duas primeiras gerações.

Como já se disse a Farmácia Franco foi fundada em 1821 por Ignácio José Franco. A sua primeira localização terá sido no nº 123, um prédio mais para o lado do Mosteiro dos Jerónimos. E por ali ficou durante 15 anos conforme nos diz José Dias Sanches na sua obra "Belém e arredores através dos tempos". Assim, 3 anos após o nascimento de seu filho Pedro, Ignácio mudava a localização da Farmácia para o local onde viria a ganhar o seu prestígio nacional e internacional. O local onde entraria na História do Sport Lisboa e Benfica.



Excerto da página 201 do livro "Belém e arredores através dos tempos", de José Dias Sanches,
Livraria Universal Editora, 1940. Fonte: Google livros.

E assim tomando em conta o (diferente) sistema de numeração de portas que estava em vigor em 1910, em 1897 e presumivelmente também estava em vigor em 1836, podemos especular sobre qual foi a primeira localização da Farmácia Franco.


Rua Direita de Belém, 1910 aquando das comemorações do centenário do nascimento de Alexandre Herculano, 1º presidente da Câmara de Belém. Fonte: AML.


Mas se a Farmácia Franco foi fundada por Ignácio José Franco seria no entanto o seu filho a dar-lhe um impulso decisivo. Com o seu labor, gestão e capacidade de inovar e vender, Pedro Augusto Franco viria a tornar a Farmácia Franco numa das mais prestigiadas farmácias de Lisboa.

Na história da farmácia Portuguesa, Pedro Augusto Franco é considerado como um dos pioneiros da nossa moderna indústria farmacêutica. Terá formulado e lançado no mercado nacional especialidades farmacêuticas com grande sucesso comercial em Portugal e que mais tarde tiveram receptividade e reconhecimento internacional.

Entre as suas especialidades contam-se alguns nomes exóticos tais como o "Xarope peitoral de James" e a "Farinha peitoral ferruginosa":


Até o imortal Eça de Queiroz faz uma alusão ao famoso Xarope peitoral de James na sua obra "A ilustre Casa de Ramires! Essa alusão faz-se num diálogo passado no Rossio em que Castanheiro Patriotinheiro dizia para Gonçalo Mendes Ramires:


Esta alusão é sugestiva quanto à difusão e popularidade do xarope.

No entanto terá sido o Vinho nutritivo de carne a especialidade com maior sucesso comercial da Pharmácia Franco uma vez que, que como dizia o rótulo, "um cálix d'este vinho representa um bom bife"... Este produto gozava de um privilégio real com decreto em 29 de Agosto 1893 e era considerado na altura como um medicamento para combater a debilidade geral e inacção dos órgãos. Auxiliaria assim maleitas tais como digestões tardias, dispepsia, cardialgia, gastrodinia. Era igualmente útil como agente revigorante geral para o corpo em particular para pessoas de estrutura frágil. A publicidade deste produto falava ainda que mais de cem médicos poderiam atestar da sua utilidade...



Fonte: Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro, 1900,


O "Vinho nutritivo de carne" chegou a ser produzido em larga escala na sua fábrica situada no Dafundo.



Localização da Farmácia Franco em Belém e da fábrica de especialidades farmacêuticas situada no Dafundo.. Fonte: Google Earth.



Antes e depois de uma recente recuperação do antigo edifício da fábrica de especialidades farmacêuticas da Farmácia Franco situado no Dafundo.

E esse é justamente um aspecto que não é muito conhecido do modelo de negócio da Pharmacia Franco. Por trás da farmácia, a família do Conde do Restello montou um negócio muito bem estruturado e assente quer na inovação, leia-se desenvolvimento de produtos medicinais próprios, quer numa capacidade de produção adequada.

No negócio estava igualmente contemplado o aspecto da publicidade. Investia-se na divulgação dos produtos, investia-se na obtenção e divulgação de pareceres positivos de médicos para com os produtos da farmácia. E essa aposta dava com certeza retorno muito positivo. Essa publicidade chegou em força ainda no século XIX a jornais Brasileiros onde uma série de representantes venderam os produtos mais famosos em farmácias e drogarias. Visão, inovação, produção de qualidade e escala, publicitação, definição de parceiros e mercados-alvo e rede de revendedores. Estava lá tudo para estabelecer um negócio ambicioso e bem-sucedido.


Alguns dos diversos exemplos de publicidade em jornais nacionais e Brasileiros.


Recorte de jornal brasileiro de 1878 referindo referente ao Xarope peitoral James. Indicações biográficas do Conde do Restello e depósitos para venda em Portugal, Espanha (Madrid), Brasil (Pará, Maranhão, Pernambuco, Recife, Bahia e Rio de Janeiro), Inglaterra (Londres), França (Paris) e Bélgica (Lachen). Um produto globalizado em 1878!


A inovação e a qualidade desses produtos seriam reconhecidas não apenas com as vendas nacionais mas também pelas vendas no Brasil, Espanha, França e Inglaterra. Os produtos para o mercado britânico eram expedidos com os rótulos em Inglês.

A preocupação com a qualidade e credibilidade dos produtos era notória como se pode ver neste detalhe do Xarope peitoral James. Ali se via que no produto eram incluído um impresso com pareceres das autoridades e de médicos reconhecendo as virtudes do produto. Os invólucros estavam também assinados pelo próprio Conde do Restello.


Detalhe do rótulo do Xarope peitoral James. Fonte: Jornal Espada do Norte, 29 Dezembro 1892.

O prestígio crescia dentro e fora de portas também assente na atribuição de prémios nos mais reputados certames de exposição mundial tais como as exposições Universais de Paris 1889 e Antuérpia 1894, Exposição Internacional de Higiéne em Londres 1904 e da Societé Scientifique Européenne de Paris.


Medalhas de ouro, diplomas de prémio e cartaz promocional das Exposições Universais de Paris, 1889 e de Antuérpia (Anvers) de 1894. Ali, a Farmácia Franco ganhou medalhas similares às apresentadas.

(continua)

RedVC

#409
-100-
A Pharmácia Franco (II) – A terceira geração e o Sport Lisboa

Continuando com o tema da Farmácia Franco, vamos falar da terceira geração de farmacêuticos da família Franco,  isto é dos dois filhos masculinos do primeiro Conde do Restelo. É neste tempo, iniciado depois da morte do 1º Conde do Restello em 1902, que ocorrem os acontecimentos que levaram à fundação do Sport Lisboa e Benfica.


Ignácio José Franco (1864-1931). Natural de Belém. Era filho de Pedro Augusto Franco e de sua primeira mulher Maria Theodora Pinto Franco. Homónimo de seu avô paterno, teve ao que sei dois irmãos, Pedro Augusto e Valemtim (terá morrido em ciança) e ainda quatro irmãs (acima referidas). Sendo o primogénito, Ignácio viria a ser o 2º Conde do Restelo.

Casou em 9 de Julho 1892, com Dª. Felismina Dulce Ferreira de Carvalho, filha de Joaquim José Ferreira de Carvalho e de Dª. Leonor da Luz Ferreira de Carvalho. Teve duas filhas, a primogénita Dª. Maria Leonor Ferreira Franco (29-04-1893 a 4-10-1918) que casou com José P. R. Costa Barros e a segunda Dª. Maria Felismina Ferreira Franco (3-08-1895 a 14-11-1973) que casou com Manuel da Costa de Oliveira Falcão e que teve ampla descendência. Ou seja em vida, Ignácio chorou a morte da sua filha mais velha que tinha apenas 25 anos de idade. A fatalidade que lhe tinha privado a sua mãe quando tinha 9 anos de idade levava-lhe também a filha quanto ele tinha 54 anos de idade.

Ignácio foi farmacêutico formado pela Universidade de Coimbra mantendo por isso a tradição do seu pai e avô paterno.

O 2º Conde do Restelo era também um melómano e instrumentista amador, tendo sido sócio fundador da Sociedade de Concertos e Escola de Música. Era igualmente um sportsman, à maneira da época. Foi fundador da UACP, União dos Atiradores Civis Portugueses e durante alguns anos membro do respectivo Conselho Gerente. Era igualmente um apaixonado pela náutica e pela caça.


Carreira de tiro de Pedrouços frequentada por muitos anos pelo 2º Conde do Restelo. Fonte: AML.

O 2º Conde do Restelo foi um homem prestigiado nos meios políticos tendo sido deputado da Nação em 9 legislaturas. Foi igualmente, à semelhança de seu pai, vereador da Câmara de Lisboa.


Ignácio José Franco, 2º Conde do Restello em destaque junto do elenco que administrou a Câmara de Lisboa em 1907. Esse elenco foi liderado por Teodoro Ferreira Pinto Basto (barbas brancas). Fontes: Tiro Civil 255. e AML.

O 2º Conde do Restelo viria a ser uma das vítimas das convulsões geradas nos primeiros tempos após a instauração da Republica. Em finais de 1911, em pleno turbilhão revolucionário Republicano, na sua casa de campo em Santo Tirso, Ignácio José Franco foi preso sobre a acusação de ser um activista monárquico. Seria libertado pouco depois por falta de provas.

Existe aqui um hiato de 20 anos da sua vida entre o pós-revolução de 1911 e a data da sua morte em 1931.

Em 1931, quando o 2º Conde do Restelo faleceu, o Sport Lisboa e Benfica já era uma realidade distante do Clube que ele acarinhou nos primeiros dias. Mas foi uma figura importante nos primeiros e mais delicados anos de existência do nosso Clube. Ignácio José Franco e seu irmão proporcionaram-nos não apenas algum e precioso dinheiro mas também intervieram nos órgãos sociais, conferindo-lhes respeitabilidade e prestígio.


Duas figuras ilustres (rectângulo vermelho) entre os cerca de 8000 espectadores do jogo SL Benfica – Carcavellos FC disputado em Março de 1910 no Campo da Feiteira. De chapéu de coco podemos identificar Ignácio José Franco, Conde do Restelo, um dos proprietários da Farmácia Franco e sócio protector do nosso clube. Ao seu lado direito está Manuel Gourlade, a nossa primeira Águia, que ainda era na altura funcionário da Farmácia Franco.


Pedro Augusto Franco (1865-1960). Segundo filho de Pedro Augusto Franco e Maria Theodora Pinto Franco. Nasceu em Belém no dia em que o seu pai completou 31 anos e dois dias depois da morte de seu avô paterno. Homónimo de seu pai, era 14 meses mais novo do que o seu irmão Ignácio. A sua mãe viria a falecer quando tinha apenas 8 anos idade, tendo o seu irmão 9 anos de idade. Uma realidade dura que explica o segundo casamento de seu pai.

Frequentou o Colégio de Belém onde foi colega do jovem Carlos Viegas Gago Coutinho, futuro Almirante. Nesse Colégio leccionava-se o ensino primário e o Liceu. Era um Colégio que tinha regime de internato (desconheço se em exclusivo). Aos Domingos os alunos iam à missa no Mosteiro dos Jerónimos (Fonte: Padre Ruella Pombo; Cinzas de Lisboa, 1953 3ª série, pp 190-191).

Pedro Augusto Franco foi depois farmacêutico - à semelhança de seu avô paterno, pai e irmão - formando-se na Escola Médica da Cidade do Porto. Em 1902, após a morte de seu pai passou a ser juntamente com o seu irmão, co-proprietário da Farmácia Franco. Assim em Fevereiro de 1904, data em que o nosso Clube foi fundado já os dois irmãos eram plenos proprietários da Pharmácia Franco.


Uma bonita homenagem de Ignácio José Franco e Pedro Augusto Franco ao seu Pai, Pedro Augusto Franco sénior, 1º Conde do Restelo. Documento gentilmente cedido pela Senhora Ana Franco Centeno, descendente dos Condes do Restelo.


Existem elementos que me permitem afirmar que pelo menos em Agosto de 1891 Pedro Augusto Franco Júnior fez parte da Comissão de negócios da Câmara Municipal de Lisboa. Tratou-se de uma comissão administrativa que, presidida pelo Conde Ottolini, geriu a Câmara Municipal de Lisboa de 1891 a 1893 inclusive.

Pedro Augusto Franco júnior teve uma vida longa, tendo falecido no Estoril no ano de 1960 com 95 anos de idade. Ao longo da sua vida acompanhou muitas mudanças políticas, económicas, sociais e desportivas em Portugal. Nesse último aspecto, quando faleceu o Sport Lisboa e Benfica já tinha sido campeão latino dez anos antes e estava a um ano e meio de se tornar Campeão Europeu pela primeira vez na sua História. Infelizmente não encontrei ainda uma fotografia de Pedro Augusto Franco. Essa fotografia seria importante para completar o mosaico de retratos da Farmácia Franco aquando da fundação do Sport Lisboa.



Títulos obrigacionistas de 1901-1902 de Pedro Augusto Franco e dos seus dois filhos Ignácio José e Pedro Augusto à Sociedade Pharmaceutica Lusitana. As obrigações eram reembolsáveis ao par por sorteio anual que era realizado em Dezembro de cada ano e eram associadas a um juro de 5%. Foram ulteriormente inutilizadas pelo secretário Francisco de Carvalho. Todas as Obrigações estão assinadas pelo presidente José Bento Coelho de Jesus, pelo primeiro-secretário Francisco de Carvalho e pelo tesoureiro Francisco Alves Barata.
Fonte: CDF.


O Sport Lisboa

A importância da Farmácia Franco foi decisiva para a fundação e primeiros meses de vida do Sport Lisboa.

Foi ali, naquela casa comercial com quase 100 anos de existência, que foi assinada documento do Acto de fundação do nosso Clube. Pela mão de Cosme Damião, a lista contou com 23 nomes. Cosme Damião fez a Acta mas não assinou.



Documento do Acto de fundação do Sport Lisboa assina do na Farmácia Franco em Belém no dia 28 de Fevereiro de 1904. Fonte: História do Sport Lisboa e Benfica 1904-1954 de Mário Fernando de Oliveira, Carlos Rebelo da Silva.


O 2º Conde do Restello foi juntamente com o Dr. António de Azevedo Meireles, sócio benemérito ou protector do Sport Lisboa. Mais tarde presidiu ao conselho fiscal mesmo depois da fusão entre Sport Lisboa e Grupo de Sport Benfica.

Os dois irmãos Franco viam com bonomia a actividade daquele grupo de jovens entusiastas do futebol que no pátio da Farmácia ia "futebolando" mesmo à custa de uns vidros partidos (para mais detalhes ver o texto "-61- Um certo pátio" na página 17 deste tópico).


Um curioso detalhe das grades que os irmãos Franco mandaram instalar nas janelas do pátio da Farmácia Franco para evitar as quebras de vidros provocadas pelas "futeboladas" de Catataus e Co.
Fonte: História do Sport Lisboa e Benfica 1904-1954 de Mário Fernando de Oliveira, Carlos Rebelo da Silva.


E assim prosseguiram as "futeboladas" nesse pátio mítico embora à medida que foram chegando novos entusiastas os treinos começaram a tornar-se cada vez mais sérios e também cada vez mais limitados pela falta de espaço. Assim os treinos foram depois transferidos para os areais de Belém, para os terrenos da CP perto da zona donde hoje está o CCB, também para a zona onde hoje está o planetário e para as Terras do Desembargador às Salésias. Zonas onde se dava pleno curso à paixão pela prática do futebol. Foi aí que se deu a popularização do futebol. Eram também treinos precários pois os terrenos eram públicos ou propriedade privada (CP num caso e exército no outro). O verdadeiro tempo das balizas e dos trapos às costas.

Manuel Gourlade e Daniel Santos Brito, naturais respectivamente da Ajuda e de Belém, eram nessa época os dois diligentes funcionários da Farmácia Franco. A sua acção foi determinante para a sobrevivência e para o rumo do Sport Lisboa. Metódicos, empenhados, entusiastas, resistentes. Ambos foram membros integrantes das duas primeiras direcções lideradas respectivamente por José Rosa Rodrigues e por Januário Barreto. Manuel Gourlade foi tesoureiro e Daniel Santos Brito foi secretário.


Convocatória de Manuel Gourlade para um jogo da primeira categoria do Sport Lisboa em Abril de 1905. Usou para isso o papel timbrado da Pharmacia Franco. A demonstração de que a Farmácia Franco era o coração da actividade directiva e técnica do nosso Clube.


A Farmácia Franco foi como se percebe o centro, o coração do nascimento do nosso Clube. É por isso com emoção que oiço no Estádio o cântico "Nascido na Farmácia Franco" a evocar esse lugar mítico e que merece o carinho especial de todos os Benfiquistas.


Aspecto da evocação da Farmácia Franco perto do nosso Estádio. Mais um bonito exemplo de como os Benfiquistas conhecem a sua história e são reconhecidos aos seus antecessores. Fonte: blogue "magalhaes-sad-slb".


Na Farmácia Franco trabalhava também o médico António Azevedo de Meirelles, outro entusiasta embora não praticante, do futebol.


Quatro da cinco grandes figuras da Farmácia Franco nos anos em que foi fundado o Sport Lisboa. Da frente para trás: Ignácio José Franco (2º conde do Restelo), António de Azevedo Meireles (médico), Daniel Santos Brito e Manuel Gourlade (ambos funcionários da Farmácia). Não está representado porque não conheço infelizmente qualquer fotografia de Pedro Augusto Franco.


Uma sensacional novidade

Até agora as duas fotografias conhecidas do tempo em que o estabelecimento comercial ainda se chamava Pharmacia Franco eram estas:


Fotografias já conhecidas do interior e exterior da Farmácia Franco. Fonte: AML.

Desconheço a data da fotografia do interior da Farmácia. A fotografia do exterior foi captada pelo grande Joshua Benoliel e está datada como sendo de 1916. Nessa altura a Farmácia estava quase a fazer 100 anos pois foi fundada em 1821, mas como já vimos num outro prédio da mesma Rua. É uma fotografia notável que capta  o momento de desfile de tropas que iriam embarcar para França para participar na I Guerra Mundial. Na fotografia aparece Daniel Santos Brito com bata branca e provavelmente quer clientes quer outros membros da Farmácia. É possível que Pedro Augusto Franco esteja por ali. Seria um dos homens mais velhos? Muito provavelmente!

E assim se compreende o valor da novidade que agora apresento:

Uma fotografia do interior da Farmácia Franco cerca de 1905!



Este era o aspecto do interior da Farmácia nos anos em que nasceu o nosso Clube. Provavelmente foi nesta ampla sala que foi assinado o documento do acto de fundação do Sport Lisboa.

Não sei ao certo qual a orientação relativamente à parte da frente e das traseiras da Farmácia (a que dava para o pátio). Nota-se no entanto que a Farmácia tinha bastante luz exterior. É possível que tivesse portas tanto para o lado da frente (Rua Direita de Belém) como para o lado traseiro (pátio interior).

Com a fotografia podemos perceber que a Farmácia Franco tinha uma estrutura interior interessante com quatro arcos interiores, que delimitavam quatro zonas, cada uma iluminada com um candeeiro interior inseridos em tectos trabalhados. 

Nota-se também a existência de dois balcões-expositor com um tampo que parece feito em pedra. Parece existir ainda um outro expositor interior que está tapado. Em cima dos expositores centrais estão vários vasos de botica, tal como era tradicional nessa época.

Nas paredes laterais vêm-se outros móveis-expositor envidraçados com madeira com elementos decorativos profusamente trabalhados. Nas paredes da Farmácia vêm-se quadros e provavelmente diplomas dos farmacêuticos da casa.

Ao fundo estão pelo menos duas secretárias, sendo uma delas muito similar – quiçá a mesma – da que vamos na famosa fotografia que já se conhecia. Talvez tenha sido mesmo a secretária onde terá sido assinado o documento do acto de fundação do Sport Lisboa no dia 28 de Fevereiro de 1904. Uma fotografia que na ausência de outra que retrate os 24 fundadores e quiçá outros que estiveram presentes e que não assinaram, nos permite imaginar o que foi esse Glorioso dia da fundação do nosso querido Clube.

Uma fotografia muito especial que me apraz apresentar no nº 100 deste projecto. Apesar de ter alguns textos preparados e outros em preparação este projecto de textos mais elaborados fará agora uma pausa com prazo indefinido. Talvez curto, talvez longo. O futuro o dirá.

A todos muito obrigado pela simpatia dos comentários e pela paciência com que leram estes longos textos.



Benfiquista_

#410
Muito obrigado, Red.

Nunca é demais agradecer o teu contributo para conhecermos melhor a nossa Gloriosa História.

Lorne Malvo

Dos artigos "extra-Benfica" estes dois foram os mais interessantes que li. Fantástico.

RedVC

Citação de: Lorne Malvo em 15 de Abril de 2016, 15:28
Dos artigos "extra-Benfica" estes dois foram os mais interessantes que li. Fantástico.

Obrogado Lorne.  O0

Estava a melhorar um pouco ambos os artigos. O que está aqui é informação que existe mas está muito (ou melhor muitíssimo ) dispersa. Serviu para por em ordem o que era a Farmácia Franco e saber mais sobre uma das famílias que esteve por trás da fundação e dos primeiros anos do nosso Clube.

Estou feliz por partilhar uma vez que o que agora aqui fica publicado representa um contribuição efectiva para a História do nosso Clube. Sem Farmácia Franco não teria existido o Benfica. A informação que consta dois artigos é vital para se perceber o que foi o local e o contexto da fundação.

Fico contente por fazermos parte de uma pequena minoria que percebe e aprecia a importância destes tempos e destas pessoas.


Lorne Malvo

Citação de: RedVC em 15 de Abril de 2016, 15:38
Citação de: Lorne Malvo em 15 de Abril de 2016, 15:28
Dos artigos "extra-Benfica" estes dois foram os mais interessantes que li. Fantástico.

Obrogado Lorne.  O0

Estava a melhorar um pouco ambos os artigos. O que está aqui é informação que existe mas está muito (ou melhor muitíssimo ) dispersa. Serviu para por em ordem o que era a Farmácia Franco e saber mais sobre uma das famílias que esteve por trás da fundação e dos primeiros anos do nosso Clube.

Estou feliz por partilhar uma vez que o que agora aqui fica publicado representa um contribuição efectiva para a História do nosso Clube. Sem Farmácia Franco não teria existido o Benfica. A informação que consta dois artigos é vital para se perceber o que foi o local e o contexto da fundação.

Fico contente por fazermos parte de uma pequena minoria que percebe e aprecia a importância destes tempos e destas pessoas.

Sem dúvida que nunca é de mais realçar o papel da Farmácia na história do Benfica.

E quando este conhecimento é enriquecido com pormenores deliciosos como o "Ignácio dos unguentos" ou o "Vinho nutritivo de carne", melhor ainda. :)

Não gostei é de ler que vais parar este projecto por tempo indeterminado. Espero que seja uma pausa mesmo muito breve, porque esta rubrica é das melhores deste fórum, não tenhas dúvidas disso.

RedVC

Citação de: Lorne Malvo em 15 de Abril de 2016, 15:47
Citação de: RedVC em 15 de Abril de 2016, 15:38
Citação de: Lorne Malvo em 15 de Abril de 2016, 15:28
Dos artigos "extra-Benfica" estes dois foram os mais interessantes que li. Fantástico.

Obrogado Lorne.  O0

Estava a melhorar um pouco ambos os artigos. O que está aqui é informação que existe mas está muito (ou melhor muitíssimo ) dispersa. Serviu para por em ordem o que era a Farmácia Franco e saber mais sobre uma das famílias que esteve por trás da fundação e dos primeiros anos do nosso Clube.

Estou feliz por partilhar uma vez que o que agora aqui fica publicado representa um contribuição efectiva para a História do nosso Clube. Sem Farmácia Franco não teria existido o Benfica. A informação que consta dois artigos é vital para se perceber o que foi o local e o contexto da fundação.

Fico contente por fazermos parte de uma pequena minoria que percebe e aprecia a importância destes tempos e destas pessoas.

Sem dúvida que nunca é de mais realçar o papel da Farmácia na história do Benfica.

E quando este conhecimento é enriquecido com pormenores deliciosos como o "Ignácio dos unguentos" ou o "Vinho nutritivo de carne", melhor ainda. :)

Não gostei é de ler que vais parar este projecto por tempo indeterminado. Espero que seja uma pausa mesmo muito breve, porque esta rubrica é das melhores deste fórum, não tenhas dúvidas disso.

Obrigado Lorne.

Tenho actividades profissionais que me vão roubar tempo nos próximos 2-3 meses. Embora este tópico seja um passatempo é natural que não tenha tempo para fazer textos uma vez que está cada vez mais longos e exigem cada vez mais pesquisa.

Há um texto preparado que vai ter também algum impacto mas não é o tempo adequado para ser publicado. Há mais uma meia dúzia iniciados mas que não tive e presumo não vou ter tempo para continuar. Por isso fica apenas a indicação para os que gostam de passar por aqui.

Mas este tópico é de todos e nada mais me dará felicidade do que ver outro pessoal a colocar aqui material. Se for uma fotografia que não saibam interpretar juntamente com uma pergunta já será excelente. Afinal quando iniciei o tópico era mesmo para isso. Depois é que "compliquei a coisa".







Godescalco


RedVC

Citação de: Gottschalk em 23 de Abril de 2016, 23:36
Juvenis, 1969.



Fabuloso Gotts. Obrigado pela partilha!

Treinador Artur Santos.

Os restantes é muito difícil. Em 1969 Humberto Coelho já estava a jogar nos seniores. O meu pai ainda o viu jogar nos juniores. Para já não consigo identificar outros mas terei de olhar melhor e procurar a lista desta equipa. Se houver...

Fake Blood

Citação de: Benfiquista_ em 25 de Março de 2016, 17:28
Completamente de acordo.Benfiquismo é também  partilha.É aliás isso, acima de tudo.

Toda a gente deveria ter acesso gratuito à nossa História, de uma maneira ou outra.

O que tu e muitos fazem aqui.

O que o Alberto faz, o João Tomaz, Arrobas, etc, fazem não tem preço.

Eu pessoalmente tenho imensos jornais antigos do Clube que gostava de partilhar, mas como já falei algures por aqui, não tenho meios nem técnica para os digitalizar.

Mas hei-de conseguir.

E vou compartilhar, quando conseguir
Tenta saber de alguma Biblioteca Municipal perto de ti que tenha um scanner grande, não sei...

RedVC

Citação de: Gottschalk em 23 de Abril de 2016, 23:36
Juvenis, 1969.



Torneio Internacional Juniores Croix, 1973

http://www.rsssf.com/tabless/stcroix-u19.html






Chegamos às meias finais. Terá ganho o Anderlecht.

Não consigo identificar nenhum jogador. José Rachão fazia parte da equipa. As equipas dos dois anos seguintes teriam jogadores mais bem sucedidos como Shéu, João Alves, Jordão, António Bastos Lopes, Fidalgo, Franque, Sarmento, etc.

Theroux