Rui Costa, Presidente do Sport Lisboa e Benfica

Presidente, 52 anos,
Portugal

Olos

Citação de: DB4700 em 03 de Fevereiro de 2023, 14:52
Citação de: Savicevic em 03 de Fevereiro de 2023, 14:33
Citação de: DB4700 em 03 de Fevereiro de 2023, 13:03
Citação de: raio em 03 de Fevereiro de 2023, 12:44
Citação de: DB4700 em 03 de Fevereiro de 2023, 12:28
Citação de: Savicevic em 03 de Fevereiro de 2023, 11:16Já tive duas ou três citações sobre a questão da cláusula. A ver se nos entendemos sobre esse tema. Gosto pouco de puxar dos galões, mas neste caso creio saber um bocadinho mais do que o Rui Costa para poder falar sobre isso.

Só existe uma e uma única circunstância em que o Benfica é obrigado a libertar o jogador: quando o mesmo, nos termos a regra da FIFA que o Rui Costa mencionou, deposita o valor da cláusula na conta do clube - com fez, por exemplo, o Neymar. A partir daí decide o seu próprio destino.

Fora destes casos, os clubes - e não é só o Benfica, isto é prática comum, um uso comercial - acordam ou acedem à transacção dos passes dos atletas, caso cheguem propostas que atinjam o valor inscrito na cláusula de rescisão.

No entanto, ao contrário do que o Rui Costa afirmou, isto não opera de forma automática nem a decisão deixa de estar na mão do clube só porque o valor nominal da proposta é do valor inscrito na cláusula de rescisão.

Rui Costa afirmou que, a partir do momento em que a proposta atinja o valor inscrito na cláusula, o jogador é que decide, independentemente de formas e prazos de pagamento.

Isto é falso.

Se assim não fosse, qualquer clube chegaria ao Benfica, metia uma proposta pelo valor da cláusula do Ramos ou do António Silva a pagar a 50 ou até 100 anos (para levar o argumento ao extremo) e o Benfica ficaria na mão dos jogadores. Como é por demais evidente, o Benfica não tem que deixar ao jogador o poder de decisão sobre propostas destas. Nem a 10 anos, nem a 5, sequer.

É o clube quem tem a palavra e, no fim de contas, se entender extremar a posição, pode assumir a posição de força e dizer "meu menino, assinaste um contrato por 5 anos, a tua posição é irrazoável, não te queremos vender porque esta proposta não satisfaz os interesses financeiros do clube, portanto, se queres ir embora faz o favor de depositar o dinheiro da cláusula que assinaste quando vieste para cá".

Indo ao caso concreto:

O que aconteceu foi que o Benfica recebeu uma proposta de 120M€ do Chelsea. Ora, seguindo o raciocínio do Rui Costa, o Benfica nada poderia ter feito e teria que ter aceitado a proposta nos termos que o Chelsea pretendia e deixado o jogador decidir o seu futuro.

Mas não foi isto que sucedeu. Além de todas as diligências que foram feitas do sentido de tentar a permanência do jogador, o Benfica também negociou a proposta dos ingleses.

E tanto assim é que o Benfica aceitou não uma proposta de 120M€, mas de 121M€. E que o Benfica, aparentemente, também obteve um desconto a pagar na comissão para, caso queira, ir receber o valor todo de uma assentada.

Se a proposta é passível de ser negociada para melhor, como é óbvio e por maioria de razão, também é passível de ser rejeitada. E aí entram os argumentos para aceitar ou não aceitar.

O Benfica tinha duas opções:

1) assumir uma posição de força e não libertar o jogador, apontando para a cláusula de rescisão e depois ou a) esperava o acto de contrição do atleta ou b) afundava o activo a custos;

2) negociar os melhores termos possíveis da proposta apresentada e, em face da posição extremada pelo jogador, vender.

O Benfica escolheu o segundo caminho. Mas foi uma escolha e não uma inevitabilidade. O argumento do Rui Costa, que falou como se o jogador é que mandasse e que só convencendo-o a ficar era possível retê-lo, não foi verdadeiro. Ou não foi rigoroso, se lhe quiserem chamar assim.

Depois podemos discutir se fez bem ou fez mal, em função da sacanice do jogador. Se teriam exigido mais dinheiro à frente, menos prestações, etc, etc. Mas o jogador foi vendido porque o Benfica decidiu vender e porque considerou que a proposta era suficientemente apelativa para libertar o jogador, em função do contexto de todo o processo.

E isto não é interpretação, é factual.

O contorcionismo deste argumento é impressionante. Sim, não é obrigado. Sim, ele concordou de antemão vendê-lo por aquele valor e aquele valor foi estabelecido. Até podias ter razão numa coisa, que o Rui Costa não divulgou, provavelmente de forma intencional, que são os prazos de pagamento, que segundo constam são cinco anos, apesar de uma grande fatia seja já. Por outro lado, a partir do momento que têm uma opção de antecipação livre de custos-extra para o clube devido à tal almofada de cinco milhões que têm,  os prazos de pagamento são completamente irrelevantes. O clube em vez de gastar essa almofada de cinco milhões (que são na prática os juros de levantar o dinheiro mais cedo) está a incorporá-la.

Quanto à parte de não ter arranjado um substituto é verdade. Devia tê-lo feito. A meu ver, não o fez por dois motivos: (1) com a chegada do Guedes e do Schjelderup, o Aursnes, mesmo com o Enzo, iria contar muito mais para o centro do terreno e com o Chiquinho (que o Schmidt parece gostar), um quinto médio centro teria os mesmo minutos que o Paulo Bernardo teve; (2) eles achavam mesmo que o Enzo ia ficar.

Posto isto, é verdade, roçou o naive.

Então a cláusula não é accionada(promessa divulgada pelo presidente), o jogador quebra regras, o treinador revela publicamente que os ingleses estão a ter má conduta, ainda concordas com várias premissas enunciadas pelo user, e o contorcionismo é dele?


a cláusula foi accionada. deixei os cálculos acima se quiseres verificar.

Só há uma forma da cláusula ser accionada. É pelo próprio jogador recorrendo ao expediente usado pelo Neymar. Tudo o resto implica acordo entre o clube comprador e vendedor. É uma transacção do passe.

O valor a receber pelo Benfica pode ser o mesmo mas os encargos para o jogador, por exemplo, em termos fiscais, são totalmente diferentes.

Daí que o Rui Costa tenha falado em casos dos rivais, etc.

Nem a pronto o Benfica é obrigado, repito, obrigado a libertar o jogador.

É óbvio que depois entramos nos acordos que são feitos, boa fé, etc. No caso em concreto, é avaliar o comportamento do Chelsea e do jogador e perceber se eventualmente se justificaria extremar a posição e as implicações que isso traria.

a cláusula, no sentido estrito, não foi accionada. no sentido prático, que é o que acontece em 99,99% das transferências, foi accionada.

Não foi.
A cláusula de rescisão serve para um jogador rescidir contrato sem arguir justa causa.

Ora, isto significa que está relacionada com os direitos desportivos do atleta. Paga o valor, a pronto, e o contrato de trabalho deixa de existir.

Os direitos desportivos passam para o jogador que tem a liberdade de assinar por quem quiser. Acaba portanto por ter os mesmos efeitos que a caducidade do contrato. (Efeitos, porque aqui há um pagamento dessa cláusula)

Não existe qualquer transferência dos direitos económicos (e desportivos) para outro clube.

Não havendo transferência de direitos económicos não interessa quem detém o passe. A cláusula paga (leia-se rescinde) os desportivos.

Logo, o dinheiro recebido não é o mesmo...

Se ao Benfica interessaria ficar com os 100% ou não são outros 500s. Mas que teria direito a eles, se a cláusula fosse accionada, não tenho grandes dúvidas.

Manto Sagrado

Alguém que me esclareça o seguinte, sff, já que vejo aqui muito sobre a comissão do Mendes, e isso não bate certo com a explicação do Rui Costa, ou eu entendi mal. O Rui Costa disse que os 10% da intermediação da venda, já estavam contratualizados no momento da compra do Enzo. Ora que eu saiba o Mendes não teve nada que ver com a compra do Mendes. O que eu entendi do negócio é que seria o empresário de Enzo a ir buscar esses 10%. Onde é que o Mendes é tido ou achado neste negócio?

Mattamouros

Citação de: Sequel em 03 de Fevereiro de 2023, 16:09
Citação de: Savicevic em 03 de Fevereiro de 2023, 13:32
Citação de: Glorificus em 03 de Fevereiro de 2023, 13:24
Citação de: Savicevic em 03 de Fevereiro de 2023, 10:00Já vi e revi a entrevista.

Várias notas, umas negativas, outras positivas. Pela positiva:

1) O facto de ter assumido a responsabilidade da decisão e de não ter atirado o treinador para a fogueira na questão da substituição do jogador. Para o bem ou para o mal, foi para si que virou as potenciais consequências caso isto corra mal;

2) Protegeu e valorizou o grupo, passou uma mensagem de confiança aos que ficam para o resto da época e isso é importante;

3) Foi credível nas explicações apresentadas sobre as diligências que fez para tentar convencer o jogador a continuar no clube e, a meu ver, pouco ou nada mais podia fazer quanto a isso;

4) Explicou bem o motivo pelo qual se pagam comissões na venda, com o esclarecimento sobre o mandato que é passado ao agente do jogador no momento da assinatura do contrato, que lhe confere o direito à comissão. Mas esqueceu-se de um "detalhe", que vai para o lado negativo.

5) Quando se referiu a eventuais substitutos do jogador, que tem uma parte, na minha opinião, negativa, pelo menos fiquei contente porque, aparentemente, abandonámos a política do trazer jogadores por trazer e que queremos apenas os que fazem sentido - e tem o benefício da dúvida pelas duas últimas janelas de mercado que fez.

Por outro lado, pela negativa:

6) a explicação sobre cláusula/valor da cláusula é objectivamente falsa. O Benfica recebe uma proposta de 120M€, mas isso não o obriga a aceitar nem coloca o jogador com o poder de decisão. No limite, o Benfica poderia sempre apontar para o exercício da cláusula - como o Barça fez com o Neymar, por exemplo. Se assim não fosse, seria fácil vir aqui um clube endinheirado, oferecer o valor da cláusula do António Silva a pagar em 10 anos e depois ficávamos na mão do jogador. Não é assim que se passa e, neste tema, Rui Costa esteve  mal - e nem precisava disso.

7) Na questão do pagamento das comissões, não disse a quem as mesmas foram pagas. E isso era importante saber. E era importante saber porque o Benfica, que se saiba, não envolveu o Mendes na compra do Enzo. Ora, se não o envolveu também, no momento da compra, não lhe terá passado qualquer mandato para a venda. E, assim sendo, a meu ver nada lhe seria devido - por mais que tenha sido ele a trazer a proposta dos ingleses.

8) No tema da substituição do jogador, não me convenceu. Começou por dizer que temia o valor da cláusula, que estavam preparados no início do mês, mas a verdade é que depois deu a sensação de que ou foi ingénuo ou essa preparação, na verdade, não existia. Se o jogador - nas palavras dele - é que ficava com o poder de decisão se aparecesse uma proposta de 120M€, se o jogador mostrou desde o primeiro momento que queria sair, o Rui Costa devia ter uma alternativa preparada - eventualmente até podia mesmo ter contratado mais um médio, mesmo com o Enzo cá. Deu ares de amador naïf.


Quanto às outras movimentações, os valores conseguidos estão genericamente abaixo dos falados na imprensa. No entanto, alguns deles sempre acreditei que só com doações seria possível colocar, pelo que considero o trabalho, nesse campo, meritório. Das entradas já fui falando por aqui, acho que foram todas positivas e com sentido.

Nota ainda para o facto de ter evitado os assuntos das renovações do Grimaldo e Otamendi, o que indicia que devem ser jogadores para sair. Se no caso do Grimaldo fico com uma azia tremenda, no caso do Otamendi, apesar das palavras do treinador, considero que o dano desportivo não é relevante (e é um salário enorme).

Em suma, fiquei agradado com umas coisas, outras irritaram-me. Certo é que, no fim de contas, ficámos sem o melhor jogador da equipa e sem ninguém que o substituísse e, desse ponto de vista, porque ainda estamos num clube desportivo, o mercado não pode ser considerado positivo. Teria sido um mercado praticamente perfeito, mas o que é certo é que acabámos com uma posição nevrálgica da equipa fragilizada e o sonho da Champions quase que se esfuma.

Saúda-se ainda ter vindo dar algumas explicações, mas continua a pecar por não sair do ambiente controlado. Tem um introdutor de temas que o deixa falar e não questiona nada, o que retira credibilidade a estas intervenções.

Ganhar ao Casa Pia.

Não somos obrigados a vender pela cláusula mas achas que é boa ideia?

O que achas que vai acontecer se fazemos isso?

Provavelmente não vamos conseguir contratar mais nenhum jogador desta valia. Foi isso que explicou. O mesmo para a comissão.

Quando as coisas são bem explicadas. Só não percebe quem não quer.

Estou à procura do sítio onde disse que era boa ou má ideia vender ou deixar de vender. Espera um bocadinho.

Ah, pois foi, não disse.

Limitei-me a analisar um argumento que não é verdadeiro. Ou não é rigoroso, chama-lhe o que quiseres.

De qualquer maneira, parece-me que em face da posição do jogador, da indisciplina e do comportamento do clube comprador, não chocaria ninguém o Benfica, no último dia de mercado, apontar para a cláusula.

É que está tudo a supor que o Chelsea chegou aqui, de boa fé, e apresentou uma proposta no valor da cláusula e o jogador portou-se como um menino de bem.

Quando a proposta chegou já o jogador tinha faltado a treinos e já o treinador tinha ralado o Chelsea num conferência de imprensa.

Mas também devolvo a pergunta: se da próxima vez aparecer um clube a fazer uma proposta pelo valor nominal da cláusula mas com prazos e condições de pagamento pouco vantajosas e um outro atleta também fizer birras e ameaças, devemos voltar a ceder?

Os jogadores não assinam contratos? Somos só nós que temos de os respeitar e agir de boa fé?

Na mouche.

Confesso que nunca tinha pensado no penúltimo parágrafo, da forma simplesmente como o fizeste.

A questão fulcral é precisamente essa. Se o Enzo é bem vendido, se deviamos ficar com ele contrariado, se etcetc acaba a ser secundário.

O problema é a msg que passa. Primeiro aos clubes e empresários, que sabem que se cá vierem a gente vacila. Segundo aos jogadores, que sabem que se fizerem birrinha, são convidados a sair de bandeja.

Muito curioso para ver como vão lidar com o próximo 'Enzo'

rkc

Este tipo de situações é daquelas em que, para o bem ou para o mal, é melhor eu não mandar nada.

Porque eu destruia-lhe a carreira.

lancadordedois

ouvindo a entrevista por uma 2 vez , digo apenas isto.

explica muita coisa nas modalidades.

finito

ze_luz

Ainda bem que há por aqui ótimos gestores que abdicariam de 80/100/120M só para encostar um gajo que passaria a contar bola. Até parece que estamos a falar de um jogador da formação...
Chegando a um ponto das negociações em que o pesetero não cabia no plantel pela sua atitude de fdp só havia que conseguir o máximo de €€€ possíveis dos ingleses, mesmo que fosse abaixo da cláusula.
Só um gestor muito estúpido não mudaria de opinião e faria finca pé em mantê-lo por cá, prejudicando o clube desportivamente e financeiramente.
Estiveram bem no negócio.

abar85

Citação de: rkc em 03 de Fevereiro de 2023, 16:19Este tipo de situações é daquelas em que, para o bem ou para o mal, é melhor eu não mandar nada.

Porque eu destruia-lhe a carreira.

Se lá estivesses e com gente séria à tua volta e com um treinador que te desse garantias, farias mais ou menos o mesmo.

abar85

Citação de: Mattamouros em 03 de Fevereiro de 2023, 16:18
Citação de: Sequel em 03 de Fevereiro de 2023, 16:09
Citação de: Savicevic em 03 de Fevereiro de 2023, 13:32
Citação de: Glorificus em 03 de Fevereiro de 2023, 13:24
Citação de: Savicevic em 03 de Fevereiro de 2023, 10:00Já vi e revi a entrevista.

Várias notas, umas negativas, outras positivas. Pela positiva:

1) O facto de ter assumido a responsabilidade da decisão e de não ter atirado o treinador para a fogueira na questão da substituição do jogador. Para o bem ou para o mal, foi para si que virou as potenciais consequências caso isto corra mal;

2) Protegeu e valorizou o grupo, passou uma mensagem de confiança aos que ficam para o resto da época e isso é importante;

3) Foi credível nas explicações apresentadas sobre as diligências que fez para tentar convencer o jogador a continuar no clube e, a meu ver, pouco ou nada mais podia fazer quanto a isso;

4) Explicou bem o motivo pelo qual se pagam comissões na venda, com o esclarecimento sobre o mandato que é passado ao agente do jogador no momento da assinatura do contrato, que lhe confere o direito à comissão. Mas esqueceu-se de um "detalhe", que vai para o lado negativo.

5) Quando se referiu a eventuais substitutos do jogador, que tem uma parte, na minha opinião, negativa, pelo menos fiquei contente porque, aparentemente, abandonámos a política do trazer jogadores por trazer e que queremos apenas os que fazem sentido - e tem o benefício da dúvida pelas duas últimas janelas de mercado que fez.

Por outro lado, pela negativa:

6) a explicação sobre cláusula/valor da cláusula é objectivamente falsa. O Benfica recebe uma proposta de 120M€, mas isso não o obriga a aceitar nem coloca o jogador com o poder de decisão. No limite, o Benfica poderia sempre apontar para o exercício da cláusula - como o Barça fez com o Neymar, por exemplo. Se assim não fosse, seria fácil vir aqui um clube endinheirado, oferecer o valor da cláusula do António Silva a pagar em 10 anos e depois ficávamos na mão do jogador. Não é assim que se passa e, neste tema, Rui Costa esteve  mal - e nem precisava disso.

7) Na questão do pagamento das comissões, não disse a quem as mesmas foram pagas. E isso era importante saber. E era importante saber porque o Benfica, que se saiba, não envolveu o Mendes na compra do Enzo. Ora, se não o envolveu também, no momento da compra, não lhe terá passado qualquer mandato para a venda. E, assim sendo, a meu ver nada lhe seria devido - por mais que tenha sido ele a trazer a proposta dos ingleses.

8) No tema da substituição do jogador, não me convenceu. Começou por dizer que temia o valor da cláusula, que estavam preparados no início do mês, mas a verdade é que depois deu a sensação de que ou foi ingénuo ou essa preparação, na verdade, não existia. Se o jogador - nas palavras dele - é que ficava com o poder de decisão se aparecesse uma proposta de 120M€, se o jogador mostrou desde o primeiro momento que queria sair, o Rui Costa devia ter uma alternativa preparada - eventualmente até podia mesmo ter contratado mais um médio, mesmo com o Enzo cá. Deu ares de amador naïf.


Quanto às outras movimentações, os valores conseguidos estão genericamente abaixo dos falados na imprensa. No entanto, alguns deles sempre acreditei que só com doações seria possível colocar, pelo que considero o trabalho, nesse campo, meritório. Das entradas já fui falando por aqui, acho que foram todas positivas e com sentido.

Nota ainda para o facto de ter evitado os assuntos das renovações do Grimaldo e Otamendi, o que indicia que devem ser jogadores para sair. Se no caso do Grimaldo fico com uma azia tremenda, no caso do Otamendi, apesar das palavras do treinador, considero que o dano desportivo não é relevante (e é um salário enorme).

Em suma, fiquei agradado com umas coisas, outras irritaram-me. Certo é que, no fim de contas, ficámos sem o melhor jogador da equipa e sem ninguém que o substituísse e, desse ponto de vista, porque ainda estamos num clube desportivo, o mercado não pode ser considerado positivo. Teria sido um mercado praticamente perfeito, mas o que é certo é que acabámos com uma posição nevrálgica da equipa fragilizada e o sonho da Champions quase que se esfuma.

Saúda-se ainda ter vindo dar algumas explicações, mas continua a pecar por não sair do ambiente controlado. Tem um introdutor de temas que o deixa falar e não questiona nada, o que retira credibilidade a estas intervenções.

Ganhar ao Casa Pia.

Não somos obrigados a vender pela cláusula mas achas que é boa ideia?

O que achas que vai acontecer se fazemos isso?

Provavelmente não vamos conseguir contratar mais nenhum jogador desta valia. Foi isso que explicou. O mesmo para a comissão.

Quando as coisas são bem explicadas. Só não percebe quem não quer.

Estou à procura do sítio onde disse que era boa ou má ideia vender ou deixar de vender. Espera um bocadinho.

Ah, pois foi, não disse.

Limitei-me a analisar um argumento que não é verdadeiro. Ou não é rigoroso, chama-lhe o que quiseres.

De qualquer maneira, parece-me que em face da posição do jogador, da indisciplina e do comportamento do clube comprador, não chocaria ninguém o Benfica, no último dia de mercado, apontar para a cláusula.

É que está tudo a supor que o Chelsea chegou aqui, de boa fé, e apresentou uma proposta no valor da cláusula e o jogador portou-se como um menino de bem.

Quando a proposta chegou já o jogador tinha faltado a treinos e já o treinador tinha ralado o Chelsea num conferência de imprensa.

Mas também devolvo a pergunta: se da próxima vez aparecer um clube a fazer uma proposta pelo valor nominal da cláusula mas com prazos e condições de pagamento pouco vantajosas e um outro atleta também fizer birras e ameaças, devemos voltar a ceder?

Os jogadores não assinam contratos? Somos só nós que temos de os respeitar e agir de boa fé?

Na mouche.

Confesso que nunca tinha pensado no penúltimo parágrafo, da forma simplesmente como o fizeste.

A questão fulcral é precisamente essa. Se o Enzo é bem vendido, se deviamos ficar com ele contrariado, se etcetc acaba a ser secundário.

O problema é a msg que passa. Primeiro aos clubes e empresários, que sabem que se cá vierem a gente vacila. Segundo aos jogadores, que sabem que se fizerem birrinha, são convidados a sair de bandeja.

Muito curioso para ver como vão lidar com o próximo 'Enzo'

Por 120 M que vacilem muitas vezes, a grande questão aqui é aparentemente muita gente não considerar que temos matéria humana capaz de o substituir de forma competente.

A única mensagem que passa é que o Benfica assumiu o compromisso de vender por determinado valor ao contratar o jogador e cumpriu o que prometeu, só quando chegaram a esse valor, caso contrário tinham vendido logo no início do mercado. Ninguém vacilou, o jogador não saiu abaixo do acordado. Quem o comprou agora que se preocupe porque há tubarões maiores e podem sofrer a mesma coisa.

abar85

Citação de: Savicevic em 03 de Fevereiro de 2023, 13:32
Citação de: Glorificus em 03 de Fevereiro de 2023, 13:24
Citação de: Savicevic em 03 de Fevereiro de 2023, 10:00Já vi e revi a entrevista.

Várias notas, umas negativas, outras positivas. Pela positiva:

1) O facto de ter assumido a responsabilidade da decisão e de não ter atirado o treinador para a fogueira na questão da substituição do jogador. Para o bem ou para o mal, foi para si que virou as potenciais consequências caso isto corra mal;

2) Protegeu e valorizou o grupo, passou uma mensagem de confiança aos que ficam para o resto da época e isso é importante;

3) Foi credível nas explicações apresentadas sobre as diligências que fez para tentar convencer o jogador a continuar no clube e, a meu ver, pouco ou nada mais podia fazer quanto a isso;

4) Explicou bem o motivo pelo qual se pagam comissões na venda, com o esclarecimento sobre o mandato que é passado ao agente do jogador no momento da assinatura do contrato, que lhe confere o direito à comissão. Mas esqueceu-se de um "detalhe", que vai para o lado negativo.

5) Quando se referiu a eventuais substitutos do jogador, que tem uma parte, na minha opinião, negativa, pelo menos fiquei contente porque, aparentemente, abandonámos a política do trazer jogadores por trazer e que queremos apenas os que fazem sentido - e tem o benefício da dúvida pelas duas últimas janelas de mercado que fez.

Por outro lado, pela negativa:

6) a explicação sobre cláusula/valor da cláusula é objectivamente falsa. O Benfica recebe uma proposta de 120M€, mas isso não o obriga a aceitar nem coloca o jogador com o poder de decisão. No limite, o Benfica poderia sempre apontar para o exercício da cláusula - como o Barça fez com o Neymar, por exemplo. Se assim não fosse, seria fácil vir aqui um clube endinheirado, oferecer o valor da cláusula do António Silva a pagar em 10 anos e depois ficávamos na mão do jogador. Não é assim que se passa e, neste tema, Rui Costa esteve  mal - e nem precisava disso.

7) Na questão do pagamento das comissões, não disse a quem as mesmas foram pagas. E isso era importante saber. E era importante saber porque o Benfica, que se saiba, não envolveu o Mendes na compra do Enzo. Ora, se não o envolveu também, no momento da compra, não lhe terá passado qualquer mandato para a venda. E, assim sendo, a meu ver nada lhe seria devido - por mais que tenha sido ele a trazer a proposta dos ingleses.

8) No tema da substituição do jogador, não me convenceu. Começou por dizer que temia o valor da cláusula, que estavam preparados no início do mês, mas a verdade é que depois deu a sensação de que ou foi ingénuo ou essa preparação, na verdade, não existia. Se o jogador - nas palavras dele - é que ficava com o poder de decisão se aparecesse uma proposta de 120M€, se o jogador mostrou desde o primeiro momento que queria sair, o Rui Costa devia ter uma alternativa preparada - eventualmente até podia mesmo ter contratado mais um médio, mesmo com o Enzo cá. Deu ares de amador naïf.


Quanto às outras movimentações, os valores conseguidos estão genericamente abaixo dos falados na imprensa. No entanto, alguns deles sempre acreditei que só com doações seria possível colocar, pelo que considero o trabalho, nesse campo, meritório. Das entradas já fui falando por aqui, acho que foram todas positivas e com sentido.

Nota ainda para o facto de ter evitado os assuntos das renovações do Grimaldo e Otamendi, o que indicia que devem ser jogadores para sair. Se no caso do Grimaldo fico com uma azia tremenda, no caso do Otamendi, apesar das palavras do treinador, considero que o dano desportivo não é relevante (e é um salário enorme).

Em suma, fiquei agradado com umas coisas, outras irritaram-me. Certo é que, no fim de contas, ficámos sem o melhor jogador da equipa e sem ninguém que o substituísse e, desse ponto de vista, porque ainda estamos num clube desportivo, o mercado não pode ser considerado positivo. Teria sido um mercado praticamente perfeito, mas o que é certo é que acabámos com uma posição nevrálgica da equipa fragilizada e o sonho da Champions quase que se esfuma.

Saúda-se ainda ter vindo dar algumas explicações, mas continua a pecar por não sair do ambiente controlado. Tem um introdutor de temas que o deixa falar e não questiona nada, o que retira credibilidade a estas intervenções.

Ganhar ao Casa Pia.

Não somos obrigados a vender pela cláusula mas achas que é boa ideia?

O que achas que vai acontecer se fazemos isso?

Provavelmente não vamos conseguir contratar mais nenhum jogador desta valia. Foi isso que explicou. O mesmo para a comissão.

Quando as coisas são bem explicadas. Só não percebe quem não quer.

Estou à procura do sítio onde disse que era boa ou má ideia vender ou deixar de vender. Espera um bocadinho.

Ah, pois foi, não disse.

Limitei-me a analisar um argumento que não é verdadeiro. Ou não é rigoroso, chama-lhe o que quiseres.

De qualquer maneira, parece-me que em face da posição do jogador, da indisciplina e do comportamento do clube comprador, não chocaria ninguém o Benfica, no último dia de mercado, apontar para a cláusula.

É que está tudo a supor que o Chelsea chegou aqui, de boa fé, e apresentou uma proposta no valor da cláusula e o jogador portou-se como um menino de bem.

Quando a proposta chegou já o jogador tinha faltado a treinos e já o treinador tinha ralado o Chelsea num conferência de imprensa.

Mas também devolvo a pergunta: se da próxima vez aparecer um clube a fazer uma proposta pelo valor nominal da cláusula mas com prazos e condições de pagamento pouco vantajosas e um outro atleta também fizer birras e ameaças, devemos voltar a ceder?

Os jogadores não assinam contratos? Somos só nós que temos de os respeitar e agir de boa fé?

Mas alguma dessas coisas aconteceu para se andar a falar disto como um precedente?

Yoann Peeters

Sou muito critico com Rui Costa, mas esteve muito bem neste processo, o unico erro foi nao ter arranjado um substituto antes para prever a saida deste filho da puta.

Savicevic

Citação de: abar85 em 03 de Fevereiro de 2023, 16:51
Citação de: Savicevic em 03 de Fevereiro de 2023, 13:32
Citação de: Glorificus em 03 de Fevereiro de 2023, 13:24
Citação de: Savicevic em 03 de Fevereiro de 2023, 10:00Já vi e revi a entrevista.

Várias notas, umas negativas, outras positivas. Pela positiva:

1) O facto de ter assumido a responsabilidade da decisão e de não ter atirado o treinador para a fogueira na questão da substituição do jogador. Para o bem ou para o mal, foi para si que virou as potenciais consequências caso isto corra mal;

2) Protegeu e valorizou o grupo, passou uma mensagem de confiança aos que ficam para o resto da época e isso é importante;

3) Foi credível nas explicações apresentadas sobre as diligências que fez para tentar convencer o jogador a continuar no clube e, a meu ver, pouco ou nada mais podia fazer quanto a isso;

4) Explicou bem o motivo pelo qual se pagam comissões na venda, com o esclarecimento sobre o mandato que é passado ao agente do jogador no momento da assinatura do contrato, que lhe confere o direito à comissão. Mas esqueceu-se de um "detalhe", que vai para o lado negativo.

5) Quando se referiu a eventuais substitutos do jogador, que tem uma parte, na minha opinião, negativa, pelo menos fiquei contente porque, aparentemente, abandonámos a política do trazer jogadores por trazer e que queremos apenas os que fazem sentido - e tem o benefício da dúvida pelas duas últimas janelas de mercado que fez.

Por outro lado, pela negativa:

6) a explicação sobre cláusula/valor da cláusula é objectivamente falsa. O Benfica recebe uma proposta de 120M€, mas isso não o obriga a aceitar nem coloca o jogador com o poder de decisão. No limite, o Benfica poderia sempre apontar para o exercício da cláusula - como o Barça fez com o Neymar, por exemplo. Se assim não fosse, seria fácil vir aqui um clube endinheirado, oferecer o valor da cláusula do António Silva a pagar em 10 anos e depois ficávamos na mão do jogador. Não é assim que se passa e, neste tema, Rui Costa esteve  mal - e nem precisava disso.

7) Na questão do pagamento das comissões, não disse a quem as mesmas foram pagas. E isso era importante saber. E era importante saber porque o Benfica, que se saiba, não envolveu o Mendes na compra do Enzo. Ora, se não o envolveu também, no momento da compra, não lhe terá passado qualquer mandato para a venda. E, assim sendo, a meu ver nada lhe seria devido - por mais que tenha sido ele a trazer a proposta dos ingleses.

8) No tema da substituição do jogador, não me convenceu. Começou por dizer que temia o valor da cláusula, que estavam preparados no início do mês, mas a verdade é que depois deu a sensação de que ou foi ingénuo ou essa preparação, na verdade, não existia. Se o jogador - nas palavras dele - é que ficava com o poder de decisão se aparecesse uma proposta de 120M€, se o jogador mostrou desde o primeiro momento que queria sair, o Rui Costa devia ter uma alternativa preparada - eventualmente até podia mesmo ter contratado mais um médio, mesmo com o Enzo cá. Deu ares de amador naïf.


Quanto às outras movimentações, os valores conseguidos estão genericamente abaixo dos falados na imprensa. No entanto, alguns deles sempre acreditei que só com doações seria possível colocar, pelo que considero o trabalho, nesse campo, meritório. Das entradas já fui falando por aqui, acho que foram todas positivas e com sentido.

Nota ainda para o facto de ter evitado os assuntos das renovações do Grimaldo e Otamendi, o que indicia que devem ser jogadores para sair. Se no caso do Grimaldo fico com uma azia tremenda, no caso do Otamendi, apesar das palavras do treinador, considero que o dano desportivo não é relevante (e é um salário enorme).

Em suma, fiquei agradado com umas coisas, outras irritaram-me. Certo é que, no fim de contas, ficámos sem o melhor jogador da equipa e sem ninguém que o substituísse e, desse ponto de vista, porque ainda estamos num clube desportivo, o mercado não pode ser considerado positivo. Teria sido um mercado praticamente perfeito, mas o que é certo é que acabámos com uma posição nevrálgica da equipa fragilizada e o sonho da Champions quase que se esfuma.

Saúda-se ainda ter vindo dar algumas explicações, mas continua a pecar por não sair do ambiente controlado. Tem um introdutor de temas que o deixa falar e não questiona nada, o que retira credibilidade a estas intervenções.

Ganhar ao Casa Pia.

Não somos obrigados a vender pela cláusula mas achas que é boa ideia?

O que achas que vai acontecer se fazemos isso?

Provavelmente não vamos conseguir contratar mais nenhum jogador desta valia. Foi isso que explicou. O mesmo para a comissão.

Quando as coisas são bem explicadas. Só não percebe quem não quer.

Estou à procura do sítio onde disse que era boa ou má ideia vender ou deixar de vender. Espera um bocadinho.

Ah, pois foi, não disse.

Limitei-me a analisar um argumento que não é verdadeiro. Ou não é rigoroso, chama-lhe o que quiseres.

De qualquer maneira, parece-me que em face da posição do jogador, da indisciplina e do comportamento do clube comprador, não chocaria ninguém o Benfica, no último dia de mercado, apontar para a cláusula.

É que está tudo a supor que o Chelsea chegou aqui, de boa fé, e apresentou uma proposta no valor da cláusula e o jogador portou-se como um menino de bem.

Quando a proposta chegou já o jogador tinha faltado a treinos e já o treinador tinha ralado o Chelsea num conferência de imprensa.

Mas também devolvo a pergunta: se da próxima vez aparecer um clube a fazer uma proposta pelo valor nominal da cláusula mas com prazos e condições de pagamento pouco vantajosas e um outro atleta também fizer birras e ameaças, devemos voltar a ceder?

Os jogadores não assinam contratos? Somos só nós que temos de os respeitar e agir de boa fé?

Mas alguma dessas coisas aconteceu para se andar a falar disto como um precedente?

Estamos a discutir o argumento que foi dado, apenas isso.

Neste caso o Benfica conseguiu uma boa negociação - na minha opinião. Mas o que o Rui Costa disse, a ser verdade, coloca o Benfica na posição que referi.

E sim, no fim de contas cedemos ao jogador e às suas birras e indisciplina. Conseguimos foi um acordo positivo para compensar, mas a cedência está lá.

nfgl

Citação de: abar85 em 03 de Fevereiro de 2023, 16:44
Citação de: rkc em 03 de Fevereiro de 2023, 16:19Este tipo de situações é daquelas em que, para o bem ou para o mal, é melhor eu não mandar nada.

Porque eu destruia-lhe a carreira.

Se lá estivesses e com gente séria à tua volta e com um treinador que te desse garantias, farias mais ou menos o mesmo.

Depende até que ponto quisesse ser cabrãozinho.

220373

Citação de: Savicevic em 03 de Fevereiro de 2023, 16:57
Citação de: abar85 em 03 de Fevereiro de 2023, 16:51
Citação de: Savicevic em 03 de Fevereiro de 2023, 13:32
Citação de: Glorificus em 03 de Fevereiro de 2023, 13:24
Citação de: Savicevic em 03 de Fevereiro de 2023, 10:00Já vi e revi a entrevista.

Várias notas, umas negativas, outras positivas. Pela positiva:

1) O facto de ter assumido a responsabilidade da decisão e de não ter atirado o treinador para a fogueira na questão da substituição do jogador. Para o bem ou para o mal, foi para si que virou as potenciais consequências caso isto corra mal;

2) Protegeu e valorizou o grupo, passou uma mensagem de confiança aos que ficam para o resto da época e isso é importante;

3) Foi credível nas explicações apresentadas sobre as diligências que fez para tentar convencer o jogador a continuar no clube e, a meu ver, pouco ou nada mais podia fazer quanto a isso;

4) Explicou bem o motivo pelo qual se pagam comissões na venda, com o esclarecimento sobre o mandato que é passado ao agente do jogador no momento da assinatura do contrato, que lhe confere o direito à comissão. Mas esqueceu-se de um "detalhe", que vai para o lado negativo.

5) Quando se referiu a eventuais substitutos do jogador, que tem uma parte, na minha opinião, negativa, pelo menos fiquei contente porque, aparentemente, abandonámos a política do trazer jogadores por trazer e que queremos apenas os que fazem sentido - e tem o benefício da dúvida pelas duas últimas janelas de mercado que fez.

Por outro lado, pela negativa:

6) a explicação sobre cláusula/valor da cláusula é objectivamente falsa. O Benfica recebe uma proposta de 120M€, mas isso não o obriga a aceitar nem coloca o jogador com o poder de decisão. No limite, o Benfica poderia sempre apontar para o exercício da cláusula - como o Barça fez com o Neymar, por exemplo. Se assim não fosse, seria fácil vir aqui um clube endinheirado, oferecer o valor da cláusula do António Silva a pagar em 10 anos e depois ficávamos na mão do jogador. Não é assim que se passa e, neste tema, Rui Costa esteve  mal - e nem precisava disso.

7) Na questão do pagamento das comissões, não disse a quem as mesmas foram pagas. E isso era importante saber. E era importante saber porque o Benfica, que se saiba, não envolveu o Mendes na compra do Enzo. Ora, se não o envolveu também, no momento da compra, não lhe terá passado qualquer mandato para a venda. E, assim sendo, a meu ver nada lhe seria devido - por mais que tenha sido ele a trazer a proposta dos ingleses.

8) No tema da substituição do jogador, não me convenceu. Começou por dizer que temia o valor da cláusula, que estavam preparados no início do mês, mas a verdade é que depois deu a sensação de que ou foi ingénuo ou essa preparação, na verdade, não existia. Se o jogador - nas palavras dele - é que ficava com o poder de decisão se aparecesse uma proposta de 120M€, se o jogador mostrou desde o primeiro momento que queria sair, o Rui Costa devia ter uma alternativa preparada - eventualmente até podia mesmo ter contratado mais um médio, mesmo com o Enzo cá. Deu ares de amador naïf.


Quanto às outras movimentações, os valores conseguidos estão genericamente abaixo dos falados na imprensa. No entanto, alguns deles sempre acreditei que só com doações seria possível colocar, pelo que considero o trabalho, nesse campo, meritório. Das entradas já fui falando por aqui, acho que foram todas positivas e com sentido.

Nota ainda para o facto de ter evitado os assuntos das renovações do Grimaldo e Otamendi, o que indicia que devem ser jogadores para sair. Se no caso do Grimaldo fico com uma azia tremenda, no caso do Otamendi, apesar das palavras do treinador, considero que o dano desportivo não é relevante (e é um salário enorme).

Em suma, fiquei agradado com umas coisas, outras irritaram-me. Certo é que, no fim de contas, ficámos sem o melhor jogador da equipa e sem ninguém que o substituísse e, desse ponto de vista, porque ainda estamos num clube desportivo, o mercado não pode ser considerado positivo. Teria sido um mercado praticamente perfeito, mas o que é certo é que acabámos com uma posição nevrálgica da equipa fragilizada e o sonho da Champions quase que se esfuma.

Saúda-se ainda ter vindo dar algumas explicações, mas continua a pecar por não sair do ambiente controlado. Tem um introdutor de temas que o deixa falar e não questiona nada, o que retira credibilidade a estas intervenções.

Ganhar ao Casa Pia.

Não somos obrigados a vender pela cláusula mas achas que é boa ideia?

O que achas que vai acontecer se fazemos isso?

Provavelmente não vamos conseguir contratar mais nenhum jogador desta valia. Foi isso que explicou. O mesmo para a comissão.

Quando as coisas são bem explicadas. Só não percebe quem não quer.

Estou à procura do sítio onde disse que era boa ou má ideia vender ou deixar de vender. Espera um bocadinho.

Ah, pois foi, não disse.

Limitei-me a analisar um argumento que não é verdadeiro. Ou não é rigoroso, chama-lhe o que quiseres.

De qualquer maneira, parece-me que em face da posição do jogador, da indisciplina e do comportamento do clube comprador, não chocaria ninguém o Benfica, no último dia de mercado, apontar para a cláusula.

É que está tudo a supor que o Chelsea chegou aqui, de boa fé, e apresentou uma proposta no valor da cláusula e o jogador portou-se como um menino de bem.

Quando a proposta chegou já o jogador tinha faltado a treinos e já o treinador tinha ralado o Chelsea num conferência de imprensa.

Mas também devolvo a pergunta: se da próxima vez aparecer um clube a fazer uma proposta pelo valor nominal da cláusula mas com prazos e condições de pagamento pouco vantajosas e um outro atleta também fizer birras e ameaças, devemos voltar a ceder?

Os jogadores não assinam contratos? Somos só nós que temos de os respeitar e agir de boa fé?

Mas alguma dessas coisas aconteceu para se andar a falar disto como um precedente?

Estamos a discutir o argumento que foi dado, apenas isso.

Neste caso o Benfica conseguiu uma boa negociação - na minha opinião. Mas o que o Rui Costa disse, a ser verdade, coloca o Benfica na posição que referi.

E sim, no fim de contas cedemos ao jogador e às suas birras e indisciplina. Conseguimos foi um acordo positivo para compensar, mas a cedência está lá.
Cedemos e vamos sempre ceder enquanto não tivermos dinheiro suficiente para mandar foder 120M

220373

Citação de: nfgl em 03 de Fevereiro de 2023, 16:58
Citação de: abar85 em 03 de Fevereiro de 2023, 16:44
Citação de: rkc em 03 de Fevereiro de 2023, 16:19Este tipo de situações é daquelas em que, para o bem ou para o mal, é melhor eu não mandar nada.

Porque eu destruia-lhe a carreira.

Se lá estivesses e com gente séria à tua volta e com um treinador que te desse garantias, farias mais ou menos o mesmo.

Depende até que ponto quisesse ser cabrãozinho.
A quantos de nós já apeteceu mandar o chrfe para o crl mas não termos dinheiro para isso?

rkc

Citação de: abar85 em 03 de Fevereiro de 2023, 16:44
Citação de: rkc em 03 de Fevereiro de 2023, 16:19Este tipo de situações é daquelas em que, para o bem ou para o mal, é melhor eu não mandar nada.

Porque eu destruia-lhe a carreira.

Se lá estivesses e com gente séria à tua volta e com um treinador que te desse garantias, farias mais ou menos o mesmo.

Dizes isso porque não me conheces.

Eu fodia-o mesmo.